terça-feira, 16 de julho de 2013

Policiais são presos acusados de receber dinheiro de traficantes

Edição do dia 15/07/2013
16/07/2013 - Atualizado em 16/07/2013 
Renata Cafardo
São Paulo, SP

Policiais civis de São Paulo do setor de combate ao narcotráfico foram presos nesta segunda-feira (15) acusados de ligações com os bandidos que deveriam perseguir. Foram expedidos 13 mandados de prisão contra delegados, investigadores, escrivães e carcereiros. Onze são de São Paulo e dois de Campinas.

Sete policiais foram presos em casa e levados para a Corregedoria da policia. Segundo o Ministério Público, eles têm envolvimento com Wanderson de Paula Lima, o Andinho, condenado a mais de 400 anos de prisão por tráfico de drogas e sequestros. Desde 2002, ele está no presídio de segurança máxima de Presidente Wenceslau.

Um dos presos nesta segunda-feira (15) é o chefe do setor de inteligência do Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico (Denarc). Segundo o promotor que investigou o caso, vários crimes foram cometidos pelo grupo.

“Os crimes investigados vão desde formação de quadrilha armada passando por corrupção ou tortura até extorsão mediante sequestro. Alguns praticaram vários, alguns praticaram apenas alguns. E o trabalho do Ministério Público e da Corregedoria é justamente tentar dosar essa responsabilidade, aferir o que exatamente cada um desses policiais fez”, diz o promotor Amaury Silveira Junior, as Secretaria de Segurança Pública.

Seis traficantes também foram presos com drogas e dinheiro do crime em Campinas e Serrana, no interior paulista. Um dos detidos é Flaviano de Oliveira, considerado braço direito de Andinho. Ele é suspeito de ameaçar promotores de morte.

Depois das prisões, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo anunciou que irá reestruturar e modernizar o Denarc. Segundo o delegado geral da Polícia Civil, a ideia é fazer ajustes e rever procedimentos de trabalho no departamento que foi criado há 25 anos.

“Há necessidade de ajustes estruturais, há necessidade de ajustes na filosofia de trabalho que está se executando por esse departamento”, diz Maurício Blazeck, delegado-geral da Polícia Civil.
Jornal da Globo

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