quinta-feira, 4 de abril de 2013

Laboratório produz medicamentos que não fazem efeito

Edição do dia 04/04/2013
O Ministério Público denunciou à Justiça de Minas Gerais o dono e cinco funcionários de um laboratório farmacêutico por produzir remédios que não faziam efeito. A empresa nega.

A sede da Hipolabor fica em Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O laboratório vende medicamentos a farmácias e, principalmente, a hospitais públicos, municipais e estaduais, de todo o país.

Segundo a denúncia do Ministério Público, oferecida à Justiça de Minas Gerais, a empresa produziu onze remédios irregularmente ou que não faziam o efeito prometido. 

Segundo as investigações, o risco aos pacientes que usaram medicamentos da Hipolabor ficou comprovado em análises feitas por laboratórios oficiais em vários estados. Os laudos apontaram falhas de qualidade na fabricação e desrespeito às fórmulas dos remédios.

A fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, comprovou teor “insatisfatório” do princípio ativo em amostras da solução nasal Neorino. Em Pernambuco, o laboratório do estado encontrou um fio de cabelo numa ampola do anticoagulante Parinex.

O Hipoformin, para tratar diabetes, foi considerado “insatisfatório” por laboratórios de Minas e de Goiás em vários quesitos. O principal é que ele foi produzido na forma de comprimidos em vez de cápsulas. E, segundo especialistas, sem o revestimento adequado, o medicamento não produz o efeito desejado.

“Ficou devidamente comprovado, realmente, nos autos, que não foi um erro, que não foi sequer uma imperícia, uma imprudência. Mas que foi intencional a fabricação desses medicamentos e comercialização deles sem as características de identidade e qualidade, sem a eficácia exigida, após o vencimento do registro, após cancelado o registro pela Anvisa”, disse Ana Carolina Zambom Pinto Coelho, promotora de Justiça.

O dono da Hipolabor, Ildeu de Oliveira Magalhães, o farmacêutico responsável, Renato Alves da Silva, e outros quatro funcionários da empresa foram denunciados à Justiça por formação de quadrilha e crime contra a Saúde Pública.

Em nota, a empresa declarou que os medicamentos citados na investigação não são fabricados e comercializados há muitos anos e que, por isso, não estão no mercado. A empresa também criticou a divulgação de informações do processo para a imprensa. E, por fim, declarou que tem convicção na inocência de todos os acusados e que possuiu todas as licenças, alvarás e certificações para a produção e comercialização de medicamentos.

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