Carlos Chagas
Apesar da teoria da relatividade de Albert Einstein misturar tempo e espaço, pelo menos fora da órbita do planeta Terra, a verdade é que o tempo, para nós aqui em baixo, parece um só. Assim, fica difícil aceitar a afirmação do presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, de que o tempo da Justiça é diferente do tempo do Congresso.
Como conclusão, ambos os poderes estão atrasados com relação às suas obrigações e à opinião pública: a maior corte nacional de Justiça, por guardar segredo do nome dos deputados, senadores, governadores e ministros envolvidos na tramoia da Petrobras. O Legislativo, por não investigar e abrir processo de cassação contra eles.
O cidadão comum aguarda ansioso a divulgação dos nomes dos políticos que receberam dinheiro podre dos ladrões da estatal, diretores e empreiteiras, Assim, espera-se que o Supremo inicie o julgamento e, provavelmente, a condenação desses maus representantes do povo, ao tempo em que, em paralelo, Câmara e Senado decidiriam nos respectivos Conselhos de Ética sobre a perda de mandatos dos implicados.
Falta o quê, nessa equação? Tempo não pode ser. As atribuições dos dois poderes são conhecidas e permitem a ação imediata. Faltaria vontade política?
Mesmo que as denúncias atinjam a metade dos deputados eleitos, alguns senadores, governadores, ministros e ex-ministros, não dá para protelar os procedimentos. A impunidade, com raras exceções, tem sido constante nos negócios entre o poder público, suas empresas, a atividade privada e a representação eleitoral. A hora é de um basta nessas liberalidades. A cadeia chegou para os dirigentes da Petrobras e os responsáveis pelas empreiteiras. Faltam os políticos.
QUEM TEM RAZÃO
No palácio do Planalto, prevalece a frase de um senador da Roma Antiga diante da exigência do imperador Adriano a respeito de determinada lei não poder ser aprovada. Disse o tal Favorino na hora da decisão: “qualquer homem que tiver atrás de si trinta legiões não pode deixar de ter razão…”
É dentro desse raciocínio que a presidente Dilma e seus auxiliares imaginam conseguir o governo livrar-se da mancha dos escândalos na Petrobras. Eles detém o poder, que conforme o Conselheiro Acácio disse pela pena de Eça de Queirós: “O poder é muito poderoso!”
Será mesmo?…
Carlos Chagas
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