terça-feira, 1 de novembro de 2016

Comissão do Senado aprova projeto que torna vaquejada manifestação cultural

01/11/2016 16h53
Brasília
Da Agência Brasil

A Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado aprovou hoje (1º) projeto de lei que torna a vaquejada patrimônio cultural imaterial e manifestação da cultura nacional. A proposta é uma tentativa de reverter decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de considerar a prática inconstitucional, por estar ligada a maus-tratos de animais.

Durante a discussão do Projeto de Lei da Câmara (PLC) 24/2016, do deputado Capitão Augusto (PR-SP), o senador Roberto Muniz (PP-BA) defendeu a vaquejada e disse que a prática é diferente das touradas, por exemplo, em que não há “carinho” entre o homem e os animais, segundo ele.


Manifestantes protestam contra decisão do Supremo Tribunal Federal de proibir a vaquejada no país - José Cruz/Agência Brasil

“Diferente de outros esportes, em outros países, como a tourada, onde a luta era entre o toureiro verso o touro, do ser humano verso o seu animal, na verdade esse esporte [vaquejada] nasce de uma necessidade e do carinho que o vaqueiro tem pelo animal”, disse.

Segundo Muniz, esse “carinho” é demonstrado durante a vaquejada. “Ele derruba e traz o animal com muito carinho”, disse o senador.

Sobre as acusações de maus-tratos nos eventos, o senador disse que o bem-estar dos animais também está comprometido em outras situações e que isso não justifica a decisão judicial. “Colocar um animal dentro de um apartamento ou dentro de uma gaiola de 50 centímetros quadrados é cuidar do bem-estar do animal?”, questionou.

O PLC aprovado hoje pela comissão do Senado transformar as práticas de montarias, provas de laço, apartação, bulldog, provas de rédeas, provas dos Três Tambores, Team Penning e Work Penning, paleteadas e outras provas típicas, como Queima do Alho e concurso do berrante, em expressões artístico culturais, e as eleva à condição de manifestações da cultura nacional e de patrimônio cultural imaterial.

Edição: Luana Lourenço
Agência Brasil

Presidente da Petrobras prevê aumento máximo de R$ 0,50 para botijão de gás

01/11/2016 18h03
Rio de Janeiro
Isabela Vieira – Repórter da Agência Brasil


O presidente da Petrobás falou em aumento "contido" do preço do blotijão de até 0,50 centavos  -  Arquivo/Agència Brasil

O presidente da Petrobras, Pedro Parente, disse hoje (1) que as reações das distribuidoras de gás de botijão aos novos contratos de fornecimento devem ser “contidas” e não acarretem reajuste de preços ao consumidor maior que R$ 0,50 por botijão de uso residencial.

A estatal anunciou, mais cedo, que o botijão deve ficar até R$ 0,70 mais caro, em média, porque a companhia revisou custos de logística com o produto que antes eram subsidiados.

“Agora, esperamos que [a alta] seja contida nessa dimensão [de R$ 0,50]”, declarou, após cerimônia de despedida da diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard, no Palácio do Itamaraty, Rio de Janeiro.

A expectativa dele é que as distribuidoras repassem ao consumidor apenas o custo do fim do subsídio, sem aproveitar para fazer revisão do preço final. Contrariado, o presidente da estatal lembrou que os preços da gasolina e do diesel, que caíram na refinaria recentemente, não foram repassados ao consumidor, que ficou sem o desconto na bomba.

“É preciso criar no país um ambiente propício ao investimento, se você tem subsídios cruzados dentro da estrutura de logística, não existe esse ambiente”, avaliou.

No caso do gás de botijão, Parente explicou que até então a estatal não cobrava pelo uso de tanques e dutos. “Em relação às empresas de gás, [é uma medida] para que elas paguem um preço justo pela infraestrutura que utilizam”. Ele negou qualquer aumento de preços nas refinarias.

Comando da ANP
No comando da agência desde 2012, Magda Chambriard encerrou hoje seu mandado como diretora-geral, agradecendo aos servidores e destacando ações para descentralizar investimentos no país e fortalecer a ANP. Para o futuro, ela apontou como desafio a transição do setor de petróleo, por causa da oscilação de preços.

Na cerimônia, ela lembrou os desafios de montar a agência, no início da década passada. “Em 2002, a ANP não tinha feito um concurso público. Todo esse quadro de servidores, que é hoje de cerca de 1,5 mil pessoas, não estava lá, a gente usava um prédio do Banco Brasil com móveis emprestados. Nem computadores tínhamos, era um rodízio. O quadro hoje é outro”, comemorou ela, que passou 14 anos na empresa e chegou como assessora da direção, depois de uma carreira como engenheira da Petrobras.

Ela lembrou a licitação de blocos de petróleo, cujas rodadas mais importantes foram realizadas sob sua gestão, e destacou que foi possível atrair investimentos para a Linha do Equador, descentralizando operações “concentradas no Sudeste”. Com as concessões, ela também lembrou uma situação inusitada, quando o governo não tinha como cobrar o valor arrecadado com o campo de Libra – a maior reserva conhecida de petróleo no país. “A guia de recolhimento da União não permitia o pagamento de bilhão, só de milhão, tivemos que alterá-la”.

Magda também destacou ações de fiscalização de preços e qualidade de derivados do petróleo, que foram aprimoradas, incorporando denúncias feitas pela sociedade. “Posso dizer que fiscalizamos tanto que nem a Ilha do Marajó [Pará], que nunca tinha sido fiscalizada, ficou de fora”, disse.

Magda Chambriard será substituída pelo engenheiro Decio Oddone, a quem desejou sucesso. O executivo, também ex-funcionário da Petrobras, vinha atuando no setor privado. Seu último trabalho foi como diretor de Óleo e Gás da Prumo, empresa derivada da LLX, de Eike Batista.

Edição: Denise Griesinger
Agência Brasil

Condutor de 'cinquentinha' precisará de habilitação a partir de agora

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SEG 31 OUTUBRO 2016 10:05 ATUALIZADO EM SEG 31 OUTUBRO 2016 08:51

O Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) determinou que, a partir desta terça-feira (1/11), para pilotar ciclomotores, conhecidos como “cinquentinhas”, o condutor deverá estar devidamente habilitado com a Autorização para Conduzir Ciclomotor (ACC) ou a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) na categoria A.

De acordo com a Resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) nº 572, publicada em dezembro de 2015, o candidato à habilitação para ciclomotor 50cc vai precisar realizar curso teórico de 20 horas/aula, curso prático de 10 horas/aula e uma avaliação com 15 questões.

A resolução alterou os requisitos para obter a ACC, já que antes o candidato deveria cumprir 45 horas/aula sobre a legislação de trânsito, 25 horas/aula do curso prático e uma avaliação com 30 questões, o mesmo processo dos candidatos à CNH A.

O Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG) alerta aos condutores que dirigir veículo sem possuir Carteira Nacional de Habilitação, Permissão para Dirigir ou Autorização para Conduzir Ciclomotor é infração gravíssima, com multa de R$ 880,41 e retenção do veículo até a apresentação de condutor habilitado (Redação do artigo 162, I dada pela Lei n. 13.281/16).

Em relação ao emplacamento e licenciamento, o proprietário que adquiriu o ciclomotor antes de 31 de julho de 2015 teve até 20 de novembro de 2015 para regularizar o registro e o licenciamento. Os ciclomotores adquiridos a partir 31 de julho de 2015 terão o prazo para registro de 15 dias, de acordo com o CTB.

Por conduzir veículo que não esteja registrado e devidamente licenciado, o condutor é penalizado com uma infração gravíssima, tem multa de R$ 293,47 e o veículo apreendido. 

http://agenciaminas.mg.gov.br/noticia/condutor-de-cinquentinha-precisara-de-habilitacao-a-partir-de-agora

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Após pane em brinquedo, pessoas são resgatadas em Juiz de Fora

31/10/2016 11h30 - Atualizado em 31/10/2016 20h43

Do G1 Zona da Mata

Pane parou brinquedo em parque em Juiz de Fora na noite de domingo (31) (Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação)Equipe do Corpo de Bombeiros resgatou oito pessoas que ficaram presas a cerca de 10 metros de altura, após a pane de um brinquedo no Parque de Diversões Trombini, em Juiz de Fora. A ocorrência foi registrada na noite de domingo (30). Ninguém se feriu.

O Corpo de Bombeiros informou que apenas o brinquedo ficará interditado até a emissão de um laudo que ateste condições de uso. Ainda de acordo com eles, o parque está com a situação regularizada e continuará funcionando.

A direção do Parque Trombini informou que o aparelho italiano para automaticamente quando há rompimento de energia da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) até o gerador passar a funcionar. Nesta mudança teve um rompimento de um fio do coletor do aparelho. O sensor de segurança trava as portas da máquina como recurso de proteção automática para o usuário. De acordo com a direção, o aparelho passou novamente por vistoria nesta segunda e estão em andamento as providências para a liberação do brinquedo.

Elevatório da Cemig foi usado para o resgate(Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação)O G1 entrou em contato com a assessoria da Cemig, que informou por meio de nota que não encontrou no sistema nenhum registro de falta de energia e nem reclamação do cliente, conforme citado pela direção do parque. Ainda conforme a nota, a Cemig esteve no local e disponibilizou um caminhão com cesta área para ajudar no resgaste das pessoas que estavam presas no brinquedo.

Pane
De acordo com o Corpo de Bombeiros, por volta das 19h40, o brinquedo parou repentinamente e não voltou a funcionar no parque que está instalado na Rua Paracatu, no Bairro Jardim Bom Clima. Quatro homens e quatro mulheres entre 16 e 29 anos ficaram presos no alto. Ninguém se machucou porque estavam todos presos de forma segura.

Os Bombeiros usaram um elevatório da Cemig e técnicas de resgate em altura para retirada dos usuários.

Segundo a assessoria do Corpo de Bombeiros, o parque está liberado até maio de 2017 com o projeto de evento temporário aprovado, por atender as condições referentes ao projeto de segurança e pânico. Os brinquedos são autorizados após o laudo do engenheiro mecânico atestando que estão em condições de uso.

MEC adia prazo para estudantes renovarem Fies até 15 de dezembro


31/10/2016 15h51
Brasília
Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil

O prazo para a renovação de contratos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) neste segundo semestre foi prorrogado para o dia 15 de dezembro. Inicialmente, o processo seria encerrado hoje (31). De acordo com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), dos 1,5 milhão de estudantes que devem renovar o financiamento, 980 mil o fizeram até esta manhã.

Os contratos do Fies precisam ser renovados todo semestre. O pedido de aditamento é feito inicialmente pelas faculdades. Em seguida, os estudantes devem validar as informações inseridas pelas instituições no SisFies. No caso de aditamento não simplificado, quando há alteração nas cláusulas do contrato, como mudança de fiador, por exemplo, o estudante precisa ainda levar a documentação comprobatória ao agente financeiro para finalizar a renovação. Já nos aditamentos simplificados, a renovação é formalizada a partir da validação do estudante no sistema.

Os estudantes precisam validar as informações no sistema e, no caso de aditamentos não simplificados, procurar os agentes financeiros do Fies (Caixa ou Banco do Brasil) para formalizarem a renovação dos contratos.

Os aditamentos, normalmente feitos no início do semestre, ficaram congelados devido à falta de recursos. No entanto, após a aprovação de crédito suplementar para o programa pelo Congresso Nacional, o sistema foi liberado para renovações.

O investimento nos financiamentos é de R$ 8,6 bilhões, já garantidos no orçamento, de acordo com o Ministério da Educação. A pasta assegura que, para 2017, o governo federal já enviou ao Congresso Nacional Projeto de Lei Orçamentária que contempla R$ 21 bilhões para o Fies, o que garantirá a continuidade dos financiamentos e a manutenção dos contratos com os agentes financeiros do fundo.

Edição: Amanda Cieglinski
Agência Brasil

Novembro Azul: câncer de próstata mata um homem a cada 40 minutos no Brasil

31/10/2016 16h08
Brasília
Paula Laboissière - Repórter da Agência Brasil
Novembro Azu lembra a importância da prevenção ao câncer de próstata 
Imagem de Arquivo/Agência Brasil

A edição deste ano da campanha Novembro Azul vai ampliar sua abordagem – com o mote “De novembro a novembro azul - movimento permanente pela saúde integral do homem”, a ação vai orientar sobre o câncer de próstata e também alertar os homens sobre a importância de cuidar da saúde.

Criada pelo Instituto Lado a Lado pela Vida, a campanha visa orientar a população masculina sobre o câncer de próstata. A doença figura como o segundo tipo de câncer mais comum entre homens, com mais de 13 mil mortes anuais – uma a cada 40 minutos. Mais de 61 mil novos casos devem ser registrados no país em 2016, segundo o Instituto Nacional do Câncer.

A proposta do instituto este ano é, com a campanha já consolidada no Brasil, passar a alertar sobre os cuidados com a saúde integral do homem, mobilizando a população masculina para que se torne protagonista de sua história e responsável por sua própria qualidade de vida, em diferentes fases da vida.

Atividades
Durante o mês de novembro, serão realizadas atividades de orientação sobre o câncer de próstata e a saúde do homem e ações para estimular a atividade física. Haverá distribuição de material informativo e prédios serão iluminados na cor azul – entre eles, o Viaduto do Chá, em São Paulo, e o Congresso Nacional, em Brasília.

Um dos destaques da programação é o II Fórum Ser Homem no Brasil, marcado para a próxima segunda-feira (7). Com apoio do Senado Federal, o evento vai reunir profissionais de saúde, parlamentares, governantes, representantes do Ministério da Saúde e população em geral para debater a prevenção e o combate ao câncer de próstata e outros tipos de câncer, como de pênis e testículo.

Nas redes sociais, a campanha vai tratar da saúde integral do homem e usará as seguintes hashtags: #novembroazul #denovembroanovembroazul #menospreconceito e #maisvida. A programação completa do Novembro Azul pode ser conferida no portal do Instituto Lado a Lado pela Vida.

Edição: Amanda Cieglinski
Agência Brasil

Dois anos para meditar, antes da sucessão presidencial


Charge do Tacho, reprodução do Jornal NH

Carlos Chagas 

A partir de hoje começa no país um jejum de dois anos sem eleição. Excelente oportunidade para 140 milhões de eleitores meditarem a respeito dos votos dados e por dar. Arrependimento? Sensação de dever cumprido? Ou de tempo perdido?

Da próxima vez que o eleitor se deparar com as diabólicas maquininhas de votar, estará escolhendo o futuro presidente da República, além de governadores, deputados e senadores. Tempo de sobra para decidir sobre os rumos a tomar.

Do que o Brasil mais necessita, além de eleições? Persistir no desvio adotado de maio para cá, sob nova direção e empenhado em cercear direitos e exigir sacrifícios das camadas menos favorecidas? Ou ampliar espaços para distribuir pela maioria carente a riqueza concentrada nas elites?

São duas alternativas a concentrar as atenções gerais sem possibilidade de integração entre elas. Ou uma ou outra. Dois anos bastarão para o país decidir se os 12 milhões de desempregados se multiplicarão ou serão sensivelmente reduzidos. Tempo há para a sociedade definir-se até que outra vez sejamos chamados a votar pela distribuição ou a concentração da riqueza.

Desde que o mundo é mundo essa dicotomia atormenta a humanidade. Raras vezes, porém, abre-se ocasião como essa, um interregno de dois anos para a revelação do futuro.

ESTRELA EM ASCENSÃO – O PT começa a reunir os cacos, visando ressurgir, e um nome começa a ser lembrado para presidir o partido. É o ministro Patrus Ananias, que até agora passou incólume pelo lamaçal dos últimos anos. Resta saber se tem disposição.
Posted in C. Chagas 

domingo, 30 de outubro de 2016

Em Juiz de Fora, mesmo não sendo o ideal, Bruno foi reeleito


Bruno Siqueira (PMDB) está na frente na disputa pela prefeitura de Juiz de Fora. Com 46,16% das urnas apuradas, o atual prefeito conta com 59,24% dos votos, enquanto sua adversária Margarida Salomão (PT) registra 40,76%. Brancos somam, até o momento, 3,50%, nulos 10,65% e abstenções 23,63%.

Na maior cidade da Zona da Mata, com 395,4 mil eleitores, a corrida eleitoral foi marcada pela rejeição ao PT. 

Pelo segundo mandato e pela manutenção da hegemonia de seu partido, que governou o executivo de Juiz de Fora em 30 dos últimos 40 anos, Bruno não poupou críticas ao modelo de gestão do Partido dos Trabalhadores.

Já Margarida Salomão, deputada federal e ex-reitora da UFJF, se concentrou em mostrar os benefícios que sua legenda trouxe para o município. De acordo com a candidata, várias obras feitas em Juiz de Fora, nos últimos anos, foram realizadas com recursos repassados pelos governos Lula e Dilma. 

No primeiro turno, Siqueira teve 39,07% dos votos válidos (103,8 mil) contra 22,38% de Margarida (59,6 mil).


Resultado completo da eleição para prefeito:
Bruno Siqueira (PMDB):  151.194 (57,87%)
Margarida Salomão (PT): 110.059 (42,13%)
Votos apurados: 305.422
Válidos: 261.253 (85,54%)
Brancos: 11.556 (  3,78%)
Nulos: 32.613 (   10,68%)
Abstenções: 90.003 (22,76%)
Fonte G1 Zona da Mata

A milícia de Renan Calheiros e o abuso de poder

O jurista Modesto Carvalhosa bate pesado em Renan

Modesto Carvalhosa
Estadão

A prisão, no recinto do Senado Federal, do chefe da sua milícia – o Pedrão – e três de seus companheiros põe à mostra até que ponto os donos daquela Casa, nas últimas décadas, a tornaram um feudo para a prática de grandes crimes e de refúgio de notórios corruptos. Para tanto os sucessivos presidentes do outrora respeitável Senado da República formaram uma milícia, totalmente à margem do sistema constitucional, a que, pomposamente, denominaram “Polícia Legislativa”, também alcunhada de “Polícia do Senado”.

Não se podem negar a esse agora notório exército particular relevantes trabalhos de inteligência – do tipo CIA, KGB –, como a célebre violação do painel de votações daquele augusto cenáculo, ao tempo do saudoso Antônio Carlos Magalhães e do lendário José Roberto Arruda, então senador e depois impoluto governador do Distrito Federal.

VARREDURAS – E nessa mesma linha de sofisticação tecnológica a serviço do crime – agora de obstrução de Justiça – a milícia daquela Casa de Leis promove “varreduras”, nos gabinetes e nos solares e magníficos apartamentos onde vivem esses varões da República, a fim de destruir qualquer prova de áudio que porventura possa a Polícia Federal obter no âmbito das investigações instauradas pelo STF.

Acontece que o poder de polícia só pode ser exercido pelos órgãos instituídos na Carta de 1988, no seu artigo 144, e refletidos nos artigos 21, 22 e 42, dentro do princípio constitucional de assegurar as liberdades públicas. Assim, somente podem compor o organograma da segurança pública constitucional a Polícia Federal (incluindo a Rodoviária e a Ferroviária) e as Polícias Civis e Militares dos Estados (incluindo o Corpo de Bombeiros).

POLÍCIA EM TODO CANTO – Nenhum outro corpo policial pode existir na República. Se não fosse assim, cada órgão de poder criaria a sua “polícia” própria, como a que existe no Senado. Também seriam criadas tais forças marginais nos tribunais superiores e nos Tribunais de Justiça dos Estados, nas Assembleias Legislativas, nos Tribunais de Contas, nas Câmaras Municipais, cada um com seu exército particular voltado para contrastar e a se opor aos órgãos policiais que compõem o estrito e limitado quadro de segurança pública estabelecido na Constituição.

Cabe, a propósito, ressaltar que todos os órgãos policiais criados na Carta Magna de 1988 estão submetidos à severa jurisdição administrativa do Poder Executivo, da União e dos Estados, sob o fundamento crucial de que nenhum ente público armado pode ser autônomo, sob pena de se tornar uma milícia. Nem as Forças Armadas – Exército, Marinha e Aeronáutica – fogem a essa regra de submissão absoluta ao Ministério da Defesa, pelo mesmo fundamento.

RENAN, O OUSADO – E não é que vem agora o atual chefe da nossa Câmara Alta declarar textualmente que a “polícia legislativa exerce atividades dentro do que preceitua a Constituição, as normas legais e o regulamento do Senado”? Vai mais longe o ousado presidente do Congresso Nacional, ao afirmar que o Poder Legislativo foi “ultrajado” pela presença, naquele templo sagrado, da Polícia Federal, autorizada pelo Poder Judiciário. Afinal, para o senhor Renan, o território do Senado é defendido pela chamada polícia legislativa. Ali não pode entrar a Polícia Federal, ainda mais para prender o próprio chefe da milícia – o Pedrão.

E com esse gesto heroico o preclaro chefe do Congresso Nacional proclama mais uma aberração: o da extraterritorialidade interna.

Como se sabe, a extraterritorialidade é concedida às embaixadas estrangeiras que se credenciam num país e ali têm instalada a sua representação diplomática. Trata-se, no caso, da extraterritorialidade externa, que garante a inviolabilidade da embaixada e a imunidade de jurisdição de seus membros, em tempos de paz e de guerra.

CAUDILHO DO SENADO – Mas não para aí a extraterritorialidade interna proclamada pelo grande caudilho do Senado. As palacianas residências e os apartamentos dos senadores e senadoras tampouco podem ser violadas pela Polícia Federal. Trata-se de um novo conceito de Direito Internacional Público inventado pelo grande estadista pátrio: a noção de extraterritorialidade estendida. Ou seja, o domicílio de um representante do povo é incólume às incursões da Polícia Federal autorizadas pelo Poder Judiciário.

Foi o que ocorreu em agosto, quando o ilustre marido de uma senadora do Paraná foi preso na residência do casal e dali foram retirados documentos comprometedores. A reação foi imediata: marido de senadora, estando na casa onde com ela coabita, não pode ser ali preso, pois se trata de espaço extraterritorial interno estendido!

E assim vai o nosso país, que não para de andar de lado em matéria de instituições republicanas. E o fenômeno é impressionante. Basta o sr. Calheiros declarar que o território do Senado é inviolável para que a tese seja acolhida por um ministro do Supremo, numa desmoralização do próprio Poder Judiciário, que se autodesautoriza, na pessoa do ilustre magistrado de primeiro grau que acolheu as providências da Polícia Federal no território livre do Senado Federal.

PERSEGUIÇÕES POLÍTICAS – E, last but not least, o senhor das Alagoas, não contente com o reconhecimento da legitimidade de sua milícia e da extraterritorialidade interna, por força do despacho do ministro Teori Zavascki, propõe-se, com o maior rompante, próprio dos destemidos senhores medievais, a cercear as atividades da Polícia Federal, do Ministério Público e do Poder Judiciário, sob a égide do abuso do poder, para, assim, livrar-se, ele próprio, e liberar dezenas de representantes do povo no Congresso do vexame das “perseguições políticas” que se escondem nos processos por crime de corrupção, que nunca praticaram, imagine!

E vivam o foro privilegiado, a futura Lei de Abuso de Autoridade e os demais instrumentos e interpretações, omissões e postergações do STF, que, cada vez mais, garante a impunidade desses monstros que dominam o nosso Congresso Nacional, sob o manto de lídimos representantes do povo brasileiro. Que vexame, que vergonha!
(artigo enviado pelo advogado João Amaury Belem)

JF - Homem é agredido por grupo e leva tiro na mão

Rafaela Carvalho 
29 Outubro 2016 11:46

Um homem de 39 anos procurou atendimento médico no HPS na tarde dessa sexta-feira, 29, após ter sido agredido por um grupo de sete homens. 

De acordo com relatos do homem à polícia, ele teria se envolvido em uma briga no bairro Vila Olavo Costa, região Sudeste, na manhã daquele dia. Na ocasião, ele foi ferido com um corte no pescoço, mas não informou o motivo da briga. 

Ainda de acordo com o relato, durante a tarde, no mesmo dia, ele estaria transitando pelo local da briga quando foi surpreendido por sete indivíduos, que começaram a agredi-lo com socos e chutes. O homem desmaiou e, quando acordou, constatou que levou um tiro na mão direita. Ele não soube apontar a autoria do crime, assim como o motivo do mesmo.

Diário Regional - Juiz de Fora