25/03/2013
DA REDAÇÃO
Uma operação deflagrada na manhã desta segunda-feira (25) terminou com a prisão de 26 pessoas investigadas por envolvimento em abortos e venda ilegal de medicamento. Segundo o Ministério Público de Minas Gerais, a quadrilha é constituída por médicos. As ações ocorreram em Belo Horizonte e em Diadema, em São Paulo. Na capita mineira, houve busca e apreensão em uma clínica localizada no centro da cidade.
A "Operação Vida" foi desencadeada em março de 2012 pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio da Coordenadoria Estadual de Combate aos Crimes Cibernéticos. O objetivo foi identificar os membros de uma organização criminosa envolvida em aborto com o consentimento da gestante e venda ilegal de medicamento. Essa quadrilha é constituída, entre outros, por médicos que utilizam a internet para divulgação de suas atividades ilícitas.
As investigações tiveram início em razão de representação formalizada na Coordenadoria. Após levantamentos preliminares, foi apurado que a mesma notícia havia sido veiculada, no dia 13 de setembro de 2011, em um site com a manchete "Clínica clandestina em região nobre de BH cobra até R$3 mil para fazer aborto". Após levantamentos preliminares na rede mundial de computadores, o MPMG chegou aos sites utilizados pelos agenciadores da quadrilha, nos quais havia os números de telefone para contato dos interessados. Com autorização judicial, foram realizadas interceptações das comunicações telefônicas dos números indicados.
Segundo se apurou das interceptações telefônicas, as mulheres, após confirmação da gravidez por meio de exames laboratoriais e decididas a interromperem o processo de gestação, buscavam na web endereços de clínicas clandestinas e/ou pessoas dispostas a realizarem a prática ilícita. As negociações eram feitas através de agenciadores, que indicavam os médicos e negociavam os preços, que eram definidos de acordo com a idade gestacional. No dia e horário previamente agendado consuma-se o aborto. O método utilizado pelo médico/executor do procedimento dependia do tempo de gestação da grávida. Durante o período de interceptação foram identificados a utilização quatro formas: indução, curetagem, sucção ou administração de fármacos (normalmente o Cytotec).
Organograma da quadrilha
Os gerentes são os responsáveis pelos locais onde é realizado o atendimento, realizando a recepção das gestantes e fazendo a sua preparação. No caso do núcleo de Belo Horizonte, o próprio gerente é quem realiza o procedimento, pois é médico formado em Universidade do Rio de Janeiro/RJ. No caso do núcleo de Diadema/SP, a gerente realiza procedimentos em gestantes com baixa idade gestacional, através da ministração de fármacos.
As pessoas que atuam como agenciadores são os primeiros a terem contato com as gestantes. O taxista é quem presta serviços para a gerente e a suposta médica do núcleo de Diadema/SP. Recebe pagamentos altos pelos deslocamentos a qualquer hora em troca da sua discrição e sigilo.
Agentes públicos, policiais civis, são pagos para proporcionar segurança aos quadrilheiros do núcleo de Diadema/SP.
As fornecedoras contribuem disponibilizado farta quantidade de Cytotec para os quadrilheiros.
A lavadora é quem cuida da higienização do ambiente e dos materiais utilizados nos procedimentos do núcleo de Diadema/SP.
http://www.otempo.com.br/noticias/ultimas/?IdNoticia=379222
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