19 de Abril de 2013 - 16:50 - Juiz de Fora
Por Sandra Zanella
Pessoas eram ameaçadas com rojões no local
Uma operação conjunta, envolvendo 45 policiais civis e militares, foi desencadeada nesta sexta-feira (19) no condomínio residencial Araucárias, no Sagrado Coração de Jesus, Zona Sul. A manobra aconteceu após um homicídio no fim de março e uma série de episódios de violência, como brigas de jovens rivais, muitos deles munidos com paus, pedras e armas de fogo. Na tentativa de apreender materiais ilícitos, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão em apartamentos. Havia também um mandado de prisão, mas o suspeito não foi localizado. Um rapaz, 21 anos, foi flagrado com um simulacro de arma de fogo e conduzido à 1ª Delegacia de Polícia Civil, onde foi ouvido e liberado.
Os trabalhos foram coordenados pelo 27º Batalhão da PM e pelos titulares da 1ª Delegacia, Eurico da Cunha Neto e José Márcio Carneiro. Segundo eles, os mandados foram solicitados após investigações, que contaram com análise de imagens de conflitos envolvendo moradores do Vale Verde e do Araucárias. Nas gravações, pessoas são ameaçadas com rojões dentro do condomínio e telhados são quebrados a pedradas. Apesar de apenas um simulacro ter sido apreendido, a Polícia Civil acredita que o propósito da manobra foi cumprido.
"O objetivo principal era mostrar a presença das polícias, porque as pessoas de bem têm que saber que não estão abandonadas", disse Eurico. "Com o homicídio no condomínio, os principais traficantes e homens que praticavam atos de violência deixaram o local", completou José Márcio. O assassinato aconteceu no dia 26 de março, quando um morador, 20, foi morto com um tiro no peito dentro de um apartamento. A motivação do homicídio seria uma desavença antiga entre a vítima e um ex-morador do residencial que teria ido até lá para um acerto de contas. Dois suspeitos do crime ainda não foram capturados.
Em relação ao simulacro de arma de fogo apreendido, os delegados acreditam que o objeto poderia estar sendo usado em assaltos. "O rapaz é um ajudante de pintor e disse que havia achado a arma de brinquedo coberta por meia e que ficou com ela porque estava sofrendo ameaças", contou José Márcio. Para ele, as causas dos confrontos no Araucárias vão além do fato de moradores de vários bairros, muitos deles rivais, terem ido para o mesmo endereço. "Existe um clamor muito grande para que a situação de violência não se agrave, porque o residencial estava se tornando um ambiente sem lei. Em Juiz de Fora, esse tipo de criminalidade vertical é um fato novo. Mas estamos mostrando que estamos atentos, e a PM também vem fazendo um trabalho constante."
A investida no Araucárias fez parte da operação "Fecha região", realizada entre quinta-feira (18) e sexta (19), com abordagens a pessoas e veículos suspeitos, além da ocupação de pontos estratégicos por equipes da 269ª Companhia da PM, responsável por parte da Zona Norte, e da 32ª Cia, que atua na Zona Sul. Essa última também realizou ações no Vale Verde na sexta e no entorno do Araucárias, resultando na apreensão de pequenas porções de drogas.
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