12/08/13
RICARDO VASCONCELOS
Considerado rígido e exemplar pelos colegas de trabalho quando o assunto era a prisão de criminosos, assim como rege o juramento da Polícia Militar. O que eles não sabiam é que por trás dessa imagem existe um homem suspeito de planejar e executar ataques a caixas eletrônicos, na região metropolitana de Belo Horizonte. As informações são da Divisão Especializada de Operações Especiais (Deoesp), que nesse domingo prendeu o cabo Gilberto Francisco da Cruz, de 49 anos.
Conhecido como "Gilberto Bomba" – apelido recebido após colocar um suposto explosivo no Hospital Regional de Betim, na região metropolitana -, ele foi preso na sede da Academia da Polícia Militar, no bairro Prado, na região Oeste da capital, onde fazia curso de sargento. Segundo a Deoesp, a prisão aconteceu cerca de 12 horas após o último crime praticado pelo cabo, um em uma agência do Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob), em Igarapé, na região metropolitana.
Em um trabalho conjunto com a Promotoria de Combate ao Crime Organizado, a Deoesp já investigava a atuação da quadrilha de Cruz. Na noite de sábado, a Divisão recebeu a informação de que os criminosos iriam atacar o banco de Igarapé. De posse das informações, os policiais seguiram para o local e ficaram monitorando os suspeitos. Foi nessa hora que surgiu Gilmar de Souza Meira, de 36 anos, o Paulista. De frente ao banco, ele conversava com outros suspeitos, que estavam em um Gol. Durante todo momento, também falava ao telefone com o cabo da PM.
Segundo a Polícia Civil, “o PM usava dos recursos a ele (Cruz) confiados pelo Estado, rádio PMMG entre outros, para observar e monitorar dos arredores de locais de crime, para a quadrilha, avisando-a de provável aproximação de viaturas policiais, bem como onde se encontravam na hora do roubo”. Em um determinado momento, o alarme do banco disparou e dois suspeitos saíram correndo da agência, entrando no carro, que saiu em alta velocidade. Os suspeitos tentaram arrombar os caixas usando máquinas de serra industrial, abandonadas no local.
Quase uma hora depois, os policiais conseguiram abordar o carro, em uma rua de Igarapé. Na direção estava um rapaz identificado apenas como Diego Henriques, acompanhado de sua namorada. No veículo foram encontradas toucas ninjas e luvas. Em conversa com os policiais, ele revelou que havia emprestado o carro para um amigo, Pedro Afonso, que teria demonstrado nervosismo ao devolver o veículo. Os dois rapazes e a garota, que não teve o nome revelado, foram encaminhados à Deoesp. Como não ficou comprovada a participação do casal, eles acabaram liberados. Afonso e "Paulista", que também foi preso em flagrante, foram encaminhados ao Ceresp Gameleira.
Jornal O Tempo
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