quarta-feira, 27 de março de 2019

MG - Governo reduz parcelas do pagamento do 13º de 2018 da segurança pública

Por BRUNO MENEZES
27/03/19 - 19h11
Foto: Cristiane Mattos

Após reunião com deputados estaduais e federais na manhã dessa quarta-feira (27), na Cidade Administrativa e a pressão de uma possível manifestação na próxima sexta-feira (29), o Governo de Minas assumiu o compromisso de reduzir o parcelamento do 13º salário referente a 2018 para os servidores da segurança pública. De acordo com a nota conjunta assinada pelos deputados estaduais Sargento Rodrigues (PTB), Coronel Sandro (PSL), Delegada Sheila (PSL), Eli Grilo (PSL), Bruno Engler (PSL) e federais Subtenente Gonzaga (PDT) e Cabo Júnio Amaral (PSL) que estiveram na reunião com o secretários de Governo, Custódio Mattos e de Planejamento e Gestão, Otto Levy, além dos comandantes da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e as chefias da Polícia Civil e Gabinete Militar, o débito será quitado integralmente no dia 21 de maio. 

Além da bonificação natalina, os parlamentares informaram também que o pagamento integral do abono fardamento dos servidores da segurança pública será feito juntamente com a primeira parcela dos vencimentos de junho e que os repasses semanais para Instituto de Previdência dos Servidores Militares do Estado de Minas Gerais (IPSM) também será mantido.

Com o avanço na negociação, os servidores da segurança que planejavam realizar uma manifestação seguida de audiência pública na próxima sexta-feira (29), vão mudar o local e debater os avanços na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), às 13h, durante reunião da Comissão de Segurança Pública.

“Consideramos que houve um avanço na pauta. Dessa forma, vamos debater com mais tranquilidade e calma os avanços que tivermos em uma audiência Pública na ALMG”, explicou o deputado estadual Sargento Rodrigues (PTB).

Confira a nota do Governo de Minas:
O Governo de Minas, em diálogo com os comandos da PMMG, CBMMG, Chefia da Polícia Civil e Gabinete Militar, e com os parlamentares vinculados à Segurança Pública, estabelece seus compromissos em relação ao setor:

1 – Pagamento integral das parcelas restantes do 13º salário, no dia 21 de maio de 2019, mantido o pagamento da parcela prevista para abril;

2 – Continuidade do repasse financeiro semanal ao IPSM, garantida normalidade dos serviços de atendimento à saúde;

3 – Pagamento integral do abono fardamento dos servidores da Segurança Pública, juntamente com a 1ª parcela dos vencimentos de junho de 2019;

4 – Diálogo contínuo com o objetivo de construir um plano de recomposição salarial das perdas inflacionárias e a retomada do pagamento no 5º dia útil de cada mês; e

5 – Atitude permanente de diálogo e interlocução periódica com os comandos, chefias de corporação e representantes do setor, tendo em vista o interesse da sociedade e o bem-estar dos profissionais de segurança do Estado de Minas Gerais.

Jornal OTempo

domingo, 24 de março de 2019

PM mata homem e fere outro que tentaram assaltar família

Por LISLEY ALVARENGA
24/03/19 - 12h36

Fato ocorreu na madrugada deste domingo (24), em Monte Carmelo, no Alto do Paranaíba - Foto: PMMG/DIVULGAÇÃO

Um homem de 38 ano foi morto e o comparsa dele, de 21, foi baleado, durante um perseguição policial ocorrida na madrugada deste domingo (24), em Monte Carmelo, no Alto do Paranaíba.

Segundo a Polícia Militar, os dois foram abordados depois que os militares receberam a denúncia de que uma dupla sacou uma arma e tentou roubar e perseguiu uma família que estava em um veículo Cruze, no bairro Vila Nova.

Ao perceber a presença da polícia, os suspeitos teriam disparado contra os militares e "jogado" o carro na direção deles. Os policiais, então, atiraram contra os homens, que acabaram batendo o veículo em uma residência.

O homem de 38 anos morreu no local. Já o de 21 anos foi socorrido e permanece internado em estado grave no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia. Com os suspeitos foram encontrados um revólver calibre .38 com duas munições deflagradas. Uma das vítimas da tentativa de roubo reconheceu o veículo e os homens.

Jornal OTempo

Anatel inicia bloqueio de celulares irregulares em 15 estados.Aparelhos sem certificação trazem risco à segurança do usuário

Publicado em 24/03/2019 - 12:18

Por Agência Brasil Brasília

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) está realizando hoje (24), em 15 estados, o bloqueio de telefones celulares sem certificação. Vão deixar de funcionar os aparelhos que não têm o selo de certificação da agência, que garante a compatibilidade com as redes de telefonia no Brasil.

Estão sendo bloqueados aparelhos irregulares em São Paulo e Minas Gerias, nos nove estados do Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe); e em quatro estados da Região Norte (Amapá, Amazonas, Pará e Roraima).
Desde setembro, foram bloqueados mais de 244 mil celulares em todo o Brasil (Arquivo/Agência Brasil)

O bloqueio nesses estados é a última fase do cronograma do Projeto Celular Legal, iniciado em setembro. A Anatel enviou 531 mil mensagens de aviso de desligamento a celulares irregulares.

Até o momento, foram bloqueados mais de 244 mil celulares em todo o país. O estado com mais celulares desligados é Goiás: 85,9 mil, conforme planilha da Anatel.

O selo da Anatel é colado atrás da bateria do aparelho ou no manual do telefone.

Segundo a agência, “o celular sem certificação não passou pelos testes necessários” e “pode aquecer, dar choques elétricos, emitir radiação, explodir e causar incêndio”.

Além da segurança dos usuários, a Anatel assinala que o bloqueio reduz o número de roubos e furtos de celulares, combatendo a falsificação e clonagem de IMEIs (número de identificação do aparelho), que é único e global.

Edição: Kleber Sampaio
Agência Brasil

sexta-feira, 22 de março de 2019

Sirenes tocam e barragem de Barão de Cocais sobe do nível 2 para o nível 3

22/03/19 - 21h59

Mina do Congo Soco, em Barão de Cocais
Foto: Flickr

As sirenes voltaram a tocar para os moradores de Barão de Cocais na noite desta sexta-feira (22). De acordo com informações do prefeito do município, Décio Geraldo dos Santos (PV), a barragem teria subido do nível 2 para o nível 3, classificação máxima, momento em que a barragem já está entrando em colapso.

Ainda de acordo com o prefeito, equipes da Defesa Civil e da Vale se deslocaram para o local para averiguar o motivo de as sirenes terem sido acionadas e a classificação ter subido para o nível 3, que indica o rompimento da estrutura. 

A estrutura em Barão de Cocais pertence à Vale e recebe os rejeitos da mina de Gongo Soco. A região no entorno da mina já havia sido evacuada no dia 8 de fevereiro. 

Procurada pela reportagem, a Vale ainda não se pronunciou sobre o ocorrido.

Aguarde mais informações.

Jornal OTempo

Justiça libera uso da força policial em protesto de servidores da segurança

Por LUCAS HENRIQUE GOMES
22/03/19 - 19h14
Agentes da segurança haviam bloqueado os dois sentidos da rodovia no fim da tarde - Foto: Cristiane Mattos

A Justiça liberou o uso da força policial em caso de necessidade durante protesto de servidores da segurança marcado para a próxima sexta-feira (29), na Cidade Administrativa. A Advocacia Geral do Estado conseguiu, na 4ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Belo Horizonte, decisão antecipada contra os líderes sindicais das forças de segurança do Estado. Entre as principais medidas determinadas pelo juiz Mauro Rocha Pena na noite desta sexta (22) estão também a proibição dos manifestantes portarem armas e a ordem de liberação de ao menos uma faixa da MG-010 em ambos os sentidos.

Foi determinado também que os manifestantes não paralisem a prestação dos serviços de segurança pública e das demais áreas e não invadam prédios públicos durante todo o movimento. Caso haja algum descumprimento, haverá a multa de R$ 50 mil por hora por crime de desobediência. 

Procurado, um dos líderes do movimento, o coronel da reserva Domingos Sávio de Mendonça, criticou a postura da Justiça. "A decisão não surpreende. Os juízes estão com salários em dia, eles receberam 13º em dia, com todos benefícios. Os poderes do Estado estão se unindo para intimidar as manifestações, mas de qualquer forma nós vamos fazer. A manifestação está convocada de pacífica e sem armas. Agora o que acho um absurdo é já ameaçar de usar a força contra os manifestantes, isso aí é uma situação inusitada. O juiz está achando que a tropa de choque da Polícia vai se voltar contra os próprios colegas? A gente vê com estranheza", declarou. 

O magistrado indicou ainda que um oficial da Justiça acompanhe toda a manifestação para "identificar as lideranças envolvidas, apontar nome completo e documento, acompanhar o movimento, proceder, pessoalmente, à leitura da decisão no local dos fatos e certificar eventual descumprimento" da decisão proferida nesta sexta. 

Procurado, o advogado geral do Estado, Sérgio Pessoa, disse que não comentaria a decisão para evitar um tensionamento. Mais cedo, Pessoa afirmou que faria o pedido à Justiça para "evitar o fechamento de vias públicas e o prejuízo ao direito dos cidadãos de se locomover".

No dia 22 de fevereiro, data da primeira manifestação, quando manifestantes ocuparam a rodovia por cerca de duas horas em ambos os sentidos, a Advocacia Geral do Estado também havia conseguido uma decisão antecipada para que os manifestantes não obstruíssem integralmente as vias públicas, permitindo pelo menos o trânsito em uma faixa, além de não invadirem prédios públicos sob a pena de R$ 50 mil por hora para cada item. Como houve o bloqueio da rodovia, a AGE pediu o pagamento de R$ 100 mil pelo descumprimento.

Na ocasião, a desobstrução da via não ocorreu por forças policiais porque boa parte dos manifestantes estavam armados. Por isso, a equipe de choque da Polícia Militar optou por não utilizar a força para que não houvesse um caos generalizado. 

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Jornal OTempo

Contagem consegue bloqueio de R$ 31 milhões do governo


Por ANA LUIZA FARIA
22/03/19 - 19h56
Foto: Uarlen Valerio / O Tempo 06/11/2017

A prefeitura de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), conseguiu na Justiça, o bloqueio de aproximadamente R$ 31 milhões das contas do governo de Minas em razão do atraso nos repasses constitucionais referentes ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). O valor corresponde aos depósitos que deveriam ter sido feitos nos meses de outubro, novembro e dezembro de 2018, e de janeiro de 2019. O montante, já saiu da conta do governo e deve chegar para o município no início da semana que vem. 

O bloqueio se deu por decisão judicial de outubro de 2018, na qual o desembargador responsável pelo processo em segunda instância, determinou que o Estado fizesse as transferências em dia, a partir da data da decisão, o que não aconteceu. “Ocorre que até janeiro o Estado não tinha repassado para o município ainda nenhum valor. Então, a prefeitura ficou esses quatro meses sem nenhum repasse. Os depósitos vieram a ser regularizados, parcialmente, no final de janeiro, para começo de fevereiro. Sendo assim, o juiz ordenou o bloqueio. E agora, a Justiça decidiu que o valor desse bloqueio viesse para o município como conversão em renda”, explicou o subprocurador de Contagem, Rafael Braga.

Mais recursos
Sobre as outras parcelas anteriores a outubro de 2018, em atraso do Fundeb, Braga explicou que elas fazem parte dessa ação. Porém, caberá ao judiciário, ainda, a determinação de pagamento ao município. Ainda de acordo com ele, o município também acionou a Justiça para reaver os repasses devidos do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e de convênios da saúde. “O Estado está devendo para os municípios uma quantia alta de repasses. O débito hoje com o município de Contagem gira em torno de R$ 240 milhões”, contou Braga. 

Essa não é a primeira vez que a prefeitura de Contagem usa desse recurso jurídico contra o governo do Estado. Em agosto do ano passado, o município conseguiu o repasse de R$ 38 milhões feito pelo Executivo, destinados ao Fundo Municipal de Saúde. Já no final de 2017, a procuradoria geral do município assegurou que o governo de Minas quitasse cerca de R$ 30 milhões de repasses não realizados, relativos ao ICMS e IPVA. 

Embate
O governo de Romeu Zema (Novo) vem sofrendo com a pressão da Associação Mineira de Municípios (AMM) por causa do débito referentes aos repasses constitucionais para as prefeituras desde o início de sua gestão. Em seu primeiro mês como chefe do Executivo, Zema deixou de depositar R$ 1 bilhão para os municípios. O governo ainda tem que se preocupar com a dívida deixada pelo ex-governador do Estado, Fernando Pimentel (PT), que é de R$ 12,3 bilhões. 

Na última quarta-feira, os prefeitos rejeitaram a proposta de pagamento da dívida apresentada pelo governo do Estado. No documento, o Executivo colocava o projeto de recuperação fiscal junto ao governo federal como condicional para a quitação da dívida, que totaliza R$ 13,3 bilhões. 

O presidente da AMM e prefeito de Moema, Julvan Lacerda (MDB), já deixou claro, por diversas vezes que os prefeitos não vão aceitar que o pagamento do R$ 1 bilhão devido pelo governo do Novo fique para o ano que vem nem em mais de três parcelas. Já a dívida deixada pelo petista, o presidente da AMM entende que, devido a situação fiscal do Estado, pode ser parcelada.

Silêncio
Questionado sobre o bloqueio de R$ 30 milhões em suas contas, e o pagamento da dívida relativa ao Fundeb para a prefeitura de Contagem, o governo de Minas preferiu não se manifestar. 

Jornal OTempo

quinta-feira, 21 de março de 2019

Na primeira noite preso, Temer ficará em sala da PF no Rio

Publicado em 21/03/2019 - 22:58

Por Agência Brasil Brasília

A primeira noite do ex-presidente Michel Temer na prisão será em uma sala especial na Superintendência Regional da Polícia Federal (PF) no Rio de Janeiro. O local foi definido, segundo o Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro, porque a defesa do ex-presidente argumentou que ele teria, pelo cargo exercido, direito a ser acomodado na PF, assim como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está detido em Curitiba, no Paraná.

A Superintendência da Polícia Federal fica na zona portuária do Rio, no centro da cidade. Na chegada ao local, o comboio do ex-presidente enfrentou um longo trânsito.

A defesa de Temer ingressou nesta quinta-feira (21) com pedido de habeas corpus no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), que será examinado pelo desembargador Ivan Athié, relator da Operação Prypiat, à qual o caso de Temer é conexo..
Ex-presidente é preso em São Paulo e levado para Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro - Reuters/Ricardo Moraes/Direitos Reservados

Todos juntos
Inicialmente, o juiz da 7ª Vara Federal Criminal, Marcelo Bretas, determinou que Temer fosse levado para a Unidade Prisional da Polícia Militar, em Niterói, onde já está preso o ex-governador Luiz Fernando Pezão.

Na mesma unidade de Pezão, deverão ficar o ex-ministro Moreira Franco e o coronel João Baptista Lima Filho, o coronel Lima.

Segundo o MPF, Temer e Moreira necessariamente não precisam passar pelo Instituto Médico Legal (IML) para fazer o exame de corpo de delito, podendo fazer o exame em outro local.

Saiba mais

Edição: Carolina Pimentel
Agência Brasil

Receita Estadual deflagra a operação “Puro Malte”

QUI 21 MARÇO 2019 16:11 ATUALIZADO EM QUI 21 MARÇO 2019 16:18

Divulgação/SEF
As investigações começaram a partir de cruzamentos de dados feitos por auditores fiscais da Receita Estadual

Crédito: Divulgação/SEF

Uma fábrica de cerveja artesanal localizada em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi alvo da operação “Puro Malte” deflagrada nesta quinta-feira (21/3) pela Secretaria de Estado de Fazenda (SEF).

Durante a operação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão na empresa e, por meio de medidas cautelares obtidas pela Advocacia-Geral do Estado (AGE), também em uma casa onde, segundo investigações, havia provas contundentes da irregularidade cometida contra o fisco mineiro.

Os mandados foram expedidos com o objetivo de impedir a destruição das evidências relativas à venda de mercadorias sem a emissão de documentação fiscal, num esquema de sonegação que pode ter acarretado um prejuízo de R$ 15 milhões aos cofres públicos.

As investigações começaram a partir de cruzamentos de dados feitos por auditores fiscais da Receita Estadual, que constataram incompatibilidade entre a entrada de insumos e a respectiva produção e saída de mercadorias da empresa cervejeira.

De acordo com os levantamentos feitos pelos auditores fiscais, foi percebida uma inconsistência entre a matéria-prima adquirida – tais como malte, lúpulo e embalagens – e o volume de cerveja e chope comercializados. O fato serviu como ponto de partida para identificar as irregularidades cometidas pelo contribuinte.

As informações consideradas estratégicas para comprovar o esquema de uma produção paralela não computada na contabilidade da empresa estavam em poder do sócio-proprietário da fábrica, o que levou a um esforço conjunto da SEF e da AGE no cumprimento do mandado judicial de busca e apreensão do material fundamental para a comprovação da sonegação fiscal.

A operação “Puro Malte” contou com a participação em campo de 14 auditores fiscais da Receita Estadual e com o apoio da Advocacia-Geral do Estado e da Polícia Civil. As instituições atuam em conjunto no Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (Cira).

http://www.agenciaminas.mg.gov.br/noticia/receita-estadual-deflagra-a-operacao-puro-malte

Polícia Federal indicia Lula e o filho mais novo por lavagem e tráfico de influência


Além de se corromper, Lula também corrompeu seu filho mais novo

Deu em O Tempo
(Estadão Conteúdo)

A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu filho, Luís Cláudio, por supostos crimes de lavagem de dinheiro e tráfico de influência. A investigação, que é abastecida pela delação da Odebrecht, mira pagamentos à empresa de marketing esportivo Touchdown, de propriedade de Luís Cláudio. Segundo a PF, a empresa teria recebido R$ 10 milhões em alguns anos ‘apesar de seu capital social de R$ 1 mil’. A juíza da 4.ª Vara Criminal de São Paulo, Bárbara de Lima Issepi, remeteu o caso para uma das varas especializadas em lavagem de dinheiro.

As informações foram reveladas pelos repórteres Bruno Tavares e Robinson Cerântula, da TV Globo, e confirmadas pelo Estado.

PROJETOS DO FILHO – A investigação tem origem na delação de executivos ligados à Odebrecht. Eles afirmam que Lula teria mantido contato com a empreiteira para beneficiá-la no governo Dilma Rousseff, e, ‘como contrapartida, a empresa ficaria responsável por financiar projetos pessoais de seu filho, Luis Cláudio’.

Consta nos autos que ‘a partir disso, Alexandrino Alencar (Odebrecht) teria procurado a empresa ‘Concept’, com o intuito de beneficiar a empresa de Luis Claudio, Touchdown, a desenvolver o futebol americano no Brasil’.

“Adalberto Alves, representante da Concept, por sua vez, afirmou que a empresa foi principalmente remunerada pela Odebrecht, contudo prestou serviços para a empresa Touchdown: segundo consta, a Odebrecht teria arcado com valor aproximado de R$ 2 milhões, ao passo que a Touchdown teria desembolsado aproximadamente R$ 120 mil”.

SEM CONTRATO – A juíza anota que apesar das expressivas quantias pagas, não houve sequer a formalização de qualquer contrato. “Por sua vez, a empresa Touchdown teria comprovado o pagamento de aproximadamente R$ 150 mil. A autoridade policial ainda aponta outros elementos que, no seu entendimento, possuem severas inconsistências:”

Segundo a PF, ‘a empresa Touchdown recebeu ao longo dos anos vultuosas quantias (mais de R$ 10 milhões) de grandes patrocinadores, apesar de seu pequeno capital social, de apenas R$ 1 mil (fl. 317); os serviços prestados pela empresa Concept estão aproximadamente 600% acima do valor de mercado, haja vista que, segundo afirmado por Adalberto, os custos da atividade realizada seriam em torno de R$ 300/400 mil’.

“Há indícios de utilização de intermediários (‘laranjas’) para o pagamento de valores suspeitos. A esse respeito, destaque-se o pagamento de R$ 846 mil, apenas no ano de 2013, a uma empresa com capital social de R$ 1,00, cujo objeto social diz respeito à animação de festas (recreação, e fabricação de doces e salgados). Segundo a Autoridade Policial, a representante desta empresa (Roseane Matos), antes de começar a receber valores da Touchdown, possuía renda mensal de apenas um salário mínimo”, diz a juíza.

SEM PATROCÍNIO – “Conforme a Autoridade Policial, a própria Confederação Brasileira de Futebol Americano (fl. 474) nunca obteve um patrocínio anual, tampouco investimentos que se protraíssem por anos, de expressivos valores, e sem ter havido sequer formalização por meio de contrato, caso dos benefícios que teriam sido auferidos pela Touchdown”, afirma a PF.

Consta nos autos que a ‘Receita Federal viu indícios de irregularidade nas transações em questões, entendendo caracterizada possível omissão de receitas pela Touchddown”.

A juíza anota que ‘causou estranheza à Autoridade Policial que a Touchdown comprove pagamentos apenas a partir de 03/12/2012, ao passo que os serviços já eram prestados ao menos desde 16/03/2012, bem como, desde 02/05/2012, a Odebrecht já estar realizando pagamentos à Concept’.

LAVAGEM – “No caso dos autos, haveria, ao menos em tese, condutas destinadas a ocultar ou dissimular a origem de valores provenientes de infração penal, tais como pagamentos parciais com a intenção de oferecer aparência de licitude, triangulação de valores, utilização de interpostas pessoas, entre outras práticas”, escreve a magistrada.

O advogado Cristiano Zanin Martins, que defende Lula, diz que “o relatório produzido pela autoridade policial não tem qualquer implicação processual e muito menos afasta a garantia constitucional da presunção de inocência em favor do ex-Presidente Lula e de seu filho Luis Claudio”.

“Trata-se de mero documento opinativo, com enorme fragilidade jurídica e distanciamento da realidade dos fatos, que dá sequência ao “lawfare” praticado contra Lula e seus familiares”, acrescenta o defensor.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A coisa está feia. Além de se corromper, Lula também corrompeu o filho mais novo. Ao invés de estudar, Luís Cláudio virou “empresário”, sob as bênçãos de José Carlos Bumlai, o amigo nº 1 de Lula, e de Marcelo Odebrecht. E assim a família se tornou uma famiglia… (C.N.)Posted in Tribuna da Internet

Os inquéritos sobre o ex-presidente Michel Temer

21/03/2019 12h03 

Michel Temer responde a 10 inquéritos
Jornal Hoje

Michel Temer responde a 10 inquéritos

Preso nesta quinta-feira (21), o ex-presidente Michel Temer responde a dez inquéritos. O caso que o levou à prisão trata do suposto pagamento de propina pela Engevix, que tinha contrato com a Eletronuclear.

Esse inquérito é um dos cinco que foram autorizados pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF) em 2019, quando Temer já não tinha mais foro privilegiado, e que foram encaminhados em seguida à 1ª instância. A investigação relacionada à Engevix está agora com a força-tarefa da Lava Jato do Rio.

Outros cinco inquéritos já tramitavam STF, pois foram abertos na época em que o emedebista era presidente da República. As investigações também foram enviadas à 1ª instância.

Entenda abaixo todos os casos. Os cinco primeiros são os inquéritos abertos em 2019:
1. Propina de R$ 1 milhão da Engevix
O dono da construtora Engevix, José Antunes Sobrinho, disse em delação premiada que pagou R$ 1 milhão em propina, a pedido do coronel João Baptista Lima Filho (amigo de Temer), do ex-ministro Moreira Franco e com o conhecimento do presidente Michel Temer. Em parceria com a empresa de Lima, a Argeplan, a Engevix havia fechado um contrato em um projeto da usina de Angra 3.

O caso foi enviado ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, responsável pela Lava Jato no Rio, que já analisava inquéritos sobre a Eletronuclear. Para a força-tarefa, Temer atuava como chefe de uma organização criminosa há 40 anos no Rio de Janeiro.

O QUE DISSE TEMER: Na época da denúncia, a Secretaria de Comunicação do Palácio do Planalto declarou que o então presidente provaria, nos autos judiciais, que não houve nenhuma irregularidade no decreto dos portos, nem benefício ilícito a nenhuma empresa.
Obra da usina de Angra 3 em dezembro de 2014, antes das obras serem paralisadas — Foto: Divulgação

2. Reforma de imóvel da filha
A Justiça Federal de São Paulo analisa suposto crime de lavagem de dinheiro cometido na reforma de um imóvel da filha de Temer, Maristela, em São Paulo. Segundo pedido de investigação apresentado pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, a reforma foi feita e custeada pela Argeplan, sem reembolso.

A obra teria custado entre R$ 1,5 milhão e R$ 2 milhões. A PF diz que a quantia de R$ 1 milhão veio de um pagamento de propina do grupo J&F, a pedido de Temer, e que o dinheiro foi entregue por dois funcionários do grupo, diretamente ao coronel Lima, na sede da Argeplan, em setembro de 2014. A arquiteta responsável pela reforma era Maria Rita Fratezzi, mulher do coronel Lima.

O QUE DISSE TEMER: Na época da denúncia, a defesa disse que "o senhor presidente da República não praticou qualquer dos delitos que lhe foram atribuídos e que, seguramente, não há elementos suficientes para justificar a conclusão lá exposta".
Maristela Temer, filha do ex-presidente, é investigada por lavagem de dinheiro — Foto: Reprodução/GloboNews

3. Superfaturamento em contrato da Argeplan
O inquérito trata da suspeita de contratação da Argeplan/Concremat pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, com indícios de serviços não prestados e superfaturamento em contrato avaliado em cerca de R$ 100 milhões. O contrato previa que a Argeplan prestaria serviços de arquitetura e engenharia e seria a responsável por fazer os projetos para a construção de 36 novos fóruns paulistas.

No pedido de investigação, a procuradora-geral Raquel Dodge diz que, como Temer era real proprietário da Argeplan, teria usado o cargo. O caso está na Justiça Federal de São Paulo.

4. Contrato fictício no Porto de Santos
O delator Flávio Calazans e uma auditoria interna da empresa Pérola S/A indicam a existência de um contrato fictício de prestação de serviço no valor de R$ 375 mil no porto de Santos.
Porto de Santos — Foto: Sérgio Coelho/Arquivo Pessoal

5. Contrato irregular entre a Argeplan e a Fibria Celulose
A Justiça Federal de São Paulo analisa suspeitas de contrato irregular entre a Argeplan Arquitetura e Engenharia e a empresa Fibria Celulose S/A, com valores em torno de R$ 15,5 milhões, além de relações entre a Construbase Engenharia LTDA e a PDA Projeto e Direção Arquitetônica - foram 58 transações, entre 2010 a 2015, envolvendo R$ 17.743.218,01.

6. Jantar no Jaburu com a Odebrecht
O inquérito apura suposto recebimento de R$ 10 milhões em vantagens indevidas da Odebrecht por Temer e pelos ex-ministros Moreira Franco e Eliseu Padilha. Segundo o delator Cláudio Melo Filho, ex-vice-presidente de Relações Institucionais da empreiteira Odebrecht, em um jantar no Palácio do Jaburu, em 2014, foi acertado o repasse ilícito do dinheiro ao MDB.

O executivo afirmou ainda que as doações feitas periodicamente a diversos políticos tinham como objetivo a atuação destes na aprovação de medidas de interesse da Odebrecht. Seria, segundo ele, uma "espécie de contrapartida institucional esperada entre público e privado".

O QUE DISSE TEMER: Temer repudiou "com veemência" o conteúdo da delação. Segundo ele, as doações feitas pela construtora Odebrecht ao PMDB foram todas por transferência bancária e declaradas ao TSE. Não houve caixa 2, nem entrega em dinheiro a pedido do presidente".

7. Decreto dos Portos
Está na Justiça Federal de Brasília o caso que ficou conhecido como inquérito dos portos. No fim do ano passado, Temer foi denunciado por Raquel Dodge, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, por integrar um suposto esquema para favorecer empresas específicas na edição de um decreto sobre o setor portuário.

A investigação começou com a delação de executivos do grupo J&F. Os empresários denunciaram pagamentos de propina a agentes políticos, entre eles Michel Temer e o ex-assessor especial da Presidência Rodrigo Rocha Loures.

Segundo a denúncia, Temer teria recebido valores por meio das empresas Argeplan, Eliland do Brasil, PDA Administração e Participação LTDA e PDA Projeto e Direção Arquitetônica. Ao todo, a PGR aponta movimentação indevida de R$ 32,6 milhões.

O QUE DISSE TEMER: Na ocasião da denúncia, o presidente Michel Temer afirmou, por meio de nota, que "provará, nos autos judiciais, que não houve nenhuma irregularidade no decreto dos portos, nem benefício ilícito a nenhuma empresa".

8. Mala de dinheiro de Rocha Loures
O ex-presidente foi denunciado por corrupção passiva no caso da mala com R$ 500 mil recebida por Rodrigo Rocha Loures, ex-assessor de Temer. Loures foi filmado pela polícia ao receber a mala, em uma pizzaria, do ex-executivo do grupo J&F Ricardo Saud. Segundo o Ministério Público, o dinheiro seria propina para Temer.

MP pede condenação de Rocha Loures, o homem da mala
Jornal da Globo
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9. Tentativa de comprar o silêncio de Eduardo Cunha
A Justiça analisa a denúncia de que Temer teria avalizado a compra de silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (MDB), que está preso pela Lava Jato, e do operador Lúcio Funaro.

Em encontro com Temer no Palácio do Jaburu em março de 2017, o empresário Joesley Batista, da JBS, disse a Temer que estava dando a Eduardo Cunha e ao operador Lúcio Funaro uma mesada para que permanecessem calados na prisão. Diante dessa informação, Temer diz, na gravação: "Tem que manter isso, viu?"

O QUE DISSE TEMER: Na época, a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência disse que o presidente Michel Temer "jamais solicitou pagamentos para obter o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha. Não participou nem autorizou qualquer movimento com o objetivo de evitar delação ou colaboração com a Justiça pelo ex-parlamentar".
Diálogo entre Joesley Batista e Michel Temer — Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil e Beto Barata/PR

10. Organização criminosa - quadrilhão do MDB
Em 2017, o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou ao STF uma denúncia contra Temer por organização criminosa. Segundo ele, Temer, o ex-deputado Eduardo Cunha, o ex-ministro Henrique Alves, o ex-ministro Geddel Vieira Lima, o ex-assessor de Temer Rodrigo Rocha Loures, o ex-ministro Eliseu Padilha e o ex-ministro Moreira Franco, todos integrantes do MDB, formaram um núcleo político para cometer crimes contra empresas e órgãos públicos.

Os integrantes do suposto esquema teriam recebido valores de propina que, somados, superam R$ 587,1 milhões, arrecadados de empresas e órgãos públicos, entre os quais a Petrobras, Furnas, Caixa Econômica Federal, Ministério da Integração Nacional, Ministério da Agricultura, Secretaria de Aviação Civil e Câmara dos Deputados.

Rodrigo Janot afirmou na denúncia que “diversos elementos de prova” apontam que Michel Temer tinha o “papel central” na suposta organização criminosa.

O QUE DISSE TEMER: Na época, o Palácio do Planalto disse que a denúncia estava "recheada de absurdos". Temer disse que eram “ilações que misturam fatos, para confundir e ganhar ares de verdade”.

https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/03/21/os-inqueritos-sobre-o-ex-presidente-michel-temer.ghtml