Seis PMs são acusados de chacina na Grande São Paulo; menor foi executado
Corpos foram encontrados em Itaquaquecetuba e Mogi das Cruzes, locais que não faziam parte da área de patrulha da viatura.
A Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo prendeu seis
PMs envolvidos no caso do desaparecimento de dois homens e um menor de
idade no dia 26 de dezembro de 2012. A corregedoria investiga a possível
execução dos três por um oficial, um sargento e quatro soldados da
corporação.
De acordo com o major Marcelino Fernandes da Silva, chefe do
departamento técnico da corregedoria, as investigações começaram após a
denúncia feita pelo pai de Fernando Ferreira Ribeiro, de 16 anos, depois
que o corpo de seu filho foi localizado em Mogi das Cruzes, no interior
de São Paulo.
Os 6 PMs são acusados de abordar um Corsa no último dia 25 de dezembro
fora da região de patrulhamento deles, em Itaquaquecetuba. As imagens
das câmeras do terminal rodoviário Pedro Fava, em Poá, na Grande São
Paulo, mostram que a viatura abordou os suspeitos e, em seguida, os
policiais levaram todos no camburão. Alguns dos PMs entraram no Corsa,
que foi encontrado no dia seguinte em Arujá.
Os corpos dos irmãos Thiago Rodrigues Alves e Alan Rodrigues Alves
foram encontrados em Itaquaquecetuba. De acordo com a perícia, penas de
urubu foram encontradas ao redor dos corpos carbonizados, o que indica
que foram primeiramente executados e, dias depois, queimados.
Fernando Ferreira foi morto com dois tiros na nuca. Não há indícios de
que os suspeitos estivessem armados. Um dos irmãos, Alan Rodrigues Alves
tinha sido preso por tráfico de drogas e estava em liberdade
condicional.
O major explica que ainda não se sabe exatamente a sequência da
execução, mas as investigações continuam. Colegas dos suspeitos
executados são ouvidos pela polícia na noite desta sexta-feira (4),
informa o major Marcelino.
— O que temos é a abordagem, que estava errada. Seria uma ação
desastrosa, pois eles [policiais] dizem que foram fazer a abordagem de
rotina, mas ficaram mais de 40 minutos lá, o que não é normal.
Publicitário foi assassinado por PMs em São Paulo
Os policiais negam as acusações, porém, não justificam o fato de
estarem fora da área de patrulha e tampouco a forma de abordagem,
segundo o major.
— Os suspeitos deveriam ter sido encaminhados à delegacia.
Um dos oficiais, cujos nomes estão em sigilo, soma três ocorrências de
morte em suas ações desde 2008. Em 2012, 358 policiais foram expulsos da
PM por desvio de conduta.
Ainda de acordo com o major, mais policiais podem estar envolvidos no caso.
— O que temos para falar para as famílias e para a sociedade é que temos que prender, e não matar.
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