terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Rios na divisa entre Mato Grosso e a Bolívia é vigiada por apenas dez praças e um oficial da Marinha

17/12/2012 19:54:50 

João Arruda | de Cáceres

Um time de futebol, apenas 11, sem direito a banco de reservas, é responsável por cuidar da segurança – e, principalmente de combater eventuais casos de tráfico de drogas – na extensão da fronteira entre Mato Grosso e a Bolívia, entre Cáceres e a cidade de Ariapuanã, no extremo Noroeste do Estado. Conclusão óbvia: impossível se fazer alguma coisa. Essa realidade de eloquente fragilidade da divisa ficou evidenciada no ultimo dia 13, quando todo o efetivo da Marinha Mercante do Brasil se reuniu para celebrar o Dia do Marinheiro. 

É bem mesmo um time. São 10 praças e um oficial. Entre os praças, um diferenciado, chamado de fuzileiro naval. Nessa extensão, são 52 cidades. A grande porção é da chamada “linha seca”. Contudo, a parte sul da divisa é preocupante. Principalmente se levar em consideração que o Pantanal de Mato Grosso se transformou na principal alternativa de rota para os traficantes de drogas e armas e para os muambeiros que contrabandeiam todo tipo de produtos.

A região pantaneira compreendida entre a localidade de Limão, município de Cáceres, até Poconé e Barão de Melgaço, numa faixa de mais de 200 km, é formada por rios, corixos e alagados, facilitando a dispersão e passagem de traficantes e contrabandistas. Em verdade pode-se ir de Mato Grosso a Mato Grosso do Sul, Bolívia e o Paraguai por caminho fluvial.

As ocorrências na fronteira entre Mato Grosso e a Bolívia tem crescido. Parte dela pela própria atuação militar, através do Grupo Especial de Fronteira (Gefron), unidade da Polícia Militar do Estado, em parceria com as forças armadas. Mas também, pela própria pressão exercida pelo tráfico de drogas. A região é alvo de ações constantes de ladrões de motos e veículos e traficantes. Na semana passada, 17 pessoas foram presas acusadas de integrar uma quadrilha de roubo de automotores – moeda de troca que continua valiosa na região.

Em seu pronunciamento, o capitão tenente Josinaldo Sobrinho, responsável pela Agencia Fluvial de Cáceres, agradeceu o empenho da tropa no cumprimento das missões. Presentes no evento, estudantes da rede de ensino vencedores de concurso de redação foram agraciados com medalhas.

A cerimônia destacou a importância da Marinha na fiscalização e na segurança aquaviária nos rios do Pantanal. Se o efetivo é reduzido o mesmo não se pode dizer das atividades, o município de Cáceres que é banhado pelo rio Paraguai, está situado entre as cidades portuárias com maior numero de embarcações, perdendo apenas para Corumbá (MS) e Manaus (AM), somente barcos hotéis são mais de 40 unidades, e ainda pequenas lanchas que atinge mais de 5 mil unidades.

Capitão Sobrinho enalteceu as escolas que tomaram parte do concurso “Cisne Branco”, tendo destacada a Escola Estadual União e Força (Maçonaria); a Escola Rodrigues Fontes e o Centro Educacional de Cáceres. O estudante de ensino médio Carlos Eduardo Assunção foi o grande vencedor com duas premiações, alem dele outros estudantes foram agraciados com brindes, diploma e medalhas.

A Agencia Fluvial de Cáceres está subordinada a Capitania Fluvial do Pantanal com sede em Corumba(MS) foi criada em 12 de março de 1919, quando a calha do rio Paraguai era único meio de transporte com outros centros do Brasil.
http://www.24horasnews.com.br/m420248/s_11_marinheiros_cuidam_dos_rios_na_divisa_de_mt.html

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