segunda-feira, 13 de julho de 2020

Governo zera tarifas de 34 medicamentos usados no combate à covid-19

Arquivo/ Agência Brasil

Publicado em 13/07/2020 - 17:05 Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil - Brasília

A Câmara de Comércio Exterior (Camex) zerou o Imposto de Importação de 34 medicamentos usados no combate à covid-19. A resolução foi publicada hoje (13) no Diário Oficial da União.

Entre os medicamentos beneficiados pela medida, estão Ivermectina, Fondaparinux, Varfarina, Nitazoxanida, Edoxabana e Rivaroxabana. O órgão também zerou a tarifa de máquinas para produção e embalagem de máscaras descartáveis de proteção respiratória. As máquinas deverão fabricar pelo menos 400 máscaras triplas com orelhas elásticas de estrutura compacta por minuto.

A resolução zerou o Imposto de Importação de bolsas para coleta de sangue com solução anticoagulante. Desde o início da pandemia do novo coronavírus, a Camex, órgão composto de representantes de vários ministérios presidido pelo Ministério da Economia, reduziu a zero a tarifa de 549 produtos relacionados ao enfrentamento da doença. O benefício vale até 30 de setembro.

Atrofia muscular
Em outra resolução publicada hoje, a Camex zerou a tarifa de importação do medicamento Zolgensma, usada no combate à atrofia muscular espinhal (AME) em crianças de até dois anos. Cotada a R$ 12 milhões e sem fabricação no Brasil, a droga é considerada o medicamento mais caro do mundo, de acordo com o Ministério da Economia.

A desoneração do medicamento havia sido anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro na noite de sexta-feira (10), mas a decisão só foi oficializada hoje.

Segundo o Ministério da Saúde, a AME é uma doença rara, degenerativa, passada de pais para filhos e que interfere na capacidade do corpo de produzir uma proteína essencial para a sobrevivência dos neurônios motores, responsáveis pelos gestos voluntários vitais simples do corpo, como respirar, engolir e se mover.

Varia do tipo 0 (antes do nascimento) ao 4 (segunda ou terceira década de vida), dependendo do grau de comprometimento dos músculos e da idade em que surgem os primeiros sintomas. Até o momento, não há cura para a doença.

Edição: Aline Leal

Boletim - Número de mortes por Covid-19 em Juiz de Fora passa dos 80

JUIZ DE FORA - 13/7/2020 - 17:55
A Secretaria de Saúde (SS) da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) registrou nesta segunda-feira, 13, mais quatro mortes pelo novo coronavírus no município, contabilizando 83 óbitos. Com as atualizações, mais 38 novos casos foram confirmados, totalizando 2.654 pessoas infectadas. O boletim ainda registrou mais 303 novas suspeitas, contabilizando 10.214. Todos os dados são referentes a moradores de Juiz de Fora.

Óbitos:
Homem, de 56 anos, morreu nesse domingo, 12. Comorbidades: Doença Cardiovascular Crônica (DCC), obesidade;

Homem, de 55 anos, morreu na última sexta, 10. Sem comorbidades relatadas;

Idoso, de 66 anos, morreu nesse domingo, 12. Comorbidades: Doença Cardiovascular Crônica (DCC) e câncer de próstata;

Idosa, de 77 anos, morreu nesta segunda-feira, 13. Comorbidade: Doença Cardiovascular Crônica (DCC).

*Dois outros óbitos estão sendo investigados.

Boletim desta segunda, 13
- 10.214 suspeitos
- 2.654 confirmados
- 83 óbitos confirmados
- 2 óbitos em investigação

Estatuto da Criança e do Adolescente completa 30 anos

Publicado em 13/07/2020 - 06:28 Por Vinícius Lisboa - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

No Brasil de 1990, uma em cada cinco crianças e adolescentes estava fora da escola, e uma em cada dez, entre 10 e 18 anos, não estava alfabetizada. A cada mil bebês nascidos vivos no país naquele ano, quase 50 não chegavam a completar um ano, e quase 8 milhões de crianças e adolescentes de até 15 anos eram submetidas ao trabalho infantil.

Para pesquisadores e defensores dos direitos dessa população, o país deu um passo importante para mudar esse cenário naquele ano, quando foi publicado o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que completa 30 anos hoje (13).

Passadas três décadas, o percentual de crianças e adolescentes fora da escola caiu de 20% para 4,2%, a mortalidade infantil chegou a 12,4 por mil, e o trabalho infantil deixou de ser uma realidade para 5,7 milhões de crianças e adolescentes.

O estatuto considerado parte desses avanços é fruto de um tempo em que a concepção sobre os direitos das crianças e adolescentes mudou no país e no mundo. O coordenador do Programa de Cidadania dos Adolescentes do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Mario Volpi, conta que o Brasil participou ativamente das discussões internacionais que culminaram, em 1989, na Convenção Sobre os Direitos da Criança da Organização das Nações Unidas (ONU), assinada por 196 países.

Mesmo antes de esse acordo ter sido ratificado no Brasil, em 1990, os conceitos debatidos na ONU contribuíram para a inclusão do Artigo 227 na Constituição Federal de 1988. A partir dele, tornou-se "dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão".
A partir do ECA tornou-se dever da família, da sociedade e do Estado assegurar com "absoluta prioridade" direitos essenciais - Marcelo Camargo/Agência Brasil

Aprovado dois anos depois da Constituição, o ECA parte do Artigo 227 e consolida todo o debate que o antecedeu, declarando crianças e adolescentes sujeitos de direito, aos quais devem ser garantidas a proteção integral e as oportunidades de desenvolvimento em condições de liberdade e de dignidade.

"Foi um processo muito complementar. Em 1988, a Constituição. Em 1989, a Convenção sobre os Direitos da Criança da ONU. E, em 1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente. Existe um alinhamento conceitual bastante coerente nesses três documentos jurídicos que estabeleceram essa mudança bastante radical na forma como a infância passa a ser vista pelo país", explica Volpi. "O ECA é considerado uma das melhores leis nacionais que traduzem a Convenção sobre os Direitos da Criança, e foi usado como referência para a maioria dos países latino americanos, uma referência histórica".

A mudança conceitual destacada pelo coordenador do Unicef se dá em relação ao Código de Menores, de 1979. Volpi explica que o texto anterior, revogado pelo ECA, estava inteiramente concentrado na repressão a crianças e adolescentes em situações irregulares, como crianças órfãs, pobres, em situação de rua ou em conflito com a lei.

"Existia uma visão de que, para toda a situação de irregularidade nas pessoas menores de idade, deveria haver uma ação repressiva do Estado para proteger a sociedade", resgata Volpi. "Criou-se essa divisão entre as pessoas com menos de 18 anos conhecidas como crianças e adolescentes, porque estavam em situação de normalidade, e as que eram chamadas de menores, que era como se referiam a uma criança pobre, desvalida. Ninguém dizia que tinha em casa dois menores, dizia que tinha duas crianças ou dois filhos. Mas, quando se referiam às famílias das crianças mais pobres, diziam que a família tinha dois menores".

Medidas socioeducativas
Ao substituir o Código de Menores na legislação brasileira, o Estatuto da Criança e do Adolescente mudou a Doutrina da Situação Irregular para a Doutrina da Proteção Integral, que distribui a toda a sociedade a responsabilidade por assegurar os direitos das crianças e adolescentes com prioridade absoluta, citando explicitamente que esse é um "dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público".

A mudança produziu transformações, mas não apagou a mentalidade enraizada no Código de Menores. "Não fizemos ainda uma total mudança das práticas sociais. A lei veio trazendo novas visões, mas a prática social demora muito mais para mudar do que a lei. Nesses 30 anos, houve um grande trabalho de divulgação da lei, de conhecimento, de aplicação, de mudanças positivas, mas existe uma parcela da sociedade que resiste em entender esse conceito de infância como um sujeito de direito", avalia Volpi, que usa como exemplo o sistema de medidas socioeducativas para crianças e adolescentes em conflito com a lei, apesar de ponderar que há boas experiências no país.

"O país não fez ainda um investimento significativo para transformar o que era esse sistema penal de crianças e adolescentes em um sistema educativo", afirma ele, que lembra que o objetivo das medidas socioeducativas é afastar das práticas criminais os cerca de 26 mil adolescentes que cumprem medidas socioeducativas atualmente no país, e que, para isso, precisam melhorar sua escolaridade, capacitação profissional e seu modo de se relacionar e respeitar outras pessoas. "O sistema socioeducativo está muito focado em punir os adolescentes pelo ato cometido, mas essa é só uma dimensão".

Para o coordenador da Infância e Juventude da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, Rodrigo Azambuja, o ECA sofreu duas crises, ao longo de seus 30 anos: uma de implementação de suas políticas por parte dos governos e outra de interpretação de suas regras por parte dos juristas e da Justiça, de modo a sonegar direitos.

Azambuja também é coordenador da Comissão Especializada de Promoção e Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente do Conselho Nacional dos Defensores Públicos-Gerais (Condege) e contesta a ideia de que as medidas socioeducativas são insuficientes porque têm menor duração temporal.
Adolescentes em unidade de internação em Brasília - José Cruz/Arquivo Agência Brasil

"Nas questões policiais, o ECA muitas vezes é visto como sinônimo de impunidade. Mas as pessoas que falam isso são adultas, e não se lembram de como o tempo é relativo e passa de maneira diferente para as crianças e adolescentes. Se você se imaginar com 12, 13 ou 14 anos, longe da sua mãe e preso, o quão infernal isso poderia ser? Esses meninos são bem responsabilizados, mas isso adequado à realidade e idade deles".

Apesar das dificuldades, o ECA também serviu de instrumento para reivindicar direitos para esses adolescentes, lembra ele, citando a decisão do Supremo Tribunal Federal que obrigou, no ano passado, o estado do Rio de Janeiro a soltar adolescentes apreendidos em unidades superlotadas, até que se atingisse a lotação máxima de 119% da capacidade de internos. Azambuja também cita que, durante a pandemia de covid-19, a Defensoria Pública do Rio de Janeiro cobrou que o governo do estado garantisse educação à distância aos adolescentes apreendidos e videochamadas com as famílias.

"As unidades deveriam se assemelhar a escolas, mas ainda vemos esses espaços como pequenas prisões, com todos os malefícios que isso gera, como uma subcultura criminal, incutindo neles o ideal de que são perigosos, prisioneiros, e moldando a personalidade deles de acordo com essa ideia, o que contraria toda a lógica do Estatuto da Criança e do Adolescente", analisa o defensor.

Edição: Denise Griesinger

domingo, 12 de julho de 2020

13/07 - Dia Mundial do Rock / Dia do Engenheiro de Saneamento / Dia do Cantor e saiba +

Aniversário do município de Porto Nacional em Tocantins
Internacional - Dia Mundial do Rock

1917 — Ocorre a terceira das seis aparições da Virgem Maria às três crianças de Fátima, Portugal.
1919 — O dirigível britânico R34 pousa em Norfolk, na Inglaterra, completando a primeira viagem de volta através do Atlântico em 182 horas de voo.
1977Somália declara guerra à Etiópia, iniciando a Guerra de Ogaden.
1985 — O concerto beneficente Live Aid acontece em Londres e na Filadélfia, bem como em outros locais como Moscou e Sydney.
1990 - Instituído no Brasil o Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei 8069/90.
2008 — Começa a Batalha de Wanat, quando guerrilheiros do Talibã e da al-Qaeda atacam as tropas do Exército dos Estados Unidos e do Exército Nacional do Afeganistão. As mortes dos soldados americanos foram, naquela época, as maiores em uma única batalha desde o início das operações em 2001.
2019 — O Spektr-Roentgen-Gamma, um telescópio espacial russo-germânico de alta energia, é lançado do Cosmódromo de Baikonur, Cazaquistão.

Nascimentos

Festival apresenta produção literária de autores negros de São Paulo


Publicado em 12/07/2020 - 16:40 

Por Daniel Mello - Repórter da Agência Brasil - São Paulo

A partir da próxima segunda-feira (13) começa a primeira edição do Festival Literário de Literatura Negra da Zona Norte de São Paulo – Fellin. A idealizadora do projeto Ketty Valencio diz que a mostra busca “marcar território” nessa parte da capital paulista que, apesar de ter uma das maiores concentrações de pessoas negras, não tinha um festival cultural de peso, como os que acontecem na zonas sul e leste da cidade.

“É uma região onde moram bastante pessoa negras, tem a ver com essa questão da ancestralidade, dos quilombos”, explica Ketty sobre o histórico da região, onde existiram várias comunidades de negros que fugiram da escravidão. “Concentração de escolas de samba, que tem a ver como as pessoas que começaram a se organizar antes de mim e você. Tem vários saraus, tem jongos [dança afrobrasileira], festa de São Benedito [santo de origem africana], que tem a ver com essa relação com os quilombos”, contextualiza, ao exemplificar como esse passado foi determinante para a vida cultural dessa parte da cidade.

História e Afrofuturismo
A organizadora tentou trazer essa diversidade de manifestações culturais para o festival. A abertura vai tratar da publicação dos Cadernos Negros, antologias de poesia afrobrasileira que são publicadas periodicamente desde 1978 pelo grupo Quilombhoje. Na terça-feira, estará no palco virtual a artista multilinguagem Aryani Marciano, que fará uma contação de histórias.

Ketty destaca que a pandemia do novo coronavírus trouxe o desafio para os artistas de se apresentarem sem a proximidade direta com os espectadores. “Está sendo experimental, até para os convidados. Porque a gente quer o contato com o público, com o olhar, saber o que eles estão pensando”, diz.

O encerramento, na sexta-feira (17), será com uma mesa que trata de afrofuturismo. Entre os convidados, está a escritora carioca Lu Ain-Zaila. “Uma das principais referências do afrofuturismo no Brasil. Ela tem uma linha de narrativa que mistura o ancestral com a distopia”, comenta a organizadora sobre o gênero literário que traz elementos da ficção científica e da história e cultura afrodiaspórica. A autora será acompanhada no debate pelo rapper e escritor Israel Neto.

Para Ketty, esse tipo de conversa é fundamental para mostrar que os autores negros não devem ficar confinados nos temas ligados à escravidão ou diretamente ao racismo. “A literatura negra é plural. A gente pode escrever sobre tudo. A gente está olhando para o futuro. Afrofuturismo é olhar para o futuro, literalmente”, enfatiza.

O Fellin pode ser acompanhado pelo canal da mostra no Youtube.

A programação completa está na página do festival no Instagram.
Edição: Aline Leal

Defender Bolsonaro enriquece youtubers, que ganham até R$ 150 mil ao mês

Allan dos Santos é um dos youtubers que consegue maior faturamento

Gustavo Schmitt e Sérgio Roxo
O Globo

Atacar as instituições e adversários políticos do presidente Jair Bolsonaro e defender o seu governo tornou-se uma receita capaz de alavancar a audiência de produtores de conteúdo no YouTube, os youtubers. Impulsionados pelos influenciadores governistas, canais que adotam essa pauta, mesmo com menos de um ano no ar, chegam a receber até R$ 100 mil mensais da plataforma, segundo estimativa da consultoria Quaest — os maiores podem alcançar R$ 150 mil.

O YouTube remunera os canais hospedados de acordo com o volume de acessos a cada página. Segundo relatos feitos ao Globo por seis dissidentes do grupo, o apoio aos novatos é uma ferramenta usada para construir uma rede fiel ao governo.

INDICAÇÃO DE TEMAS – O mecanismo começa pela distribuição quase diária de orientações sobre assuntos que devem ser explorados. Essa diretriz chega por meio de grupos de WhatsApp ou pode ser observada no Twitter.

— Eu presenciei uma organização entre youtubers bolsonaristas para que falassem nos vídeos sobre os assuntos em alta naquela bolha. Havia um grupo no WhatsApp com vários influenciadores. Bastava uma postagem em apoio ao governo para ser compartilhado por muitas contas e ver o número de seguidores aumentar — diz o estudante de Comunicação Felipe Ferreira, de 21 anos, que tem 560 mil inscritos em seu canal, criado em abril de 2019.

Com três milhões de inscritos em seu canal, o músico Nando Moura, também um dissidente do bolsonarismo, chegou a denunciar no Twitter que havia recebido orientações de como se portar na rede social.

CONTRA A LAVA JATO – Moura expôs uma mensagem que havia recebido por WhatAapp de uma pessoa de nome Tomaz, que, segundo ele, é responsável pelo perfil Isentões e “faz a cabeça de 90% dos canais conservadores”. Na mensagem de agosto de 2019, Tomaz diz que é importante que “travem a Lava-Jato” e pede que alguns ministros do Supremo sejam poupados de ataques.

Ainda no relato de youtubers dissidentes, quem segue esse tipo de orientação acaba sendo recomendado pelos perfis maiores. Com isso, aumenta as visualizações dos vídeos e o faturamento. O YouTube paga entre US$ 0,25 e US$ 4,50 para cada mil visualizações. Os anúncios são distribuídos pela plataforma de modo automatizado, de acordo com algoritmos, na chamada mídia programática.

— Quando influenciadores são recomendados como fontes de informação por políticos da direita, mais pessoas são engajadas e isso vira dinheiro — afirma Ferreira.

MASSIFICAÇÃO – “A narrativa defendida pelos bolsonaristas mais proeminentes na política vira pauta dos maiores canais de YouTube. Todos abordam de forma uníssona o tema para ficarem bem aos olhos da família Bolsonaro e dos políticos ao seu redor e se manterem em relevância. Os canais menores replicam as mesmas narrativas para entrarem neste “clube” — afirma Marcelo Brigadeiro, outro dissidente e com 378 mil inscritos em seu canal.

O engenheiro baiano Kim Paim, que mora na Austrália, começou a fazer vídeos em setembro do ano passado. Desde maio, Paim é compartilhado pelo deputado Eduardo Bolsonaro e pelo vereador Carlos Bolsonaro, filhos do presidente. De acordo com dados da Quaest, em março ele tinha 27 mil seguidores, e até sexta-feira já estava com 322 mil. A consultoria estima que ele fature R$ 103 mil mensais. Há cinco anos na Austrália, o engenheiro já fez entrega de comida de moto e foi faxineiro, emprego que diz ainda manter. Nos vídeos, Paim já propagou a teoria falsa de que o coronavírus foi criado em laboratório por chineses. Procurado por e-mail, ele não respondeu.

NOTÍCIAS FALSAS – Entre os neófitos cujo ganho chama a atenção no YouTube estão Bárbara Destefani, citada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, como parte de um mecanismo de criação e divulgação de notícias falsas, e Allan Frutuozo da Silva, condenado por porte ilegal de arma — a defesa disse que recorre da decisão em segunda instância.

Segundo a consultoria Quaest, o canal de Bárbara fatura R$ 48 mil, e o de Frutuozo, cerca de R$ 34 mil. A dupla veicula conteúdos com ataques ao STF e desinformação. Frutuozo, cuja conta no Twitter está suspensa por violação de regras da rede, disse ao GLOBO que o “sucesso do seu canal deve-se ao aumento do interesse do público por política e ao crescimento da direita”.

De acordo com o levantamento da consultoria, entre os canais mais lucrativos, além de Paim, está o Terça Livre, de Allan dos Santos — alvo de duas operações da Polícia Federal e investigado nos inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos no STF. A Quaest estima que Santos arrecade cerca de R$ 150 mil por mês no YouTube.

DISSIDENTE – Com mais de 1 milhão de seguidores, o youtuber Diego Rox deixou o bolsonarismo em setembro de 2019 insatisfeito com o discurso de proteção ao senador Flávio Bolsonaro. Desde então, perdeu cerca de 300 mil seguidores, viu sua renda cair e passou a sofrer ataques até contra o seu filho.

— Não dá para saber o quanto dos comentários são reais e o que vem de robôs. Perder público é normal. Mas os ataques são desumanos — conta.

O YouTube disse que a remuneração dos canais não depende apenas da quantidade de vezes que o vídeo foi visualizado, e que tem regras de uso da plataforma. Diz que busca manter o caráter aberto da rede e, ao mesmo tempo, propiciar ambiente seguro e informativo para os usuários. Só no primeiro trimestre, o YouTube removeu 484 mil vídeos por violação de suas políticas.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Além das cotas do YouTube, há também o pagamento através de anúncios do governo federal, que o general Santos Cruz se recusou a autorizar, até ser exonerado a pedido dos três filhos de Bolsonaro, apelidados de os “Três Patéticos” pelo chargista Aroeira. (C.N.)Posted in Geral

Hoje poucos lembram que o governo Lula foi recordista em devastação da Amazônia

Na época, Marina Silva era ministra do Meio Ambient e nada fez

Celso Serra

O Ministério Público Federal está atrasado, pelo menos, cerca de 16 anos. Pois… a devastação na Amazônia data de 2004. Era o segundo ano do governo Lula, por isso ONGs ambientalistas, que encheram as burras de dinheiro público naquela época, não citam esse dado. Foram 27,8 mil km2 de mata desmatada. Em 2019 foi pouco mais de um terço: 10,1 mil km2.

A ministra do Meio Ambiente naquela época (2003-2008) era Maria Osmarina Marina da Silva Vaz de Lima – sim, a acreana Marina Silva que se diz “ecologista”, foi a recordista em desmatamento junto com Lula, a alma mais pura do planeta.

MOURÃO NO CONSELHO – Estou um pouco animado com a atuação do vice-presidente Hamilton Mourão à frente do Conselho da Amazônia. Poucos sabem que o general, embora ele tenha nascido em Porto Alegre, é filho do general de divisão Antonio Hamilton Mourão, amazonense, descendente de indígenas.

Dentre outras funções de destaque no Exército, foi comandante da 2ª Brigada de Infantaria de Selva, em São Gabriel da Cachoeira, município do estado do Amazonas, localizado na fronteira com a Colômbia e Venezuela, também é conhecido como “Cabeça do Cachorro”.

Lá, em São Gabriel da Cachoeira, 90% (noventa por cento) dos habitantes são indígenas. Até nossos soldados são indígenas.

BALCÃO DE NEGÓCIOS – Lembro que o último cargo de Mourão no Exército foi o de Secretário de Economia e Finanças, tendo sido afastado após afirmar que o presidente Michel Temer fazia do governo um “balcão de negócios” para se manter no poder – o que era verdade, como foi noticiado com fartura pela imprensa brasileira.

Não faço distinção entre civil e militar. Faço, sim, entre honesto e desonesto, competente e incompetente, patriota e impatriota. A meu ver, o general Hamilton Mourão é um brasileiro culto, honesto, competente e patriota. E sempre procurou atuar de modo justo e perfeito. Posted in Geral

Com dois do brasileiro Neymar, PSG faz nove no Le Havre

Publicado em 12/07/2020 - 18:03 Por Juliano Justo - Repórter da TV Brasil e da Rádio Nacional - São Paulo

Após mais de 120 dias afastado dos gramados, o PSG voltou a jogar neste domingo (12), e não poupou gols. A equipe de Neymar e companhia derrotou, por 9 a 0, o Le Havre, da segunda divisão francesa, em amistoso no estádio do rival para aproximadamente cinco mil torcedores.

No primeiro tempo, o camisa dez da seleção brasileira Neymar marcou dois gols, o argentino Mauro Icardi também anotou duas vezes e o atacante Mbappé, campeão mundial com a seleção francesa, fez mais um.

No intervalo, o técnico alemão Thomas Tuchel fez dez mudanças, incluindo a entrada do capitão Thiago Silva, que está em final de contrato.

Na etapa final, com dois gols de Sarabia, um de Gueye e outro de Kalimuendo, o PSG fechou o placar.

O primeiro jogo oficial do PSG após a parada forçada pela pandemia do novo coronavírus (covid-19) e pelo encerramento antecipado do campeonato francês será no dia 24 de julho, diante do Saint-Étienne no Stade de France.

Edição: Fábio Lisboa

Carioca: Flamengo vence Fluminense no primeiro jogo da final

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Publicado em 12/07/2020 - 18:38 Por Rafael Monteiro - Repórter da Rádio Nacional - Rio de Janeiro

O Flamengo venceu o Fluminense por 2 a 1 neste domingo (12), no estádio do Maracanã, no primeiro jogo da final do Campeonato Estadual. Os gols da partida foram marcados por Pedro e Michael, para o Rubro-negro, enquanto Evanilson descontou para o Tricolor. Com este resultado, a equipe do técnico Jorge Jesus pode até empatar o jogo de volta para garantir o bicampeonato da competição. Já o tricolor terá de vencer por dois gols de vantagem para garantir o caneco. Caso os tricolores vençam pela diferença de um gol, o Carioca será definido em cobranças de pênalti.

A equipe do técnico Odair Hellmann iniciou o primeiro tempo ditando o ritmo do jogo. Os tricolores foram os primeiros a arriscar, em um chute cruzado do atacante Evanilson aos 7 minutos, mas Diego Alves defendeu. Gabigol respondeu aos 15, com finalização de fora da área defendida pelo goleiro Muriel.

Com o decorrer da partida, o Flamengo foi melhorando. E aos 28 Pedro transformou esta superioridade em gol, com um chute preciso na saída do goleiro tricolor. A oportunidade foi criada após troca de passes envolvente do trio Vitinho, Arrascaeta e Diego.

Com desvantagem no marcador, os tricolores chegaram com perigo aos 43, quando Egídio cruzou para Evanilson, que, por muito pouco, não cabeceia livre na grande área.

O Fluminense retornou para a segunda etapa pressionando. Assim, logo aos 6 minutos Dodi finalizou da intermediária, obrigando Diego Alves a espalmar para evitar o empate. Aos 13, o meia Yago Felipe recebeu na grande área, puxou para o meio e bateu de perna esquerda, mas o goleiro rubro-negro salvou mais uma.

Contudo, aos 14 o atacante Evanilson não perdoou. Ele recebeu o cruzamento de Egídio e concluiu com liberdade na pequena área, e deixou tudo igual.

Aos 22, o Fluminense quase virou o marcador, quando Gilberto, próximo à linha de fundo, rolou a bola para Hudson, que bateu no centro da meta do goleiro Diego Alves, que defendeu.

Mas, quando o tricolor estava mais próximo do gol, Rafinha lançou Gabigol, que passou por Egídio e tocou para Michael. O camisa 19 teve apenas o trabalho de escorar para o fundo da rede aos 28 minutos para fazer o seu. Flamengo 2 a 1.

No finalzinho do jogo, aos 45 minutos, Caio Paulista arriscou de longa distância, e a bola passou acima da trave.

Expulsão de Gabigol
Nos acréscimos o Flamengo sofreu um duro golpe, quando Gabigol tomou o segundo cartão amarelo na partida e, consequentemente, o vermelho. O árbitro Wagner do Nascimento Magalhães interpretou que o jogador retardou sua saída de campo no momento da substituição pelo zagueiro Léo Pereira. Com isso, o atacante está fora do segundo jogo da decisão.

Segunda partida da decisão
Flamengo e Fluminense são os maiores vencedores do Campeonato Estadual, com os flamenguistas tendo gritado campeão 35 vezes, e os tricolores em 31 oportunidades.

O segundo jogo da decisão será na próxima quarta (15), às 21h30, no estádio do Maracanã.

Edição: Fábio Lisboa

Sirius: acelerador de elétrons revela detalhes do novo coronavírus

Publicado em 12/07/2020 - 14:59 Por Ludmilla Souza - Repórter da Agência Brasil - São Paulo

O Sirius, nome da nova fonte de luz síncrotron brasileira, do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (SP), realizou os primeiros experimentos em uma de suas linhas de luz nesta semana. A primeira estação de pesquisa a entrar em funcionamento é capaz de revelar detalhes da estrutura de moléculas biológicas, como proteínas virais.
Cristal da proteína do novo coronavírus coletado para ser submetido à análise - Divulgação/CNPEM

Nessas análises iniciais, pesquisadores do CNPEM observaram cristais de uma proteína imprescindível para o ciclo de vida do vírus SARS-CoV-2, o novo coronavírus. Os primeiros resultados revelam detalhes da estrutura dessa proteína, importantes para compreender a biologia do vírus e apoiar pesquisas que buscam novos medicamentos para a covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.

A primeira estação de pesquisa a entrar em funcionamento no Sirius é a linha de luz Manacá, dedicada a cristalografia de proteínas. Usando a difração de raios X esta linha de luz é capaz de revelar a posição de cada um dos átomos que compõem a proteína estudada, o que auxilia os pesquisadores a investigar a sua ação no organismo e sua interação com moléculas que têm potencial para o desenvolvimento de fármacos.

Além do Sirius, há outros aceleradores no mundo estudando as moléculas do coronavírus. “Há mais de 200 estruturas de pedaços do coronavírus depositada no banco de dados internacional, mas a nossa [fonte de luz síncrotron], já é uma das melhores em termos de resolução, já estamos competitivos comparados com outros experimentos. é uma corrida, tem muitos pesquisadores no mundo tentando fazer isso, estamos colhendo pistas, e isto que está sendo feito em vários aceleradores. Os pesquisadores querem olhar a estrutura e testar ligantes que podem ser candidatos a fármacos”, disse a pesquisadora do CNPEM que coordena a primeira estação de pesquisa a entrar em operação, Ana Carolina Zeri.

Neste primeiro experimento no Brasil foi analisada a 3CL Protease, do SARS- CoV-2. “Também conhecida por Mpro, essa molécula, em formato que lembra um coração, é uma das principais proteases do vírus, essencial para seu ciclo de vida. Essas proteases, fundamentais para a replicação viral, são alvos conhecidos para o desenvolvimento de medicamentos, já que, ao inibir essas proteínas, é possível interferir na proliferação do vírus. Inclusive, as primeiras drogas para HIV foram desenvolvidas mirando proteases do vírus e as drogas com essa ação estão presentes nos coquetéis utilizados para HIV, até hoje”, explicou a pesquisadora da força tarefa do CNPEM contra covid-19, Daniela Trivella.
Imagem em 3D de proteína do novo coronavírus obtida no Sirius. - Divulgação/CNPEM

O início dos experimentos nas instalações do Sirius envolve um minucioso processo de testes, no qual milhares de parâmetros são avaliados para garantir a geração de dados precisos. “Para constatar que a estação de pesquisa está dentro dos parâmetros projetados, gerando resultados confiáveis, resolvemos primeiramente a estrutura de proteínas bem conhecidas, como lisozima – uma molécula presente na nossa lágrima e saliva. Reproduzimos as medidas esperadas para essas amostras-padrão e, então, ao verificarmos a boa performance da máquina, seguimos para a coleta de dados de experimentos reais, com cristais de proteínas do SARS-CoV-2”, explica Ana Carolina Zeri. 

Primeiros experimentos
A amostra analisada nos primeiros experimentos no Sirius foi a proteína 3CL do SARS-CoV-2. Produzida e cristalizada no Laboratório Nacional de Biocências (LNBio), do CNPEM, a 3CL participa do processo de replicação do vírus dentro do organismo durante a infecção.

“Inicialmente, reproduzimos a estrutura de uma proteína já conhecida para testar os resultados gerados pela Manacá. Com a obtenção de dados confiáveis e competitivos, vamos aprofundar os estudos em biologia molecular e estrutural que integram nossa força-tarefa contra o SARS-CoV-2. Temos vários grupos de pesquisadores mobilizados para investigar os mecanismos moleculares relacionados à atividade dessa proteína, buscar inibidores de sua atividade, estudar outras proteínas virais, gerar conhecimentos que podem apoiar o desenvolvimento de medicamentos contra a doença”, detalhou o Diretor do Laboratório Nacional de Biociências (LNBio), Kleber Franchini.

Os próximos passos da pesquisa do CNPEM integram a Rede Vírus MCTI, comitê de assessoramento estratégico do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações que atua na articulação de Unidades de Pesquisa envolvidas no combate ao coronavírus.

Sirius está aberto aos pesquisadores
“Além do nosso compromisso com a agenda pública de pesquisas com o SARS-CoV-2, coordenada pelo MCTI, o início da operação da Manacá vai beneficiar a comunidade científica de todo o País. Pesquisadores dedicados a estudar os detalhes moleculares relacionados à doença poderão submeter, a partir da próxima semana, propostas de pesquisa para utilizar essa linha de luz”, anunciou o Chefe da Divisão de Materiais Moles e Biológicos do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) do CNPEM, Mateus Cardoso.

Para utilizar o Sirius, as propostas de pesquisa da comunidade científica passarão por uma avaliação técnica dos especialistas do LNLS. “Neste momento, consideramos que a máquina está em fase de comissionamento científico (fase final de testes), realizando experimentos ainda em condições que impõem algumas limitações. Entretanto, em resposta à crise causada pela covid-19, optamos por disponibilizar antecipadamente essa ferramenta aos pesquisadores que já têm familiaridade com experimentos de cristalografia de proteínas, para que eles possam avançar no entendimento molecular do vírus”, ponderou o Diretor do LNLS, Harry Westfahl Jr.

Dentre as 13 estações de pesquisa do Sirius previstas para a 1ª fase do projeto, duas delas tiveram as montagens priorizadas, desde o início da pandemia, por permitirem estudos sobre o vírus e sua interação com células humanas. Além da Manacá, a equipe do projeto corre contra o tempo para entregar, ainda nos próximos meses, a linha de luz Catereté, voltada a técnicas de Espalhamento Coerente de Raios X, onde será possível produzir imagens celulares tridimensionais de alta resolução.

O diretor-geral do CNPEM e do projeto Sirius, José Roque, destaca que, em resposta à uma situação emergencial, a comunidade científica está sendo chamada a apresentar suas propostas de pesquisa em SARS-CoV-2. “Começamos a oferecer condições de pesquisa inéditas para os pesquisadores do país. Neste momento, em que se fala tanto da importância da ciência e tecnologia para a solução de problemas, estamos diante de uma máquina avançada, projetada por brasileiros e construída em parceria com a indústria nacional. Espero que, cada vez mais, todos os setores da sociedade reconheçam a importância da ciência para a solução dos nossos problemas e as capacidades que temos no país”, conclui.

Sirius
Projetado e construído por brasileiros, o Sirius é uma das fontes de luz síncrotron mais avançadas do mundo. Este grande equipamento científico possui em seu núcleo um acelerador de elétrons de última geração, que gera um tipo de luz capaz de revelar a microestrutura de materiais orgânicos e inorgânicos. Essas análises são realizadas em estações de pesquisa, chamadas linhas de luz. O Sirius irá comportar diversas linhas de luz, otimizadas para experimentos diversos, e que funcionarão de forma independente entre si, permitindo que diversos grupos de pesquisadores trabalhem simultaneamente, em diferentes pesquisas nas mais diversas áreas, como saúde, energia, novos materiais, meio ambiente, dentre outras. Sirius é financiado pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações.

Edição: Aline Leal