Renan Ribeiro 15 Novembro 2016 06:00
Deslizamento de terra foi registrado em imóvel no bairro Grajaú, no último sábado, 12. Foto: Pablo Juan Ferreira
Durante o último final de semana, de acordo com as informações das estações pluviométricas da cidade, monitoradas pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden), choveu, em média, 117,04mm, levando em consideração 22 estações do total instalado na cidade. Ainda de acordo com o órgão, os locais com maior volume de precipitação foram o Bairro de Lourdes, zona Sudeste, com 162mm de chuva; a Cidade Universitária, na Cidade Alta, com 151mm; e Ponte Preta, Igrejinha e Distrito Industrial, os três na zona Norte, com, respectivamente, 144mm, 134mm e 133mm. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão de chuva para todo o mês seria de 191mm.
A Defesa Civil registrou ao longo do final de semana 42 ocorrências em função do volume de chuva registrado. A zona Leste foi considerada pelo órgão a mais atingida, com 13 chamados, e a região Oeste ficou como a segunda com maior número de notificações, com o total de oito notificações. De acordo com o boletim da Defesa Civil, os atendimentos foram de orientações técnicas preventivas, trincas em paredes, pisos e muros, alagamentos, enxurradas, ameaça e deslizamento de talude e infiltração em laje.
Na Rua Santo Antônio, próximo à esquina com a Rua Rei Alberto, no Centro, uma parte da calçada cedeu. O mesmo ocorreu na Avenida Rio Branco próximo a Rua Oscar Vidal. A Defesa Civil isolou as áreas e solicitou apoio das equipes da Secretaria de Obras (SO) e da Companhia de Saneamento Municipal (Cesama). No bairro Graminha, zona Sul, na estrada Joaquim Vicente Guedes, foi registrada uma queda de muro e uma casa ficou interditada. A família que morava no imóvel foi retirada do local.
Um deslizamento de terra aconteceu próximo a uma casa na Rua Professor Geraldo Marine, no Grajaú, na noite do último sábado, 12. Não houve feridos. Havia três pessoas dentro do imóvel, quando um deles escutou um barulho e correu para tirar as outras duas pessoas de lá. “Ninguém se machucou. Meus familiares chamaram a Defesa Civil. Moramos há 18 anos no mesmo lugar e nunca imaginamos que isso pudesse um dia acontecer. Havia uma infiltração, havíamos conversado com os vizinhos para tentar resolver, mas era algo que sempre deixávamos para depois, e agora aconteceu”, disse o morador do imóvel, o estudante de Publicidade e Propaganda, Pablo Ruan Ferreira.
Nessa segunda-feira, 14, a queda de um muro na Rua Miracema, no bairro Vila Ideal, zona Sudeste, causou a interdição parcial da via. A Defesa Civil procedeu com as medidas necessárias. Também durante a tarde dessa segunda-feira, a Defesa Civil compareceu em Benfica, na Rua Evaristo da Veiga, zona Norte, onde moradores temiam o deslizamento de um talude. Ao chegar ao local, no entanto, a equipe constatou que não havia riscos iminentes de que o barranco cedesse. Os moradores foram orientados pela equipe que, junto ao Corpo de Bombeiros, se comprometeu a monitorar o local.
Segundo o Corpo de Bombeiros, nos últimos quatro dias foram registrados 35 casos de corte de árvores que causavam risco à população. Também foram atendidas sete ocorrências ligadas a deslizamentos, cinco inundações e três pessoas ficaram ilhadas. Ainda de acordo com o órgão, com o volume da chuva, o Rio Paraibuna subiu, aproximadamente, 2,40m.
ORIENTAÇÕES
De acordo com o 2º tenente Evandro da Silva, do Corpo de Bombeiros, não houve nenhum ferido durante os chamados. Como as principais ocorrências têm relação com a queda de árvores, ele orienta que as pessoas busquem tomar atitudes antes do período chuvoso. “Assim que a chuva estiar, o recomendado é o corte dessas árvores, com avaliação prévia da Defesa Civil. Algumas precisaram ser cortadas, por conta da situação em que estavam como, por exemplo, impedindo a passagem dos moradores”, explica.
Silva esclarece ainda que tanto os casos de deslizamento de terra quanto de alagamentos e pessoas ilhadas são típicos dessa época do ano. Ele orienta as pessoas a fazerem a limpeza das calhas e de toda a casa, assim como de lotes vagos. Sobre os barrancos, segundo o 2º tenente, deve ser feita uma contenção, antes das chuvas começarem, sempre com a avaliação de um profissional capacitado. Um especialista poderá indicar a maneira certa de corte e interferência nos barrancos, conforme o necessário.
“Se isso não for feito com antecedência, a pessoa deve observar e acompanhar a situação de trincas, umidade e chuvas com ventos. Se tem alguma dúvida, cidadão deve chamar a Defesa Civil para avaliar o risco de queda ou desmoronamento. É importante também evacuar área, indo para a casa de vizinhos, parentes ou conhecidos, até que seja possível fazer as obras de contenção”, pontua.
Em caso de alagamento, os Bombeiros devem ser acionados, seja para fazer o salvamento de uma pessoa ou para tirá-la de algum ponto com risco. “Frisamos que as pessoas não devem se aventurar tentando nadar nas enxurradas. Em áreas alagadas, isso se torna perigoso. Se estiver de carro ou a pé e perceber o crescimento do volume de água, não se deve tentar atravessar, porque as águas são turvas e a força delas pode enganar, com a possibilidade de haver uma valeta ou buraco. O ideal é buscar os lugares mais altos e, assim que a água baixar, retomar o caminho”, finaliza o oficial.
http://www.diarioregionaljf.com.br/cidade/10226-chuvas-aumentam-nivel-do-rio-paraibuna-em-2-4-metros
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