segunda-feira, 13 de maio de 2013

Dilma pede ao presidente alemão auxílio para a Comissão da Verdade

13/05/2013 
Roney Domingos
Do G1 São Paulo
Dilma ao lado do presidente alemão Joachim Gauck durante declaração conjunta
(Foto: Roney Domingos / G1)

A presidente Dilma Rousseff disse nesta segunda-feira (13) que pediu ao presidente da Alemanha, Joachim Gauck, colaboração do governo alemão para os trabalhos da Comissão Nacional da Verdade, que apura violações aos direitos humanos no Brasil entre 1946 e 1988, período que inclui a ditadura militar (1964-1988). A presidente se reuniu com o líder alemão em São Paulo, onde ambos participam da cerimônia de abertura do 31° Encontro Econômico Brasil-Alemanha.

"Tenho grande admiração pelo seu [de Gauck] ativismo e trabalho para promover a verdade e a reconciliação na Alemanha reunificada. Inclusive pedi a ele o acesso a eventuais arquivos existentes na Alemanha que possam beneficiar nos trabalhos da Comissão da Verdade", afirmou a presidente em discurso.

Dilma também defendeu o aprofundamento das relações comerciais entre Brasil e Alemanha. "Reiterei ao presidente Gauck meu desejo de aprofundar a parceria estratégica que Alemanha e Brasil mantêm entre si desde 2002. A Alemanha foi em 2012 o quarto parceiro comercial do Brasil e o maior parceiro do Brasil na União Europeia [...] Nós precisamos continuar a aumentar os fluxos recíprocos de comércio e investimento entre os nossos dois países. É importante também intensificar nosso intercâmbio comercial", disse Dilma.

Já o presidente alemão, em sua fala, comentou que conversou com a presidente Dilma sobre os portos brasileiros. Para esta segunda, está marcada uma sessão na Câmara para votar a MP dos Portos, medida editada pelo governo que pretende criar um novo marco regulatório para o setor. A votação é importante para o governo porque a MP perde a validade se não for aprovada no Congresso até quinta-feira (16).

"A presidente falou na questão dos portos brasileiros, algo que esta sendo tratado agora no Congresso brasileiro. É uma contribuição para a melhoria do clima de investimentos no país", afirmou o presidente alemão.

Ao final, Gauck disse que, na Alemanha ouviu falar em eventuais problemas entre a presidente Dilma Rousseff e a chanceler alemã, Angela Merkel.

"Na Alemanha eu ouvi falar sobre problemas eventuais entre a chanceler e a presidente e eu, claro. Não sabia o que me esperava, mas para minha grande surpresa uma presidenta calorosa também transmitiu calorosos cumprimentos à chanceler, uma presidenta que está convencida das qualidades humanas e da competência de nossa chanceler e que não tem problema nenhum de mandar esses cumprimentos", afirmou.

Ele tambem disse comemorar o fato de o embaixador Roberto Azevêdo estar prestes a assumir o posto mais importante na Organização Mundial do Comércio.

"Os europeus tinham tomado uma outra posição e era importante para os europeus votarem unanimemente, mas isso não significa que não saibamos da elevada qualidade e competência do embaixador Roberto Azevêdo."

Ex-comissário federal responsável pelos arquivos da polícia secreta durante a ditadura comunista, o presidente alemão cumprimentou Dilma por ter instituído uma Comissão Nacional da Verdade para apurar crimes cometidos contra civis durante a ditadura militar brasileira.

O presidente da Alemanha agradeceu a presidente Dilma pela proteção das florestas brasileiras e pelo Código Florestal.

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