terça-feira, 18 de abril de 2017

Livros infantis ganham espaço no mercado brasileiro

18/04/2017 07h06
Brasília
Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil
Os livros infantis têm papel fundamental na formação das crianças e ajudam inclusive no processo de alfabetização -Elza Fiúza/Arquivo Agência Brasil

Dados do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel) mostram que o crescimento de vendas do gênero infantil em 2016, em relação a 2015, foi de 28%. Nesse mesmo período, o mercado geral de livros caiu 9,7%. Os dados tratam dos livros vendidos no varejo, em livrarias, e foram levantados a pedido da Agência Brasil. Hoje (18) é comemorado o Dia Nacional do Livro Infantil, data escolhida em homenagem ao escritor brasileiro Monteiro Lobato, que nasceu neste dia, em 1882.

A empresária Flávia Oliveira, 31 anos, é uma das compradoras. Ela apresentou os livros à filha, Bruna, de 3 anos, desde cedo, antes mesmo de completar 1 ano. Eram livros de páginas mais duras e com imagens que faziam parte do cotidiano. “Como ela ia muito ao zoológico, comprávamos livros com ilustrações de animais, nos quais ela identificava coisas que faziam parte do universo dela".

Segundo Flávia, após ouvir várias vezes a mesma história, Bruna se senta com as bonecas em círculo e conta para elas o que ouviu e o que criou a partir do livro. “Eu acho que se a gente quiser que ela tenha esse interesse por livros quando for maior, tem que criar hábito desde criança, para que seja algo prazeroso. Eu não tive isso. Quando entrei na escola, achava os livros muito maçantes. Eu queria que a leitura trouxesse algo prazeroso para ela”, diz. 

Embora as vendas tenham aumentado, as obras infantis ainda representam fatia pequena do mercado nacional de livros, 2,8% em 2016 - um aumento em relação aos 2% registrados em 2015.

"É muito importante saber que esses livros tiveram um crescimento, pequeno, mas significativo", diz a secretária-geral da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, Elizabeth D'Angelo Serra. Para ela, os dados, que mostram os livros comprados em livraria, não refletem no entanto todo o acesso das crianças, que ocorre pela escola. As compras das escolas públicas, como não ocorrem no varejo, não entram no cálculo.

"Se pensarmos na maioria das crianças do país, sem dúvida o acesso a livros infantis se dá na escola. Muitas nunca tiveram isso nas próprias famílias, têm pais e mães analfabetos e semianalfabetos".

Livros na escola
Nos lugares onde se tem acesso à literatura, os efeitos são positivos. Para Márcia Helena Gomes de Sousa Dias, professora do Centro de Educação Infantil (CEI) do Núcleo Bandeirante, região administrativa do Distrito Federal, os livros infantis têm papel fundamental na formação das crianças e ajudam inclusive no processo de alfabetização. A escola, além de ter momentos de leitura dos professores para os estudantes, incentiva as crianças e pegarem os livros, a inventarem histórias a partir das imagens. A intenção é que os livros estejam inseridos em todas as atividades, que se forem brincar, por exemplo, possam usá-los. E aprendam também a cuidar, a colocar no lugar depois de usar.

Os livros, de acordo com Márcia, servem para que as crianças se familiarizem com as letras: "As crianças têm primeiro o trabalho visual. Começam a perceber nos livros de história que algumas letras fazem parte do nome dela, dos pais ou de colegas. É uma pré-alfabetização. Fazem sempre essa conexão, de figuras com letras e depois de letras som, quando lemos para elas". 

Além de trabalhar a literatura na própria sala de aula, as escolas podem servir de incentivo para que a leitura chegue à casa dos estudantes.

Um estudo da Universidade de Nova York, em colaboração com o IDados e o Instituto Alfa e Beto, divulgado no ano passado, mostrou um aumento de 14% no vocabulário e de 27% na memória de trabalho de crianças cujos pais leem para elas pelo menos dois livros por semana.

O estudo revelou ainda que a leitura frequente para as crianças leva à maior estimulação fonológica, o que é importante para a alfabetização, à maior estimulação cognitiva e a um aumento de 25% de crianças sem problemas de comportamento.

O estudo foi feito com base na experiência de Boa Vista (Acre), com o programa Família que Acolhe, voltado para a primeira infância, que acompanha as crianças desde a gravidez até os 6 anos de idade.

A leitura é um dos carro-chefe do programa, segundo a gestora das Casas Mães no município - espécie de escolas de educação infantil de tempo integral - do Núcleo Senador Helio Campos, Maria de Lourdes Vieira dos Santos. Cada criança escolhe, na escola, dois livros para levar para casa e ficar com eles pelos próximos 15 dias. Nesse período, devem elas mesmas manuseá-los e pedir que pais ou responsáveis leiam para elas. “A leitura é importante porque, além de aproximar os pais da criança, que têm esse tempo proveitoso junto ao filho, ajuda a criança a desenvolver a oralidade, a mudar o repertório de palavras. Trabalha também o imaginário e a fantasia por meio das histórias que são contadas”, diz.

Faltam livros
Dados do último Censo Escolar, de 2016, mostram que 50,5% das escolas de educação básica têm biblioteca e/ou sala de leitura (esse percentual é de 53,7% para as que oferecem ensino fundamental e de 88,3% no ensino médio). O Brasil tem até 2020 para cumprir a meta de universalizar esses espaços, prevista na Lei 12.244. A legislação, sancionada em 24 de maio de 2010, obriga todos os gestores a providenciar um acervo de, no mínimo, um livro para cada aluno matriculado, tanto na rede pública quanto privada.

A realidade do ensino fundamental e médio se estende ao ensino infantil público, segundo a vice-presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Manuelina Martins da Silva Arantes Cabral, dirigente municipal de Costa Rica (MS). Ela estima que metade das escolas tenha pelo menos o mínimo de um livro por estudante. "E um livro ainda é pouco, porque os livros, se utilizados, vão se gastando. Além disso, para as escolas envolverem as famílias, precisam que os estudantes levem livros para casa, o que vai demandar mais de um livro".

Segundo ela, muitos municípios não têm condições de investir em livros e dependem de parcerias com o Ministério da Educação (MEC). Essa parceria se dá, principalmente, pelo Programa Nacional Biblioteca da Escola, que investiu, até 2014, R$ 50,5 milhões em mais de 12 milhões de livros para mais de 5 milhões de crianças da creche e pré-escola. Depois, o investimento passou a ser feito no âmbito do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic), programa criado em 2013 para alfabetizar as crianças até os 8 anos de idade. "O Brasil é imenso, tem localidade que tem condição de fazer um investimento, mas ainda temos municípios que não têm condição, porque livro no Brasil ainda é caro. A gente precisa dessa parceria com o MEC". 

Atualmente, o Brasil tem 64,5 mil creches, sendo a maior parte pública, da rede municipal (58,8%), enquanto 41% são privadas e 105,3 mil unidades com pré-escola, sendo 72,8% municipais e 26,3%, privadas. São mais de 8 milhões de matrículas até os 5 anos de idade.

Edição: Graça Adjuto
Agência Brasil

Lutar por seu direito é um defeito que mata, na visão crítica de Gonzaguinha



Paulo Peres
Site Poemas & Canções

O economista, cantor e compositor carioca Luiz Gonzaga do Nascimento Junior (1945-1991) , conhecido como Gonzaguinha foi, sem dúvida, um dos maiores talentos da Música Brasileira em seus diversos estilos populares. Sua obra teve, inicialmente, como característica sua postura de crítica à ditadura militar, conforme mostra a letra de “Pequena Memória Para Um Tempo Sem Memória (À Legião dos Esquecidos)”, que faz parte do LP De Volta ao Começo, gravado em 1980, pela Emi-Odeon.

Pequena Memória Para Um Tempo Sem Memória
(À Legião dos Esquecidos)

Gonzaguinha

Memória de um tempo onde lutar
Por seu direito
É um defeito que mata
São tantas lutas inglórias
São histórias que a história
Qualquer dia contará
De obscuros personagens
As passagens, as coragens
São sementes espalhadas nesse chão
De Juvenais e de Raimundos
Tantos Júlios de Santana
Uma crença num enorme coração
Dos humilhados e ofendidos
Explorados e oprimidos
Que tentaram encontrar a solução
São cruzes sem nomes, sem corpos, sem datas
Memória de um tempo onde lutar por seu direito
É um defeito que mata
E tantos são os homens por debaixo das manchetes
São braços esquecidos que fizeram os heróis
São forças, são suores que levantam as vedetes
Do teatro de revistas, que é o país de todos nós
São vozes que negaram liberdade concedida
Pois ela é bem mais sangue
Ela é bem mais vida
São vidas que alimentam nosso fogo da esperança
O grito da batalha
Quem espera, nunca alcança
Ê ê, quando o Sol nascer
É que eu quero ver quem se lembrará
Ê ê, quando amanhecer
É que eu quero ver quem recordará
Ê ê, não quero esquecer
Essa legião que se entregou por um novo dia
Ê eu quero é cantar essa mão tão calejada
Que nos deu tanta alegria
E vamos à luta.

Grupo manifesta em praça de pedágio em Simão Pereira, MG

Por G1 Zona da Mata

17/04/2017 07h27 Atualizado há 18 horas
Manifestantes estão no pedágio de Simão Pereira na manhã desta segunda-feira (17) (Foto: Laiz Perrut/Arquivo Pessoal)

Um protesto ocorreu por quase três horas na praça de pedágio de Simão Pereira, na BR-040, na manhã desta segunda-feira (17) . De acordo com o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), a ação faz parte de uma ação nacional contra o governo Temer e a favor da retomada da reforma agrária. Os manifestantes também são contra a reforma da previdência e a retirada de direitos. A organização estima 200 integrantes do MST, de sindicatos e movimentos estudantis da região.

A assessoria da Concer, empresa que administra o trecho, informou que o grupo, com integrantes mascarados, chegou em ônibus e carros por volta das 6h40. Eles pediram que os funcionários do pedágio deixassem as cabines e liberaram o fluxo de veículos em uma pista em cada sentido. Os veículos passaram pelo pedágio sem pagar.

A Polícia Militar (PM) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) foram acionadas para tentar negociar com os manifestantes. "Aguardamos pacificamente a desocupação da via. Não houve depredação no local, mas as câmeras de filmagem e as cabines do pedágio foram tampadas com plástico", relatou o policial rodoviário federal, André Marinho.

A PRF ainda informou que o grupo liberou o pedágio às 9h25 e a cobrança para os motoristas foi retomada no local. Segundo a Concer, a empresa orientou os motoristas a passarem pelo local com segurança.

A assessoria do MST ainda informou que esta segunda-feira é o dia internacional da luta camponesa e também nesta data são lembrados os 21 anos do massacre em Eldorado dos Carajás (PA). "Hoje inicia a jornada de luta em defesa da reforma agrária, pois há 21 anos atrás muitos de nossos companheiros foram assassinados pela PM e vamos continuar com o movimento a semana inteira", disse a coordenadora regional do MST, Tatiana Gomes.

Gomes ainda relatou que um documento feito pelos manifestantes pede que mais de cinco mil famílias sejam assentadas em Minas Gerais e deve ser entregue para ao Governo Federal. "É uma reivindicação antiga, o Governo quer simplesmente ignorar a reforma agrária, e temos muitas famílias acampadas que precisam ser assentadas. Fora isso, temos a questão da infraestrutura nos assentamentos que é precária", finalizou.

http://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/grupo-manifesta-em-praca-de-pedagio-em-simao-pereira-diz-concer.ghtml

Polícia do Rio investiga jogo em redes sociais que induz jovens ao suicídio

17/04/2017 22h40
Rio de Janeiro
Vladimir Platonow - Repórter da Agência Brasil

A Polícia Civil do Rio está investigando um jogo de internet que pode estar levando jovens a mutilações corporais e até ao suicídio. Conhecido como Baleia Azul, o jogo é praticado em comunidades fechadas de Facebook e Whatsapp. Ele instiga os jogadores, a grande maioria adolescentes, a cumprirem 50 tarefas, sendo que a última delas é o suicídio.

A delegada Fernanda Fernandes, da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), acredita que o jogo, já identificado em outros países e outros estados do Brasil, esteja sendo praticado no Rio. Ela já tem, pelo menos, quatro casos suspeitos, todos envolvendo adolescentes.

“Não parece se tratar de um boato.Temos várias comunidades que estamos rastreando sobre o jogo, algumas falando diretamente o nome Baleia Azul, outras com codinomes. O jogo existe, é real”, disse a delegada.

Fernanda ouviu, na tarde desta segunda-feira (17), o pai de uma estudante de 14 anos, de um colégio do interior do estado, que relatou preocupação de que a adolescente possa estar envolvida no jogo, pois ela teria riscado a baleia, com objeto cortante, no antebraço, o que é uma das fases do Baleia Azul.

Nesta terça-feira (18), a delegada irá, com o pai da jovem, ao seu encontro. O objetivo da investigação, segundo ela, é evitar que os jovens se suicidem, mais do que encontrar os mentores dos grupos, o que será feito no decorrer dos trabalhos.

“Temos esta vítima que vamos tentar ouvir. Os indícios, as fotos e postagens no Facebook, nos levam a crer que ela tem envolvimento com o jogo. Ela tem o desenho da baleia azul no antebraço, embora não tenhamos contato com ela para confirmar isso. Nós já vimos cortes no corpo dela e postagens insinuando suicídio, então a gente fica preocupada”, disse.

Fernanda Fernandes fez uma apelo aos familiares e amigos de possíveis vítimas para procurarem a delegacia e relatarem os fatos. “O apelo para os pais é que verifiquem qualquer mudança, alteração de comportamento dos jovens e qualquer comportamento depressivo, mais introspectivo. Se têm hábitos mais noturnos e de madrugada na internet. Os pais têm que ter controle do que os filhos estão fazendo nas redes sociais. E prestar atenção se têm indícios de lesão no corpo dos filhos. Também é preciso entrar em contato com a escola. O adolescente, quando vira vítima do jogo, muda o comportamento”, disse.

As denúncias podem ser feitas pelo telefone da DRCI (21) 2202-0273 ou pelo e-mail da delegacia (drci@pcivil.rj.gov.br). Os mentores dos jogos, que surgiu na Rússia, podem ser indiciados por crimes de associação criminosa, lesão corporal, ameaça e até homicídio. Segundo relatos, os mentores ameaçam as vítimas se elas deixarem o jogo.

Edição: Fábio Massalli
Agência Brasil

Fachin envia inquéritos contra Aécio, Jucá e Renan para Polícia Federal

17/04/2017 17h57
Brasília
André Richter – Repórter da Agência Brasil

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato, determinou hoje (17) o envio dos inquéritos envolvendo os senadores Aécio Neves (PSDB-MG), Romero Jucá (PMDB-RR) e Renan Calheiros (PMDB-AL) para a Polícia Federal (PF). A decisão dá início ao processo de investigação na PF, que poderá solicitar quebra dos sigilos telefônico e fiscal, além da oitiva dos próprios acusados.

As investigações envolvendo outros parlamentares também deverão seguir o mesmo procedimento nos próximos dias. Os inquéritos foram abertos pelo ministro, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), para apurar citações aos nomes dos parlamentares nos depoimentos de delação de ex-executivos da empreiteira Odebrecht.

Aécio Neves e Romero Jucá são os que acumulam o maior número de pedidos de investigações na Lava Jato, cinco ao todo. Renan Calheiros foi citado em quatro inquéritos envolvendo a Odebrecht e passou a responder a 12 investigações na operação. 

Outro lado
Após a abertura da investigação, o senador Aécio Neves disse considerar "importante o fim do sigilo sobre o conteúdo das delações". Segundo o comunicado, a divulgação das colaborações premiadas foi solicitada pelo próprio parlamentar a Fachin na semana passada. "[Aécio Neves] considera que assim será possível desmascarar as mentiras e demonstrar a absoluta correção de sua conduta", informou a assessoria do senador.

Já Romero Jucá disse que "sempre esteve" e "sempre estará” à disposição da Justiça para qualquer informação. "Nas minhas campanhas eleitorais, sempre atuei dentro da legislação e tive todas as minhas contas aprovadas", disse o parlamentar, também por meio de nota.

Renan Calheiros disse que a abertura dos inquéritos permitirá que ele possa conhecer "o teor das supostas acusações para, enfim, exercer meu direito de defesa sem que seja apenas baseado em vazamentos seletivos de delações".

"Um homem público sabe que pode ser investigado. Mas isso não pode significar uma condenação prévia ou um atestado de que alguma irregularidade foi cometida. Acredito que esses inquéritos serão arquivados por falta de provas, como aconteceu com o primeiro deles", argumentou o senador e ex-presidente do Senado. 

Edição: Lílian Beraldo
Agência Brasil

domingo, 16 de abril de 2017

Missão de Lula era se contrapor aos sindicalistas que voltavam do exílio com Brizola

Lula aprendeu a ser sindicalista nos Estados Unidos

Antonio Santos Aquino

Não pensem que Lula é um apedeuta (ignorante) devido à ausência de escolaridade acima do primário. Lula não se absteve de estudar, passou como aluno pela IDESIL (Instituto Americano de Desenvolvimento do Sindicalismo Livre), escola doutrinária mantida desde 1963 em São Paulo pelos norte-americanos da AFL-CIO (American Federation of Labor Congresso Industrial Organization), e seguiu tanto a IDESIL como a AFL-CIO, que ministravam cursos contra-revolucionários de “liderança” sindical, desenhados sob medida para parecer de esquerda, apenas parecer, mas na verdade servir ao sistema dominante.

Os organismos americanos tinham interesse de ter um aliado num país como o Brasil. Isso é comprovado por quem leu o Relatório Kissinger II.

NA DITADURA – A aproximação com os militares deveu-se ao empresário Paulo Villares (Indústria Villares), ex-patrão de Lula, em reconhecimento as habilidades do líder metalúrgico em acabar com uma greve. Não devemos esquecer que em 1972/73 Lula fez curso de Sindicalismo (tomou aulas) na Johns Hopkins University nos EUA.

Lula foi protegido pelo general Golbery do Coutto e Silva, ideólogo da revolução. Lula fora preparado para contrapor-se aos sindicalistas que voltavam do exílio junto com Brizola depois de 15 anos e haveriam de querer exercer influência nos sindicatos. Lula, a meu entender, não é um criminoso. Talvez nem tivesse a consciência do papel que lhe reservaram. Depois deixou correr frouxo. Fez da sorte malandragem e está em dificuldades.

Ainda daria para romper o cerco se Lula fosse convincente em suas alegações. Acho muito fraco o argumento de que foi reservado para Lula um total de R$ 40 milhões prevendo que ele poderia necessitar depois de deixar o governo. Neste caso, Lula não pediu. Mas não está nada fácil. Posted in Tribuna da Internet

Vídeo mostra locomotiva atingindo carro em JF



Publicado em 15 de abr de 2017 - G1.com.br

Acidente ocorreu na tarde deste sábado, no Bairro Araújo. Três pessoas ficaram feridas, duas em estado grave. Um carro de passeio foi atingido por uma locomotiva na tarde deste sábado (15) no Bairro Araújo, em Juiz de Fora. De acordo com o Corpo de Bombeiros, quatro pessoas estavam no veículo e três delas ficaram feridas e foram socorridas, duas em estado grave.
Segundo os militares, o condutor do veículo, de 33 anos, disse que foi fechado por outro carro, perdeu o controle de direção e colidiu com a locomotiva. Ele recusou atendimento médico.Uma das passageiras do carro, de 32 anos, sofreu trauma crânio encefálico e foi encaminhada para um hospital particular da cidade. Uma jovem, de 25 anos, está grávida de 37 semanas e também foi levada para uma unidade de saúde. As duas estão em estado grave.
Um jovem, de 26 anos, foi imobilizado e encaminhado ao Hospital de Pronto Socorro (HPS). No momento do atendimento médico, ele estava consciente e orientado.
Acidente
A MRS Logística, responsável pela linha férrea, divulgou as imagens do acidente. No vídeo, é possível notar que as cancelas estão fechadas para os carros, mas um dos veículos sai da fila de espera e avança pela contramão. Como não há tempo hábil para a passagem, o trem atinge o carro em cheio.
A empresa classificou o caso como "lamentável, de absoluto descaso com as leis de trânsito e irresponsável", conforme nota.
A MRS sempre divulga dicas de segurança em casos como este e recentemente criou a campanha "Linha da Vida", para conscientizar pedestres e motoristas dos perigos de desrespeitar regras de trânsito, principalmente próximo a passagens de nível.

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G1.com.br

sábado, 15 de abril de 2017

PT é chamado de Flamengo e PSDB, de Corinthians em planilhas da Odebrecht

Por G1, São Paulo

15/04/2017 11h00 

No jogo das propinas da Odebrecht, o PT era o Flamengo e o PSDB, o Corinthians. O PR ganhou o codinome de São Paulo e o DEM, de Fluminense (veja a lista completa abaixo). Os apelidos aparecem em algumas das planilhas entregues ao Ministério Público Federal (MPF) pelo delator Luiz Eduardo Soares, que atuou no Setor de Operações Estruturadas – como era chamado o departamento de propinas da empreiteira.

Candidatos a cargos do Executivo e Legislativo também chegaram a ser identificados por termos do futebol. O candidato à Presidência da República era o "centroavante" e o governador, o "meia". Senadores ocupavam a "ponta". E deputados federais e estaduais eram, respectivamente, "volantes" e "zagueiros". Quem não tinha cargo e pertencia às bases dos partidos ganhava o apelido de goleiros.

O documento entregue por Soares não deixa claro a qual eleição se refere, mas ele foi colocado pelo Supremo Tribunal Federal em uma pasta nomeada como 2014.

(Foto: Arte/G1)

Codinomes militares
Além das referências ao futebol, outras planilhas da Odebrecht, com data de 2010, também relacionavam cargos políticos a patentes militares. Em uma das eleições, o cargo de presidente foi chamado de “general”, governador era “capitão”, senador “tenente”, deputado federal “sargento”, deputado estadual “cabo”.

Como capitão, por exemplo, foram listados codinomes como:
Balzac - identificado por delatores como Yeda Crucius (PSDB-RS)
Aspirina - Angela Amin (PP)
Fantasma - Ideli Salvatti (PT)
Brigão - Beto Richa (PSDB)
Caim - Osmar Dias (PDT)

Como tenente, aparecem entre os apelidos:
Desesperado - Germano Rigotto (PMDB)
Amante - Gleisi Hoffmann (PT-PR)
Dentuço - Gustavo Fruet (PDT)

Na coluna de sargentos, estão nomes como:
Italiano - Antonio Palocci (PT)
Avião - Manuela D'Avila
Aliado - Marco Maia (DEM) - também chamado em outras planilhas de gremista
Solução - Maria do Rosário (PT-RS)
Princesa - Cida Borghetti (PP)
Decodificado - Luiz Carlos Hauly (PSDB)

Como funcionavam os repasses
Em delação premiada, Luiz Soares explicou como funcionavam as planilhas. Ele disse que controlava os repasses lícitos, por meio de doações oficiais, e também os ilícitos. As ordens sobre quem deveria receber o que vinham de diretores da Odebrecht. Benedito Júnior era o executivo que dirigia o departamento de Operações Estruturadas e orientava o trabalho de Luiz Soares.

"Fazíamos diversos tipos de planilhas para acompanhamento", contou o delator. Em geral, elas traziam os nomes de partidos e políticos e os valores destinados a cada um antes das campanhas eleitorais. Soares disse que trabalhou com os documentos nas eleições de 2006, 2010 e 2012. Segundo ele, nas planilhas não apareciam obras ou outros assuntos de interesse da empreiteira.

Os repasses, disse o delator, eram sempre feitos aos partidos políticos.

"Nós nunca pagávamos os candidatos diretamente. Nós gostávamos de pagar para o diretório nacional. Daí o diretório nacional tinham que mandar para quem era de direito. Quem tinha contato com os políticos falava 'eu vou fazer a doação para você e estou mandando para o diretório nacional'", contou.

Segundo Benedicto Junior, os apelidos eram usados para que os funcionários do “baixo clero” da área que fazia os repasses irregulares não ficassem sabendo para quem ia o dinheiro. As pessoas que tinham contato com as autoridades é que escolhiam os codinomes.

Delator da Odebrecht cita repasses para Bruno Siqueira, prefeito de Juiz de Fora

Por G1 Zona da Mata

15/04/2017 12h05 
De acordo com planilha de delator, Bruno Siqueira recebeu repasses R$ 125 mil via caixa dois em 2010 e em 2012 (Foto: TV Integração/ Reprodução)

O prefeito de Juiz de Fora, Bruno Siqueira (PMDB), está entre os nomes citados na tabela apresentada ao Ministério Público pelo ex-executivo da Odebrecht, Benedicto Barbosa da Silva Junior. O documento detalha pagamentos que teriam sido feitos via caixa dois a 179 políticos entre os anos de 2008 e 2014, sem declaração à Justiça Eleitoral.

Segundo Benedicto, são citados dois repasses para Siqueira. O primeiro foi em 2010, de R$ 25 mil, como deputado estadual. Na ocasião, o codinome dele era "Sino". O segundo, no valor de R$ 100 mil, foi feito em 2012, ano em que se candidatou e se elegeu prefeito, sob o codinome "Fino".

Procurada pelo G1 e pelo MGTV, a assessoria de Siqueira não se pronunciou sobre o assunto.

De acordo com a lista, não houve intermediários para os repasses, que foram justificados como "disposição para apresentar emendas/defender projetos no interesse da companhia", no período de deputado estadual e "desenvolvimento de projetos de infraestrutura de interesse da empresa", enquanto prefeito eleito.

Benedicto Júnior é um dos ex-dirigentes da empreiteira que fecharam acordo de delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato. As delações foram homologadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Entre 2008 e 2014, há registro de R$ 246 milhões em repasses ilegais só da área de infraestrutura da Odebrecht no Brasil.

Polícia Federal inicia a busca das provas materiais para justificar as denúncias

Charge do Tacho, reproduzida do Jornal NH

Camila Mattoso e Bela Megale
Folha

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal já têm a primeira etapa de investigação traçada para tentar comprovar os relatos de delatores da Odebrecht de que houve pagamentos de caixa dois e propina em dinheiro vivo a políticos. Os investigadores querem mapear onde, quando e como ocorreram as entregas de dinheiro em espécie informadas pelos executivos. Um dos maiores desafios agora será comprovar os pagamentos realizados em moeda.

A PF vai solicitar, por exemplo, o registro de controle de entrada no dia 28 de maio de 2014 no Palácio do Jaburu, residência oficial da vice-presidência da República, onde vive o hoje presidente Michel Temer. O pedido faz parte de diligências autorizadas pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, na investigação sobre os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral), acusados de receber propina.

Naquele data de maio de 2014, ocorreu jantar em que Temer e Padilha teriam discutido com Marcelo Odebrecht doação ao PMDB em 2014 – o valor entregue teria sido de R$ 10 milhões, em espécie.

LOBÃO, RENAN ETC. – A Polícia Federal, a pedido da Procuradoria-Geral da República, vai atrás de informações sobre possíveis encontros do ex-executivo da Odebrecht Henrique Valladares com Edison Lobão (PMDB-MA), senador e ex-ministro de Minas e Energia, outro apontado como destinatário de propina em dinheiro vivo. A PF vai pedir registros dos acessos ao ministério e ao Senado.

Também receberam recursos desta maneira, por meio de intermediários, segundo os delatores, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), o ministro de Relações Exteriores, Aloysio Nunes (PSDB), o ex-prefeito do Rio Eduardo Paes (PMDB), entre outros.

Ao menos 166 citados nos depoimentos serão intimados a depor a partir da próxima semana. A lista inclui políticos alvo de inquéritos, autoridades não investigadas, além de empresários, operadores, entre outros que vão falar como testemunhas. O advogado José Yunes, ex-assessor de Temer e personagem do episódio dos R$ 10 milhões da Odebrecht ao PMDB, será chamado a depor.

MUITAS PROVIDÊNCIAS – Levantamento da Folha aponta que a PF terá de cumprir mais de 240 medidas neste primeiro momento, excluindo as que se referem a dados telefônicos, fiscais e bancários, mantidos sob sigilo.

A polícia tem reforçado seu efetivo em Brasília, sobretudo em razão da possibilidade de novas operações decorrentes desses inquéritos.

A polícia vai rastrear ações parlamentares em tramitações de medidas provisórias que interessavam à empreiteira –nas delações, os executivos apontam esquema de contrapartidas em troca da aprovação de projetos de interesse do grupo.

Os investigadores querem ainda obter informações sobre voos, hospedagens e registros de entradas e saídas em órgãos públicos, como Congresso, Ministério da Integração Nacional e Secretaria de Aviação Civil.

EM MINAS GERAIS – Outra medida autorizada por Fachin trata da obtenção de registros de presença do ex-diretor da Odebrecht Sérgio Neves, hoje delator, e de outros funcionários da empreiteira na concessionária Minas Máquinas, em Belo Horizonte, ligada a Oswaldo Borges. Ele é apontado como operador financeiro do senador Aécio Neves (PSDB-MG) em obras da Cidade Administrativa, que abriga a sede do governo mineiro.

Na lista de políticos investigados no Supremo, há 8 ministros, 3 governadores, 24 senadores e 39 deputados. Do total de pessoas que serão intimadas pela PF, cerca de 100 são políticos.

Ex-funcionários da Odebrecht também serão chamados para novos depoimentos em que detalharão os casos delatados por eles. O patriarca do grupo, Emílio Odebrecht, e seu filho Marcelo estão na lista.

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nota da redação do blog – Esta é fase principal da investigação, a busca de provas materiais. A Odebrecht operava em dinheiro vivo e em depósitos no exterior. No caso de dinheiro vivo, muitas acusações cairão por terra, mas há os registros contábeis do “Departamento de Propina”. Quanto aos depósitos lá fora, que pegam os peixes maiores, todos serão comprovados e salve-se quem puder. (C.N.)Posted in Tribuna da Internet