23/01/2015 às 16:16
Desmantelamento do modelo petista chega ao mercado de trabalho
É claro que o acúmulo de insucessos do petismo acabaria chegando ao emprego. E a coisa vai piorar. Assim como o tal “modelo” gerou um efeito positivo no mercado de trabalho — mas com prazo de duração —, o seu desmantelamento traria, igualmente, consequências.
Informa a VEJA.com: “O Brasil fechou 2014 com o pior resultado em criação de empregos desde 2002, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho (MTE) nesta sexta-feira. Foram criadas no ano passado aproximadamente 396.993 vagas de emprego, queda de 65% em relação a 2013, quando o saldo líquido foi de 1.138.562 postos de trabalho. O balanço do Caged aponta que o mercado de trabalho fechou 555.508 vagas em dezembro. Mesmo sendo um mês em que tradicionalmente há mais demissões que contratações, o número é o pior desde 2008 (corte de 654.946 postos). A mediana das estimativas de especialistas ouvidos pela agência Reuters era de fechamento líquido de 500 mil vagas em dezembro”.
Pré-pacotão
E notem que esses números dizem respeito a um país pré-pacotão. Neste 2015, virão os efeitos da recessão programada por Joaquim Levy — mas fiquem tranquilos que isso, um dia, passa… Também virão as consequências da elevação da taxa de juros — 1,25 ponto desde que Dilma foi reeleita.
E notem que esses números dizem respeito a um país pré-pacotão. Neste 2015, virão os efeitos da recessão programada por Joaquim Levy — mas fiquem tranquilos que isso, um dia, passa… Também virão as consequências da elevação da taxa de juros — 1,25 ponto desde que Dilma foi reeleita.
O mercado de trabalho é a última âncora que, digamos assim, segura o petismo. Os empregos que o seu modelo gerou sempre foram, no mais das vezes, de baixa qualidade, com baixa remuneração. Mas, claro!, melhor isso do que nada.
Como é mesmo aquela máxima da tautologia? As consequências sempre vêm depois! O “crescimento”, conforme o PT o planejou e executou, não era sustentável. Como sustentáveis não eram os seus efeitos. A falência de um modelo tardou a chegar ao mercado de trabalho, mas chegou.
Por Reinaldo Azevedo
23/01/2015 - às 16:05
País na pindaíba. Ou: A mistura do excesso de imaginação da heterodoxia burra com a falta de imaginação da ortodoxia acanhada
O déficit em conta corrente do Brasil em 2014 é o pior da história: US$ 90,94 bilhões. Corresponde a uma espécie de admissão da falência do modelo petista. O que foi que deu errado no jeitinho da companheirada de fazer as coisas? Praticamente tudo. O erro não é de operação, mas de teoria econômica.
A crítica não é nova, mas eles sempre deram de ombros. Era um modelo ancorado no consumo, que transformou em cocô — literalmente — a oportunidade que as circunstâncias externas abriram ao país: commodities nas alturas, gerando superávits que poderiam ter sido usados para modernizar a economia. Lula e os petistas, com o aplauso dos tolos, resolveram torrar tudo no consumo. Como, na outra ponta, fazia a vontade de alguns ortodoxos de manual, parecia a descoberta da nova pólvora. Enquanto isso, a indústria caminhava para o buraco. Agora que as commodities despencaram, fazer o quê?
Vão conseguir arrumar a bagunça metendo o país em recessão (e vem recessão)? Acho que não. Agora se juntaram o excesso de imaginação da heterodoxia burra do PT com a falta de imaginação da ortodoxia acanhada.
Trato desse assunto na minha coluna na Folha. Vai mais um trecho:
“Criou-se a versão falsa de que Mantega é que atrapalhou tudo. Ora… Ele não tinha pensamento econômico nenhum, como não tem Levy. Nem um nem outro foram eleitos pra coisa nenhuma. Cada um, a seu tempo, atende ao conjunto das forças que se mobilizaram para dividir o butim –inclusive e muito especialmente os potentados da iniciativa privada que, na maioria das vezes, gostam mesmo é das tetas do Estado. O resto dos brasileiros tem de fundar o MST: o Movimento dos Sem-Teta.”
“Criou-se a versão falsa de que Mantega é que atrapalhou tudo. Ora… Ele não tinha pensamento econômico nenhum, como não tem Levy. Nem um nem outro foram eleitos pra coisa nenhuma. Cada um, a seu tempo, atende ao conjunto das forças que se mobilizaram para dividir o butim –inclusive e muito especialmente os potentados da iniciativa privada que, na maioria das vezes, gostam mesmo é das tetas do Estado. O resto dos brasileiros tem de fundar o MST: o Movimento dos Sem-Teta.”
Por Reinaldo Azevedo
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