domingo, 10 de março de 2013

Roda (pena de morte) e um inocente perdeu a vida após um julgamento preconceituoso

10/03/2013
Gravura que mostra o emprego da roda na Holanda.

A roda era um meio de execução medieval, onde a vítima era firmemente amarrada pelas mãos e pés enquanto o carrasco utilizava em seguida um enorme martelo para lenta e metodicamente esmagar os ossos dos braços e pernas do condenado. O verdugo tinha o especial cuidado de não desferir golpes mortais.

A perícia do executor era avaliada da seguinte forma:
Se os golpes quebrassem os ossos e não rasgassem a pele, ele seria aplaudido pela multidão.
O objetivo era que não existissem fraturas expostas ou sangue.

Quando os ossos da vítima estivessem todos quebrados, os seus membros seriam literalmente enrolados nas extremidades da roda. 
A roda seria então erguida horizontalmente e colocada numa estaca onde a vítima agonizante, esperaria uma morte lenta.

Este processo foi aplicado na sentença de morte de alguns dos Távoras.

Jean Calas
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Jean Calas (Lacabarède, 19 de Março de 1698 — Toulouse, 10 de Março de 1762) exercia a profissão de negociante em Toulouse, França, famoso por ter sido vítima de um julgamento preconceituoso devido a professar a fé protestante. 
Na França, ele é um símbolo da intolerância religiosa cristã, ao lado de Jean-François de la Barre e Pierre-Paul Sirven.

Histórico
Jean Calas e sua esposa eram protestantes. 
A França então era um país predominantemente católico; o catolicismo era a religião de Estado. Embora a dura repressão ao protestantismo iniciada pelo rei Luís XIV houvesse retrocedido em larga escala, os protestantes eram, na melhor das hipóteses, tolerados. Louis, um dos filhos de Calas, converteu-se ao catolicismo em 1756. 
Entre 13 e 14 de Outubro de 1761, outro dos filhos de Calas, Marc-Antoine, foi encontrado morto no andar térreo da residência da família.

Segundo rumores correntes, Jean Calas assassinara o próprio filho porque este também pretendia se converter ao catolicismo. No interrogatório, a família primeiramente fingiu que Marc-Antoine havia sido morto por um ladrão. Depois, declararam que haviam encontrado Marc-Antoine morto, enforcado; visto que o suicídio era considerado um crime abominável ao extremo e o corpo dos suicidas era impuro, eles tinham arranjado as coisas de tal modo que o suicídio parecesse um assassinato.

Voltaire, avisado sobre o caso, iniciou uma campanha para tirar Calas da prisão, depois de arrefecida a suspeita inicial de que o réu fosse um fanático anticatólico. 
A iniciativa foi infrutífera: em 9 de Março de 1762, o parlement (corte de apelação) de Toulouse sentenciou Jean Calas à morte na roda. 

Em 10 de Março ele foi supliciado, clamando sua inocência até o fim. Jean Calas foi condenado pelo tribunal em 9 de março de 1762 a ser quebrado vivo, depois de estrangulado e atirado numa fogueira ardente. 
Jean Calas foi condenado a uma morte atroz com base numa mera verossimilhança.

Os juízes não obtiveram a confissão de seu crime, o que levou o condenado, no dia 10 de março. 

Submetido à execução, teve seus membros esticados por talhas, depois fizeram-no ingerir dez moringas de água. 
Jean Calas permanece protestando sua inocência até o fim.

Em 9 de Março de 1765, descobriu-se que Jean Calas não era culpado. De fato nesta data, ele foi declarado inocente, de forma póstuma. 

Este clamoroso caso de preconceito contra os huguenotes se tornou um dos mais célebres processos do mundo. Moveu Voltaire a escrever seu famoso Tratado sobre a tolerância.

Referências
a b Les faits sur Affaire Calas (em francês) Consultado em Setembro 2010
[editar]Obra de referência
VOLTAIRE, M.A.. Tratado sobre a tolerância. São Paulo: Martins Fontes, 2001

http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean_Calas

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