A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) realizou na manhã desta segunda-feira (21), a formatura de 121 novos investigadores. Essa é a segunda turma de policiais formados em 2016. Em agosto, outros 945 novos ingressaram na instituição, totalizando 1.066 novos profissionais. Participaram da solenidade, o secretário de Segurança Pública, Sergio Menezes, representando o governador do Estado de Minas Gerais, Fernando Pimentel, o chefe da Polícia Civil, João Octacílio da Silva Neto, os membros do Conselho Superior da instituição, representante da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, além de deputados e outras autoridades.
Durante o evento, o aluno Sidemar Caetano de Oliveira leu o juramento, e convidou os demais formados a repeti-lo. Pamela Alves Machado de Souza foi a oradora e relembrou os momentos em que os aspirantes passaram na Acadepol. “Há alguns meses éramos rostos desconhecidos, semblantes apreensivos, olhos curiosos, dominados por uma imensa vontade de vencer. Hoje, somos um novo reforço para a Segurança Pública do Estado e tenho orgulho em dizer, que nós assumimos o compromisso de proteger o Estado Democrático de Direito, estando sempre prontos para servir o cidadão e fazer cumprir a lei”, afirmou.
O secretário de Segurança Pública, Sergio Menezes, reforçou o compromisso do governo com a Segurança Pública. “A Polícia Civil de Minas Gerais é uma das melhores polícias, se não, a melhor. Podem ter certeza, não faltará apoio para que a nossa Polícia continue crescendo e se destacando. Estou muito feliz em está aqui hoje. Esse momento é de grande emoção e que vocês levarão para a vida toda. Boa sorte e parabéns”, finalizou.
O chefe da Polícia Civil, João Octacílio Silva Neto, relembrou o seu ingresso na instituição. “Vendo vocês aqui, me faz relembrar, em 1991, quando me formei detetive, o que me fez sentir e reviver a felicidade e a honra de ingressar na PCMG. Desejo a todos, sucesso nessa nova jornada e tenho certeza que serão excelentes profissionais”, destacou. “Agradeço ao Governo de Minas, pelo empenho em melhorar a nossa Polícia. Não só com viaturas, mas também, na dedicação em aumentar o nosso efetivo”, acrescentou.
Divulgação PCMG
Cerimônia
Os novos policiais passaram por curso na Acadepol (Academia de Polícia Civil), durante quatro meses. As aulas tiveram inicio no mês de agosto e terminarão em 24 de novembro. As aulas variaram em conteúdos práticos e teóricos. Entre as disciplinas podemos destacar investigação, técnicas de interrogatória, treinamento de ação policial, defesa policial, noções de direito, noções de criminalística e Instituto Médico Legal, manejo de armas de fogo.
A formanda Erica Machado, disse que é uma satisfação e um grande sonho realizado. “Estamos realizando um sonho. Me sinto segura, apta e pronta a servir à Segurança Pública. Esses foram meses de muito aprendizado”, destacou.
O formando Guilherme Mendes ressaltou o aprendizado. “Esses meses que passamos na Acadepol foi de grande aprendizado. O curso foi completo, os professores muito preparados. Gostei bastante. Me sinto capacitado para exercer minha função de policial. Agora, a expectativa é ir para delegacia e começar a praticar ”, comemora.
Os investigadores serão distribuídos por todo o Estado de acordo com critérios técnicos e objetivos que compreendem a nota classificatória do concurso e a análise da demanda de novos policiais em cada região. A previsão legislativa, os índices de criminalidade e violência, bem como o tamanho da população, serão critérios adotados para a distribuição dos novos investigadores.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) mandou suspender a votação na Assembleia Legislativa de Minas Gerais em que os deputados estaduais decidiriam sobre a autorização para abertura de ação penal contra o governador Fernando Pimentel. A decisão foi tomada pelo ministro Herman Benjamin, na última sexta-feira (18).
A votação deveria ocorrer nesta semana. Fernando Pimentel foi denunciado em maio pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por corrupção e lavagem de dinheiro, no âmbito da Operação Acrônimo. No entanto, para que a ação penal seja julgada pela Justiça, é necessária a autorização de dois terços dos deputados estaduais da assembleia. Na Comissão de Constituição de Justiça da Assembleia Legislativa foi aprovado parecer contrário à autorização. O assunto estava na pauta do plenário.
Em seu despacho, Herman Benjamin atendeu os pedidos dos deputados estaduais Gustavo Valadares (PSDB), Gustavo Corrêa (DEM) e Sargento Rodrigues (PDT) para paralisar o processo. Integrantes da bancada de oposição ao governo estadual, os três questionaram atos da mesa da Assembleia, que não deu aos parlamentares o acesso à íntegra das acusações contra o governador.
De acordo com a decisão do ministro do STJ, a votação só poderá ocorrer depois de os deputados receberem cópia integral da denúncia da PGR contra Pimentel. O documento deverá ser disponibilizado em até cinco dias. "Não se vislumbra como possam os deputados estaduais tomar decisão refletida sobre a instauração da ação penal sem conhecer detalhadamente as imputações e as provas já colhidas”, registrou Herman Benjamin.
O advogado Eugênio Pacelli, responsável pela defesa de Pimentel, disse que não irá se pronunciar sobre a decisão. "É uma questão privativa da Assembleia Legislativa e não cabe à defesa questionar", acrescentou.
Autorização necessária
A Operação Acrônimo foi instaurada pela Polícia Federal (PF) para apurar esquemas ilegais que teriam beneficiado a campanha eleitoral de Pimentel em 2014, quando ele foi eleito governador de Minas Gerais. Segundo as investigações, empresas teriam pago vantagens ilegais durante o período em que o petista comandou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, entre 2011 e 2014. Em troca, essas empresas seriam incluídas em políticas públicas ou conseguiriam obter empréstimos do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que era vinculado à pasta.
A denúncia da PGR apresentada em maio leva em consideração depoimentos do empresário Benedito Rodrigues de Oliveira, conhecido como Bené, que seria participante do esquema e fechou acordo de delação premiada em abril. Segundo Bené, Fernando Pimentel teria recebido propina para incluir a montadora Caoa, representante da Hyundai no Brasil, no programa Inovar Auto. A iniciativa, lançada em 2012 pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, tinha como objetivo conceder incentivos fiscais a indústrias do setor automotivo.
A necessidade de autorização da Assembleia Legislativa para instauração da ação penal foi decidida pelo STJ no mês passado. A Corte considerou que as constituições estaduais devem estar de acordo com os institutos jurídicos da Constituição Federal, que exige autorização do Legislativo para se processar o presidente da República, o vice-presidente e os ministros.
Há duas semanas, a PGR apresentou nova denúncia contra Pimentel por corrupção passiva. O empresário Marcelo Odebrecht, ex-presidente da construtora Odebrecht, também foi denunciado por corrupção ativa. Segundo novas investigações da Operação Acrônimo, a empreiteira pagou propina com o objetivo de obter financiamentos do BNDES para obras em Moçambique e na Argentina. Estas acusações também dependerão de anuência da Legislativo estadual para se tornarem ação penal.
A Justiça do Rio decretou a prisão temporária de nove suspeitos de participar dos confrontos com a Polícia Militar na Cidade de Deus, zona oeste do Rio, no último sábado (19). Eles são acusados de associação ao tráfico de drogas. Durante a ação, quatro policiais que estavam num helicóptero da corporação morreram na queda da aeronave, quando faziam filmagens dando apoio às equipes de terra que participavam da operação, mostrando a localização de homens armados.
Os investigados são: Wagner Andrade da Silva, Carlos Henriques dos Santos, Leandro de Souza Santos, Edvanderson Gonçalves Leite, Luiz Augusto Ribeiro Vilhena, Weverton Rodrigo Gonçalves de França, Leonardo Martins da Silva Junior, Marcos Vinicius de Oliveira e Jardel Teixeira de Oliveira.
A juíza Angélica dos Santos Costa informa que documentos, depoimentos de policiais militares e informações passadas ao Disque-Denúncia são evidências de que os nove são integrantes do Comando Vermelho, facção criminosa que controla o tráfico de drogas na região. A juíza destaca o papel de cada um deles dentro da facção que, segundo ela, tem agido de forma violenta e ameaçadora.
“A segregação cautelar dos indiciados faz-se necessária para a garantia da ordem pública, ante a presença do periculum libertatis [perigo que decorre do estado de liberdade], diante das violentas e reiteradas ações praticadas pelos integrantes dessa organização criminosa que assolam a vida dos moradores da comunidade onde mantém suas atividades ilícitas, ceifam vidas de policiais e cidadãos comuns e tornam a sociedade em geral refém de seus desideratos criminosos’’, avaliou.
A juíza expediu também quatro mandados de busca e apreensão na casa de pessoas envolvidas com o tráfico na região. De acordo com a magistrada, os locais da busca foram determinados a partir de informações de inteligência, com o objetivo de buscar armas de fogo e afins.
As festas de final de ano estão se aproximando, e enfeites luminosos já podem ser vistos no interior e nas fachadas de edifícios e residências. Mas a instalação de luzes e outros aparatos decorativos merece atenção, pois envolve riscos de choques, curtos-circuitos e incêndios.
De acordo com o engenheiro eletricista da Cemig Demetrio Venicio Aguiar, as pessoas devem escolher e adquirir produtos de boa qualidade e com o melhor nível de isolamento elétrico. Segundo o especialista, a melhor alternativa é optar por enfeites aprovados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), submetidos a testes que garantam o bom funcionamento dos dispositivos e que oferecem segurança as instalações e as pessoas.
“Instalações feitas de forma incorreta são perigosas e podem provocar choque elétrico e princípios de incêndio. A instalação dos enfeites deve ser feita de forma segura, de acordo com a especificação técnica de cada aparelho e, principalmente, evitando-se as gambiarras”, alerta o engenheiro.
Demetrio Aguiar destaca que nunca se deve ligar muitos aparelhos em uma mesma tomada, utilizando os adaptadores popularmente conhecidos como “Ts” ou benjamins. “Esses dispositivos provocam sobrecarga e, consequentemente, o mau funcionamento dos aparelhos, o que pode causar acidentes”, afirma.
O especialista em segurança elétrica recomenta a utilização de filtros de linha para reduzir o problema. “Mas, para isso, é preciso que esse equipamento tenha um dispositivo interno de proteção contra sobrecarga, que, além de proteger a instalação provisória, possua um interruptor que permita o desligamento da iluminação quando for as pessoas forem dormir ou sair de casa, evitando que esses permaneçam ligados e consumam energia elétrica”.
O uso de adaptadores em tomadas de enfeites antigos – muitas vezes incompatíveis com o novo padrão de plugues e tomadas – também deve ser evitado, já que esses dispositivos oferecem os mesmos riscos que “Ts” ou benjamins.
A Cemig ressalta que no caso de falhas em instalações elétricas dentro do imóvel um eletricista particular deve ser contatado. Em caso de falhas na rede elétrica externa, basta ligar, imediatamente, para a central de atendimento ao cliente Fale com a Cemig – 116.
Outras dicas de segurança
– É fundamental orientar as crianças sobre os perigos da rede elétrica e evitar a que elas se aproximem dos enfeites luminosos. Os animais domésticos também devem ficar longe da decoração.
– Para a instalação de lâmpadas decorativas, deve-se respeitar a distância mínima de 1,5 metro em relação à rede elétrica.
– Não instale lâmpadas decorativas utilizando os postes e padrões da Cemig.
– Todos os enfeites devem ser bem afixados, para que o vento não os direcione contra a rede elétrica.
– O conjunto da tomada de energia deve ser desligado ao substituir lâmpadas.
– Evite deixar a instalação em área sujeita à chuva ou a alagamentos.
– Proteja os pontos das conexões elétricas e as tomadas adequadamente.
– Siga corretamente as instruções do catálogo do fabricante.
– Dê preferência a lâmpadas de LED. Além de econômicas, não geram aquecimento.
http://www.cemig.com.br/sites/Imprensa/pt-br/Paginas/cemig-iluminacao-natal-seguranca.aspx
Um jovem, de 18 anos, foi executado na noite desse domingo (21), no Bairro Martelos, em Juiz de Fora. De acordo com o Boletim de Ocorrências (BO) da Polícia Militar (PM), ele estava em casa, na Rua José Lourenço com outros dois jovens, quando uma dupla, que ainda não foi identificada, chegou ao local e atirou diversas vezes contra eles.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) esteve na residência e constatou o óbito do jovem, com duas perfurações na cabeça. Outro jovem, de 25 anos, foi atingido com quatro disparos e encaminhado ao Hospital de Pronto Socorro (HPS). Não foi possível pedir o estado de saúde da vítima porque a PM não informou o nome completo.
A perícia esteve no local e o corpo da vítima fatal foi liberado. Os autores fugiram do local do crime e ainda não foram localizados.
O governador Luiz Fernando Pezão decretou luto oficial de três dias pelas mortes do sargento Rogério Félix Rainha, o subtenente Camilo Barbosa Carvalho, o capitão Willian de Freitas Schorcht e o major Rogério Melo Costa. Os quatro policiais militares morreram na queda de um helicóptero da corporação, durante operação, na noite de sábado (19), próximo à Cidade de Deus, zona oeste do Rio, quando davam cobertura a uma ação contra o tráfico de drogas na comunidade.
“Reconhecemos e agradecemos a dedicação da Polícia Militar (PM) no combate ao crime e, em especial, dos policiais que perderam a vida no exercício de proteger e defender a sociedade. Expresso meus sentimentos aos parentes e amigos dos militares. Vamos seguir em frente em defesa dos cidadãos fluminenses”, afirmou o governador.
Ocupação
A cúpula da Secretaria de Segurança Pública determinou, após reunião de mais de quatro horas no Centro Integrado de Comando e Controle, que as unidades do Comando de Operações Especiais (COE), integradas pelo Batalhão de Operações Especiais, Batalhão de Choque, de Ações com Cães e Grupamento Aero Marítimo, vão permanecer na Cidade de Deus por tempo indeterminado até que os líderes da facção criminosa que atua na região sejam presos. Nesse domingo (20), sete corpos de homens, com marcas de tiros, foram encontrados por moradores na mata que circunda a comunidade.
Na noite de sábado, policiais militares do Bope apreenderam três fuzis automáticos, duas pistolas, munições, três rádios transmissores, quatro carregadores de pistola, além de 830 sacolés de cocaína, 53 sacolés de crack e 653 sacolés de maconha na Cidade de Deus. As equipes encontraram o material apreendido em área de mata, próximo ao local onde ocorreu a queda do helicóptero.
Entenda o caso
O helicóptero da Polícia Militar caiu na noite de sábado na Avenida Ayrton Sena, perto da Cidade de Deus, na zona oeste do Rio, matando seus quatro ocupantes, quando dava apoio a uma operação contra o tráfico de drogas. A operação foi feita depois que a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da região foi atacada a tiros por homens fortemente armados durante a manhã. Devido à ação, o tráfego de veículos ficou interditado na Linha Amarela, via expressa que liga a Barra da Tijuca à Avenida Brasil, e na Avenida Salazar Mendes de Moraes, onde fica instalada a sede da UPP.
Homens da UPP, com o apoio de outras unidades da corporação, fizeram uma ação na comunidade, mas ninguém foi preso. A via expressa ficou fechada por duas horas, entre as 10h e o meio-dia, provocando grande confusão no trânsito da região.
Na parte da tarde, houve novo confronto entre policiais e traficantes da Cidade de Deus e a via expressa foi novamente fechada. Um helicóptero da corporação que participava da operação, dando apoio aos homens que estavam na comunidade, caiu por volta das 19h30, matando os quatro ocupantes.
O secretário de Segurança Pública, Roberto Sá, disse que foi informado pela cúpula da Polícia Militar que a aeronave só decola para operação depois de ter sido vistoriada e apta para voos.
Se não tivesse desaparecido, a grande vergonha de Barbacena teria comemorando seu 113º aniversário em março de 2016.
Criado pelo governo de Minas Gerais em 1903, o Hospício de Barbacena, mais tarde Hospital Colônia, começou num ambiente de lugubridade. Embora situado num lugar aprazível (a mil metros de altura) e espaçoso, a propriedade havia pertencido a Joaquim Silvério dos Reis, o coronel português que se filiou à conjuração mineira e depois a denunciou, causando o fracasso do movimento que desejava proclamar a independência do Brasil de Portugal, o degredo de vários inconfidentes e o enforcamento de Tiradentes aos 45 anos, em 21 de abril de 1792.
Por ter o sinistro nome de Fazenda da Caveira – palavra que é um dos símbolos largamente associados à morte –, a área obrigatoriamente lembrava a colina da Caveira, o lugar onde Jesus foi crucificado (Lc 23.33). Somase a isso o nome dado ao manicômio – Hospício de Barbacena –, que fere o paciente e seus familiares.
Documentário produzido pela HBO teve estreia na televisão hoje, domingo (20), no canal MAX.
Por Amanda Mont'Alvão Veloso, do Huff
Post Brasil
12 nov 2016, 16h04 - Atualizado em 12 nov 2016, 16h06
Holocausto Brasileiro: Filme é baseado em livro da jornalista Daniela Arbex (HBO/)
Um garoto de oito anos vê uma foto de pessoas presas em uma cela. “Papai, o que é isso?” O pai responde que era um lugar para loucos. “Mas não entendi, por que prendiam os loucos?”. O pai também não entende.
Dentre todas as violências possíveis, a omissão talvez seja a forma mais perturbadora, porque é silenciosa e permite que os estragos perdurem por anos. Só a omissão foi capaz de permitir que 60 mil brasileiros morressem dentro do Hospital Colônia, em Barbacena (MG). Um genocídio no maior hospício do Brasil.
A história transformada em memória mostra os horrores de experiências recentes de segregação, como o Apartheid e o Holocausto. Um ser humano definindo o direito de vida de outro ser humano. Milhões de vítimas e um legado de perplexidade permanente: Do que somos capazes de fazer quando temos poder?
Na tragédia brasileira de Barbacena, os pacientes internados à força foram submetidos ao frio, à fome e a doenças. Foram torturados, violentados e mortos. Seus cadáveres foram vendidos para faculdades de medicina, e as ossadas comercializadas.
Amontoados em um trem, chegavam Marias, Josés, Silvios, Antônios, Elzas. Eram pessoas tristes, pessoas tímidas, epilépticos, alcóolatras, homossexuais, prostitutas, meninas grávidas pelos patrões, mulheres trancadas pelos maridos, moças que perderam a virgindade antes do casamento, crianças rejeitadas pelos pais por não serem perfeitas.
Estavam ali porque alguém os tinha declarado “loucos”. “Você pode ser meu pai?”, pergunta um garotinho, chorando, para o fotógrafo Napoleão Xavier, que visitava a Colônia. Uma criança louca ou uma criança abandonada?
A comovente lembrança, assim como o diálogo no começo deste texto, é trazida no documentário Holocausto Brasileiro, produzido pela HBO e com estreia na televisão marcada no dia 20, no canal MAX.
O roteiro e a direção são da jornalista Daniela Arbex, autora de Holocausto Brasileiro (Geração Editorial, 2013), livro que inspira o filme. Armando Mendz também assina a direção.
É um livro de desassossego, e o documentário segue o mesmo caminho, de nomear o desagradável. Arbex reúne mortes tidas como “casuais” entre as décadas de 1930 e 1980 e lhes devolve o real sentido: no Colônia, as pessoas internadas eram condenadas à morte. Enquanto vivas, eram expostas às mais variadas indignidades, como comer ratos, beber água de esgoto ou tomar eletrochoques constantes. Um holocausto praticado pelo Estado, com a conivência de médicos, funcionários e da população. “Todos falharam com as 60 mil vítimas do Colônia”, ela lamenta.
Mas em vez de procurar culpados e pretender julgá-los, Arbex traz à tona o que estava à margem da imagem, e dá voz a quem precisou se calar por ser inconveniente à sociedade que define quem pode ser ouvido ou não.
Ao falarem, os sobreviventes sentem saudades, tristezas e revoltas, e têm a possibilidade de se reconhecer na própria história. Há uma conquista ali, de lugar no mundo, de se tornar alguém com passado e futuro. Parece algo simples e imediato, mas essas eram pessoas impedidas de viver e de fazer escolhas.
Fruto da premissa jornalística de apurar e relatar os fatos, o documentário também traz os depoimentos de quem esteve do outro lado da história, em uma posição ativa. Gente que aplicou eletrochoques, distribuiu injeções, vendeu corpos.
Em momento algum estes testemunhos são “demonizados” ou recebidos com agressividade. São apresentados com objetividade e contextualizados com documentos. Como Arbex disse após a exibição do filme para a imprensa, “o processo de reconhecimento da participação nesta tragédia é doloroso”.
Neste sentido, o filme transmite uma poderosa – e necessária – mensagem por meio da linguagem: Ao ouvir vítimas e “algozes” com a mesma atenção, não perpetua a segregação que define quem merece ser ouvido e quem merece ser calado.
O silêncio de décadas vai dando espaço à difícil tarefa de se lidar com os gritos da realidade. Uma realidade que torna normal o tratamento indigno dos “anormais”. Segrega aquilo que não reconhece em si, e transfere a carga para o outro.
Chama de louco aquele que se arrasta pelo hospício, com olhar vago e sons irreconhecíveis. Declara sãos aqueles que impõem sofrimento.
Por muitos anos a doença mental veio acompanhada da palavra “perigo”, e este foi o argumento para que milhares de pessoas fossem trancafiadas. Ainda hoje esta equivocada noção leva a reações despreparadas da polícia diante de pessoas com problemas mentais e ao estigma de que uma pessoa com problema de saúde mental é violenta e perigosa.
Ao procurar os motivos pelos quais o filho Dylan, de 17 anos, matou colegas na Escola Columbine, nos Estados Unidos, a mãe, Sue Klebold, acabou se tornando uma ativista da saúde mental quando descobriu que o filho escondeu uma depressão e um incontornável desejo de morrer, conectado com planos de violência. Os assassinatos cometidos pelo garoto foram o caminho dele para o suicídio.
Quando estava escrevendo o livro O Acerto de Contas de uma Mãe – A Vida Após a Tragédia de Columbine, Sue se perguntava como falar de doenças mentais e violência sem contribuir para o estigma. O neurocientista Kent Kiehl lhe deu uma sugestão: “A melhor maneira de eliminar a crença de que pessoas com problemas de doença mental são violentas é ajudá-las para que não sejam violentas.”
Em lugares como o Colônia, não há qualquer possibilidade de se integrar uma pessoa à sociedade. Os horrores do hospício já tinham sido denunciados em 1961 pelos impactantes registros do fotógrafo Luiz Afredo na revista O Cruzeiro. Em 1979, o jornal Estado de Minas publicou a reportagem “Os porões da loucura”. No mesmo ano foi filmado o documentário Em nome da razão, de Helvécio Ratton. Ao visitar o hospício de Barbacena, o psiquiatra italiano Franco Basaglia, referência na luta pelo fim dos manicômios, declarou em uma coletiva de imprensa que havia estado em um “campo de concentração nazista”.
Mas foi só na década de 1980 que a história de terror do Colônia teve um ponto final. Mais tarde veio a reforma psiquiátrica, em 2001, e foi estabelecido um novo modelo de assistência na saúde mental, baseado em uma rede de serviços e com os pacientes sendo tratados em residências terapêuticas. A luta antimanicomial teve muitas conquistas no Brasil, mas ainda falta municípios, estados e governo federal darem vida à legislação e desenvolverem estruturas de atendimento para as pessoas que não mais podem ficar internados em instituições.
O Colônia foi fundado em 1903, e por oito décadas levou adiante um tratamento desumanizador. É tentador pensar que o Mal tinha um rosto naquele lugar, ou que seria fácil reconhecer os vilões. Mas o trabalho de Daniela Arbex, de trazer à História do Brasil uma revelação tão dolorosa quanto importante, mostrou que o horror é tão humano quanto a iluminação. E essa história recente instala uma advertência pra vida toda: É no silêncio que a intolerância se transforma em ordem. E normalidade.
Campeonato Mineiro de 2017 manterá a mesma fórmula de disputa do ano anterior
Uma reunião com diretores e presidentes dos clubes da primeira divisão do Campeonato Mineiro definiu, nesta sexta-feira (18), que a competição vai manter seu formato tradicional em 2017. Os 12 times jogam em turno único, com os quatro primeiros avançando à semifinal. São só duas fases de mata-mata, ambas com jogos de ida e volta.
Assim, o chamado Módulo I do Campeonato Mineiro vai utilizar 15 datas no primeiro semestre, entre 29 de janeiro e 7 de maio, contra 18 do Campeonato Paulista, por exemplo. O Estadual de São Paulo terá 16 times, que farão 12 jogos na primeira fase.
Vão disputar o Campeonato Mineiro do ano que vem as equipes América-MG, América de Teófilo Otoni, Caldense, Atlético-MG, Tricordiano, Cruzeiro, Democrata de Governador Valadares, Tombense, Tupi, Uberlândia, URT e Villa Nova. O Boa, campeão da Série C, foi rebaixado no Estadual.
A principal novidade para o ano que vem é que, para as fases decisivas (semifinais e finais), os estádios devem ter capacidade mínima para 10 mil torcedores. Somente no caso de confrontos entre duas equipes do interior é que será permitida a realização das partidas em estádios com capacidade inferior.
Tupynambás e Patrocinense fizeram um confronto de tirar o fôlego neste domingo (20), no Mário Helênio, em Juiz de Fora, pelo encerramento da 9ª rodada da Segundona. Com muita coisa em jogo, a partida era decisiva para ambas as equipes. Em caso de vitória, o time da Zona de Mata conquistaria o título da Segunda Divisão mineira com uma rodada de antecedência. Já o Patrocinense precisava vencer para se manter na briga pela última vaga de acesso ao Módulo II.
Jogando diante dos seus torcedores, o Tupynambás começou com tudo e abriu o placar logo aos sete minutos. Cassiano colocou os mandantes em vantagem no início do confronto. Pouco antes do fim da primeira etapa, Igor Soares, aos 38 minutos, dobrou a vantagem do Baeta e deixou a equipe com uma mão na taça. Porém, quando a bola rolou para a etapa complementar, a história do duelo mudou completamente de rumo.
Obrigado a buscar um resultado positivo para continuar vivo na disputa da Segundona, o Patrocinense partiu para cima dos donos da casa. Aos dez minutos, Carlos Bruno descontou para os visitantes. Pedro Augusto, aos 32, colocou os times novamente em igualdade no placar e, um minuto mais tarde, Lucas Hulk decretou uma virada sensacional para a equipe de Patrocínio.
Com a vitória por 3 a 2, o Patrocinense continua na terceira posição na tabela de classificação e ainda tem chances de subir para o Módulo II. O último compromisso da equipe no torneio é contra o Jacutinga, domingo (27), às 10h, no Júlio Aguiar, em Patrocínio. O Tupynambás, por sua vez, viu sua invencibilidade no hexagonal final acabar e ainda adiou o sonho do título. Na próxima rodada, o Baeta enfrenta o Coimbra fora de casa, também no domingo, às 10h.
A banda lançou seu primeiro trabalho independente em 1997, o título do álbum levando o mesmo nome da banda. O sucesso do disco fez com que a banda se apresentasse no Skol Rock Festival de 1998, sendo ovacionado como a melhor apresentação do festival. A boa apresentação despertou o interesse da gravadora Virgin, que convidou o quarteto para fazer parte de seu casting. A banda foi para São Paulo, onde conheceu os integrantes dos Raimundos, pra quem abriram vários shows.
Em 2001, a banda lançou o álbum Todo Mundo Doido, produzido por Rick Bonadio, contendo dez faixas, destaca-se o hit A Cera, a música mais executada nas rádios brasileiras em 2001, Zarôia, Tudo é Possível que foi tema da novela adolescente Malhação e Hempadura.
Com o sucesso do disco, O Surto foi convidado a se apresentar no Rock in Rio 3, dividindo o palco com grandes estrelas do Brasil e do mundo como Capital Inicial, Silverchair e Red Hot Chilli Peppers. O sucesso do álbum foi tão grande, que a banda foi convidada a participar de diversos programas de televisão em diversas emissoras como Globo, SBT, MTV, além de festivais por todo o país e uma série de cinco shows inesquecíveis no Japão.
Em 2002, a banda lançou seu segundo álbum, o Equalizando as Idéias. O hit O Veneno foi também uma das músicas mais executadas por todo o Brasil, e seu videoclipe foi um dos clipes mais executados da MTV, chamando atenção pela sua excelente produção e fotografia.
Entre 2004 a 2006, O Surto passou por uma transição. Aconteceram algumas trocas de integrantes e somente em 2007 a banda começou a trabalhar em um novo projeto, o disco De Onde Foi Que Paramos Mesmo?. O álbum contou com uma pré-produção do ex-tecladista do Capital Inicial, Aislan Gomes e com uma participação especial de Kiko Zambianchi em uma das faixas, porém, o vocalista Reges Bolo não ficou satisfeito com a produção final do álbum, que acabou por não ser lançado.
Doze anos depois do lançamento de seu álbum, Todo Mundo Doido, O Surto, agora um quarteto, se prepara para o lançamento de seu terceiro trabalho de inéditas.
A formação atual da banda conta com dois integrantes da formação original: o vocalista e líder da banda, Reges Bolo e o baixista e humorista Franklin Medeiros. Markão Morini domina as baquetas na banda desde 2008 e Giuliano Giarolo na guitarra.
A banda promete lançar o novo EP "É pra Quem Gosta, e Não para Quem Quer" em agosto. O EP traz influências de rock and roll, hardcore e reggae.
O primeiro single do novo trabalho é O Sol e o Céu em versão plugada e outra acústica. O segundo single será a música "Litoral", que será lançada em junho, juntamente com um videoclipe produzido pelo renomado fotógrafo Rick Werneck.
Legado
Muitos consideram que o O Surto foi uma banda que não teve oportunidade de mostrar todo seu potencial, alguns chegando a comparar com Chico Science como a melhor banda desde o movimento manguebeat. "A Cera" ficou marcada como uma das melhores músicas de rock produzidas no Brasil, sendo elogiada pela revista Rolling Stone americana.