Por Bruno Daniel Publicado em 5 de julho de 2023 | 16h13 - Atualizado em 5 de julho de 2023 | 18h06
Quadrilha é investigada por aplicar golpes em policiais e membros das Forças Armadas; segundo MPMG, são ao menos 30 vítimas — Foto: MPMG / Divulgação
Duas pessoas foram presas suspeitas de integrar um grupo suspeito de estelionato e lavagem de dinheiro. As prisões, efetuadas nesta quarta-feira (5 de julho), ocorrem no âmbito da operação “O Ilusionista 2”, deflagrada pelo Ministério Público de Minas Gerais e que tem como alvo uma organização responsável por aplicar golpes em militares.
Segundo o MPMG, as vítimas do grupo criminoso são majoritariamente pessoas idosas ou portadoras de doenças graves. De acordo com as investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado - GAECO, o golpe funciona da seguinte forma: a quadrilha convence a vítima de que ela tem direito a grandes quantias em dinheiro devido a vitórias em processos na justiça contra entidades de previdência privada e seguro de vida.
Em seguida, o grupo convence a vítima a depositar uma quantidade de dinheiro em uma conta bancária determinada pelos criminosos. Esses valores seriam referentes a falsos honorários e custas de processos. Os autores do golpe diziam para as vítimas que, para elas terem acesso ao suposto dinheiro dos processos, elas precisam fazer este depósito.
De acordo com o Ministério Público, as histórias são muito bem arquitetadas. O grupo também conta com uma boa estrutura para enganar os alvos. Segundo o órgão, uma tática usada pelo grupo para ganhar a confiança das vítimas era citar nomes de autoridades do alto-comando da Polícia Militar.
Uma das pessoas presas nesta quarta-feira é uma mulher, que foi localizada na região metropolitana de Belo Horizonte. A cidade não foi informada pelo MPMG. Segundo o Ministério Público, ela já havia sido alvo da primeira fase da operação, deflagrada em 15 de março deste ano. Como ocasião ela estava com um filho recém-nascido, ela ganhou direito à prisão domiciliar.
Mas, na segunda fase da operação, foi verificado que ela continuava praticando os crimes de casa, mesmo com tornozeleira eletrônica. Por isso, a prisão preventiva dela foi decretada e cumprida. A outra prisão é de um homem e aconteceu no Espírito Santo. O suspeito já tinha um mandado de prisão em aberto por outro processo.
Além das prisões, também foram apreendidos 27 aparelhos celulares, 5 notebooks e um grande volume de documentos. Participaram da operação um promotor de Justiça de Minas Gerais, dois promotores de Justiça do Espírito Santo, 11 policiais militares de Minas Gerais e 11 policiais militares do Espírito Santo.
Primeira fase
As investigações contra o grupo começaram em março deste ano, quando foi deflagrada a primeira fase da operação. Foram pelo menos 30 vítimas identificadas, com um prejuízo mínimo de aproximadamente R$ 700 mil. Uma das vítimas teria perdido sozinha, de acordo com as investigações, R$ 200 mil.
Após a primeira fase da ação, o MPMG constatou que outros crimes com a mesma metodologia continuavam sendo aplicados, o que indicou a existência de outros membros ainda não identificados do grupo. De acordo com o Ministério Público, o nome “O Ilusionista ” lembra a ilusão que os criminosos criavam nas vítimas de que elas tinham direito a quantias em dinheiro oriundas de ações judiciais que nunca existiram.
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