PUBLICADO EM 05/05/16 - 03h00
ANGÉLICA DINIZ
Enquanto parte dos servidores públicos do Estado segue sem reajuste anual e recebendo seus provimentos parcelados, a Cemig, empresa mista de capital aberto controlada pelo governo de Minas, ignorando a crise financeira no Estado, turbinou os salários de toda a diretoria em 22,5% e em 36,6% para o presidente Mauro Borges.
Aprovado em assembleia geral dos acionistas da estatal no último dia 29, o salário do presidente saltará dos atuais R$ 44,2 mil para R$ 60,5 mil. Os diretores da companhia tiveram a remuneração reajustada de R$ 37 mil para R$ 46,5 mil.
Os conselheiros da Cemig também tiveram seus jetons aumentados este ano. Do total de 30 membros do Conselho de Administração, 28 deles são remunerados. Desses, 14 membros são efetivos e passarão a receber R$ 14,3 mil, o dobro do valor pago em 2014, que era de R$ 7.100.
Integram esse seleto grupo três secretários de Fernando Pimentel: Helvécio Magalhães (Planejamento), José Afonso Bicalho (Fazenda) e Marco Antônio de Rezende (Casa Civil). A outra metade do conselho é composta por suplentes, que recebem 80% do valor em caso de falta do membro efetivo.
Além dos 100% de reajuste nos jetons, o número de integrantes também dobrou em menos de dois anos do governo petista, segundo trecho da ata, que trata da remuneração dos conselhos e da diretoria estatutária. O documento mostra que o total de membros remunerados no Conselho de Administração era 14 em 2014, passando para 28 este ano. Segundo a Cemig, em 2015, passou-se a remunerar os conselheiros suplentes, “reconhecendo o esforço e o tempo dedicado à companhia”.
Já no Conselho Fiscal, os dez integrantes tiveram reajuste ainda maior: saltou de R$ 3.800 pagos aos membros efetivos em 2014 para R$ 9.500. Questionada se os demais funcionários da estatal foram contemplados com aumentos na mesma proporção, a Cemig, em nota, disse que, “no caso dos demais empregados, os salários são, em média, superiores aos do mercado. Já no caso de diretores e conselheiros, na média, os valores estão abaixo do praticado no mercado”.
Teto
Os três secretários estaduais, cujo salário gira em torno de R$ 10 mil, recebem jetons por participação em outros conselhos, além do pago pela Cemig. José Antônio Bicalho, da Fazenda, embolsa R$ 18 mil por ser presidente do conselho da estatal, mas tem participação ainda na Codemig, Taesa, MGI e MGS. Helvécio Magalhães e Marco Antônio de Rezende também recebem outras gratificações, fazendo com que o valor recebido no mês ultrapasse o teto constitucional dos servidores, que é de R$ 30,4 mil. Como jetom não é considerado salário, é permitido que os secretários recebam acima do teto.
Mais um
Além de secretários de Estado, o presidente da Companhia de Desenvolvimento de Minas (Codemig), Marco Antônio Castello Branco, também é membro do Conselho de Administração da Cemig.
http://www.otempo.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário