segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Deputado Roberto Jefferson é levado para presídio em Niterói, no RJ

24/02/2014 
Káthia Mello e Marcelo Elizardo
Do G1 Rio
Van da Seap chegou com Roberto Jefferson no presídio às 20h30 (Foto: Káthia Mello / G1)

O ex-deputado Roberto Jefferson, delator do esquema do mensalão, foi levado pouco antes das 20h desta segunda-feira (24) do Complexo de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste do Rio, para um presídio em Niterói, na Região Metropolitana. Segundo a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), ele vai ficar detido na Casa do Albergado Coronel PM Francisco Spargoli Rocha, onde chegou às 20h30.

Preso em sua casa, em Levy Gasparian, no sul do estado, ele chegou à capital em um carro da Polícia Federal, às 15h30, passou por duas baterias de exames e por um triagem penitenciária antes de ir para o presídio em que cumprirá pena de sete anos em regime semiaberto — pode sair durante o dia para trabalhar e volta para dormir na cadeia.

Sempre acompanhado do advogado, Marcos Pinheiro Lemos, ele fez exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML), antes de ir a Água Santa e dar entrada, às 16h15, no Presídio Ary Franco, porta de entrada do sistema penitenciário do Rio.
Jefferson deixou a sua residência num carro da PF após ser preso em casa em Levy Gasparian (Foto: Marcos de Paula/Estadão Conteúdo)

Uniforme e cabelo cortado
Às 17h10, já com o uniforme verde da Seap e de cabelo cortado, Roberto Jefferson, em tratamento contra um câncer, passou por uma avaliação médica na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Dr. Hamilton Agostinho Vieira de Castro, em Gericinó. A chegada à unidade foi às 17h45 e a saída, às 19h50, já rumo a Niterói.

A Casa do Albergado Coronel PM Francisco Spargoli Rocha foi inaugurado há 4 anos, com capacidade para 250 internos, distribuídos em sete celas coletivas. O valor total da obra foi de R$ 680 mil, segundo dados do Governo do Estado.

Condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 7 anos e 14 dias de prisão no julgamento do mensalão, Jefferson assinou o mandado de prisão às 12h21. Cerca de meia-hora depois, às 13h05, acompanhado de policiais federais, conversou com jornalistas em frente à casa onde mora. Em seguida, retornou para almoçar, e, às 14h, foi levado em um carro da PF para o Rio.

O STF havia determinado a prisão na sexta-feira (21), mas a polícia aguardava receber o mandado com a ordem, o que ocorreu no fim da manhã desta segunda. Ao longo do fim de semana, agentes da Polícia Federal fizeram plantão em frente à casa de Jefferson. O ex-deputado chegou a oferecer a impressora para os agentes caso precisassem imprimir o mandado de prisão.

No domingo (23) pela manhã, Jefferson saiu para um passeio de moto, que durou cerca de três horas e meia. Ao voltar para casa, disse aos jornalistas que estava "desfrutando" os últimos momentos de liberdade.
Mandado de prisão de Roberto Jefferson (Foto: Cibele Moreira/TV Rio Sul)

Na sexta-feira, o presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, determinou o cumprimento da pena de Jefferson e negou pedido de Jefferson para que ele cumprisse a pena em casa. O ex-deputado argumentou que precisa de cuidados médicos especiais porque ainda está em tratamento contra um câncer no pâncreas. Com a prisão domiciliar negada, terá de cumprir a pena em um estabelecimento prisional, em regime semiaberto.

Quando pediu para cumprir regime domiciliar, o ex-deputado informou ao Supremo que queria permanecer na cidade onde mora. Em razão disso, Joaquim Barbosa pediu informações ao Tribunal de Justiça do Rio para saber se os presídios do estado tinham condições de receber o condenado em razão dos problemas de saúde. O tribunal respondeu que sim.

19º preso do mensalão
Jefferson será o 19º preso do processo do mensalão. Dos 25 condenados, 20 tiveram prisão decretada, mas um deles, Henrique Pizzolato, fugiu para Itália. Pizzolato está detido desde o dia 5 de fevereiro na Itália e o Brasil deverá pedir a extradição na semana que vem para que a pena seja cumprida em território brasileiro.

Outros três cumprem pena alternativa e dois aguardam resultado de recursos, mas não serão presos porque tiveram penas menores de quatro anos, quando é possível converter a punição em prestação de serviço ou pagamento de multa.

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