terça-feira, 30 de outubro de 2012

Violência em São Paulo continua e já soma mais de 1.700 assassinatos. Mortes e tiroteios assustaram os moradores de São Paulo durante a madrugada.

Edição do dia 30/10/2012

30/10/2012 
 
 Ana BritoSão Paulo
Um dos crimes aconteceu na rua Osório Franco Vilhena, na Vila Curuçá, zona leste da capital. Segundo a polícia, o dono de uma padaria desconfiou de dois homens que estavam numa moto. Ele chamou a polícia, houve perseguição e troca de tiros. Um dos suspeitos morreu no caminho do hospital, o outro fugiu. José é vigia de uma escola da região, ontem a noite ele ouviu os tiros.

Dois homens colocaram fogo em um ônibus na zona leste da capital. O ataque foi por volta de uma da madrugada. Eles mandaram o cobrador e motorista descer e atearam fogo. Não havia passageiros no ônibus.

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Um policial militar estava chegando do trabalho, de carro, na zona sul e desconfiou de dois carros, estacionados na rua da casa dele, com cinco suspeitos dentro.

“Eles perceberam que eu já tinha avistado eles, um desceu e apontou uma arma pra mim. Nesse momento eu abaixei no meu carro e engatei a marcha ré e saí em disparada”, conta o PM.

O policial conseguiu avisar os outros PMs que faziam ronda e os bandidos foram levados para a delegacia.Um deles era menor de idade. 

Uma grande operação policial foi montada em Paraisópolis, uma das maiores favelas de São Paulo.A Secretaria de Segurança Pública diz que os policiais vão continuar ali por tempo indeterminado. São 600 policias em 12 pontos de bloqueio e nas ruas da comunidade.

Já no primeiro dia, cinco pessoas foram presas entre elas, o traficante Édson Ferreira dos Santos. Na casa dele foram encontrados um fuzil do exército argentino e droga.

"Ele é um líder da facção criminosa aqui na região de Paraisópolis e de toda a zona sul", afirma o tenente da polícia militar, Marcos Veradino.

Em Paraisópolis, onde está sendo realizada a operação policial, atuava o traficante conhecido como Piauí, preso em agosto.Ele é acusado de ordenar ataques contra PMs na zona sul da capital. “Nós estamos investigando, pra se chegar a autoria dessas mortes. Muitas delas é briga de quadrilha, é disputa de pontos de tráfico, cada uma tem uma motivação", diz o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Antonio Ferreira Pinto.

De janeiro a setembro de 2011 foram registrados 1527 homicídios. No mesmo período deste ano já são 1.716. Quarenta e duas mortes ocorreram só no último fim de semana, na região metropolitana. Dérik Cerqueira da Silva, de 20 anos, está entre as vítimas. O corpo dele foi enterrado ontem. Dérik não tinha passagem pela polícia.

“Ele trabalhou, não deram chance de... não perguntaram se ele estava fazendo coisa errada, se ele estava errado, não perguntaram nada. Simplesmente mataram ele”, conta a mãe de Dérick, Maria Cléia Cerqueira. Dezenas de policiais também fazem parte dessa estatística: 86 policiais foram assassinados este ano.

Para o professor de direito e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Theodomiro dias Neto, é preciso que o estado reaja dentro da lei para combater a onda de violência. "Toda essa capacidade de produzir inteligência, de produzir informação, tem que ser utilizada para deter esse momento de descontrole. E que a cidade, voltando a sua situação normal possa seguir o que vinha fazendo de forma exitosa, pelo menos no âmbito dos homicídios, que é trabalhar tanto no âmbito da repressão como no âmbito da prevenção".

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