quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Após mortes, Alckmin afirma que vai colocar mais 5 mil policias nas ruas. Governo suspendeu cursos de capacitação.

10/10/2012 

Do G1 SP
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou nesta quarta-feira (10) que vai colocar mais 5 mil policiais militares nas ruas no Estado de São Paulo, com prioridade para a região metropolitana e para a Baixada Santista. O anúncio acontece neste início de mês em que houve uma seria de assassinatos nessas regiões do Estado, sendo três policiais militares. Os últimos foram na terça-feira, em Carapicuíba, na Grande São Paulo, onde houve três mortes. 

Segundo Alckmin suspensos cursos temporários. "Estamos colocando mais 5 mil policiais militares no policiamento a partir de hoje. De que forma nós conseguimos? Suspendendo aqueles cursos de capacitação temporário. Cinco mil é no Estado, mas a prioridade é a região metropolitana de São Paulo, especialmente nas cidades maiores que têm mais problemas de segurança", disse Alckmin. Entre as regiões contempladas estão Taboão da Serra e Guarulhos.

Só este ano, 79 PMs foram mortos, sendo que 62 estavam fora do serviço. “A polícia tem agido firme, tem enfrentado o crime organizado, especialmente o tráfico de drogas. A morte de policiais é uma forma do crime intimidar o estado. O estado não vai ser intimidado”, disse o governador Geraldo Alckmin.

Carapicuíba
Duas das três mortes ocorridas na terça-feira ocorreram em um intervalo de seis minutos.
Eram quase 23h, quando o morador da Rua Guarantã, na Vila Veloso, ouviu o barulho dos tiros. Ele contou para a polícia que encontrou um rapaz baleado no portão de casa. A vítima tinha 27 anos e foi atingida por homens que passaram de carro.

Seis minutos depois, o borracheiro Hélio Ferreira da Silva, de 49 anos, foi assassinado na frente do filho de 8 anos, na Avenida Dante Carrão, no bairro Ariston. Ele consertava um pneu quando dois homens chegaram e atiraram.

Os dois criminosos que mataram o borracheiro fugiram. Ninguém da polícia quis gravar entrevista sobre os dois crimes desta noite. A investigação pretende esclarecer se há alguma ligação entre os crimes.

Um suspeito que trocou tiros com policiais das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) morreu no hospital na tarde desta terça-feira. Os policiais receberam a denúncia de que em uma casa em Carapicuíba funcionaria uma refinaria de cocaína. Os policiais seguiram Fábio Gorrão da Costa, suposto produtor da droga. Segundo os PMs, ele reagiu à prisão e houve troca de tiros. Na suposta refinaria, os policiais encontraram drogas, radiocomunicadores e pouco mais de R$ 5 mil em dinheiro.

Taboão da Serra
Outras oito mortes ocorridas em Taboão da Serra e nos municípios vizinhos, entre a noite de segunda (8) e a madrugada desta terça-feira (9), intrigam os investigadores. O primeiro crime foi contra o policial militar Hélio Miguel de Barros em um posto de combustível. Ele foi cercado por dois homens numa moto e morto com cinco tiros. O irmão de um PM atingido por homens encapuzados e um rapaz que tentou pular uma grande para escapar dos tiros que vinham de um carro também foram assassinados.

Menos de uma hora depois da morte do PM, em Embu das Artes, PMs mataram um homem e um adolescente. A polícia diz que eles roubaram uma mulher e reagiram ao notar a aproximação dos policiais.

Os oito assassinatos de Taboão da Serra e entorno ocorreram em um intervalo de cinco horas e em locais próximos. Esses detalhes levaram a polícia a considerar a possibilidade de ligação entre os crimes. Porém, o delegado é cauteloso ao comentar sobre a possível ação de um grupo de extermínio. 
“Há indícios de que pode ter ocorrido uma ação nesse sentido, mas não se pode afirmar de maneira nenhuma. A gente precisa investigar com mais cautela e bastante critério”, disse o delegado Gilson Leite.

Baixada Santista
Na Baixada Santisita, a Polícia Militar está em alerta em razão de seguidos assassinatos nos últimos sete dias. Apenas na madrugada do domingo (7) foram seis mortes. Um sargento da PM e o segurança de um buffet foram mortos diante do estabelecimento.

O secretário da Segurança do Estado, Antonio Ferreira Pinto, esteve nesta terça em Santos e afirmou que os crimes não têm vinculação com uma facção que atua dentro dos presídios paulistas, mas sim com várias quadrilhas.

"O tráfico aqui na Baixada Santista não é segredo para ninguém. É muito forte, nós estamos combatendo e isso está causando uma série de preocupação para eles", afirmou. Ele descartou haver grupos de extermínio formados por policiais atuando. "Não tem grupo de extermínio, não tem a mínima hipótese de isso acontecer. Não descartamos nenhuma hipótese, mas também não podemos dizer que tem envolvimento de policias, pode haver uma briga de quadrilhas e no oportunismo querer creditar a polícia. Temos que apurar com bastante serenidade”, afirma Antônio Ferreira.

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