29/07/2013
Tabata Martins, do R7 MG
Kellen Cristina alegou que ex tentou estuprá-la. Correio de Uberlândia/Reprodução
Carro do cabo assassinado foi totalmente queimado - Correio de Uberlândia/Reprodução
Um cruel crime passional chocou os moradores de Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Um cabo lotado na 158ª Companhia do 17º Batalhão de Polícia Militar da cidade foi assassinado e queimado pela ex-mulher, que é ex-policial militar.
O crime ocorreu na noite do último sábado (27), mas só foi descoberto nesse domingo (28), quando o Peugeot 206 Passion do cabo foi achado totalmente queimado perto da companhia onde ele trabalhava. O corpo carbonizado de Silas Bonifácio da Silva, de 45 anos, foi localizado dentro do porta-malas do carro e estava irreconhecível.
De acordo com a assessoria de imprensa da PM de Uberlândia, o veículo da vítima foi encontrado por companheiros de trabalho de Silas, que confirmaram a suspeita de que o policial havia sido assassinado consultando a placa do veículo. Em seguida, os militares foram até a casa do cabo, onde não o encontraram e atestaram que o corpo localizado carbonizado era dele. Desta forma, os colegas de Silas foram até a casa da ex-mulher dele, Kellen Cristina do Carmo Alves, de 34 anos, para avisar sobre a morte do cabo. No entanto, assim que foram recebidos pela ex-soldado, os militares perceberam que ela estava com os braços e o rosto queimados.
Ao ser questionada sobre a origem dos ferimentos, Kellen, que tem dois filhos, de 3 e 10 anos, com o cabo, alegou que havia queimado ao mexer na churrasqueira da sua casa, que fica no bairro Tibery. No entanto, após longa conversa com os colegas do ex-marido, a mulher acabou confessando o crime e foi presa e encaminhada à Delegacia de Polícia Civil de Uberlândia.
Durante depoimento, Kellen afirmou que agiu em legítima defesa e ainda contou ao delegado que o crime ocorreu depois que Silas foi até a sua residência no sábado a noite para entregar um dos filhos do casal. Segundo a detida, depois de pegar criança, ela convidou o cabo a permanecer no imóvel, onde ele tomou vinho na companhia da ex-mulher e foi embora horas depois. No entanto, ainda conforme relatos de Kellen, o cabo retornou à casa onde morava com a famlía antes da separação e convidou a ex para dar uma volta de carro. A ex-soldado aceitou o convite e o casal seguiu em direção à uma área afastada da cidade, perto do bairro Jardim Ipanema. Nesse local, conforme alegação de Kellen, o cabo teria tentado fazer sexo à força com ela, que achou um fio no chão, o enforcou e jogou o corpo dentro do porta-malas, onde encontrou um isqueiro e uma garrafa de álcool e resolveu queimar o veículo e o cadáver antes de fugir.
Depois de ser ouvida, a ex-soldado foi autuada em flagrante e levada ao presídio Professor Jacy de Assis.
Ainda no distrito policial, o advogado de Kellen questionou o delegado o motivo pelo qual Silas guardava um garrafa de álcool e um isqueiro dentro do porta-malas do carro dele e chegou a dizer que, provavelmente, o cabo pretendia matar a sua cliente. Assim, a versão da presa e do seu defensor serão investigadas.
A separação
Kellen e Silas deram fim ao casamento de muitos anos há poucos meses e, de acordo com afirmações de parentes aos policiais que atenderam a ocorrência, o casal brigava muito em relação à divisão de bens de uma empresa que Kellen abriu há um ano, quando deixou a carreira militar para se dedicar aos negócios.
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