quinta-feira, 18 de maio de 2017

Defesa de Aécio tentará reverter no STF afastamento do senador

18/05/2017 13h27
Brasília
Mariana Jungmann - Repórter da Agência Brasil


Aécio Neves passou a manhã em casa reunido com advogados
José Cruz/Agência Brasil

A defesa do senador Aécio Neves (PSDB-MG) vai buscar ainda nesta quinta-feira (18) no Supremo Tribunal Federal (STF) cópia do processo que resultou no seu afastamento do cargo na manhã de hoje e pedir para formular um requerimento de reconsideração da decisão ao ministro Edson Fachin.

A informação é do advogado de Aécio, José Eduardo Alckmin. Ele confirmou que Aécio pediu R$ 2 milhões ao dono da JBS, Joesley Batista. Mas, segundo o advogado, foi um pedido de empréstimo para custear a defesa do senador – investigado pela Operação Lava Jato. De acordo com José Eduardo Alckmin, foi uma transação particular, que não teve relação com o cargo de senador.

“Uma operação dessas é corriqueira na esfera civil, todos nós pedimos empréstimo, afinal de contas, os juros dos bancos, vocês sabem muito bem, nem sempre são aceitáveis. Então, quem tem a oportunidade de ter um amigo que pode ajudar pede ajuda. Foi o que aconteceu”, disse. O advogado ressaltou ainda que o dono da JBS estava monitorado pela Polícia Federal, que “foi quem ditou as regras de como as coisas ocorreram”.

De acordo com José Eduardo Alckmin, o senador ficou “surpreso e inconformado com o seu pedido de prisão, que, a seu ver, não está adequado à real versão dos fatos”. Para Aécio, segundo o advogado, o que houve foi uma descontextualização de sua conversa com alguém que era seu amigo.

Aécio Neves passou a manhã reunido com os advogados José Eduardo Alckmin e Rodrigo Alencastro, em sua casa, no Lago Sul, bairro nobre de Brasília. O tucano recebeu, no fim da manhã, integrantes da cúpula do PSDB no Senado. Estão reunidos com ele José Serra (SP), Antonio Anastasia (MG), o vice-presidente do Senado, Cássio Cunha Lima (PB), e o líder da bancada, Paulo Bauer (SC).

José Eduardo Alckmin falou com jornalistas ao deixar a casa de Aécio antes de seguir para o Supremo. O ministro da Corte Edson Fachin determinou o afastamento do senador, mantendo as prerrogativas, como o foro privilegiado, mas negou os pedidos de prisões preventivas do parlamentar. O pedido de prisão foi apresentado pela Procuradoria-Geral da República.

Alvo de seis inquéritos no STF, Aécio foi citado pelo empresário Joesley Batista na delação premiada que Fachin já homologou. Segundo o jornal O Globo, que afirma ter tido acesso ao depoimento de Joesley e do irmão dele Wesley, Joesley contou aos procuradores que Aécio lhe pediu R$ 2 milhões para pagar despesas com sua defesa na Lava Jato. Ainda de acordo com a reportagem, o empresário disse que, um primeiro pedido semelhante já lhe tinha sido apresentado pela irmã de Aécio, Andrea Neves – presa em caráter preventivo na manhã de hoje, em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte.

Texto ampliado às 13h38
Edição: Juliana Andrade
Agência Brasil

Direita e esquerda se unem e não há fome


Internet

Ao vivo: Presidente Michel Temer faz pronunciamento à nação

18/05/2017 16h10
Brasília
Da Agência Brasil

O presidente Michel Temer faz um pronunciamento, nesta quinta-feira (18), do Palácio do Planalto, em Brasília. É a primeira fala de Temer após reportagem do jornal O Globo ter antecipado, na noite de ontem (17), o conteúdo da delação premiada de Joesley e Wesley Batista, do grupo JBS, à Procuradoria-Geral da República (PGR).

Segundo reportagem do jornal O Globo, em encontro gravado em aúdio, em março deste ano, pelo empresário Joesley Batista, Temer teria sugerido que se mantivesse pagamento de mesada ao ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e ao doleiro Lúcio Funaro para que estes ficassem em silêncio. O ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato, no Supremo Tribunal Federal (STF) homologou hoje as delações. O conteúdo dos textos estão sob sigilo. Fachin também autorizou a abertura de inquérito para investigar o presidente da República.

Em nota, a Presidência da República informou, ainda ontem, que o presidente Michel Temer "jamais solicitou pagamentos para obter o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha", que está preso em Curitiba, na Operação Lava Jato. A nota diz ainda que o presidente "não participou e nem autorizou qualquer movimento com o objetivo de evitar delação ou colaboração com a Justiça pelo ex-parlamentar". Segundo a Presidência, o encontro com o dono do grupo JBS foi no começo de março, no Palácio do Jaburu. "Não houve, no diálogo, nada que comprometesse a conduta do presidente da República".

Edição: Carolina Pimentel
Agência Brasil
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"Não renunciarei", diz Michel Temer em pronunciamento

18/05/2017 16h23
Brasília
Sabrina Craide, Pedro Peduzzi e Marcelo Brandão - Repórteres da Agência Brasil

O presidente Michel Temer disse hoje (18) que não irá renunciar ao cargo e exigiu uma investigação rápida na denúncia em que é citado, para que seja esclarecida. "Não renunciarei. Repito não renunciarei", afirmou em pronunciamento, no Palácio do Planalto.

“Sei o que fiz e sei da correção dos meus atos, e exijo investigação plena e muito rápida para os esclarecimentos ao povo brasileiro. Essa situação de dúvida não pode persistir por muito tempo”, disse Temer, em pronunciamento. 

Foi a primeira fala do presidente após divulgação na noite de ontem (17) de reportagem do jornal O Globo em que é citado. A reportagem diz que em encontro gravado, em áudio, pelo empresário Joesley Batista, o presidente teria sugerido que se mantivesse pagamento de mesada de Batista ao ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e ao doleiro Lúcio Funaro para que estes ficassem em silêncio. Cunha está preso em Curitiba.

Hoje, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin homologou a delação premiada dos irmãos Joesley Batista e Wesley Batista, donos do grupo JBS, firmada com o Ministério Público Federal (MPF) e abriu inquérito para investigar o presidente Michel Temer.

Segundo Temer, a investigação do Supremo Tribunal Federal (STF) será território onde surgirão todas as explicações e nunca autorizou ninguém a usar seu nome indevidamente. “No Supremo, demonstrarei não ter nenhum envolvimento com esses fatos”, disse.

No pronunciamento, Temer disse que seu governo "viveu nessa semana seu melhor e seu pior momento". "Indicadores de queda da inflação e números de retorno crescimento econômico e geração de empregos criaram esperança de dias melhrores”, disse ao iniciar o discurso.

Temer disse ter solicitado ao STF todas as gravações da delação premiada dos donos da JBS, que serviram de base para a denúncia. “Desde logo ressalto que só falo agora porque os fatos se deram ontem, e porque tentei conhecer primeiramente o conteúdo de gravações que me citam. Solicitei oficialmente ao STF acesso a esses documentos, mas até o presente momento não recebi”.
Agência Brasil

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Entrada franca: espetáculo de Ariano Suassuna será encenado no CEU/Zona Norte

JUIZ DE FORA - 18/5/2017 - 15:03

FOTO: Gabriela Musse

Erudição e cultura popular se equilibram na peça “A farsa da boa preguiça”, de Ariano Suassuna, que será encenada pela Mutum Cia. Teatral, de Ubá, no Centro de Artes e Esportes Unificados “Coronel Romualdo de Oliveira” (CEU/Zona Norte), no sábado, 20. A apresentação tem entrada franca e acontece às 18 horas, sendo aberta a pessoas de todas as idades.

O espetáculo narra a história de Joaquim Simão, poeta de cordel, pobre e preguiçoso. Ele é casado com Nevinha, mulher religiosa e dedicada ao marido e aos filhos. O casal mais rico da cidade, Aderaldo Catacão e Clarabela, possui um relacionamento aberto. Aderaldo é apaixonado por Nevinha; já Clarabela quer conquistar Joaquim Simão.

Três demônios fazem de tudo para que o pobre casal se renda à tentação e caia no pecado, enquanto dois santos tentam intervir. Jesus apenas observa e avalia tudo. O desenrolar da história promete situações inusitadas e divertidas.

“A Farsa da Boa Preguiça” é uma adaptação do livro homônimo de Ariano Suassuna, escrito na década de 1960. A adaptação feita para este espetáculo é resultado de uma série de pesquisas realizada pela companhia sobre as linguagens utilizadas no teatro popular, passando por elementos da Comédia Dell´arte e o Teatro Mambembe, assim como a utilização do teatro de máscaras, resultando em uma montagem onde se explora o uso de elementos simples, como a utilização do bambu como base de cenografia, os degradês de cores fundamentais nos figurinos entre outros. Os próprios atores cantam, dançam e tocam diversos instrumentos como violão, escaleta e percussão.

Sucesso de crítica na região, a peça recebeu os prêmios de melhor cenário, melhor trilha sonora, melhor figurino, melhor ator para Fabiano Martins e melhor direção para Cassiano Camisão, nos festivais de que participou até o momento.

Em 2016, o espetáculo foi contemplado com o prêmio Cena Minas de Circulação de Espetáculos Teatrais e com o Fundo Estadual de Cultura para realizar Circulação por cidades mineiras.

Ficha Técnica
Elenco: Fabiano Martins, Sueli Sanseverino, Stéfany Dias, Cassiano Camisão, Polly Magoo, Filipe Ruffato, Flávia Costa e Roberta Silva.

Elenco de apoio: Celso Moreira
Direção: Cassiano Camisão
Texto: Ariano Suassuna
Adaptação: Mutum – Cia Teatral
Direção Musical: Fabiano Martins
Figurino: Sueli Sanseverino
Cenografia: Cassiano Camisão e Sueli Sanseverino
Iluminação: Roberta Silva
Maquiagem: Fabiano Martins
Projeto Gráfico: Léo Camisão
Contato: Cassiano Camisão / (32) 8852-5096

*Informações com a Assessoria de Imprensa da Funalfa – 3690-7044.
Portal PJF

Fachin autoriza abertura de inquérito para investigar Temer

18/05/2017 14h44
Brasília
André Richter – Repórter da Agência Brasil

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin decidiu abrir inquérito sobre o presidente Michel Temer. A medida foi tomada a partir das delações premiadas dos empresários Joesley Batista e Wesley Batista, donos do grupo JBS, controlador do frigorífico Friboi.

A previsão é de que o sigilo das delações seja retirado ainda hoje. O conteúdo dos depoimentos envolvendo Temer foi antecipado ontem (17) pelo jornal O Globo. Segundo a reportagem, em encontro gravado em áudio pelo empresário Joesley Batista, Temer teria sugerido que se mantivesse pagamento de mesada ao ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha e ao doleiro Lúcio Funaro para que estes ficassem em silêncio. Cunha está preso em Curitiba.

A Presidência da República divulgou nota na noite de ontem na qual informa que o presidente Michel Temer "jamais solicitou pagamentos para obter o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha", que está preso em Curitiba, na Operação Lava Jato.

Edição: Denise Griesinger
Agência Brasil

Estádio Municipal recebe Tupi e Ypiranga pelo Campeonato Brasileiro Série C

JUIZ DE FORA - 17/5/2017 - 16:48

O Galo Carijó enfrentará o Ypiranga - RS no sábado, 20, às 16 horas, no Estádio Municipal “Radialista Mário Helênio”, pela Série C do Campeonato Brasileiro. Os ingressos custam R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada) e serão vendidos a partir desta quinta-feira, 18, das 8 às 18 horas, na sede social do Tupi, na Rua José Calil Ahouagi, 332, Centro. A partir da sexta-feira, 19, a venda será das 9 às 17h30, no calçadão da Rua Halfeld. No dia do jogo, as bilheterias do estádio serão abertas às 15 horas, mesmo horário da abertura dos portões.

Promoção
As 50 primeiras mulheres a chegar ao estádio e crianças menores de 12 anos, acompanhadas de responsável, não pagam, desde que entrem pelo portão de credenciados (Pórtico 1).
A Settra disponibilizará ônibus para a partida, com saída inicial às 14h30, na Av. Presidente Itamar Franco, em frente à Agência de Proteção ao Consumidor (Procon).

* Informações com a assessoria de comunicação da SEL, pelo telefone 3690-7829.
Portal PJF

Fachin negou pedido de prisão e não levará caso de Aécio ao plenário

Por Renan Ramalho, G1, Brasília

18/05/2017 12h03 

O ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido de prisão do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e não levará para o plenário a decisão sobre o assunto.

O plenário só avaliará o caso se o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, autor do pedido, decidir recorrer da decisão de Fachin.

A decisão de Fachin afastou Aécio Neves do mandato. Ele pode ir ao Congresso, mas não pode votar nem fazer nenhum ato como parlamentar. Fachin apreendeu o passaporte de Aécio e o proibiu de ter contato com outros investigados.

Para a tarde desta quinta, está marcada sessão do Supremo. Entre os 11 ministros, só não deverão participar da sessão desta quinta Luís Roberto Barroso, que está em Londres, e Gilmar Mendes, que chega a Brasília na noite desta quinta, vindo de São Petersburgo, na Rússia. Na manhã desta quinta, Fachin conversou por cerca de uma hora com a presidente do Supremo, ministra Carmen Lúcia, no gabinete dela.

http://g1.globo.com/politica/noticia/fachin-negou-pedido-de-prisao-e-nao-levara-caso-de-aecio-ao-plenario.ghtml

Supremo afasta Aécio do Senado e a irmã dele, Andrea, já foi presa em Minas


Andrea está presa, Aécio depende do Senado

Deu no Estadão

A operação iniciada nesta manhã pela Polícia Federal mira os citados na delação do empresário Joesley Batista, da JBS, aos investigadores da Lava Jato, conforme apurou o Estadão. Há mandados de busca no Senado e residências do senador Aécio Neves, que já tem seu afastamento do mandato de senador determinado pelo Supremo Tribunal Federal. O ‘recheio’ da delação ainda nem veio à tona, segundo informaram investigadores.

A Polícia Federal prendeu Andrea Neves em sua casa no município de Nova Lima, na Grande BH, e faz busca no apartamento da irmã do senador, localizado na Avenida Atlântica, na Praia de Copacabana, no Rio. Dois carros da PF estão diante do prédio. Alguns motoristas que passam pela avenida à beira-mar festejam ao som de buzinas. O STF determinou a prisão de Andrea, que ainda não foi localizada e deve ser procurada pela Interpol.

As informações são da editora da Coluna do Estadão, Andreza Matais, e do repórter Márcio Dolzan, do Rio de Janeiro. E o repórter Fabio Fabrini informa de Brasília que a Polícia Federal está cumprindo mandados judiciais, autorizados pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF) também para os gabinetes dos senadores Aécio Neves e Zezé Perrella.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Se o recheio da delação ainda não veio à tona, como informa o Estadão, podemos dizer que nesta história algo não está cheirando bem, se é que vocês me entendem, como dizia nosso amigo Maneco Muller, o Jacinto de Thormes. Mas a polícia já está metendo o nariz nessa encrenca, no bom sentido, claro. Andrea Neves será presa pela Interpol e Aécio vai depender se licença do Senado, como aconteceu com Delcídio Amaral, que foi cassado. (C.N.)

Procuradoria pede a prisão de Aécio, que terá de se aprovada pelos senadores

Charge sem assinatura (Arquivo Google)

Fabio Serapião, Beatriz Bulla e Fabio Serapião
Estadão

A Procuradoria Geral da República (PGR) pediu a prisão do senador Aécio Neves (PSDB-MG). O ministro Edson Fachin, relator do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu submeter ao plenário da Corte máxima o pedido de prisão do tucano. A Polícia Federal cumpre mandados judiciais nas casas e nos gabinetes dos senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Zezé Perrella (PMDB-MG), além de endereços de várias pessoas a eles ligadas, entre elas a irmã do tucano, Andréa Neves, e o filho do peemedebista, Gustavo Perrella.

As medidas foram autorizadas pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). A operação mira citados na delação do empresário Joesley Batista, da JBS, e de outros empresários do grupo.

Além do gabinete no Senado, os policiais estão nos apartamentos de Aécio em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro, além da fazenda dele, em Cláudio (MG). Também há medidas judiciais sendo cumpridas contra Frederico Pacheco de Medeiros, primo do senador, apontado por Joesley como intermediàrio para o pagamento de R$ 2 milhões ao congressista.

Há ainda mandados sendo cumpridos no gabinete em Brasília, na casa e no escritório de Zezé Perrella em Belo Horizonte, fora endereços de um contador e de empresas ligadas a ele. A PF vasculha também a casa do doleiro Gaby Amine Toufic, em Belo Horizonte, e de funcionários do peemedebista, incluindo o assessor Mendherson Souza.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Conforme já explicamos aqui na Tribuna da Internet, Aécio Neves só não foi preso porque é necessário haver prévia autorização do Senado, exatamente como ocorreu no caso do petista Delcídio Amaral, também flagrado em grampo. A votação pode ser submetida ao chamado regime de “urgência urgentíssima” e aprovada ainda hoje, se houver vontade política, é claro. (C.N.)Posted in Tribuna da Internet

quarta-feira, 17 de maio de 2017

Dono da JBS grava Temer dando aval para compra de silêncio de Cunha

POR LAURO JARDIM
17/05/2017 19:30 / atualizado 17/05/2017 19:33
Dono da JBS grava Temer dando aval para compra de silêncio Cunha - Ailton de Freitas / Agência O Globo


RIO — Na tarde de quarta-feira passada, Joesley Batista e o seu irmão Wesley entraram apressados no STF e seguiram direto para o gabinete do ministro Edson Fachin. Os donos da JBS, a maior produtora de proteína animal do planeta, estavam acompanhados de mais cinco pessoas, todas da empresa. Foram lá para o ato final de uma bomba atômica que explodirá sobre o país — a delação premiada que fizeram, com poder de destruição igual ou maior que a da Odebrecht. Diante de Fachin, a quem cabe homologar a delação, os sete presentes ao encontro confirmaram: tudo o que contaram à Procuradoria-Geral da República em abril foi por livre e espontânea vontade, sem coação.


É uma delação como jamais foi feita na Lava-Jato:

Nela, o presidente Michel Temer foi gravado em um diálogo embaraçoso. Diante de Joesley, Temer indicou o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para resolver um assunto da J&F (holding que controla a JBS). Posteriormente, Rocha Loures foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados por Joesley. Temer também ouviu do empresário que estava dando a Eduardo Cunha e ao operador Lúcio Funaro uma mesada na prisão para ficarem calados. Diante da informação, Temer incentivou: "Tem que manter isso, viu?".

Aécio Neves foi gravado pedindo R$ 2 milhões a Joesley. O dinheiro foi entregue a um primo do presidente do PSDB, numa cena devidamente filmada pela Polícia Federal. A PF rastreou o caminho dos reais. Descobriu que eles foram depositados numa empresa do senador Zeze Perrella (PSDB-MG).

Joesley relatou também que Guido Mantega era o seu contato com o PT. Era com o ex-ministro da Fazenda de Lula e Dilma Rousseff que o dinheiro de propina era negociado para ser distribuído aos petistas e aliados. Mantega também operava os interesses da JBS no BNDES.

Joesley revelou também que pagou R$ 5 milhões para Eduardo Cunha após sua prisão, valor referente a um saldo de propina que o peemedebista tinha com ele. Disse ainda que devia R$ 20 milhões pela tramitação de lei sobre a desoneração tributária do setor de frango.

Pela primeira vez na Lava-Jato foram feitas "ações controladas", num total de sete. Ou seja, um meio de obtenção de prova em flagrante, mas em que a ação da polícia é adiada para o momento mais oportuno para a investigação. Significa que os diálogos e as entregas de malas (ou mochilas) com dinheiro foram filmadas pela PF. As cédulas tinham seus números de série informados aos procuradores. Como se fosse pouco, as malas ou mochilas estavam com chips para que se pudesse rastrear o caminho dos reais. Nessas ações controladas foram distribuídos cerca de R$ 3 milhões em propinas carimbadas durante todo o mês de abril.

Se a delação da Odebrecht foi negociada durante dez meses e a da OAS se arrasta por mais de um ano, a da JBS foi feita em tempo recorde. No final de março, se iniciaram as conversas. Os depoimentos começaram em abril e na primeira semana de maio já haviam terminado. As tratativas foram feitas pelo diretor jurídico da JBS, Francisco Assis e Silva. Num caso único, aliás, Assis e Silva acabou virando também delator. Nunca antes na história das colaborações um negociador virara delator.

A velocidade supersônica para que a PGR tenha topado a delação tem uma explicação cristalina. O que a turma da JBS (Joesley sobretudo) tinha nas mãos era algo nunca visto pelos procuradores: conversas comprometedoras gravadas pelo próprio Joesley com Temer e Aécio — além de todo um histórico de propinas distribuídas a políticos nos últimos dez anos. Em duas oportunidades em março, o dono da JBS conversou com o presidente e com o senador tucano levando um gravador escondido — arma que já se revelara certeira sob o bolso do paletó de Sérgio Machado, delator que inaugurou a leva de áudios comprometedores. Ressalte-se que essas conversas, delicadas em qualquer época, ocorreram no período mais agudo da Lava-Jato. Nem que fosse por medo, é de se perguntar: como alguém ainda tinha coragem de tratar desses assuntos de forma tão desabrida?

Para que as conversas não vazassem, a PGR adotou um procedimento inusual. Joesley, por exemplo, entrava na garagem da sede da procuradoria dirigindo o próprio carro e subia para a sala de depoimentos sem ser identificado. Assim como os outros delatores.

Ao mesmo tempo em que delatava no Brasil, a JBS mandatou o escritório de advocacia Trench, Rossi e Watanabe para tentar um acordo de leniência com o Departamento de Justiça dos EUA (DoJ). Fechá-lo é fundamental para o futuro do grupo dos irmãos Batista. A JBS tem 56 fábricas nos EUA, onde lidera o mercado de suínos, frangos e o de bovinos. Precisa também fazer um IPO (abertura de capital) da JBS Foods na Bolsa de Nova York.

Pelo que foi homologado por Fachin, os sete delatores não serão presos e nem usarão tornozeleiras eletrônicas. Será paga uma multa de R$ 225 milhões para livrá-los das operações Greenfield e Lava-Jato que investigam a JBS há dois anos. Essa conta pode aumentar quando (e se) a leniência com o DoJ for assinada. (Colaborou Guilherme Amado)