sexta-feira, 24 de março de 2017

Odebrecht conseguiu R$ 1,3 bilhão do FI-FGTS através de suborno generalizado

Charge reproduzida do Arquivo Google

Wálter Nunes
Folha

O ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura Benedicto Junior, conhecido como BJ, disse, em sua delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato, que às vésperas da eleição de 2010 a empresa negociou pagamento de R$ 13,5 milhões para um conselheiro do Fundo de Investimento do FGTS (FI-FGTS) para ele facilitar um negócio bilionário com a companhia baiana. O dinheiro pago seria contrapartida de 1% à aprovação de um aporte de R$ 1,3 bilhão do FI-FGTS para adquirir 30% da Odebrecht Transport Participações, empresa recém-criada pelo grupo.

O FI-FGTS foi criado em 2007 para investir dinheiro do fundo do trabalhador nas obras de infraestrutura do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Segundo a delação, a negociação foi feita entre o então presidente da Odebrecht Transport, Geraldo Villin, e André Luiz de Souza, indicado pela CUT (Central Única dos Trabalhadores) para fazer parte do grupo de apoio permanente que assessora o conselho e o comitê de investimento do FI-FGTS.

NEGÓCIO FECHADO – A Caixa Econômica Federal era responsável pela gestão do FI-FGTS. Após o pagamento de R$ 13,5 milhões, o negócio com o FI-FGTS saiu.

Conforme a Folha revelou, Souza aparece também na delação de Fernando Reis, ex-presidente da Odebrecht Ambiental. Reis disse que, em 2009, Souza recebeu R$ 8 milhões, depositados na Suíça, a título de “consultoria” para ajudar que o FI-FGTS comprasse 25% da Odebrecht Ambiental por R$ 650 milhões.

Três anos depois do acerto entre a Odebrecht Transport e o fundo de investimento do FGTS houve outra negociação para um novo aporte na empresa. Nas delações de BJ e de Paulo Cesena, que substituiu Villin na presidência da Odebrecht Transport, aparece a história de uma combinação para que o FI-FGTS investisse o valor de R$ 429 milhões no braço de transportes do grupo baiano.

BNDES E CUNHA – O fundo pretendia capitalizar a Odebrecht Transport em seguimento a uma investida do BNDES, que também havia colocado dinheiro na empresa. Dessa vez quem prometeu facilitar as coisas para a liberação de dinheiro do FI-FGTS foi o ex-deputado federal Eduardo Cunha. Segundo os executivos da Odebrecht, Cunha cobrou propina de 1% do valor da operação.

O ex-deputado justificou o valor do suborno de R$ 4 milhões dizendo que teria que repassar dinheiro a Fábio Cleto, na ocasião vice-presidente de Loterias da Caixa, e para três conselheiros do FI-FGTS. Nomeou como recebedores do repasse os conselheiros João Graça, ligado ao PDT, Luiz Fernando Emediato, ligado à Força Sindical, e uma pessoa ligada ao PT, não identificada por Cunha.

Após o pagamento do suborno o aporte de R$ 429 milhões foi liberado.

CUNHA MENTIRA – Cleto é delator em processo que investiga desvios na Caixa Econômica Federal. Ele menciona o episódio na sua delação. Diz que foi procurado por Cunha, em 2013, para que se posicionasse favoravelmente ao aporte de R$ 420 milhões na Odebrecht Transport. Cunha disse na ocasião que aquele caso específico era um favor e não envolvia pagamento de propina.

Cleto afirma na delação ter desconfiado que Cunha estava mentindo para ficar com o dinheiro todo para ele. Mesmo sem receber dinheiro por isso, Cleto apoiou o aporte.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Vejam aonde foi parar o dinheiro (FGTS) do trabalhador brasileiro, esse otário que agora está ameaçado de perder seus direitos com a terceirização irrestrita aprovada sob a batuta do deputado Rodrigo Maia, que foi eleito para ser representante do povo, segundo a prática democrática, mas na verdade somente representa interesses inconfessáveis. Esse dinheiro do FI-FGTS, “investido” na Odebrecht, hoje tem o mesmo valor das ações daquelas empresas de papel que Eike Batista criou. (C.N.)Posted in Tribuna da Internet

Governo de MG ainda não depositou a última parcela do 13º salário de 2016

24/03/2017

Até o presente momento a última parcela alusiva ao 13º salário de 2016 não foi creditada na conta do servidor público de MG.


Relembrando:
O Governo de Minas Gerais anunciou na quarta-feira (07/12/2016), como pagará o 13º salário dos servidores: 

Metade do valor do benefício no dia 22 de dezembro de 2016. (Quitado)

Dia 24 de janeiro de 2017 a a segunda parcela, no valor de até R$ 3.000, de modo que os servidores que ganham até R$ 6.000 receberão integralmente o 13º no primeiro mês do ano.(Quitado)

Salário superior a R$ 6.000, o restante do valor devido será pago no dia 24 de março de 2017.

Informações dão conta que o numerário será depositado no decorrer do dia.

Atualização: Por volta de 14h20min o dinheiro foi creditado.

quinta-feira, 23 de março de 2017

Juiz Moro demonstra grandeza e exclui do processo a fonte do blogueiro

Juiz Moro fez a coisa certa, na hora certa

Julia Affonso, Ricardo Brandt, Mateus Coutinho e Fausto Macedo
Estadão

O juiz federal Sérgio Moro determinou nesta quinta-feira, 23, que seja excluído do processo que investiga o blogueiro Eduardo Guimarães, responsável pelo Blog da Cidadania, ‘ qualquer elemento probatório relativo à identificação da fonte da informação’. Na terça-feira, Eduardo Guimarães foi conduzido coercitivamente em inquérito da Polícia Federal no Paraná que investiga o vazamento do mandado de condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Operação Lava Jato.

O magistrado havia determinado ainda a apreensão de aparelhos eletrônicos na residência de Guimarães. O blogueiro teve seu notebook e seu celular capturados.

A ação provocou polêmica em entidades de jornalistas. A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) divulgou nota em que manifestou preocupação com o risco da quebra de sigilo de fonte.

OBJETIVO – Nesta quinta, Moro afirmou em despacho que ‘o objetivo da investigação não era propriamente 0 de identificar a fonte da informação do blog’. “Ela já estava, em cognição sumária, identificada desde o início, mas sim principalmente apurar se de fato o seu titular havia comunicado a decisão aos investigados previamente à própria divulgação no blog e a à diligência de busca e apreensão”, anotou o juiz da Lava Jato.

Na decisão, Sérgio Moro afirmou ‘reconhecer que, desde a diligência, houve manifestações públicas de alguns respeitados jornalistas e de associações de jornalistas questionando a investigação e defendendo que parte da atividade de Eduardo Cairo Guimarães seria de natureza jornalística’.

“Considerando o valor da imprensa livre em uma democracia e não sendo a intenção deste julgador ou das demais autoridades envolvidas na investigação colocar em risco essa liberdade e o sigilo de fonte, é o caso de rever o posicionamento anterior e melhor delimitar o objeto do processo”, destacou.

MAIS INVESTIGAÇÃO – “Deve a investigação prosseguir em relação às condutas de violação do sigilo funcional pelo agente público envolvido e, quanto aos demais, somente pelo suposto embaraço à investigação pela comunicação da decisão judicial sigilosa diretamente aos próprios investigados, já que esta conduta não está, em princípio, protegida juridicamente pela liberdade de imprensa. Deve ser excluído do processo e do resultado das quebras de sigilo de dados, sigilo telemático e de busca e apreensão, isso em endereços eletrônicos e nos endereços de Carlos Eduardo Cairo Guimarães, qualquer elemento probatório relativo à identificação da fonte da informação”, acrescentou o magistrado.

Segundo Sérgio Moro, ao ser ouvido, Eduardo Guimarães ‘revelou, de pronto, ao ser indagado pela autoridade policial e sem qualquer espécie de coação, quem seria a sua fonte de informação acerca da quebra do sigilo fiscal de Luiz Inácio Lula da Silva e associados’.

“Confirmou ainda que não só divulgou a informação em seu blog, mas antes comunicou-a a assessor do investigado (Lula)”, observou o magistrado.

VERSÃO DO BLOGUEIRO – Ao Estadão, o blogueiro disse que buscou a assessoria do ex-presidente para ouvir o outro lado após ter acesso à informação, como qualquer jornalista faria.

Em março do ano passado, o ex-presidente Lula foi alvo de um mandado de condução coercitiva na 24ª etapa da Operação Lava Jato, quando foi levado para depor no aeroporto de Congonhas. Na mesma ocasião, o Instituto Lula foi alvo de mandados de busca e apreensão.

Semanas antes, o Blog da Cidadania, de Eduardo Guimarães, havia divulgado que o ex-presidente e seu Instituto seriam alvo da Lava Jato. Diante disso, foi aberta uma investigação para apurar o vazamento de dados sigilosos da operação.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Mais uma vez, o juiz Moro demonstra grandeza e humildade. Realmente, trata-se de uma pessoa admirável, realmente fora de série, que merece o respeito e a admiração de todos os brasileiros de boa vontade, como se dizia outrora. (C.N.)Posted in Tribuna da Internet

Procon descarta 218 kg de carne com prazo de validade vencido no Rio

23/03/2017 19h21
Rio de Janeiro
Douglas Corrêa - Repórter da Agência Brasil

O Procon estadual descartou hoje (23), 243 quilos de carnes, embutidos e frios com prazo de validade vencido no Rioja Frigorífico, instalado no Mercado São Sebastião, na Penha, zona norte do Rio. De acordo com a fiscalização, na câmara resfriada do frigorífico, foram encontrados 218,8 quilos de traseiro bovino com osso, vencidos em 26 de fevereiro.

Os fiscais encontraram ainda 24 quilos de produtos vencidos na área de vendas, entre queijo muçarela, presunto e linguiça calabresa. A câmara resfriada de carne com osso apresentava, ainda, ferrugem nos trilhos e portas. Os fiscais deram prazo de sete dias para adequação do sistema. Caso contrário, o frigorífico será interditado.

A direção da Rioja Indústria e Comércio de Alimentos Ltda informou, em nota, que confirma a visita dos fiscais do Procon, que encontraram na câmara frigorífica três peças de carne resfriada de bovino com osso (traseiro), no total de 218,8 quilos, com vencimento em 26 de fevereiro.

A Rioja defendeu-se informando que as três peças vieram junto com mais 169 peças de carne recebidas da empresa Minerva S/A, com sede em Palmeiras de Goiás (GO), conforme nota fiscal datada de 18 de março deste ano, com selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF), com vencimento no dia 26 deste mês.

A Rioja diz ainda que informou ao fiscal que houve erro de data de vencimento e que, se realmente as peças de carne tivessem vencido em 26 de fevereiro, já estariam em estado de decomposição, fato que não foi constatado pelo Procon.

“No que diz respeito aos demais produtos, como muçarela, presunto e linguiça calabresa, a Rioja informou que tem uma loja de varejo que atende ao público com venda em caixas fechadas, sendo que os funcionários solicitam o fracionamento das peças para levar para casa e que, por erro, houve datas divergentes”, acrescenta a nota.

Em outra fiscalização, no Frigomar Comercial de Alimentos, também no Mercado São Sebastião, o Procon constatou que os trilhos e a porta da câmara de carnes também estavam enferrujados. Na área de manipulação, a viga enferrujada estava em contato com mesa de manipulação e os trilhos onde se encontravam as carnes penduradas estavam completamente enferrujados. Ainda na área de manipulação, o teto aparentava conter mofo.

Os fiscais deram prazo de 15 dias para reparo de todas as irregularidades, também sob pena de interdição. Além disso, não havia livro de reclamações no estabelecimento.

O Frigomar respondeu que a câmara frigorífica estava desativada e que não tinha alimentos no compartimento. A empresa disse que cumprirá as exigências do Procon dentro do prazo estabelecido.

Atacado
O Mercado São Sebastião é um complexo atacadista e funciona como um centro de distribuição de produtos para a cidade do Rio de Janeiro. Várias redes de supermercado e empresas alimentícias têm galpões nesse mercado, além de transportadoras de cargas. O estabelecimento também serve de base para a Bolsa de Gêneros Alimentícios, responsável pela definição de preços dos mais variados produtos vendidos em prateleiras de supermercados. O preço de 80% de toda a comida que passa pelo Rio de Janeiro é negociado no mercado.

Edição: Fábio Massalli
Agência Brasil

Especialistas criticam proposta de igualar idade mínima para aposentadoria

23/03/2017 15h15
Brasília
Débora Brito - Repórter da Agência Brasil

Comissão da reforma da Previdência debate seguridade social e condição da mulher Marcelo Camargo/Agência Brasil

A equiparação da idade mínima para aposentadoria de homens e mulheres, presente na proposta de reforma da Previdência enviada ao Congresso pelo governo, foi debatida hoje (23) na comissão especial da Câmara dos Deputados que discute o tema. Mulheres de diferentes instituições argumentaram sobre a necessidade de manter ou mudar a diferença de idade que vigora atualmente.

A proposta de emenda à Constituição (PEC) 287/2016 prevê que tanto homens quanto mulheres se aposentem quando atingirem 65 anos de idade. Hoje as mulheres podem se aposentar aos 60 anos (cinco a menos que os homens), ou quando completarem 30 anos de contribuição. Não há idade mínima para se aposentar.

Desigualdade de contextos
Para a juíza Noêmia Aparecida Garcia Porto, secretária-geral da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), igualar a idade mínima para ambos os sexos é inconstitucional. “A diferenciação entre homens e mulheres está prevista na Constituição brasileira para fins de aposentadoria. É uma desigualdade que está condicionada a um cenário, para que a igualdade efetiva seja considerada”, argumentou.

Noêmia explicou que a diferenciação na Previdência foi aprovada para compensar o fato de as mulheres assumirem a maior parte das tarefas domésticas, além de outras ocupações, e a persistente desigualdade de gênero na realidade do mercado de trabalho no Brasil. “O argumento da PEC é meramente formal e despreza essa realidade de desigualdade vivenciada na pele por todas as brasileiras.”

A juíza classificou a proposta do governo de "perversa" e inviável, pois retira direitos consolidados e segue a lógica do mercado privado, e não dos princípios constitucionais. E rebateu os argumentos de que as mulheres vivem mais e contribuem menos com a Previdência. “De fato, elas são minoria entre os contribuintes, mas isso se deve a diversos fatores. A informalidade atinge mais as mulheres. Elas recebem salários mais baixos e benefícios previdenciários mais modestos. E ocupam postos de menos destaque no mundo do trabalho”, disse.

Para resolver o problema do déficit do Regime Geral da Previdência, Noêmia propõe que sejam reveladas as origens da sonegação, que se busquem fontes extras de seguridade social e que se faça auditoria nas contas da Previdência. “O tema do equilibro das contas no setor publico é sério e pertinente, mas apenas se forem consideradas todas as variantes que revelam a injustiça de retirada dos direitos das mulheres”, declarou.

Condições diferentes de trabalho
Os argumentos da juíza foram reforçados pela apresentação da professora da Universidade de Campinas Marilane Teixeira, e pela técnica da Diretoria de Estudos e Políticas Sociais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Joana Mostafá. As duas pesquisadoras apresentaram diversos números e pesquisas que, segundo elas, corroboram a necessidade de diferenciar a idade das mulheres.

Para Marilane, a diferenciação da idade de aposentadoria para as mulheres é um dos grandes méritos do regime previdenciário atual. Marilne argumenta que a diferença nas regras de acesso ao benefício da Previdência contribui para aumentar a inclusão de pessoas que têm condições diferentes de trabalho e, assim, compensar as desigualdades estruturais do mercado de trabalho. “É um reconhecimento, através da lei, de que existe uma condição desigual entre os sexos no trabalho.”

Joana alertou para a dificuldade que as mulheres têm para comprovar o tempo de contribuição. A pesquisadora disse que a reforma proposta representa uma tendência de “masculinização da Previdência” e ressaltou que outras políticas devem ser adotadas para reduzir a desigualdade de gênero, e não para aprofundá-la. “A diferença de cinco anos na idade [mínima] de aposentadoria está de acordo com o sobretrabalho feminino, e isso não tem apresentado tendência de mudar no Brasil”, afirmou.

Já a procuradora regional da 3ª Região, Zélia Luiza Piedorná, defendeu o acúmulo da concessão da aposentadoria e do Benefício de Prestação Continuada (BPC) sob o ponto de vista da coletividade. Para Zélia, o acesso aos benefícios deve ser regido pela necessidade de garantia dos princípios democráticos, e não por uma lógica "individual e privatista".

Sobre o “rombo” da Previdência alegado pelo governo, a procuradora alertou para a urgência de resolver o problema das fraudes no sistema de concessão de benefícios no Brasil, o que poderia servir como solução. “Não se pode ter uma legislação que estimula mau comportamento”, afirmou.

Aproximação de contextos
A assessora especial da Casa Civil da Presidência da República Martha Seiller defendeu o texto original apresentado pelo governo e justificou a necessidade de igualar a idade mínima de aposentadoria para mulheres e homens.

De acordo com Martha, dados demográficos mostram uma evolução da inserção da mulher no mercado de trabalho e uma tendência de aproximação entre o salário pago às mulheres e o que é pago aos homens. Ela disse que as justificativas para manutenção da diferença de cinco anos na idade mínima para aposentadoria entre homens e mulheres já não se sustentam como antigamente.

Martha lembrou que a pirâmide demográfica brasileira está cada vez mais desfavorável à manutenção de um sistema previdenciário equilibrado, já que a base jovem tem diminuído, devido à queda na taxa de natalidade, ao crescente número de idosos no topo, com o avanço da expectativa de vida, "Como é que esse sistema previdenciário sobrevive com uma mudança tão brusca na taxa de natalidade e expectativa de vida sem passar por mudanças?", questionou.

A assessora da Cas Civil disse que as regras de transição previstas na reforma para vigorar em 20 anos podem compensar as desigualdades que ainda existem. Ela acrescentou que a diferença de cinco anos é a maior entre os regimes de outros países que ainda consideram a necessidade de diferenciação.

Para Martha, são insuficientes os argumentos das debatedoras sobre a dupla jornada feminina, uma vez que os homens hoje também executam tarefas domésticas. Ela disse que tal ideia não deve ser usada com naturalidade, como se fosse uma realidade imutável, sob o risco de favorecer o que definiu como “constitucionalização do machismo”.

Edição: Lidia Neves
Agência Brasil

Cinco suspeitos de matar torcedor do Botafogo são presos no Rio

23/03/2017 16h18
Rio de Janeiro
Flávia Villela - Repórter da Agência Brasil

Cinco flamenguistas suspeitos pela morte do torcedor do Botafogo Diego Silva dos Santos, de 28 anos, no mês passado, foram presos hoje (23) no Rio de Janeiro. Eles foram indiciados por homicídio e organização criminosa. De acordo com a Polícia Civil do Rio, três pessoas que podem ter participado do crime estão foragidos. Todos os oito já tinham passagens anteriores pela polícia por brigas de torcida.

A vítima foi golpeada com espeto de churrasco no dia 12 de fevereiro, no entorno do estádio do Engenhão, na zona norte da capital fluminense, e morreu de hemorragia interna e externa.

Imagens de câmeras próximas ao local do crime mostram um dos integrantes da Torcida Jovem do Flamengo com a camisa de Diego amarrada no tornozelo. A camisa suja de sangue foi encontrada na casa de um dos acusados, que está foragido.

“O que aconteceu nos remete, lamentavelmente, a uma era medieval. Comportamentos que nem na era medieval veríamos”, disse o delegado Daniel Rosa, um dos responsáveis pelas investigações da Divisão de Homicídios. "Sugerimos, como investigadores, que os clubes e as federações de futebol estaduais, que a CBF, Secretaria ou Ministério do Esporte definam se as torcidas organizadas vão existir e que essas torcidas sejam regulamentadas. O que não pode é que um grupo pequeno cause um tumulto tão grande para um esporte tão querido como é o futebol”, disse o delegado.

A Polícia apreendeu, na casa dos suspeitos, porretes com pregos cravados nas pontas, uma granada, soco inglês e morteiros.

Edição: Lidia Neves
Agência Brasil

Três corintianos são condenados por morte de palmeirense; penas somam 54 anos

23/03/2017 09h32
São Paulo
Marli Moreira - Repórter da Agência Brasil

Após quase 20 horas de julgamento, os três torcedores do Corinthians, acusados pela morte do torcedor do Palmeiras Gilberto Torres Pereira, em 2014, foram condenados hoje (23) a penas que variam entre 19 e 21 anos de prisão em regime fechado. O crime ocorreu em 20 de agosto de 2014, na estação da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) de Franco da Rocha, município da Grande São Paulo.

Pereira, que integrava a torcida organizada do Palmeiras, morreu em consequência de um traumatismo craniano. Durante a agressão, policiais militares viram a vítima sendo golpeada com um galho de árvore pelo ex-vereador Raimundo Cesar Faustino, um dos três condenados e que pegou a pena mais severa.

Ele terá de cumprir 20 anos de prisão em regime fechado e mais 1 ano e um mês e 15 dias em regime aberto. Para a justiça, os réus cometeram homicídio qualificado por motivo fútil com o uso de meio cruel e sem dar o direito de defesa à vítima.

Sentenças lidas ao amanhecer
O juri popular teve início às 10h30 de ontem (22), no Fórum de Franco da Rocha, e se prolongou pela madrugada. A sentença só foi lida no início da manhã de hoje (23).

Além do ex-vereador foram condenados: Leonardo Gomes dos Santos (18 anos de reclusão em regime fechado, mais um ano, um mês e 15 dias em regime aberto e o pagamento de multa em valor calculado sobre um décimo do salário mínimo por 12 dias; e Gentil Chaves Siani (16 anos de reclusão, mais um ano de prisão em regime aberto).

No entanto, esta condicional foi substituída pela proibição de o condenado se aproximar dos estádios de futebol ou de qualquer outro evento esportivo. Os demais agressores também estão impedidos de ir aos estádios.

Edição: Kleber Sampaio
Agência Brasil

Câmara aprova projeto que libera terceirização

Por Reinaldo Azevedo
22 mar 2017, 23h52 - Atualizado em 23 mar 2017, 11h35
Deputados da oposição com patos infláveis em protesto contra projeto de terceirização, no plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília (Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados) (Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)


A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira o texto-base do projeto que libera a terceirização do trabalho e também altera as regras para contratação temporária. O texto foi aprovado por 231 votos contra 188, com 8 abstenções, e agora segue para a sanção do presidente Michel Temer.

O placar indica que o governo pode ter dificuldades para aprovar as reformas trabalhista e, principalmente, a da Previdência, que será votada por meio de Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que exige um mínimo de 308 votos favoráveis na Câmara.

O projeto permite a terceirização inclusive das atividades-fim das empresas e amplia de três meses para até nove meses o período dos contratos temporários – seis meses, renováveis por mais três.

Atualmente a legislação veda a terceirização da atividade-fim e prevê que a prática possa ser adotada em serviços que se enquadrarem como atividade-meio, ou seja, aquelas funções que não estão diretamente ligadas ao objetivo principal da empresa.

No caso do serviço público, a exceção da terceirização será para atividades que são exercidas por carreiras de Estado, como juízes, promotores, procuradores, auditores, fiscais e policiais. Outras funções, mesmo que ligadas a atividade-fim, poderão ser terceirizadas em órgãos ou empresas públicas.

Discussões
Desde o início da sessão, a oposição obstruía os trabalhos. A obstrução só foi retirada após acordo para que fosse feita a votação nominal do projeto e simbólica dos destaques. O acordo foi costurado entre o líder do governo, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e parte da oposição.

O deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) criticou o projeto e disse que a iniciativa vai fazer com que a maioria das empresas troque os contratos permanentes por temporários. “Essa proposta tem por objetivo uma contratação mais barata, precarizando e negando direitos. O próximo passo é obrigar que os trabalhadores se transformem em pessoas jurídicas, abrindo mão de férias, licença-maternidade e outros direitos”, disse.

No início da tarde, o relator Laercio Oliveira (SD-SE) apresentou o seu parecer e rebateu as críticas. De acordo com o deputado, o projeto não retira direitos. “Faço um desafio: apontem dentro do texto um item sequer que retire direitos dos trabalhadores. Não existe”, disse.

O líder do governo, Aguinaldo Ribeiro, defendeu o projeto com o argumento de que a medida vai ajudar a aquecer a economia, gerando novos empregos. “O Brasil mudou, mas ainda temos uma legislação arcaica. Queremos avançar em uma relação que não tira emprego de ninguém, que não vai enfraquecer sindicatos. Eles também vão se modernizar”, disse.
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/camara-aprova-projeto-que-libera-terceirizacao/

Os vilões da história não são os policiais federais

PF faz busca e apreensão no Ministério da Agricultura

Bernardo Mello Franco
Folha

O escândalo da carne conseguiu algo que parecia impossível: fez os políticos esquecerem a Lava Jato, mesmo que por tempo limitado. Nesta terça (21), o assunto dominou os discursos do Congresso. Com raras exceções, os parlamentares defenderam os frigoríficos e atacaram a Polícia Federal. “O delegado que fez essa operação é um irresponsável”, bradou o senador Ivo Cassol, do PP. “Isso é um abuso!”, exclamou o ruralista, sobre a prisão de 36 pessoas acusadas de integrar uma quadrilha que subornava fiscais e adulterava alimentos.

A senadora Kátia Abreu, do PMDB, classificou a Operação Carne Fraca como um “festival de horrores”. Ela acusou “um delegado e meia dúzia de chefes da PF” de praticarem “crime de lesa-pátria”. “Tentaram, com uma ação medíocre, infantil e baixa, destruir um dos setores mais importantes deste país”, disse.

UM MONSTRO – “Sempre me coloquei aqui contra a espetacularização da Polícia Federal. Agora estão vendo o monstro que criaram”, endossou a senadora Gleisi Hoffmann, do PT.

O senador Renan Calheiros, do PMDB, aproveitou para dissertar sobre o estado da nação. “Este país está emburrecendo”, disse. “O que nós assistimos com essa Operação Carne Fraca explicita o fato de nós não termos limite nenhum para nada.”

DE QUEM É A CULPA? -Na Câmara, os discursos corriam na mesma toada. “A Polícia Federal não conhece a questão sanitária dos produtos da agropecuária brasileira”, criticou o deputado Valdir Colatto, do PMDB. “Uma unidade da PF joga no chão todo um trabalho que vem sendo feito com muito sacrifício pelas empresas”, emendou Delegado Edson Moreira, do PR.

A Polícia Federal não está imune a críticas, e há fortes indícios de exageros na divulgação da Carne Fraca. Mesmo assim, é difícil sustentar que os vilões da história são os investigadores, e não os frigoríficos investigados. Foram eles que compraram fiscais, enganaram consumidores e, claro, financiaram campanhas.

quarta-feira, 22 de março de 2017

Operação da PM prende 16 e apreende materiais na Zona da Mata

22/03/2017 17h17 - Atualizado em 22/03/2017 17h18

Do G1 Zona da Mata

Dinheiro, armas, celulares e drogas foram apreendidos (Foto: Polícia Militar/Divulgação)

Dezesseis pessoas foram presas e diversos materiais apreendidos durante uma Operação da Polícia Militar (PM), chamada de "Região Segura". A ação foi realizada em 15 municípios da Zona da Mata na última sexta-feira (17) e o resultado divulgado nesta quarta-feira. Conforme o balanço da PM, 11 armas de fogo, 25 veículos, drogas, dinheiro, munições de diversos calibres, além de dois menores foram apreendidos.

Em Conceição da Boa Vista, Distrito de Recreio, durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão, os militares localizaram e apreenderam uma espingarda com oito cartuchos e um revólver com quatro munições em uma residência. Em outro local foram apreendidas duas armas de fogo, um quilo de pasta base de cocaína, 50 gramas de maconha, munições, dinheiro, além cinco suspeitos presos e um menor apreendido.

No povoado das Palmeiras, em Leopoldina, dois indivíduos evadiram da viatura policial, deixando um saco no local com uma garrucha e duas espingardas. Em Cataguases, no Bairro Thomé, foi localizado e dada voz de prisão a um homem 30 anos, que tinha um mandando em aberto na cidade de Viçosa.

Em Além Paraíba, os militares juntamente com policiais de Meio Ambiente, apreenderam uma espingarda com 16 cartuchos intactos do mesmo calibre e 13 semicarregados. Três pássaros silvestres mantidos em cativeiro também foram apreendidos.
Pássaros silvestres e armas foram apreendidas nas cidades da Zona da Mata
 (Foto: Polícia Militar/Divulgação)

No município de Estrela Dalva, através de denúncia anônima, foram encontradas duas armas de fogo, uma de fabricação caseira e uma espingarda em uma estrada vicinal.

Também através de denúncias foram apreendidas uma arma de fogo com 13 munições, todas intactas, e uma bucha de uma substância semelhante à maconha dentro de uma sacola branca, em Santo Antônio do Aventureiro. Os materiais apreendidos foram encaminhados à Delegacia de Leopoldina.

Em Pirapetinga, foram apreendidos duas armas de fogo em uma casa abandonada e dez pássaros silvestres em uma residência no Bairro Brasilinha.