INFORMAÇÃO À MINISTRA
Ricardo Setti
Aviso à Ministra dos Direitos Zumanos: a pátria macunaímica ainda não é Venezuela
A presidente Dilma subiu alguns tons em relação ao fato, mas no final das contas teve razão ao classificar, hoje, como “desumano e criminoso” o boato sobre a suposta extinção do Bolsa Família que levou a uma correria de gente desesperada a agências da Caixa Econômica Federal.
Boatos são um fator extremamente pernicioso quando causam temor, angústia, ansiedade ou prejuízos de qualquer natureza às pessoas.
Agora, o que dizer sobre autoridades supostamente responsáveis que, sem qualquer base na realidade, sem qualquer informação concreta, sem qualquer parcela da seriedade que exige o cargo que ocupam, se encarregam de divulgar um boato mentiroso sobre o boato?
É o caso da ministra dos Direitos Humanos – justamente dos direitos humanos! -, Maria do Rosário, segundo a qual a origem da correria às agências da Caixa foi causada por uma “central de boatos da oposição”.
Pronto. Resolvida a questão. De forma rápida, e inteiramente leviana – uma vez que a presidente Dilma mandou que a Polícia Federal investigasse a origem do boato –, a ministra Maria do Rosário já decidiu: foi a “central de boatos” da oposição a culpada.
Faltaram, porém, pequenos detalhes na “informação” caluniosa prestada pela ministra por sua conta do Twitter:
Que partidos compõem a “central de boatos” da oposição?
Quem a opera?
Onde ela opera?
Como ela opera?
Quais as evidências que a ministra possui da simples existência dessa “central”?
Não existem respostas a essas perguntas por uma questão simples: a oposição, que mal consegue exercer seu papel institucional no Congresso Nacional, não dispõe de qualquer central de boatos. Nem os mais hidrófobos adversários dos partidos de oposição, antes da declaração da ministra, afirmaram qualquer coisa nesse sentido.
Culpar a oposição por esse tipo de reação da sociedade é coisa da Venezuela do falecido caudilho Hugo Chávez.
Inventar fantasmas conspiratórios é coisa da Venezuela do títere do falecido caudilho Hugo Chávez, o novo presidente Nicolás Maduro.
A notória admiração que o lulopetismo nutre pelo regime podre que governa a Venezuela, certamente compartilhada pela ministra Maria do Rosário, parece havê-la contaminado com costumes péssimos instituídos pelo chavismo.
Então é necessário refrescar a memória da ministra e informá-la, alto e bom som: Excelentíssima Senhora Doutora Ministra Maria do Rosário, o Brasil não é – e não deixaremos que seja – uma Venezuela, não, senhora.
Entendido?
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