A maior herança que nós pais podemos deixar para nossos filhos e netos não são as coisas materiais, passageiras e terrenas. O que realmente importa, e que ninguém pode nos tirar independentemente de crise econômica e enchentes é a educação e a formação do ser humano.
Tudo que ensinamos, desde a educação primária até a superior, não pode ser roubado de ninguém.
Queres deixar um presente para alguém para a vida toda. Não compre carro ou apartamentos, dê educação da melhor qualidade, pois, com ela, seus filhos poderão adquirir os bens materiais que desejarem por conta própria, seguirão o caminho traçado por eles mesmos, mas com uma bagagem invejável.
Outro bem que podemos deixar é a formação como ser humano. As crianças tentam imitar os pais, apesar dos nossos defeitos. Acredito que um dos bens mais valiosos que o ser humano pode ter é a sua palavra e o seu nome.
A expressão “fio do bigode” surgiu há muito tempo e consistia em garantir a palavra com um fio do próprio bigode.
A palavra bigode é de origem incerta, mas pode ter vindo de uma antiga expressão alemã pronunciada em juramentos: “bi gott”, ou seja: “por Deus”.
Um fio de bigode vale mais do que qualquer contrato escrito, palavra dada é palavra de honra, palavra de cavalheiro.
Um grande exemplo brasileiro foi Visconde de Mauá, que se tornou o homem mais rico do Brasil de sua época. Como era liberal, abolicionista e contra a Guerra do Paraguai, foi vítima de perseguição política pelo Império e faliu.
Ao invés de deixar os credores na mão, vendeu todos seus bens, pagou a todos, limpou seu nome e recomeçou, com a cabeça erguida.
No mundo atual, vemos que a lei que impera não é a do fio do bigode, mas a lei de Gerson: “O mais importante é levar vantagem em tudo, certo?”
Num país repleto de escândalos, ao invés de “vou-me embora pra Pasárgada”, como nosso saudoso Manuel Bandeira escreveu, podemos ensinar a nossas crianças o valor da ética e moral, demonstrando com nossos exemplos o que é correto; criando um novo país, berço de nossos netos.
* Humberto Thormann Bez Batti é Cirurgião Plástico e Mestre em Saúde e Meio Ambiente. Esse artigo foi publicado em A Notícia de Joinville em 16 de maio de 2.009.
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