sábado, 13 de abril de 2013

Petismo – amoral no princípio e imoral na prática

13/04/2013  às 5:00
O PT decidiu colher assinaturas para uma emenda de inciativa popular propondo o financiamento público de campanha. Já escrevi a respeito. É um modo, sustento, de tentar engolir os amigos, especialmente o PMDB. Explico no artigo por quê. Mas o partido não para por aí. Decidiu dar início a uma campanha publicitária contra a corrupção. A cúpula discutiu ontem a iniciativa, informa a reportagem da Folha. Presentes ao encontro, José Dirceu e José Genoino. A cara de pau dos petistas não tem paralelo na história. Duvido que alguém consiga repetir esses prodígios. É impressionante mesmo!
Os petistas vão sustentar que é o financiamento privado de campanha a mãe de todas as corrupções. Trata-se de uma mentira deslavada. Quando se é corrupto e se está no governo, as possibilidades são infinitas. O financiamento de campanha é café pequeno caso se considere o volume de recursos movimentado pelo governo — ou pelos governos. Quer dizer, então, que não pode haver safadeza, por exemplo, numa obra do PAC fora de período eleitoral? Será mesmo que os superfaturamentos que estão por aí apenas compensam doações eleitorais? Essa é uma das maiores lorotas das que estão aí no mercado de ideias. Considerem: uma simples dispensa de licitação pode render o valor correspondente a centenas de doações.
Vejam (em vermelho) como termina a reportagem da Folha:
O partido pretende coletar, até fevereiro, cerca de 1,5 milhão de assinaturas para apresentar o projeto [de financiamento público].
Estão previstos, no dia 16, quatro eventos, em Minas Gerais, no Distrito Federal, no Rio de Janeiro e em São Paulo — este último com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na comemoração do aniversário do Sindicato dos Bancários.
Fabuloso! O PT vai fazer uma campanha publicitária contra o financiamento privado de campanha e coordenar a emenda da falsa “iniciativa popular” — já que será um trabalho partidário.
Um dos eventos contra o financiamento privado será feito junto com a comemoração do aniversário do Sindicato dos Bancários. Ora, por definição, um sindicato reúne trabalhadores das mais diversas colorações políticas. Por que atrelar a festividade ao petismo? Porque é uma franja do partido.
Escrevi no texto em que critico a proposta petista (em azul):
(…) se o PT conseguisse proibir as doações privadas, continuaria, não obstante, a ser a única legenda a poder usar esses recursos, ainda que de modo sorrateiro. Cansamos de ver, campanha após campanha, a mobilização da máquina sindical, das ONGs e dos movimentos sociais em favor do partido. Ora, isso corresponde, não há como ignorar, a uma doação que pode ser estimada em dinheiro — além de ser intrinsecamente ilegal.
Bingo! No evento em que vai pedir financiamento público de campanha contra a corrupção, o partido vai se utilizar da máquina de um sindicato, que é seu cabo eleitoral. Sabem o nome disso? Financiamento privado — e sem prévia consulta a todos os sócios.
O PT é um partido amoral no princípio e imoral na prática.
Por Reinaldo Azevedo

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