30/06/2016 12h53 - Atualizado em 30/06/2016 12h53
Do G1 Zona da Mata
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Homem é suspeito de assediar jovem de 25 anos em ônibus
(Foto: reprodução/TV Integração)
O homem de 30 anos suspeito de abusar de uma jovem de 25 dentro de um ônibus em Juiz de Fora prestou depoimento na manhã desta quinta-feira (30) na Delegacia de Atendimento à Mulher. A investigação ocorre há uma semana, desde que a vítima reclamou que o homem a assediou dentro do veículo da linha 766, que faz o trajeto Zona Norte/Bom Pastor.
Nesta quinta-feira (30), o homem atendeu à intimação da Polícia Civil e compareceu para depoimento na unidade no Bairro Jardim Glória. Segundo a delegada Ione Moreira, apesar de negar, o relato dele confirmou indiretamente o abuso e reforçou a suspeita de mais vítimas. O suspeito também disse à polícia que dois motoristas já o colocaram para fora do ônibus.
"Ele disse que realmente gostava de pegar o ônibus desta linha e que, como era muito lotado, tinha que encostar nas mulheres. Ao mesmo tempo, ele afirmou que se pudesse voltar atrás, não faria, que se arrepende e que parou com isso porque a polícia estava sabendo da situação", explicou a delegada.
O suspeito foi liberado, mas a apuração do crime continua, com depoimentos de mais testemunhas e vítimas. Ione Moreira reforça que outras mulheres que sofreram constrangimento ou foram abusadas pelo suspeito devem comparecer à delegacia.
"A fala dele confirma a suspeita de mais vítimas. Todos os casos seriam sempre no mesmo ônibus. Precisamos que elas nos procurem e formalizem a denúncia para incluirmos nas investigações", ressaltou.
O prazo para conclusão do inquérito é de 30 dias. "Por enquanto, diante do andamento da investigação, o suspeito pode responder por crimes contra a dignidade sexual", disse a delegada.
Abuso e omissão
A administradora, que prefere não ser identificada, contou que estava a caminho do trabalho quando houve o assédio. "O ônibus estava cheio. Eu estava de pé e percebi que este rapaz estava atrás de mim. Senti em um momento que ele estava abusando de mim, se esfregou com vontade, sem discrição nenhuma. Me senti invadida", disse a jovem.
Embora outras pessoas estivessem perto, ela contou que não teve ajuda ao reagir gritando e xingando o assediador. "O motorista não parou. Quando saí do ônibus, um passageiro comentou comigo que o rapaz fechou o zíper depois que eu falei. Não sei se ele estava com a calça aberta. O ônibus estava cheio e não teve reação de outros homens e de outras pessoas. Foi só entre mim e ele. No momento a gente se sente muito sozinha, constrangida e fica com medo de fazer escândalo", lamentou.
Após o fato, a jovem afirma que não conseguiu registrar a ocorrência. Do trabalho, ela entrou no site da Polícia Militar (PM) para fazer o Boletim de Ocorrência (BO). Sem sucesso, procurou a sede da 30ª Companhia no Centro e a Delegacia de Polícia Civil, e também não deu certo.
"Pelo site, precisa preencher um campo específico a respeito do que ocorreu, mas não tem o campo para este tipo de denúncia de assédio. Fui pessoalmente à delegacia e lá informada de que eu tinha que ter parado o ônibus, pedido para o motorista aguardar e chamado a Polícia Militar", relatou.
A Polícia Militar (PM) informou que vai investigar o motivo de a jovem não conseguir fazer o Boletim de Ocorrência e a Viação São Francisco também vai apurar o caso.
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