sábado, 18 de março de 2017

Entre os políticos de destaque, Aécio é o recordista em pedidos de investigação


Charge do Nani (nanihumor.com)

Murilo Ramos e Diego Escosteguy
Época

A coluna Expresso mostra que o presidente do PSDB, senador Aécio Neves, é o político de destaque com maior número de pedidos de investigação na lista entregue pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal. Outro senador, Edison Lobão, do PMDB, é suspeito de cobrar R$ 1 milhão da empreiteira. Não há ministros do STF ou do STJ na lista de Janot, mas há pelo menos dois ministros do Tribunal de Contas da União: Raimundo Carreiro e Vital do Rêgo. Carreiro, presidente do TCU, aparece junto com o advogado Tiago Cedraz, filho de outro ministro Aroldo Cedraz. Tiago é suspeito de receber R$ 1 milhão da Odebrecht para resolver problemas no Tribunal. A lista tem espaço também para o deputado Júlio Lopes, do PP do Rio, ex-secretário e próximo do ex-governador Sérgio Cabral, já preso.

Na lista que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, entregou ao Supremo Tribunal Federal (STF) com pedidos de investigação no âmbito da Operação Lava Jato nesta semana, há requerimentos de inquéritos contra integrantes do Tribunal de Contas da União (TCU). Num deles estão o presidente do TCU, ministro Raimundo Carreiro, e o advogado Tiago Cedraz, filho do ministro Aroldo Cedraz, que esteve à frente do Tribunal por dois anos, antes de Carreiro. Tiago é suspeito de receber R$ 1 milhão para resolver dificuldades da Odebrecht no Tribunal, relativas a obras na usina nuclear de Angra 3. Em outro pedido, o alvo é o ministro Vital do Rêgo.

LOBÃO E LOPES – O senador Edison Lobão (PMDB-MA) aparece no mesmo pedido de inquérito em que está o nome do advogado Tiago Cedraz, filho do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Aroldo Cedraz. Segundo delatores, Lobão cobrou R$ 1 milhão da Odebrecht em relação à usina Angra 3. Foi a mesma quantia que Tiago cobrou, de acordo com os colaboradores, para resolver dificuldades da empreiteira no TCU. Dois delatores contaram as histórias de Lobão e Tiago – um deles foi Henrique Pessoa, ex-diretor de contratos da Odebrecht. Como já há um inquérito sobre o caso, o ministro Edson Fachin pode anexar a nova investigação.

O deputado federal Julio Lopes (PP-RJ) também aparece na lista de pedidos de investigação. O ex-secretário estadual de Transportes de Sérgio Cabral é citado no caso de propina para obra no Metrô do Rio de Janeiro.

RENAN, MAIS UMA VEZ – Segundo delações de ex-executivos da Odebrecht ao Ministério Público Federal (MPF), o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), recebeu propina oriunda de obras do Canal do Sertão Alagoano, projeto de 250 quilômetros para levar água para o interior do estado. A Odebrecht foi responsável por realizar parte das obras. De acordo com delatores, Everaldo França, assessor de Renan Calheiros, foi encarregado de receber o dinheiro de propina da empreiteira e entregar ao parlamentar.

Nota da assessoria de imprensa do senador Renan Calheiros: “O senador jamais recebeu vantagens de quem quer que seja. As contas pessoais do senador estão sendo investigadas há dez anos e nenhuma impropriedade foi apontada. Da mesma maneira as suas contas eleitorais. O senador frisa ainda que era oposição ao governador Teotônio vilela, gestão responsável pela obra mencionada.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário