JUIZ DE FORA - 1/9/2014 - 11:40
Notícias de: FUNALFA
Cerca de mil e quinhentas pessoas prestigiaram os espetáculos do 8º Festival Nacional de Teatro de Juiz de Fora no final de semana. O drama “O Tempo e os Conways”, do grupo Casa da Gávea, do Rio de Janeiro, abriu o evento e foi apresentado em duas sessões, no sábado e domingo, no Centro Cultural Bernardo Mascarenhas (CCBM), enquanto a comédia “Calango deu! Os causos da Dona Zaninha”, da Cia. Caititu, também do Rio, foi aplaudida de pé, domingo, no Cine-Theatro Central. Ainda no domingo, o grupo Giramundo Teatro de Bonecos, de Belo Horizonte, apresentou a peça infantil “Pedro e o Lobo”, no Teatro Solar.
Com texto de J. B. Priestley, escrito na década de 1930, e direção de Vera Fajardo, “O Tempo e os Conways” levou o público a refletir sobre a passagem do tempo, a busca da felicidade e a interferência do destino em nossas vidas. O professor argentino Juan Recchia, 26 anos, estava entre os espectadores. Prestigiando o festival pela primeira vez, ele comentou que pretende aproveitar as atrações que vão acontecer durante toda a semana. Também na plateia do CCBM, a estudante Indianara Silva, 28 anos, falou de sua expectativa com o festival. “Estudo teatro e quero aprender com os espetáculos. A programação está diversificada, o que é bom porque abrange diferentes públicos,” declarou.
“Para nós foi uma honra e uma surpresa abrir o Festival de Teatro de Juiz de Fora. Agradeço a energia deste público e a interferência positiva dela. O teatro é vivo. Cada apresentação é única, muda conforme a participação da plateia. Foi um prazer enorme estar aqui”, declarou a diretora Vera Fajardo.
Já no Central, a juiz-forana Susana Nascimento deu um show de interpretação. Com a frase: “As histórias sobrevivem a nós e ao tempo. Basta a gente contar”, ela encerrou o espetáculo “Calango deu! Os causos da Dona Zaninha” e resumiu a proposta do monólogo. Conduzida de forma autoral, a montagem é uma espécie de colcha de retalhos, reunindo causos e músicas e celebrando a cultura popular mineira. “A minha alma está derramada neste espetáculo. Foram cinco anos de pesquisa. Além disso, é bom demais voltar para minha cidade, falando sobre nós”, contou a atriz, radicada no Rio de Janeiro.
“Susana sempre demonstrou interesse pelo teatro. Nossa família é do Bairro Ipiranga, e, desde cedo, ela participava de atividades na igreja. Gostava de fazer arte. Quando decidiu largar a Faculdade de Comunicação para fazer teatro em Niterói e no Rio, ficamos apreensivos, mas apoiamos. Sabíamos do talento dela,” declarou o pai da atriz, José Mesquita do Nascimento, 68 anos, sem disfarçar o orgulho. O mesmo sentimento estava estampado nos rostos da mãe Irene, 64 anos, e da avó de Mariana, 84 anos, que também prestigiaram a apresentação.
Já a aposentada Glória Duídes, 74 anos, declarou ter se identificado com a peça. “Sou nascida e criada na roça. As histórias que Dona Zaninha contou aí são as minhas histórias. De certa forma, eu estava no palco,” afirmou. “Ri do início ao fim, não conhecia a atriz, nem sabia que era daqui, mas é nota dez”, afirmou o autônomo Ricardo Duarte, 37 anos.
Conforme Susana, a peça já passou por cerca de 15 cidades em cinco estados. “Estava ansiosa para trazer o espetáculo para Juiz de Fora. Estar aqui é a realização de um sonho. Eventos como o festival são fundamentais para criar novas plateias, além de abrirem a possibilidade de encontro e troca entre as pessoas da área.”
O 8º Festival Nacional de Teatro de Juiz de Fora continua até 7 de setembro. Os ingressos para espetáculos em locais fechados podem ser trocados por livros de literatura em bom estado, das 9 às 19 horas, no Centro Cultural Bernardo Mascarenhas (CCBM).
* Informações com a Assessoria de Comunicação da Funalfa – 3690-7044.
Portal PJF
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