sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Jovens estão perdendo audição por causa de fones de ouvido, alerta conselho

10/11/2017 10h24
Brasília
Andreia Verdélio - Repórter da Agência Brasil
Conselho Federal de Fonoaudiologia alerta sobre aumento da surdez entre jovens - Foto Cyntia Veras/Governo do Piauí

A cada dia, mais jovens estão apresentando perda de audição causada pelo uso irregular de fones de ouvido. O alerta é feito pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia (CFFa). “Os adolescentes usam esse equipamento de som com volume muito alto. A gente vem notando que a audição deles não é tão normal como antigamente, já tem mais perda. E se continuar a usar esse som alto, eles terão uma perda irreversível, não volta mais ao normal”, disse a presidente do CFFa, Thelma Costa.

Segundo ela, as perdas auditivas por causa de ruído estão aumentando entre a população, tanto por ruído industrial, quanto por equipamentos de som. Ela cita como exemplo o caso dos músicos, lembrando que existem protetores auditivos que selecionam o som. "Então, eles conseguem seguir com a profissão e estão se prevenindo, o que não acontece com os adolescentes.

A presidente do CFFa orienta os pais e responsáveis a monitorar o volume dos fones de ouvido. “Se você estiver a 1 metro da pessoa e ouvir o que ela está escutando, ela provavelmente terá uma perda de audição. A 1 metro de distância, você não deve ouvir o que a pessoa está escutando no fone de ouvido”, reforçou Thelma, que é especialista em audiologia.

A orientação é baixar o volume. Segundo ela, já houve uma proposta de projeto de lei no Congresso Nacional para que esses equipamentos tenham controle máximo de volume, mas ele não foi aprovado. Além disso, a fonoaudióloga explicou à Agência Brasil que as escolas precisam pensar melhor na estrutura das salas de aulas, para que sejam construídas em locais mais silenciosos ou com melhor acústica.
A cada dia, mais jovens apresentam perda de audição - Foto Prefeitura de Osvaldo Cruz (SP)Prefeitura de Osvaldo Cruz (SP)

Prevenção e tratamento
Hoje (10), no Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez, o CFFa alerta que existem várias situação que podem causar problemas de audição e muitos delas são preveníveis. Thelma explica que as causas para a perda de audição dependem da fase da vida. Os bebês, por exemplo, podem nascer com deficiência auditiva por problemas na gestação, quando a mãe é usuária de drogas, teve sífilis ou rubéola durante a gravidez, ou problemas no parto. “Por isso é importante fazer o teste da orelhinha na maternidade, para saber se nasceu surdo ou não e intervir, se necessário”, disse.

No caso das crianças, as otites devem ser tratadas com cuidado e a vacinação deve estar em dia. Doenças como meningite e caxumba podem causar perda de audição, por exemplo, e há vacinas disponíveis na rede pública. No caso dos adolescentes, além do uso irregular dos equipamentos de som, eles podem ter as mesmas patologias das crianças.

Há causas que não são preveníveis, como algumas doenças em adultos, otosclerose e AVC por exemplo, e em casos de AVC, além das perdas progressivas causadas pela idade. “Mas há muitas que se consegue prevenir, principalmente por exposição ao ruído”, enfatizou Thelma.

Segundo a presidente do CFFa, a tecnologia de aparelhos auditivos melhorou muito ao longo do tempo, inclusive sendo implantada dentro do ouvido. Entretanto, mais importante que a amplitude do som é a qualidade desses equipamentos. “Antigamente, se colocava o aparelho e ele aumentava o som. O paciente escutava, mas continuava sem compreender. Hoje é como se aumentasse o volume com um som estereofônico muito melhor. O paciente ouve e tem uma qualidade sonora muito boa”, disse.

Thelma explicou ainda que, antigamente, só usava aparelho quem apresentava uma perda moderada de audição. Hoje, qualquer pessoa com perda leva, dependendo da necessidade, é um paciente em potencial para o uso de aparelho de amplificação. “Mas o uso do aparelho não previne a progressão da perda de audição. A prevenção, no caso de exposição a ruído, é parar de se expor, então aquela perda estaciona, mas não melhora”, ressaltou.

Tema do Enem
A fonoaudióloga comentou também o tema da redação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano - “Desafios para a Formação Educacional de Surdos no Brasil”. Segundo ela, muitas pessoas argumentaram que o aluno do ensino médio não tem conhecimento para discorrer sobre o tema, mas para Thelma, o assunto da inclusão deveria ser debatido por todos, inclusive porque o deficiente auditivo faz parte da comunidade escolar, assim como qualquer pessoa com deficiência.

“Já os desafios são vários, porque existe a questão da formação do professor. O aluno, seja surdo ou com qualquer deficiência, é colocado na sala de aula, mas não é incluído, muitas vezes porque o professor não tem formação para incluir. É muito mais fácil incluir pessoas com deficiência física, mas com relação ao surdo, é preciso ter um intérprete e uma maneira diferente de dar aula. É um desafio, sim, e muitos professores terão que saber lidar com a educação do surdo”, disse.

As questões da inclusão e do preconceito devem ser debatidas não só nas escolas, mas em toda a sociedade, pois pessoas com perdas profundas de audição precisam ser compreendidas em todos os lugares. “Muitas vezes, o surdo, que é quem tem perda profunda, se depara com situações onde não consegue compreender e ser compreendido”, explicou Thelma.

O preconceito existe ainda na própria pessoa com deficiência auditiva. “A primeira pergunta que ela faz é se o aparelho vai aparecer. Como se, desaparecendo o aparelho, desaparece o problema. Isso é preconceito da própria pessoa. E a gente pergunta: 'Mas você usa óculos? Qual é a dificuldade e a diferença?'”, acrescentou a especialista.

Edição: Graça Adjuto
Agência Brasil

Caneta preta e documento oficial com foto são obrigatórios para o Enem

10/11/2017 05h44
Brasília
Sabrina Craide - Repórter da Agência Brasil

Estudantes se preparam para o Enem, que terá o segundo dia de provas no domingo (12) -Wilson Dias/Arquivo Agência Brasil

Caneta esferográfica de tinta preta e documento oficial com foto são os dois itens que não podem ser esquecidos pelos candidatos que vão fazer o segundo dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no próximo domingo (12). A caneta deve ser fabricada com material transparente e obrigatoriamente preta, porque outra cor de tinta impossibilita a leitura óptica do cartão de respostas.

O documento pode ser a carteira de identidade, carteira de motorista, carteira de trabalho, carteira de reservista ou passaporte. A carteira de estudante não será aceita como documento oficial. Também não serão aceitas cópias, nem mesmo as autenticadas.

Se o candidato perdeu ou teve o documento roubado, deverá apresentar um boletim de ocorrência expedido por órgão policial há, no máximo, 90 dias do primeiro domingo de aplicação do Enem – dia 5 de novembro.

O cartão de comprovação de inscrição, que deve ser impresso na página do Enem, não é obrigatório, mas é recomendável levar para ter acesso mais fácil a dados como o local e a sala da prova. Quem precisar comprovar sua presença na prova, para apresentar no trabalho, por exemplo, deve levar a declaração de comparecimento impressa e colher a assinatura do coordenador no dia da prova. O formulário está disponível na Página do Participante.

Lanches são permitidos, mas os alimentos industrializados, como biscoitos, salgadinhos e iogurte precisam estar com as embalagens lacradas. Todos serão vistoriados antes do ingresso na sala.

Itens proibidos
Não é autorizado o uso de celular ou qualquer aparelho eletrônico durante as provas. Os aparelhos terão de ser colocados em um porta-objetos com lacre, que deverá ficar embaixo da cadeira até o fim das provas.

O candidato também não poderá usar lápis, lapiseira, borracha, livros, manuais, impressos, anotações, óculos escuros, boné, chapéu, gorro e similares e portar armas de qualquer espécie, mesmo com documento de porte. Se estiver com um desses objetos, eles deverão ser colocados no porta-objetos.

Edição: Graça Adjuto
Agência Brasil

ESPOSA BLOQUEIA WATS ZAP - Romero Bastos Humorista

Controle da mídia. José Paulo Cavalcanti. Censura nunca mais...


CONTROLE DA MÍDIA???

O símbolo do herói moderno, para o filósofo italiano Umberto Galimberti (“Il Gioco delle Opinioni”), deveria ser Ulisses. Rei de Ítaca. Por sua invenção do cavalo de Troia. Em cujo ventre, acreditando no que aprendemos na escola, se esconderam soldados que os troianos puseram dentro dos muros e, à noite, abriram as portas da cidade. Porque Ulisses seria portador dos valores básicos que se exigiria de uma sociedade moderna – mentira e astúcia. Retraduzindo essas palavras, para dar-lhes mínimos de dignidade, “astúcia” passaria a ser a capacidade de encontrar o ponto de equilíbrio entre forças contrárias. Enquanto “mentir” significaria habitar a distância que separa aparência e realidade. Com Ulisses, inaugura-se a dupla consciência da realidade e sua máscara.

Em certo sentido, é o que se passa hoje com nossas elites políticas. Agem como se fossem novos Ulisses. Usando, sem constrangimento, astúcia e mentiras. Para todos os fins. Inclusive enriquecimento privado com recursos públicos. Mas o TSE não parece muito preocupado com isso. Nem em como baratear as eleições. Nem com a indecência que é o financiamento público das eleições. Nem com o Caixa 2, que vai continuar imperando nas próximas eleições. E prefere apontar sua metralhadora para apoiar o discurso de Lula, em favor do “Controle da Mídia”. Deus nos proteja. Tanto que, segundo a jornalista Mônica Bergamo (Folha de SP), decidiu “convocar audiência pública” para discutir “a influência da mídia (rádio e TV) no processo eleitoral”. Já propondo a criação de “um órgão estatal de controle nas programações”. Deus tenha pena de nós. Com essa volta da censura, em grande estilo.

Pior é que faz isso mesmo sabendo que o Supremo já se pronunciou contra. Quando julgou regra do Estatuto da Criança (art. 247, § 2º) que autorizaria uma “suspensão da programação” das emissoras de rádio e TV. Contra ela foi proposta ADIN (869-2). E o Supremo, afinal, declarou (em 4/8/1999) sua inconstitucionalidade. Por entender que isso importaria “restaurar, por forma oblíqua, a censura banida pela Carta Magna de 1988”. É o que pretende, agora, o TSE. Valha-nos Deus.

Algo assim seria impossível em qualquer país democrático. Nos Estados Unidos, como no Brasil (art. 220, § 2o), existe também vedação constitucional a qualquer tipo de censura. A regra está na primeira emenda do Bill of Rigths (nome coletivo que só dá as dez primeiras emendas à Constituição Norte-Americana), a saber: Congress shall make no law… abridging the freedon of speech, or the press…. Verdade que a Suprema Corte passou a permitir, desde 1919, limites pontuais à livre expressão. Com a doutrina do Clear and Present Danger¸ sagrada no case Schenck x United States. Confirmada, posteriormente, com as doutrinas do Gravity on the Evil (1924) e Free Speech (1945). Princípios esses renovados, e alargados, em 1982. Com a doutrina, hoje dominante, da Unprotected Speech, estabelecida no case New York x Ferber. Mas isso se dá só em três casos: Pornografia, Dados Secretos do Governo e Segredos das Empresas. Sem qualquer relação com eleições, pois.

Ao lado das mídias tradicionais (rádio e TV), há também o mundo digital. Sobre o tema, silêncio. Vai ser tudo controlado? Teremos, afinal, o grande irmão previsto por George Orwell (em “1984”)? É desalentador, leitor amigo. No Brasil, parece, o progresso consiste em andar para trás. Em proveito de quem?, eis a questão. Não da democracia, com certeza. Em seu comovente painel da eterna luta entre o indivíduo e a sociedade, que é “Servidão Humana”, escreveu Somerset Maugham: O poder é a lei, a consciência e a opinião pública. Deveríamos seguir essa lição. Que eleições livres exigem eleitores livres. Consciências livres. E opinião pública em que onde todos possam se expressar livremente.

http://www.luizberto.com/coluna/a-coluna-de-jose-paulo-cavalcanti-filho

Depoimento de um viciado - Romero Bastos humorista

Vanessa da Mata - Ai Ai Ai

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

“Bem Comum Bairros” vai a Santa Cruz no sábado

JUIZ DE FORA - 9/11/2017 - 10:15

No sábado, 11, a praça do Bairro Santa Cruz, na Rua Doutor Antônio Mourão Guimarães, receberá o “Bem Comum Bairros”, cujo objetivo é promover encontro com brincadeiras, atrações culturais, práticas esportivas e serviços de saúde e beleza em um só lugar. Durante o evento, que começará às 8 horas, o público receberá desde atendimentos podológicos a aula de zumba, passando por serviços de informações sobre Lei de Anistia. A população também poderá sugerir ações e levantar questões sobre a atuação da Prefeitura na zona norte, diretamente com o prefeito Bruno Siqueira.

O secretário de Comunicação Social, Michael Guedes, destacou que o evento possibilita “maior contato da comunidade com os representantes da Prefeitura, que recebem e encaminham as demandas do bairro”. No local haverá também aula de artes marciais, além de serviços de beleza, como corte de cabelo, design de sobrancelha, maquiagem e esmalte. Dentro das atividades físicas propostas está o alongamento e a caminhada. 

A programação cultural contará com shows de sertanejo e pagode, apresentação do Coral Cesama (Companhia de Saneamento Municipal) e apresentações de dança do projeto “Gente em Primeiro Lugar”, mantido pela Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funalfa).

O “Bem Comum Bairros” é promovido pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), através da Secretaria de Comunicação (SCS) e de Governo (SG), em parceria com a TV Integração.

* Informações com a Assessoria de Comunicação da SCS, pelo telefone: 3690-7245.
Portal PJF

Waack repetiu a mancada de Bial, foi afastado, mas logo estará de volta

Waack, diante da Casa Branca, e falando mal de preto

Deu no Correio/BA

A Rede Globo informou na noite desta quarta-feira (8) que o jornalista William Waack será afastado do Jornal da Globo. A decisão acontece depois de um vídeo que mostra um bastidor de uma cobertura do telejornal vazar. Nas imagens, Waack está em Washington, nos EUA, e reclama de um motorista que passa buzinando. “Tá buzinando por que, seu merda do cacete?”, diz o jornalista. Ele diz então para o convidado que está ao seu lado: “Não vou nem falar, eu sei quem é…” Depois, ele se vira para o convidado e diz – com o som já mais baixo: “Preto, né? É coisa de preto com certeza”.

A Globo afirmou que a princípio o jornalista está afastado até que “a situação esteja esclarecida” e que a partir de desta quinta-feira vai discutir as implicações a longo prazo. Diz ainda que é “visceralmente contra o racismo em todas as suas formas e manifestações”.

O próprio Waack ainda não veio a público para comentar o caso, mas segundo a nota da Globo ele “afirma não se lembrar do que disse, já que o áudio não tem clareza”, mas pede desculpas a quem se sentiu ofendido.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Vamos ver até aonde isso vai. No caso semelhante ocorrido com Pedro Bial, não aconteceu nada ao apresentador. Há alguns muitos anos, Bial apresentava o “Fantástico”. Durante o programa, que exibia uma cena de balé, o microfone continuou aberto e vazou um comentário dele dizendo: ”Isto é coisa de veado”. Dizem que nada aconteceu com Bial, mas o operador de áudio foi demitido. No caso de Waack, ninguém sabe qual foi o funcionário da Globo que vazou a mancada preconceituosa, ocorrida no ano passado. (C.N.)Posted in Tribuna da Internet

Um Guia Preguiçoso Sobre a Teoria Crítica

Mai 29 2014, 12:40am
Ilustrações por Jenny Hirons.

Quem decide entrar para um curso universitário de artes ou humanidades provavelmente vai ter que ler críticos literários e sociais pós-modernos e neomarxistas, que vão fazer sua cabeça doer e seu corpo ansiar por um pouquinho de pornografia. Enquanto raça, esse pessoal é conhecido como “teóricos críticos”.

Agora você deve estar pensando: Ah, mas eu não preciso realmente ler essa gente; é só ler o Cliffs Notes. Nesse caso, só vou dizer o seguinte: você faz bem, viu. Não tem muito por que ler esses livros, e muito menos a teoria em torno deles. A educação é um negócio fácil e barato (não literalmente, infelizmente) hoje em dia, e você não precisa ser muito inteligente para conseguir um diploma de Humanas numa universidade decente.

Mas se você acha que precisa ir além do estritamente necessário, por que não ler alguma coisa difícil de entender que pode não significar porcaria nenhuma, né? Afinal de contas, estudo é isso aí. Um ano depois de sair da faculdade você vai continuar não fazendo a menor ideia do que isso quer dizer, mas vai ter um entendimento melhor e instintivo (ou seja, emprestado) da sociedade, e por um breve momento vai poder dizer: “Eu li Roland Barthes, e meio que entendi onde ele queria chegar”.

Tratando-se do final intelectualmente desafiador da biblioteca – como tudo na maioria das universidades – pode ser melhor abraçar isso no começo, e depois encarar essas coisas todas com uma sobrancelha levantada. “Ah, os bons tempos”, você vai poder dizer daqui a 40 anos quando cruzar com uma cópia esquecida do Second Skins: The Body Narratives of Transsexuality, do Jay Prosser.

Enquanto isso, aqui vão alguns personagens e situações com que você vai topar em sua jornada pela selva lógica da teoria crítica.

Elaine Scarry

A Elaine exerce um belo poder em seu trono lá em Harvard. A maior realização da Scarry é um livro chamado The Body in Pain, que é sobre diferentes tipos de dor e como a dor é infligida. O cerne do livro é que machucar os outros é ruim, enquanto que criar alguma coisa (qualquer coisa, a menos que seja dolorosa) é bom. Quando você faz isso, você “faz” o mundo, mas quando inflige dor você “desfaz” o mundo. Então, se você tortura implacavelmente uma pessoa, você não está ajudando o mundo, mas se você escreve um livro sobre por que as pessoas torturam as outras, aí você está ajudando o mundo pacas. Ainda assim, ela é responsável por uma das grandes analogias bíblicas que o mundo já leu: ela compara a criação de Deus a fazer uma mesa que pode pensar por si mesma e mudar de forma sempre que o tempo exige. Você teria pensando nisso? Não. Mas você pode tentar transformar essa ideia numa sitcom polêmica.

Outras Línguas
Sim, agora fdeu. Você pode até ter feito um cursinho de francês lá no colegial, mas o Jacques Derrida não escreveu sobre onde fica a estação de metrô, ou se a piscina do clube abre aos domingos. Ele escreveu sobre oposições binárias, retórica, desconstrução e um monte de outras coisas que os cursos on-line não abordam. E se você resolveu se meter em alguma coisa que se relaciona com a Grécia ou a Roma Antigas (e os cursos acadêmicos relacionam praticamente tudo a esses dois pântanos culturais), você vai ter que lidar com latim e grego antigos. Latim, pelo menos, usa o mesmo alfabeto que você acha na contracapa do seu DVD do Friends. Já o grego é escrito em wingdings antigos, então, boa sorte. Mais para frente, se você não conseguir jogar uns gracejos em norueguês antigo num ensaio sobre as sagas vikings, não vou te dar carona no meu escaler para Asgard. Ah, e se o trabalho for sobre Beowulf, o sotaque do Ray Winstone tem que estar implícito, viu?

Jacques Rancière

Ninguém fez mais para explicar o papel do espectador, num francês muito enrolado, que esse cara aqui. Sim, o espectador. Esse é você num show do Atlas Sound, ou quando paga para uma camgirl russa tirar a roupa na internet. O que deixava o Rancière puto era que o espectador não sabe das maquinações por trás do acontecimento teatral concebido (“peça”) que ele testemunha (“assiste”); ele fica sentado lá fingindo que acha as piadas do Shakespeare engraçadas. O Rancière queria quebrar a quarta parede – uma busca cultural que com certeza se arrastou através do punk e que acabou como o filme Quanto Mais Idiota Melhor.

Os teóricos críticos curtiam muito analisar o PODER, aquela coisa em caps de que ninguém consegue escapar, porque é assim que você é colocado no nosso mundo e coisa e tal. Os mais bobinhos ainda falam da grande máquina da elite e de como ela pode ser vista controlando nossos desejos nas novelas de Henry James, na música do Beethoven e nos ingredientes do sucrilhos. Escritores como a falecida Eve Kosofsky Sedgwick, autora de, sério mesmo, Jane Austen e a Moça Que Se Masturba, passaram do PODER para “o mundo é tons de cinza”, enquanto seus ex-discípulos ainda batem na tecla de que o cara meio John Malkovich nos romances do Henry James é um precursor do Donald Rumsfeld.
Walter Benjamin e Michel Foucault

Tipo um Gandalf e um filho gay do Gandalf, Walter Benjamin e Michael Foucault (acima) são os grandes magos da teoria crítica. A magnum opus do Benjamin, Paris, Capital do Século XIX, não estava pronta quando a Segunda Guerra Mundial começou (e quando ele se suicidou), então ficou escondida na Bibliothèque Nationale de Paris, onde só foi descoberta depois da guerra. E lembre-se, o “j” em Benjamin é mudo. Muitas carreiras acadêmicas já foram pro saco por causa disso. Foucault deve muito a Benjamin, mas conseguiu criar, com seu trabalho, uma equipe global de discípulos doidos para puxar o pêndulo do saco dele. E eu não culpo esse pessoal. O cara era mesmo um sujeito muito inteligente.

Uso Excessivo de Orações
Quando o acadêmico está tentando dizer uma coisa complicada ou, como geralmente é o caso, analisar um fenômeno simples de um jeito complicado, justificando assim um ensaio que não vai levar a lugar nenhum, ele usa um monte de orações. Frases continuam por páginas. Ideias, ou declarações, vão se empilhando uma por cima da outra e a agência, num sentido filosófico, é tirada do leitor, o consumidor do texto, o produto, enquanto as ideias se empilham; as declarações, porém, permanecem enterradas, entre orações. Na escola, você provavelmente ouviu falar de George Orwell e de suas famosas regras para escrever bem (seja simples, seja claro, não use metáforas, etc e tal, o que sempre me pareceu muito chato). Agora é hora de jogar Orwell pela janela, junto com seus sonhos de um futuro melhor. A teoria crítica não tem espaço para essa bobajada de frases curtas.
Theodor Adorno

O grande bode velho canonizado da seriedade no século 20 pode ter dito que não haveria riso depois do Holocausto, e pode ter passado a vida inteira despedaçando a cultura popular, mas isso não impediu que seu tomo clássico, Minima Moralia, acabasse estampado artisticamente nas sucursais da Urban Outfitters. Ele não ia ter gostado disso. Mas ele merece. Ele era um puta chato.

Teoria Queer
Você não é um homem. Você não é uma mulher. Você não é um gênero neutro. Você é uma construção. Manter seu gênero é uma performance constante. Essas ideias não parecem tão radicais agora, mas antes da Judith Butler adaptá-las do Foucault e colocá-las no livro Problemas de Gênero, de 1990, elas pareciam coisa de outro mundo. Você está dizendo que encher a cara com os meus trutas é uma performance culturalmente arraigada? Você está me chamando de gay? Você está dizendo que não curto virar umas latinhas no bar, depois ir pra balada e vomitar no meu melhor amigo, Steve, que eu amo pra caralho? Um cara deve ter dito essas mesmas palavras para a Judith lá em 1990. Agora, ele leu Problemas Gênero e está feliz, sentado lá com a namorada e assistindo Sex and the City.

Então, seja bem-vindo ao círculo mais íntimo da teoria crítica. Logo, você estará desmascarando o terrorismo presente em sua família, analisando a atuação da polícia dentro da literatura e desenhando uma linha clara entre o livro que está lendo e o cochilo que está tirando. Você vai ficar pensando: “sim, claro, sempre fiquei imaginando por que eu me comportava desse jeito, mas agora eu sei que é por causa de como a sociedade trabalha e o jeito como a sociedade trabalha está perfeitamente demonstrado nesse livro sobre política de gênero e as novelas do William Faulkner”. E o dia em que você pensar isso, amigo, vai ser o dia em que você nasceu.

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Tradução: Marina Schnoor

https://www.vice.com/pt_br/article/ezgbm7/um-guia-preguicoso-sobre-teoria-critica

Sargento da PM sobe nas passarelas com a missão de ser a mais bela de Minas

LH Landercy Hemersonpostado 
atualizado em 08/11/2017 21:43


Policial e miss, Késsila Miranda mantém o charme diante dos desafios
(foto: Arquivo pessoal/Divulgação)

Uma policial na disputa pelo título da mais bela mulher de uma cidade, de um estado, de um país ou - por que não? - do mundo. O que parece ser um divertido roteiro de cinema, como o do filme Miss Simpatia, com Sandra Bullock, no papel da agente do FBI Gracie Hart, é a mais nova missão da ex-modelo profissional e atual sargento da Polícia Militar de Minas Késsila Alves Miranda, de 24 anos.

Depois de se sagrar miss Governador Valadares 2017, sua cidade natal no Vale do Rio Doce, o próximo passo da militar é em direção à coroação como a mais bonita de Minas Gerais, em 2017, concurso que terá resultado conhecido no dia 15. “Aos 18 anos conheci a carreira de modelo e fui para a Turquia para fazer catálogo e desfile. Depois de quatro meses retornei e decidi realizar meu sonho de ser policial, como minha mãe e minha irmã. Há três anos e meio estou na Polícia Militar. Entrei como soldado, fiz curso de sargento e quando terminar a graduação de direito vou estudar para ser oficial. Não importa até onde possa ir no concurso de miss, mas não largo a PM”, afirmou. 

Késsila diz que a decisão de ir em busca do título de a mulher mais bonita de sua cidade veio de repente. “Fui convidada e, inicialmente, por ser policial, considerei que seriam atividades antagônicas. Meu namorado, também militar, me incentivou e então me inscrevi e não contei para as pessoas. Com a conquista do título de miss, então veio a preocupação de como isso soaria dentro do quartel, mas obtive total apoio de meus superiores e colegas de farda. Fui incentivada a representar a Polícia Militar no concurso”, contou a sargento.


Título de miss Governador Valadares foi uma realização
(foto: Arquivo pessoal/Divulgação)

Se antes a jovem militar imaginava que circularia por extremos, não demorou para se ver em ambientes semelhantes ao da corporação. “Como mulher, militar, não me vejo limitada para buscar outras realizações, fora da carreira policial, como ser miss. Quando entrei no concurso, logo percebi princípios semelhantes ao da vida militar, de valorização da cidadania, da preocupação com o bem-estar social, e não apenas uma disputa de quem é mais bonita”, argumentou. Depois que passou a atuar nas ruas, na 4ª Companhia do 1º Batalhão, junto com colegas de farda, a jovem se envolveu no projeto social “Educarte”, voltado para ressocialização de menores infratores.

Mesmo sem nunca ter precisado atirar contra bandidos, a sargento se diz treinada e preparada para enfrentar os desafios de uma policial militar para garantir a segurança da sociedade. Na unidade móvel em que trabalha busca ser uma referência no atendimento das pessoas que, por vez, a incentivam a ser modelo, sem saber de sua trajetória. “Estou vivendo o momento, me realizando, sem a preocupação de aonde vou chegar. São muitas as concorrentes, todas com suas histórias, que não se resumem em ser apenas uma mulher bonita”. O concurso Miss Mundo é um dos dois principais do gênero no país e é realizado pela CNB (Concurso Nacional de Beleza).

https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2017/11/08/interna_gerais