sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Mais dois homens são presos no caso da jovem morta após carona no Triângulo

postado em 03/11/2017 12:18 / atualizado em 03/11/2017 14:28
Depois da prisão do suspeito de matar a jovem paulista Kelly Cristina Cadamuro, de 22 anos, no município de Frutal, no Triângulo Mineiro, mais dois homens foram detidos na madrugada dessa sexta-feira, 3, por envolvimento no caso. Os novos acusados, identificados como Daniel Teodoro, de 24 anos, e Wander Luiz Cunha, de 34, foram presos pela Polícia Militar de São José do Rio Preto, cidade paulista próxima a Frutal, onde eles residem. 

Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais, os dois cometeram crime de receptação por comprar itens roubados da vítima pelo suspeito do crime, Jonathan Pereira do Prado, de 33 anos. Ainda de acordo com a Polícia Civil, Wander teria ficado com as rodas do carro de Kelly, enquanto Daniel comprou o celular dela. 

Os dois estão detidos em Frutal, onde estão sendo interrogados pelo plantão da Polícia Civil. O veículo foi achado sem as rodas, som e equipamentos, em uma estrada rural entre Rio Preto e Mirassol. O corpo de Kelly foi encontrado na beira de um rio a 20 quilômetros de Frutal, na quinta-feira. O crime ocorreu na tarde dessa quarta-feira, depois que ela ofereceu carona em um grupo de WhatsApp. Ela tinha saído de São José do Rio Preto, para Itapagipe, no Triângulo. 

Jonathan foi preso no estado de São Paulo e levado para o plantão da Polícia Civil em Frutal. Ele informou aos policiais que teve a ideia de roubar o carro da jovem ao ver o anúncio da carona. Inicialmente, o autor do crime disse que iria com a namorada, mas na hora do encontro para a viagem disse que ela tinha desistido e insistiu para ir sozinho. 

Ainda segundo a assessoria da Polícia Civil, no meio do caminho, ele pediu que Kelly parasse o carro para que ele pudesse urinar, momento em que anunciou o roubo. O assassino alegou aos policiais que matou a jovem e jogou o corpo no rio. Segundo a Polícia Militar, ela estava seminua, com a cabeça mergulhada em um córrego. A calça que usava foi achada a três quilômetros do local. A perícia vai indicar se ela sofreu violência sexual.

https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2017/11/03/interna_gerais,913907/mais-dois-homens-sao-presos-no-caso-da-jovem-morta-apos-carona-no-tria.shtml

Petrobras aumenta preço do gás de cozinha em 4,5% a partir de domingo

03/11/2017 16h19
Rio de Janeiro
Cristina Indio do Brasil – Repórter da Agência Brasil

Os preços do gás de cozinha para uso residencial em botijões de até 13 kg (GLP P-13), vão aumentar em 4,5% nas refinarias, em média, a partir da 0h de domingo (5).

Segundo a companhia, a causa principal do reajuste é a “alta das cotações do produto nos mercados internacionais, influenciada pela conjuntura externa e pela proximidade do inverno no hemisfério norte”. Ainda conforme a companhia, a variação do câmbio também contribuiu para a necessidade do aumento.

A Petrobras informou que a elevação foi aplicada sobre os preços praticados nas refinarias sem incidência de tributos. Como a legislação brasileira garante liberdade de preços no mercado de combustíveis e derivados, o preço para o consumidor dependerá de cada distribuidora e revendedora.

Pelos cálculos da companhia, se a alta for repassada integralmente aos preços finais, o preço do botijão de GLP P-13 pode ser reajustado, em média, em 2%, cerca de R$ 1,21 por botijão, caso sejam mantidas as margens de distribuição e de revenda e as alíquotas de tributos.

De acordo com a Petrobras, o reajuste acompanha a política de preços divulgada no início de junho. O último aumento entrou em vigor no dia 11 de outubro deste ano. A alteração valerá a partir de domingo não se aplica ao gás liquefeito de petróleo (GLP) destinado a uso industrial e comercial.

Edição: Wellton Máximo
Agência Brasil

Caminhão é apreendido no PR com cerca de R$ 12 milhões escondidos na carga

03/11/2017 15h13
Brasília
Paulo Victor Chagas – Repórter da Agência Brasil

Um caminhão carregado de alface e alho que seguia de São Paulo para Foz do Iguaçu (PR) foi apreendido nessa quinta-feira (2) com cerca de R$ 12 milhões escondidos em sua carga. A apreensão, considerada a maior da história pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), foi feita na cidade de Campina Grande do Sul, na região metropolitana de Curitiba.

PRF apreende caminhão em Curitiba com mais de R$ 12 milhões escondidos na carga - Divulgação/PRF

A descoberta ocorreu durante uma abordagem de rotina dos policiais e não foi motivada por denúncias. O veículo foi fiscalizado enquanto transitava na BR-116, Rodovia Régis Bittencourt. Segundo a PRF, o motorista, que foi preso, alegou não saber da existência do dinheiro.

De acordo com ele, o destino da carga era Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, cidade que faz fronteira com o Paraguai e a Argentina. Os malotes foram levados para a sede da Justiça Federal em Curitiba e estão sendo contados. A estimativa é de que os maços reúnam R$ 8 milhões em notas de reais e R$ 1,2 milhão em cédulas de dólar.

Edição: Carolina Pimentel
Agência Brasil

Assembleias podem usar o caso Aecio e libertar corruptos, porque assim diz a lei…

Charge do Sponholz (sponholz.arq.br)

Jorge Béja

Aquele 6 a 5 do plenário do Supremo Tribunal Federal em favor de Aécio Neves foi mesmo um desastre de grande tamanho para a ordem jurídica nacional, para a moralidade pública e uma tremenda desmoralização para o Poder Judiciário, que desde então passou a estar submisso ao Legislativo. Está corretíssimo o registro de Carlos Newton, no rodapé da notícia hoje publicada na Tribuna da Internet sob o título “Virou bagunça: Exemplo de Aécio é usado para livrar corruptos em todo o país”. A notícia informa sobre a revogação, por Assembleias dos Estados, de medidas cautelares que o Judiciário impôs a seus deputados, tudo em função daquele desastrado 6 a 5.

Seis ministros do STF causaram estrondoso dano à história da Suprema Corte, à Constituição Federal, ao Poder Judiciário, ao Brasil, à separação de poderes… Enfim, danos de toda ordem. Os seis ministros decidiram que também nas decretações pela Justiça de medidas provisórias penais a deputados e senadores, a Casa legislativa a que pertencer o parlamentar precisa, depois da decretação, aprovar a medida judicial. Se não aprova, a medida cai e o deputado ou senador fica desobrigado a respeitar e cumprir a decisão judicial.

É JURISPRUDÊNCIA – Meu Deus, onde vamos parar! É preciso que o STF reveja essa esdrúxula decisão, que tem peso e repercussão geral danosa. E nessa toada, deputados estaduais e vereadores dela se beneficiam, tal como aconteceu com Aécio.

O pior de tudo é que a aplicação da decisão do STF, apesar de apertadíssima (6 a 5), ao menos para deputados estaduais não está incorreta. É jurisprudência que os beneficia. Isso mesmo: não está incorreta e é jurisprudência, precedente, que os beneficia. É duro dizer e reconhecer isso. Mas é preciso informar com segurança. ainda que a informação seja dolorosa. E não está incorreta não por dedução, ou por interpretação analógica, e sim por força do que dispõe a própria Constituição Federal.

Está escrito no artigo 27, parágrafo 2º da Carta da República que “será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando-se-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remunerações, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas”.

NA FORMA DA LEI – O “álibi” constitucional e desgraçadamente jurídico está no binômio protetivo “inviolabilidade e imunidades”. É aí que residem a “desculpa” e o “pretexto” para se estender aos deputados estaduais aquela maculada decisão de 6 a 5 do STF em favor de Aécio Neves.

E as Assembleias estaduais que estão derrubando medidas cautelares que a Justiça impôs a seus deputados, como dá conta a notícia que indignou nosso editor Carlos Newton, não estão agindo fora da Constituição Federal, mas de acordo com a Carta e na conformidade da pesarosa decisão que a presidente ministra Cármen Lúcia desempatou, com seu voto tão trêmulo, tão confuso e tão atrapalhado que foi preciso a ajuda do decano, ministro Celso de Melo, para que a ata da sessão fosse elaborada, tão dúbia estava a ministra que desempatou em prol do Legislativo e em detrimento do Judiciário que ela, ainda que transitoriamente, preside.

LEGISLATIVO REINA – Doravante vai ser assim. O Judiciário sucumbiu. Perdeu poder e autoridade frente ao Legislativo, tanto no âmbito nacional quanto no estadual. Agora deputados estaduais e federais mandam nos juízes e ministros.

Estão a salvo de sofrerem medidas cautelares, porque estas, quando decretadas, antes de ser cumpridas precisam do “nihil obstat” das Assembleias estaduais, da Câmara dos Deputados e do Senado. Sem o aval de seus pares, o parlamentar desdenha a ordem judicial. Que quadra dolorosa passa este país!
Posted in Tribuna da Internet

Cerca de 5 milhões de candidatos ao Enem já consultaram seus locais de prova

03/11/2017 14h14
Brasília
Paulo Victor Chagas - Repórter da Agência Brasil

A dois dias do primeiro domingo de provas do Exame Nacional do Ensino Médio, 20% dos candidatos inscritos ainda não consultaram seus locais de prova. Os estudantes de todo o Brasil que farão a prova devem ficar atentos aos locais para evitar contratempos, já que os portões serão fechados impreterivelmente às 13h, horário de Brasília, deste domingo (5).

Até as 13h26 desta sexta-feira (3), cerca de 5,25 milhões de pessoas já haviam verificado o local agendado para o exame, o que corresponde a quase 78% dos candidatos. Com isso, pouco mais de 22% dos 6,7 milhões de estudantes ainda precisam anotar o endereço da prova, que pode ser consultado no site http://sistemasencceja3.inep.gov.br/localdeprova/.

A organização e o planejamento para os dois dias de prova requerem cuidado com detalhes básicos, mas que podem acarretar atrasos se não forem conferidos previamente, como documentos pessoais, caneta esferográfica de tinta preta e a checagem do meio de transporte que será utilizado, como horário de metrô e ônibus.

Neste ano, o Enem será realizado em dois domingos: 5 e 12 de novembro . No primeiro domingo (5) serão aplicadas as provas de linguagens, ciências humanas e redação, com 5 horas e 30 minutos de duração. No segundo domingo (12), vão ser realizadas as provas de matemática e ciências da natureza, com 4 horas e 30 minutos de duração. Nos dois dias, o candidato que sair da sala até duas horas após o início da prova terá sua nota zerada.

Edição: Graça Adjuto
Agência Brasil

PM apreendeu drogas e revólver. Um menor infrator também foi apreendido.

Rua Aratú - Parque Guaruá - JF

Na manhã dessa quinta-feira(2) policiais militares registraram a apreensão de uma pedra de crack, duas barras de maconha e uma balança de precisão.
Denúncias apontavam que um homem havia enterrado as drogas no quintal do imóvel.

Rua Agostinho de Castro - Vila Ideal - JF

Ainda nessa tarde (2) policiais militares registraram a apreensão de um menor infrator,17, que portava um revólver.
A arma foi apreendida e o adolescente recebeu voz de apreensão pelo cometimento, em tese, de ato infracional análogo ao crime de porte de arma de fogo.
O adolescente e os materiais foram encaminhados à delegacia.
A Polícia Civil se encarregará das investigações.

“JF Foto 17” - Maior evento de fotografia da região começa dia 9

JUIZ DE FORA - 1/11/2017 - 15:08

Foto: Ratão Diniz

A maior maratona de fotografia da Zona da Mata e região já tem data marcada. A abertura do “JF Foto 17” acontecerá na quinta-feira, 9, com palestra do fotógrafo carioca Walter Firmo, às 19 horas, no Museu de Arte “Murilo Mendes” (Mamm – Rua Benjamin Constant, 790 – Centro), com entrada franca. A partir de sexta-feira, 10, o público poderá conferir, no Centro Cultural “Bernardo Mascarenhas” (CCBM – Av. Getúlio Vargas, 200 - Centro), 15 exposições fotográficas, com cerca de 500 imagens de profissionais de várias cidades brasileiras. Outra exposição, com 27 fotos, estará disponível para visitação no Museu Mariano Procópio (Rua Mariano Procópio), a partir de 15 de novembro, com fotografias do acervo da instituição.

Além das mostras, o “JF Foto 17” terá exibição de vídeos, palestras com grandes profissionais da área, como Walter Firmo e Wânia Corredo, leitura de portfólios, mesas-redondas - com Gustavo Stephan, Custódio Coimbra, Dante Gastaldoni e Ratão Diniz, entre outros – e oficinas. Promovido pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), por meio da Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funalfa), o evento seguirá até 10 de dezembro. A programação completa pode ser consultada em anexo.

O “JF Foto 17” faz com que fotógrafos de todo Brasil, profissionais ou amadores, dialoguem sobre os diferentes processos e técnicas da área, além de ampliar a visibilidade dessa linguagem artística. De acordo com Eridan Leão, uma das coordenadoras do evento, “a programação está bem robusta, com nomes de expressão dentro da área, exposições que já estiveram em outros festivais e de fotógrafos de Juiz de Fora, que possuem carreira fora daqui e nunca realizaram mostra na cidade. As oficinas também merecem destaque, pois abordarão desde processos mais antigos, como o daguerreótipo, a técnicas recentes, como o drone, além de outras vertentes da fotografia”.

*Informações com a Assessoria de Comunicação da Funalfa pelo telefone 3690-7044.

Portal PJF

Sargento da PM morre em tentativa de assalto em Nova Iguaçu; é o 115º morto este ano

Por G1 Rio

03/11/2017 06h03 

Policial militar é assassinado em tentativa de assalto na Baixada Fluminense, no Rio

O sargento da Polícia Militar Alessandro Galdino Marques, lotado no 16º Batalhão (Olaria) foi morto em uma tentativa de assalto na noite de quinta-feira (2). Ele é o 115º PM morto no Estado do Rio de Janeiro apenas em 2017.

De acordo com informações do 20º Batalhão (Mesquita), o sargento foi abastecer o carro no posto BR da Rodovia Presidente Dutra, no bairro Vila Nova, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, quando foi abordado por um assaltante.

Ainda de acordo com a PM, houve confronto e o agente foi atingido na barriga e nas costas. Ele chegou a ser socorrido e levado para o Hospital Geral de Nova Iguaçu, mas não resistiu aos ferimentos.

Parte de estrutura de ponte cede e fiéis que saíam de evento ficam feridos em Laranjal, MG

Por G1 Zona da Mata

02/11/2017 14h31 Atualizado há 14 horas

Estrutura cede e deixa fiéis feridos em Laranjal 
(Foto: Marcus Furtado/Site Silvan Alves)

Quarenta e oito fiéis que participavam de um evento religioso com a presença do pastor Valdemiro Santiago ficaram feridos após caírem de uma ponte dentro do ribeirão São João, em Laranjal, da Zona da Mata, nesta quinta-feira (2). Parte da estrutura construída especialmente para o acontecimento cedeu e as vítimas despencaram de uma altura de aproximadamente quatro metros, segundo a Polícia Militar (PM).

As 48 vítimas deram entrada no Hospital Comunitário de Laranjal e receberam os primeiros socorros. Dez delas foram encaminhadas para o Hospital São Paulo, em Muriaé, e seis já receberam atendimentos e estão liberadas. Um homem, uma mulher e uma criança, com idades não informadas, seguem em observação na sala de enfermagem. Uma outra criança está internada na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).

Outras sete pessoas foram transferidas para a Casa de Caridade Leopoldinense e, no momento, duas passam por cirurgia e as outras cinco, sendo uma criança, seguem em observação na sala de emergência. Nenhuma delas está em estado grave.

O restante das vítimas que receberam os primeiros socorros em Laranjal já foi liberado.

A produção do MGTV entrou em contato por telefone com a Igreja Mundial do Poder de Deus, responsável pela organização do evento, que preferiu não se pronunciar neste momento.

Ponte cai e deixa 48 feridos em Laranjal
De acordo com as informações da PM, o acidente ocorreu na dispersão do público, estimado em 15 mil pessoas, que se reuniu no campo de futebol do Esporte Clube Laranjal, na Avenida Serafim Machado Naya, no Centro.

Segundo informações repassadas ao MGTV pelo comandante do Corpo de Bombeiros de Leopoldina, tenente Guilherme Cantelli, a ponte tinha laudo de um engenheiro, que garantiu que a construção seguiu as normas técnicas, e autorização dos Bombeiros.

O comandante disse que barracas foram instaladas na rota de fuga, tanto na saída da ponte, quanto na rua. que a ponte metálica dava acesso. Havia uma determinação para que essa situação fosse evitada, porém, a organização do evento permitiu que esses comerciantes instalassem essas estruturas. Isso pode ter causado um acúmulo de pessoas no local, fazendo com que seis placas da estrutura da ponte a cair. O local está interditado.
Fiéis caíram de uma altura de aproximadamente quatro metros, segundo Corpo de Bombeiros (Foto: Marcus Furtado/Site Silvan Alves)

Tragédia de Mariana: moradores sofrem com depressão e outros problemas de saúde

03/11/2017 07h50
Mariana (MG)
Sumaia Villela - Enviada especial*
Moradores perderam suas casas com o rompimento da barragem do Fundão -Léo Rodrigues/Arquivo Agência Brasil

Há dois anos, a folha do calendário das casas de dois distritos de Mariana e um de Barra Longa, em Minas Gerais, foi virada pela última vez. O dia 5 de novembro de 2015 se eternizou nas paredes das casas que ficaram de pé em Bento Rodrigues, Paracatu e Gesteira. Desde então, a vida dos atingidos pela lama da mineradora Samarco está suspensa - 730 dias depois do rompimento da Barragem de Fundão, ainda se espera pelo reassentamento, pela indenização, pelo rio límpido, cujas ações de reparo, complexas, enfrentam atrasos e obstáculos que desafiam os órgãos envolvidos.

A espera e a mudança brusca de vida se tranformam em depressão nas comunidades. Algumas pessoas não viveram para testemunhar as mudanças. Seus parentes apontam a tristeza como o agente catalisador dos problemas de saúde. São os novos mortos da tragédia de Mariana.

“Meu pai morreu de tristeza”
Enquanto faz arroz na cozinha da casa alugada e mobiliada pela mineradora Samarco, na sede do município de Mariana, em Minas Gerais, Leonídia Gonçalves, de 46 anos, lembra que um dos maiores prazeres do pai, de 67 anos, Alexandre, era tocar moda de viola e jogar baralho todas as noites, no bar de Paracatu de Baixo. As filhas dela, gêmeas, brincavam na rua quando queriam. Todos moravam lado a lado, já que, ao casar, Leonídia construiu sua casa no terreno do pai. Agora, essa é uma lembrança que não se repetirá nem mesmo quando a família for reassentada na nova Paracatu, que deve ser construída como reparação. Alexandre morreu em março deste ano, de infarto.

A agricultora tem a convicção, no entanto, de que a causa verdadeira da morte é a depressão. Seu pai foi diagnosticado e chegou a tomar medicamento para tentar reverter a doença. “A gente era feliz. Tinha de tudo. Hoje, tá todo mundo distante. Lá era todo mundo família, era um na casa do outro, à noite a gente ficava na rua, não tinha perigo de nada. E chegando à cidade agora, a gente se assusta,”, relata, ao falar sobre a mudança de hábitos do meio rural para o urbano.

Quando os 39,2 milhões de metros cúbicos de rejeito avançaram pelo Rio Gualaxo do Norte (afluente do Rio Doce) e chegaram às ruas de Paracatu, um modo de vida foi soterrado. Para abrigar os moradores, a Samarco alugou residências na cidade de Mariana, de acordo com a disponibilidade do mercado, sem que as casas dos familiares ficassem próximas. Os atendidos devem aguardar até que o novo distrito seja construído.

Foi assim que Alexandre e Leonídia viraram moradores de bairros diferentes. O aposentado, transferido de casa mais de uma vez, mudou também de hábitos. Não saía de casa, emagreceu de forma repentina e, hipertenso, passou a adoecer com frequência. Os filhos o levavam ao médico, mas ele não se recuperava. Ficou depressivo. E é das últimas palavras que trocou com a filha que a agricutora tira a argumentação mais forte sobre o motivo de sua morte.

“O fim de semana em que ele morreu, estava aqui comigo. À tardezinha falou: minha filha, eu não quero que vocês briguem. São seis irmãos. E não chora, não. Eu perguntei porque ele tava falando isso. “Eu sei que estou dando amolação para vocês, vocês chegam do trabalho, têm que ir lá para casa”. Eu falei: “Vem morar comigo então, perto das duas meninas”, porque ele era apaixonado por elas. Aí meu irmão levou ele embora. Às 19h30, minha irmã ligou e disse que ele tinha ido para o hospital. Quando cheguei lá, já tava morrendo. A gente culpa é essa lama”. Era dia 5 de março de 2017. No domingo, 5 de novembro, aniversário de dois anos da tragédia de Mariana, ela passará o dia nos escombros de Paracatu para lembrar os oito meses de falecimento do pai.

"Caso não é isolado"
Embora a Comissão de Atingidos da Barragem de Fundão não tenha um levantamento de todas as vítimas, esse caso de depressão e morte pós-desastre, de Alexandre Gonçalves, não é o único. Quando a reportagem pediu para se lembrarem de histórias semelhantes, citaram pessoas - sobretudo idosos - que morreram nos últimos dois anos, normalmente depois de sintomas que os levam a acreditar que a causa foi a tristeza.

Na própria família de Leonídia, há casos de agravamento de doenças que ela atribui à lama. Sua sogra atualmente está internada em Ouro Preto por causa de um problema no coração. Sintomas como medo de sair de casa, tristeza profunda e constante e esquecimento de fatos recentes estão nos relatos da maioria das pessoas ouvidas pela reportagem. Como no caso de Marino D'ângelo Júnior, de 47 anos, morador de Paracatu de Cima e membro da Comissão de Atingidos.

“Fiquei um tempo sem aguentar trabalhar, porque tive depressão. Hoje eu tomo dois antidepressivos, o que aumentou minha glicose. Fiz exame e chegou a dar diabetes, estou esperando para ver se vou ficar mesmo. Mas, antes de tomar esses remédios, eu só chorava”, conta. “Depois do rompimento, a gente tem que aprender a viver de novo. E o pior é que, além de passar por tudo, você tem que lutar para conseguir as coisas”.

Preconceito
Existe ainda o sofrimento causado pelo preconceito. São muitos os relatos de hostilidades sofridas pelos atingidos que foram morar em Mariana. Luzia Nazaré Mota Queiroz, de 52 anos, moradora de Paracatu de Baixo,“vendia sonhos” em uma loja de noivas da cidade de Mariana antes da tragédia. Ela saiu do emprego porque não aguentava mais ouvir comentários de clientes.

“Eu tinha que estar sempre sorridente, alegre. Com o tempo, as pessoas entravam na loja e diziam: 'eu não aguento mais esse povo falando da barragem'. Tinha uns que diziam que a gente era folgado”. Segundo Luzia, a dona da loja a apoiou, mas ela optou por pedir demissão. “Ou eu vou sofrer alguma coisa, ou a senhora vai sofrer alguma coisa. Ela relutou, mas depois entendeu”, disse.

“Pessoas que moram em Mariana acham que os atingidos se aproveitam da situação. Porque a Samarco é quem move a economia da cidade, é quem gera emprego. Mas a gente não construiu barragem para romper em cima da gente”, argumenta Marino D'ângelo.

O desemprego em Mariana passou de 20%. Há placas na cidade pedindo a volta da Samarco. O prefeito Duarte Júnior (PPS) afirma que 89% da receita do município vêm da mineração e da arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que caiu de R$ 11 milhões para R$ 8 milhões. Ele projeta nova queda, para R$ 6,5 milhões, no próximo ano, quando a Samarco, até hoje com atividade paralisada, zera o pagamento do imposto.

O prefeito respondeu ao questionamento da Agência Brasil sobre o motivo pelo qual essa dependência não foi reduzida antes da tragédia. “Quando assumimos, começamos a pensar em um distrito industrial. Mas, o que realmente acontece é que Mariana sempre foi uma cidade muito rica. Então, era muito mais interessante você receber esse dinheiro que vinha e gastar sem ter que se preocupar. Ninguém nunca se preocupou com a possibilidade de a mineração acabar, então ninguém tomava a primeira atitude. Tivemos que tomar esse tapa na cara”.

Atendimento psicológico
A Fundação Renova, criada para desenvolver as ações de reparação e compensação dos estragos provocados pelo rompimento de Fundão, não dispõe de um levantamento de pessoas atingidas que estão em depressão ou morreram durante esses dois anos, mas pretende fazer um estudo sobre o tema. É o que diz Albanita Roberta de Lima, líder do Programa Saúde de Bem-Estar Social da instituição, financiado pela Samarco e orientado por um Comitê Interfederativo (CIF), composto por órgãos públicos e a sociedade civil.

Albanita argumenta também que existe um serviço disponível aos atingidos para trabalhar com a questão da saúde mental. “Desde o dia do rompimento, já foi disponibilizado um conjunto de profissionais, que vão de médicos a psiquiatras, primeiro contratado pela Samarco e depois pela fundação”, diz. “A gente entende que é um sintoma normal, porque mexemos com a vida dessas pessoas. Elas foram tiradas da sua vida, do seu cotidiano, e isso precisa ser reparado. É preciso lembrar que determinadas pessoas têm mais dificuldade para superar esse, vamos dizer assim, inconveniente que ocorre em sua vida".

A Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) vai desenvolver o projeto Prismma, para pesquisar a situação da saúde mental das famílias atingidas pela tragédia. A equipe estará em Mariana entre os dias 15 e 17 de novembro para aplicar um questionário a 1,2 mil vítimas.

Sofrimento será cobrado na indenização, diz promotor
O promotor do Ministério Público de Minas Gerais, Guilherme Meneghin, atua em ações e acordos extrajudiciais para garantir os direitos dos moradores de Mariana. Ele diz que existe uma complexidade na questão, por não existir a causa de morte por depressão, mas confirma que os casos de sofrimento mental são comuns. Não só pelo trauma que viveram há dois anos, mas pelas consequências de mudança de moradia do meio rural para o urbano, as confusões com o cadastro de atingidos e o atraso na construção dos reassentamentos.

“Tivemos uma audiência na semana pessada, em que metade das pessoas era idosa e não foi contemplada com os auxílios. Várias delas desmaiaram. Saíram chorando da audiência. Quem era contemplado, de emoção. Quem não era, de profundo ultraje”, relata.

A Samarco e suas acionistas Vale e BHP Billiton, além da companhia contratada VogBR e 22 pessoas, entre dirigentes e representantes, já respondem a um processo criminal pela morte das 19 vítimas de 5 de novembro de 2015. A acusação é de homicídio com dolo eventual. A ação é de responsabilidade do Ministério Público Federal.

De acordo com o promotor do MPMG, Guilherme Meneghin, é difícil enquadrar as mortes de atingidos com depressão no contexto criminal, mas é possível atuar na área cível. “Esse sofrimento será cobrado na indenização”.

Até agora, os custos com velório e o enterro do pai de Leonídia foram da família. Segundo ela, nunca receberam uma ligação para manifestar pesar pela morte de Alexandre. Mas Leonídia diz que não quer nada disso. Seu maior desejo é ir embora da cidade. “A única coisa que quero é que eles entreguem minha casa. A de todo mundo. Eles têm que agilizar a compra do terreno. Aqui tem muita família que não está feliz. Eu quero ir embora. A gente era muito feliz”, repete durante a entrevista.

*A repórter viajou a convite da Fundação Renova
Edição: Graça Adjuto
Agência Brasil