Antonio Carlos Rocha
O pensador nepalês Buda, o Iluminado (Sidharta Gautama – 563 a.C./483 a.C.) foi muito feliz nesta reflexão sobre os “Oito Ventos” que permeiam nossa existência: “Lucro e prejuízo, difamação e fama, elogio e repreensão, sofrimento e alegria”.
Parecem interligados e estamos sempre buscando um e jogando fora o outro. Mas como tudo é impermanente, haja angústias e sofrimentos vários.
LUCRO E DIFAMAÇÃO – Lucro todo mundo quer, todavia isso tem um preço, a recomendação é que este lucro seja ético, pois se não for, mas adiante a vida vai cobrar. E, como se fosse moeda, o outro lado é o prejuízo, que ninguém almeja, prejuízo de nada, de espécie alguma, de coisa nenhuma.
A seguir vem a difamação, contudo, parece que muitos homens públicos e mulheres públicas em seus cargos badalados não fazem muita questão se porventura ficam mal afamados em função do que as mídias informam.
Utilizam vários artifícios, negam tanto que fica feio, mas como bem diz nosso editor CN, “ora quem está ligando para isso?”.
FAMA E DIFAMAÇÃO – Então chega a fama, agradável para muitos, entretanto, é um tênue fio de linha que separa as duas: difamação e fama.
Estar “causando”, como se diz na imprensa, é uma coisa boa da fama, mas tudo tem um limite e o excesso de exposição em noticiários acaba gerando reação, transformando a boa fama em má fama.
Palavras aparentemente simples, mas que representam muito. Elogio, que coisa boa, aqui mesmo na TI, entre os comentaristas temos elogios e queixas, elogios e reclamações, elogios e repreensões. Uma é sorriso, outra é queixa, insatisfação.
CAMINHO DE BUDA – Como sair desta ventania que nos assola diuturnamente? Buda afirma que é seguindo o Caminho que ele prega. Fácil não é, sempre se torna difícil. Entretanto, não custa tentar, porque os benefícios são muitos, à medida que vamos superando estes oito pares de obstáculos da corrida chamada vida.
Por fim, sofrimento e alegria. Tendo consciência de que estas duas palavras/sentimentos estão implícitas nas anteriores. Qualquer que seja a situação em que você se encontra, não deixe de refletir sobre a impermanência de tudo. E um feliz 2021.
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P.S. – O texto de Buda que citamos no segundo parágrafo faz parte do “Vinaya Mahasanghika”, que significa, digamos, “dicas para o bem viver”… (A.C.R.)