sexta-feira, 1 de julho de 2016

Polícia Militar leva arte e cultura para estudantes em ação transformadora na prevenção de crimes

SEX 01 JULHO 2016 11:00 ATUALIZADO EM SEX 01 JULHO 2016 10:11

Divulgação/PMMG

Bandas formadas por jovens das comunidades multiplicam o alcance do Juventude e Polícia

Uma ação transformadora envolvendo música, teatro, dança e artes gráficas, voltadas para a juventude, está mudando a rotina e a realidade social em várias escolas estaduais e comunidades na capital mineira e no interior.

Na Escola Estadual Deputado Álvaro Salles, no bairro Trevo, em Belo Horizonte, por exemplo, uma vez por semana os alunos têm atividades artísticas e culturais realizadas pelo Juventude e Polícia, promovido pela Polícia Militar de Minas Gerais.

Esta ação, por meio do diálogo e do ensino, é uma arma contra o envolvimento dos jovens com drogas e violência. A iniciativa existe desde 2005 e já atendeu mais de 9 mil alunos da rede pública estadual e comunidades por meio do apoio realizado pela Associação Feminina de Assistência Social e Cultura, Escola Estadual Álvaro Sales (Afas), dentre outras instituições.

A convivência entre jovens com os militares em aulas de percussão, dramaturgia, canto e outras atividades está colaborando para a conscientização do papel da PMMG na comunidade e para a harmonia no ambiente escolar e comunitário, trazendo reflexos positivos no estímulo e prevenção contra o uso de drogas, abuso do álcool e envolvimento com a criminalidade.

Um dos objetivos centrais é estabelecer um diálogo permanente entre a polícia e a cultura jovem, permitindo aos jovens enxergarem os policiais como servidores e estabelecendo um relacionamento fundamentado na confiança, respeito aos direitos e humanização.

A iniciativa também busca promover o desenvolvimento e o exercício da cidadania e do protagonismo juvenil, além da redução de variáveis facilitadoras do crime e da desordem. Estas premissas compõem o eixo central e estruturante do serviço Juventude e Polícia.

“Conheci o serviço Juventude e Polícia em 2005 nas aulas de percussão ministradas na Escola Municipal Oswaldo Cruz, Comunidade da Ventosa em Belo Horizonte. O Serviço me ajudou a conhecer a atuação efetiva dos policiais e os policiais a conhecerem os jovens da comunidade. Isso facilitou o relacionamento pacífico e hoje os alunos estão mais inteirados de como a PMMG ajuda a combater o envolvimento deles em violências. O uso de drogas também está diminuindo nas escolas e nas comunidades por causa das palestras e oficinas de arte”,

Alexander da Silva Alfredo, morador da Ventosa, ex-aluno e atualmente multiplicador do Juventude e Polícia no Centro Mineiro de Referência e Resíduos e interior

O sargento Ademilson Pereira da Silva, coordenador geral, ressalta que a melhor ferramenta de combate ao uso de drogas e aumento da criminalidade é a prevenção.. “Contudo, não há como falar de prevenção sem envolver os jovens no processo, como os principais atores de transformação, pois eles estão dentro das comunidades, vivem a violência, as desigualdades e exclusão social”, diz.

Por isso, segundo o sargento, o sucesso do serviço Juventude e Polícia está na orientação e formação de jovens como agentes de reversão dos fatores de risco, ou seja, agentes protetores, estimulando valores e princípios de cidadania, compromisso, responsabilidade, estudo e trabalho.

“O Serviço Juventude e Policia me ajudou muito ao longo da minha vida, ajuda os jovens em suas etapas difíceis da vida, incentiva os jovens a crescer como pessoa. Me fez ser melhor do que eu era, agradeço aos instrutores/militares por todo apoio até hoje, pois eles são ótimos profissionais, ótimas pessoas, sempre amigos e companheiros. Todo jovem poderia participar do programa pois, nós jovens somos o amanhã."

Filipe Rodrigues da Silva, 16 anos, ex-aluno da Escola Estadual Dep. Álvaro Salles
Ação com jovens do Alto Vera Cruz, Granja de Freitas e Taquaril

De acordo com o sargento e coordenador operacional do serviço Juventude e Polícia, Cássio Johnny Tenório, a ação prega a paz social, pois são aulas práticas de Direitos Humanos da PMMG para uma atuação preventiva e educativa. “Com este trabalho conseguimos estabelecer um diálogo de aproximação, entre a polícia militar e a comunidade e orientar os jovens a dizer não às drogas e à violência”, enfatiza.

Igor Emanuel, 19 anos, residente no General Carneiro em Sabará brinca ao retratar o serviço. “Jovem e policial em manchete de jornal?” Sempre estou nos jornais e mídia, porém nas páginas de cultura, arte e ações preventivas. Isso é contrário do que se espera de um jovem negro residente em aglomerado que, na maioria das vezes, está nas páginas policiais como autor ou vítima de crimes”.

Além do Centro Mineiro de Referência e Resíduos, que recebe jovens das comunidades do Alto Vera Cruz, Taquaril, Granja de Freitas e entorno, outra referência de destaque é a Escola Estadual Deputado Álvaro Salles onde, atualmente, o uso de drogas e a violência é “quase zero”, segundo relato da diretora Vanessa Oliveira.

Ela explica que, na falta de um programa de prevenção permanente no currículo escolar, coube à educadora tomar a iniciativa de procurar a corporação. Ela também preside o Conselho Comunitário de Segurança Pública (Consep) 15, ligado à companhia da PM.

“Trabalhamos com meninos em situação de risco e o efeito dessa atividade é muito positivo. Os alunos fazem apresentações pela cidade, viram lideranças para os colegas e os pais nos dizem que o comportamento em casa melhora muito”, diz a diretora.

A realização de um trabalho permanente com palestras, trocas de ideias com os alunos e as ações que vêm sendo realizadas já pode ser considerada uma iniciativa de sucesso, com resultados amplos e uma maior conscientização e maior diálogo e sensibilização nas escolas.

O Juventude e Polícia também tem atuação em escolas estaduais, Centros de Referência em Assistência Social, e associações nas cidades de Sabará e Catas Altas, ampliando o programa para o interior do estado, descentralizando as ações de segurança, prevenção e proteção social.

As oficinas do Juventude e Polícia utilizam uma linguagem familiar aos jovens, emergindo experiências vivenciais. As temáticas trabalham a inclusão e acessibilidade aos bens culturais, promoção da cidadania, respeito aos direitos fundamentais e à dignidade humana, mediação e resolução de conflitos e mobilização comunitária.

O serviço também se desenvolveu em modalidades para atender a diferentes situações em que o Juventude e Polícia pode ser direcionado. As subcategorias se dividem em intervenções que são levadas às escolas e comunidades, além de blitzen educativas e preventivas (veja quadro abaixo).

Ações preventivas da PMMG
A Diretoria de Apoio Operacional da PMMG é a responsável pelos projetos de prevenção por meio da Adjuntoria de Prevenção ao Uso de Drogas e Proteção Escolar, onde ocorre a gestão do “Juventude e Polícia” e Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd).

Segundo o capitão Flávio Santiago, chefe da Sala de Imprensa da corporação, mais de 3 milhões de estudantes (do 5º a 7º ano do ensino fundamental) e pais já foram atendidos pelo Proerd em Minas Gerais.

Durante seis meses, militares vão às escolas, uma vez por semana, para ensinar aos alunos estratégias de boa conduta para afastá-los da violência urbana.

“Entre outras coisas, são passadas lições sobre os malefícios das drogas. Ensinamos como resistir à pressão dos grupos para o consumo”, destaca o capitão Santiago.

O programa é executado em escolas públicas, mas também é levado para as particulares, que manifestam interesse. Os militares deixam de ser vistos apenas como agentes repressores e se tornam referências dos estudantes.

“Em todo local que encontra facilidade, inclusive nas escolas, o traficante está presente. Ele entra, sobretudo, na ausência da família. O Proerd tem o papel se suprir essa ausência”, diz o oficial.

Os interessados em ações preventivas realizadas pela PMMG poderão fazer contato por meio do email: juventude-policia@pmmg.mg.gov.br ou pelo telefone 031-3071-2624.
Agência Minas

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