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Roberto Nascimento
Ninguém sabe o que virá pela frente, se houver outro mandato de Donald Trump nos Estados Unidos. Como se sabe, as redes sociais ajudaram a eleger Trump e também Jair Bolsonaro no Brasil. Foi Stevan Bannon, o número um da empresa americana Analityca, que pesquisou nas redes o perfil do eleitor, para manipular as consciências e, consequentemente, o voto.
Surgiu uma rede de fakes news e destruição de reputações jamais vista, desvirtuando o processo democrático.
DE NOVO, A GUERRA FRIA – Essa é a razão do retrocesso medieval, liderado pela extrema direita americana. O negacionismo, a perseguição desumana aos imigrantes, a volta da guerra fria, agora contra a China, tudo isso significa uma nova ameaça global.
No que isso vai dar, não se sabe, mas boa coisa não será. Os ataques à liberdade cultural já são uma realidade. A tentativa de aprisionamento do Judiciário também é uma constante. Trump indicou uma ultradireitista para a Suprema Corte, para obter a maioria dos votos, caso o nome escolhido seja aprovado pelo Senado. Tudo isso – e muito mais – se insere na manipulação das consciências através das mídias digitais.
AMEAÇA SINISTRA – Trump já avisou que não reconhecerá a provável vitória de Joe Biden. Se der certo, será copiado e ninguém mais largará o poder, uma vez conquistado através de mentiras e promessas mirabolantes, que nunca serão cumpridas. Nos Estados Unidos já se fala em possibilitar um terceiro mandato para Trump, e o que será o amanhã?
Aqui no Brasil nem havia reeleição presidencial. O grande culpado chama-se Fernando Henrique Cardoso. Recentemente, ele fez sua tardia mea culpa. Porém, não adianta mais. Davi Alcolumbre, em defesa da continuidade, agora alega que, se o presidente, os governadores e os prefeitos podem, porque os dirigentes do Legislativo não poderiam?
ALTERNÂNCIA DO PODER – Esquecem de que a base da democracia é a alternância do poder. Quem está no cargo e pleiteia se reeleger, sem exceção, sempre usa a máquina pública em seu benefício. Portanto, tem mais chances de vencer. As condições do pleito já começam viciadas.
Assim, quando o candidato vence a disputa e se empossa, logo no primeiro ano já começa a trabalhar para continuar uma jornada de mais quatro anos.
OUTRA EXIBIÇÃO NA ONU – Quanto ao pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU, foi ainda pior, em comparação a 2019. Realmente um fiasco.
No mais, concordo plenamente com o jornalista Vicente Limongi Netto sobre a relevância do ex-reitor José Carlos Azevedo na condução da Universidade de Brasília (UnB), em relação a Cristovam Buarque.
Mas meu preferido, com vários corpos a frente, é o insuperável Darcy Ribeiro, o idealizador dos CIEPs, as 500 escolas construídas no Rio de Janeiro. Ninguém fez mais em termos educacionais do que o antropólogo e educador Darcy Ribeiro, infelizmente quase esquecido.