Edilson fez um dos gols do Corinthians no terceiro jogo da final do Brasileiro de 1998 - Foto: Reprodução/ESPN
Josias Pereira | @supernoticiafm
27/09/18 - 09h30
Pela segunda vez em uma história de confrontos que perdura desde 1940, quando Corinthians e Cruzeiro realizaram o primeiro amistoso, as duas equipes voltam a se enfrentar em uma decisão nacional. O último e até então único encontro aconteceu em 1998, pela decisão do Brasileiro. Vinte anos depois, as equipes duelam agora pelo título da Copa do Brasil.
A Raposa quer o hexacampeonato para se isolar como o maior campeão do certame, enquanto o Corinthians busca o tetra.
Em 1998, três jogos foram precisos para definir quem seria o campeão nacional. O Cruzeiro possuía em seu elenco grandes nomes como Marcelo Djian, hoje diretor de futebol do clube, além de Dida, Gottardo, Valdo, Fábio Júnior e Marcelo Ramos, o grande artilheiro dos confrontos entre celestes e alvinegros com seis gols marcados.
Enquanto o Corinthians tinha Marcelinho Carioca, Rincón, Ricardinho, Vampeta, Dinei e Edilson "Capetinha". Um confronto também técnico, com Levir Culpi no Cruzeiro, e Vanderlei Luxemburgo, no Timão.
O primeiro jogo da decisão, disputado no Mineirão, levou ao estádio mais de 90 mil pessoas. Até então, o Cruzeiro não havia nenhum Brasileiro, uma vez que o título da Taça Brasil 1966 não era reconhecido.
Era a chance do Cruzeiro, enfim, conquistar o caneco. A Raposa chegou a abrir dois gols de frente no marcador, uma vitória que parecia contada com gols de Müller e Valdo; Mas o Corinthians foi buscar o resultado, empatando com gols de Marcelinho Carioca e Dinei. 2 a 2 no placar.
O jogo do Mineirão era a chave para derrubar o Corinthians, mas o Cruzeiro não conseguiu. A disputa foi para São Paulo.
No Morumbi, em jogo realizado no dia 20 de dezembro, um novo empate, agora por 1 a 1. Marcelinho Carioca abriu o placar para o Corinthians, mas o Cruzeiro foi buscar o empate com Marcelo Ramos. Um jogo dramático e com grandes intervenções do goleiro Dida.
Com a disputa em pé de igualdade, um terceiro jogo foi necessário para definir o campeão. Três dias depois, o Morumbi seria mais uma vez a casa dessa partida desempate. O Corinthians então foi letal.
A vitória por 2 a 0 começou com o atacante Edílson, driblando Dida e mandando para as redes. Craque da decisão, Marcelinho Carioca fechou a conta, de cabeça. O sonho do título nacional para a Raposa foi interrompido, feito que só se consumou cinco anos mais tarde, com a conquista da Tríplice Coroa. Aquele foi o bicampeonato brasileiro do Corinthians, que não levantava um Brasileiro desde 1990.
ANTES A RAPOSA DESPACHOU PAULISTAS
Naquele mesmo ano, o Cruzeiro já havia encarado Corinthians, só que pela Copa do Brasil. A Raposa eliminou os paulistas graças a grande atuação no jogo da ida, no Mineirão. O time de Levir Culpi bateu o Corinthians por 3 a 1, partida em que o atacante Bentinho brilhou com dois gols. Marcelo Djian ainda fez um gol sobre o rival, completando o placar. No jogo da volta, em São Paulo, o empate por 1 a 1 garantiu o Cruzeiro nas quartas de final. Naquele ano, os celestes chegaram à decisão da Copa do Brasil, mas perderam para o Palmeiras.
RETROSPECTO
O histórico geral dos confrontos entre Cruzeiro e Corinthians aponta favoritismo para os paulistas, Na história, os clubes já se enfrentaram 85 vezes, com 38 triunfos alvinegros, 26 da Raposa e 21 empates. Nestes duelos, o Corinthians marcou 115 gols e o Cruzeiro, 96.
EMPATADOS EM MATA-MATAS
Em seis disputas eliminatórias entre Corinthians e Cruzeiro, os dois estão empatados na disputa. A Raposa eliminou o Timão nas quartas de final da Copa do Brasil de 1996; nas quartas de final do mesmo torneio nacional em 1998; e mais recentemente nas quartas de final da Copa do Brasil de 2016.
O Corinthians faturou o título do Brasileiro de 1998; eliminou a Raposa nas oitavas de final da Copa do Brasil de 1991, e nas oitavas de final do mesmo torneio nacional em 2002, ano em que o Corinthians se sagraria campeão do certame sob o comando de Carlos Alberto Parreira. O primeiro jogo daquela decisão ficou marcada pela polêmica arbitragem de Carlos Eugênio Simon, que errou em lances capitais que poderiam ter favorecido ao modesto Brasiliense de Péricles Chamusca.
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