quinta-feira, 7 de julho de 2016

Debate sobre segurança em São João Nepomuceno aponta falta de efetivo

07/07/2016 09h48 - Atualizado em 07/07/2016 09h50

Do G1 Zona da Mata

Jovem foi morto em abril no Centro de São João Nepomuceno 
(Foto: Darlene Braga/Portal SJOnline)

Aumento do efetivo dos policiais militares e civis e melhorias na infraestrutura para trabalhar estão entre as reivindicações apresentadas pelos participantes da audiência pública que discutiu sobre a violência em São João Nepomuceno.

O encontro foi realizado pela Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em Belo Horizonte. Até maio de 2016, seis pessoas foram assassinadas na cidade e, segundo a Polícia Militar (PM), os crimes estão relacionados ao tráfico de drogas e brigas entre grupos rivais.

De acordo com a assessoria da ALMG, apenas a Polícia Militar (PM) não enviou representantes ao debate. O G1 entrou em contato com a 4ª Região da PM pedindo um posicionamento sobre os questionamentos apresentados e aguarda retorno.

Efetivo menor e falta de estrutura
Na audiência, os participantes denunciaram que a cidade, com população estimada em 25 mil habitantes, teve reduzido o efetivo da PM de 50 para 25 homens. E a cidade tem apenas um defensor público, como explicou o representante da Defensoria, Flávio Aurélio Wandeck Filho.

Segundo a Polícia Civil, há nove policiais e faltariam 20 investigadores porque a delegacia atende também Descoberto e Rochedo de Minas. Além da falta de pessoal, o delegado Adalto Corrêa disse que há um ano e sete meses o Estado não fornece combustível para abastecer as poucas e sucateadas viaturas.

O delegado-geral da cidade, Carlos Roberto da Silveira, acrescentou que nos últimos 11 meses foram registrados nove homicídios no município, dos quais dois somente no mês de janeiro deste ano. Ele disse que foram apurados seis homicídios, resultantes de brigas de gangues e relacionados ao tráfico de drogas. Segundo Carlos Roberto, todos os suspeitos identificados são reincidentes e muitos continuam soltos por causa da "legislação branda".

De acordo com representantes do Legislativo e do Executivo de São João Nepomuceno, as reivindicações englobam demandas de outros 12 municípios, que se reúnem desde fevereiro para debater a segurança na região.

Eles consideraram como agravante o plantão regionalizado da polícia, o que significa que as ocorrências de São João Nepomuceno precisam ser atendidas em Juiz de Fora, o que significa viagem de cerca de 70 quilômetros nos fins de semana e feriados.

Requerimentos para o governo
De acordo com a assessoria, após os debates na audiência, os deputados aprovaram requerimentos, entre eles para que o governo disponibilize efetivo policial para os municípios da região de São João Nepomuceno, com a aquisição de novas viaturas, inclusive veículos 4x4.

Também foi solicitada a disponibilização na região de vagas no sistema socioeducativo para conter a criminalidade juvenil e que o comando da 4ª Região Integrada de Segurança Pública (Risp) de Juiz de Fora realize operações conjuntas de repressão qualificada ao crime.

Foi assinado requerimento para que a Prefeitura de São João Nepomuceno implemente políticas públicas para prevenir a criminalidade e ainda, em parceria com o Estado, implante câmeras de vigilância.

Outros pedidos se referem à cidade de Mar de Espanha. Um solicita que o Estado mude a sede da Polícia Militar, atualmente junto à cadeia pública. Outro pede que o governo estadual evite o fechamento da cadeia pública da cidade.

De acordo com anúncio da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), a unidade está na primeira fase de transferência de custódia dos presos da Polícia Civil para o Estado. Desde 24 de junho, já corre o prazo para os presídios de Mar de Espanha, Pirapetinga e Rio Preto serem destativados e os detentos levados para outras unidades da Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi) na região.

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