sábado, 22 de outubro de 2016

Tribuna da Internet ficou fora do ar e novamente o arquivo foi abduzido


Carlos Newton

Mil desculpas, amigas e amigos da Tribuna da Internet. Ficamos fora do ar novamente, como era comum até alguns meses atrás. Em uma dessas ações anteriores dos piratas da obscuridade , os excelentes técnicos do servidor UOL constataram que o blog havia sido tirado da plataforma e me atribuíram essa iniciativa, porque eu seria a única pessoa que tem a senha. Quando lhes respondi que nem sabia entrar na janela que eles indicaram e jamais a havia acessado, os próprios técnicos então concluíram que tinha havido uma invasão externa, sanaram o problema e seguimos em frente.

Depois, houve outro ataque também grave, saímos do ar e todo o nosso arquivo foi apagado. O blog teve de ser refeito, recomeçamos novamente do zero, até hoje o comentarista José Guilherme Schossland reclama que seus textos foram “abduzidos”.

TUDO DE NOVO – Nesta sexta-feira, primeiro houve interrupção dos comentários. De repente, percebi que há várias horas estava bloqueado o ingresso de novos comentários. Mas a edição do blog ainda parecia normal e segui adiante, sem saber o que fazer para reabrir a entrada dos comentários, que são a alma do blog. Sem eles, logo nos transformaremos num “deserto de homens e ideias”, como dizia o grande homem público Oswaldo Aranha, cujo filho Luiz Norris nos honra com sua participação no blog.

Com ajuda do jornalista Antonio Caetano, um dos maiores cronistas que conheço e que foi o primeiro editor desse blog e domina as coisas da informática, enfim conseguimos voltar ao ar, mas o arquivo dos articulistas foi “abduzido”, como diz o Schossland. Não restou nada. Vamos ver se conseguimos recuperá-lo.

O arquivo dos comentários, que depois da primeira “abdução” já estão em 197.164. está preservado e ainda não sei se o ingresso de comentários está reaberto.

Agora, o mais importante é retomar as matérias. Depois voltamos a informar o que está havendo.

Posted in C. Newton

Jovens são assaltadas durante festa no campus da UFJF

22/10/2016 13h25 - Atualizado em 22/10/2016 13h25

Do G1 Zona da Mata

Duas jovens de 21 anos foram roubadas durante uma festa no Campus da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). O caso foi registrado pela Polícia Militar (PM) na madrugada deste sábado (22). Ainda conforme o registro da polícia, as vítimas contaram que relataram o fato para seguranças da instituição e que eles disseram que não poderiam fazer nada a respeito. De acordo com a Diretoria de Imagem Institucional, o caso será apurado em um processo administrativo.

Conforme a ocorrência da PM, as vítimas contaram que estavam em uma festa no interior do Campus, perto de alguns seguranças, e onde havia grande aglomeração de pessoas. As duas disseram que foram empurradas no chão pelo ladrão que, em seguida, puxou as bolsas delas. Em seguida, o assaltante fugiu.

Os policiais fizeram rastreamento, mas nenhum suspeito foi localizado até o momento.

Procedimento administrativo
A Diretoria de Imagem Institucional informou que será realizada uma reunião na segunda-feira (22) com a Coordenação de Vigilância para solicitar a abertura de um procedimento administrativo de apuração do fato e do comportamento dos seguranças.

A Diretoria ressaltou também que as medidas de segurança internas foram adotadas e são reavaliadas onde os crimes são mais frequentes. De acordo com a instituição, a política de projetos de extensão com comunidades do entorno, como o retorno do projeto Domingo no Campus neste domingo (23), tem sido reforçada para colaborar com a formação social.

Cresce número de assaltos a padarias de Juiz em Fora

21/10/2016 19h15 - Atualizado em 21/10/2016 19h15

Do G1 Zona da Mata
Ocorrências de assaltos a padarias em Juiz de Fora cresceram 
(Foto: Reprodução/TV Integração)

Um levantamento realizado pela Polícia Militar (PM) mostra que, só este ano, foram registrados 69 assaltos a padarias em Juiz de Fora. Este número é 30% maior do que as ocorrências registradas em todo o ano passado.

Ainda conforme a pesquisa, em 61% dos roubos em 2016, houve uso de arma de fogo. Treze pessoas foram presas em flagrante e nove menores apreendidos por envolvimento nos crimes.

Os bairros com maior incidência de casos foram o Benfica e São Judas Tadeu. Ainda segundo o levantamento, os crimes ocorrem geralmente entre 18h e 00h.

Os dados foram apresentados em uma reunião, nesta sexta-feira (21), entre representantes do Sindicato dos Panificadores, donos de padarias e a Polícia Militar. Uma cartilha com orientações também foi distribuída. A partir desse dados, será possível traçar estratégias de melhorias para garantir mais segurança nos estabelecimentos.

"O sindicato, através dos seus associados, tem uma rede de informação e recebe muita reclamação de assaltos, por isso, nós pedimos uma reunião e estamos tentando, da melhor maneira possível, resolver esse problema de assaltos a padarias", afirmou o presidente do Sindicato de Panificação, Everaldo Lima.

Já a major da Polícia Militar, Lylian de Freitas, ressaltou a importância das operações. “Nós desencadeamos a operação ‘Cavalo de Aço’, que foi montada exclusivamente para abordagem a motocicletas, que é o meio utilizado para os infratores para prática do delito e vamos potencializar essas operações, principalmente nos locais e horários com maior incidência criminal”, concluiu.

Pesquisa aponta que uso do crack é consequência, e não causa de exclusão social

21/10/2016 18h46
Rio de Janeiro
Isabela Vieira - Repórter da Agência Brasil

Ao contrário do que o senso comum acredita, o crack não causa exclusão social. Pelo contrário, segundo especialistas, o uso da droga é consequência de uma vida precária que leva à dependência e faz com que muitos sejam encontrados em situação de pobreza extrema, usando a droga nas ruas de cidades brasileiras, vulneráveis a riscos, como homicídios. A constatação é de Pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgada hoje (21), no Rio de Janeiro.

Depois de analisar cerca de 200 entrevistas com usuários e profissionais de saúde mental, o levantamento mostra que o uso da droga apenas piora a situação de pessoas que não tem laços familiares, moradia, trabalho e estudo - problemas que chegaram antes da dependência.

Rio de Janeiro - O pesquisador Roberto Dutra Torres durante seminário Crack e exclusão social, na Fiocruz, em Manguinhos 
(Tomaz Silva/Agência Brasil)

"O crack não é a causa da exclusão, é um elemento a mais, que reforça a exclusão social, processo que é anterior [à droga], no entanto, é reversível”, afirmou um dos autores da pesquisa, Roberto Dutra Torres, professor da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), ao divulgar os resultados, na Fiocruz. “Ninguém vira zumbi pelo crack”, reforçou.

Segundo ele, reverter a dependência é possível por meio de políticas públicas sociais, de saúde e de reintegração na comunidade e nas próprias famílias. Como exemplo, citou o programa da prefeitura de São Paulo, De Braços Abertos, que tirou usuários das ruas do centro, oferecendo moradia em hotéis próximos e empregos como gari, pagando salário e oferecendo tratamento.

As análises divulgadas hoje são um desdobramento da Pesquisa Nacional sobre o Crack, encomendada em 2014 pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), que traçou um perfil dos usuários da droga. O estudo identificou que compõem menos de 1% da população –bem menos do que dependentes de álcool– chamando atenção para o “pânico social” criado em torno do crack. A situação gerou estigma e afastou usuários da cidadania, diz o texto.

Apoio aos usuários
O psiquiatra Leon Garcia, ex-diretor de Articulação e Projetos da Senad, lembrou que, nos questionários, quando perguntados sobre o que precisavam para largar a droga, as respostas dos usuários eram claras: um local para morar, para tomar banho, para comer, trabalho e tratamento. “A gente precisa atender a essas necessidades. Não podemos achar que a internação é uma solução para todos”, afirmou. Na psiquiatria, lembrou, a necessidade de internação é uma exceção e o desafio é manter pessoas longe das drogas no cotidiano de cada uma.

Rio de Janeiro - O ex-diretor da Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas, Leon Garcia, durante seminário Crack e exclusão social, na Fiocruz, em Manguinhos (Tomaz Silva/Agência Brasil)

“Para conseguir isso [que pessoas se afastem do crack], se eu estou morando em um lugar onde eu consigo dormir à noite, em vez de estar na calçada, talvez, isso me faça usar menos drogas, como mostram análises sobre o programa de São Paulo, no qual o consumo individual caiu 60%”", acrescentou o especialista, que participou da divulgação do estudo hoje no Rio.

Antes, na capital paulista, usuários moravam em barracas, fumando pedras nas ruas, como ocorre bem perto da Fiocruz, com dependentes morando às margens da Avenida Brasil.

Dados já divulgados mostram ainda que a maioria dos usuários de crack são homens negros, de até 30 anos, sendo que 40% vive nas ruas e são mais suscetíveis a homicídios do que o restante da população. Eles também são mais vítimas de violência sexual do que a média.

As entrevistas da Fiocruz foram realizadas na região metropolitana de Porto Alegre, Rio de Janeiro, Fortaleza, Recife, Salvador e Campos Goytacazes, no norte-fluminense.

Edição: Amanda Cieglinski
Agência Brasil

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

CBF mantém base da seleção para próximos jogos das eliminatórias da Copa 2018


21/10/2016 12h28
Rio de Janeiro
Vitor Abdala – Repórter da Agência Brasil

O técnico Tite divulgou hoje (21) os nomes dos 22 jogadores convocados para os próximos dois jogos da seleção brasileira principal de futebol masculino. A divulgação foi feita na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Em relação à última convocação, há apenas uma novidade, no lugar do meia Oscar, entrou o zagueiro Rodrigo Caio, do São Paulo.

Marcelo (Real Madrid), Douglas Costa (Bayern de Munique) e Casemiro (Real Madrid), que foram cortados dos jogos contra a Bolívia e a Venezuela, estão de volta à seleção, para os jogos contra a Argentina, no dia 10 de novembro, em Belo Horizonte, e contra o Peru, na madrugada do dia 16, em Lima.

A seleção convocada terá Alisson (Roma), Alex Muralha (Flamengo) e Weverton (Atlético Paranaense) à disposição para o gol. Os zagueiros são Gil (Shandong, da China), Marquinhos (PSG), Miranda (Inter de Milão), Rodrigo Caio e Thiago Silva (PSG).

Os laterais convocados são Daniel Alves (Juventus, da Itália), Fagner (Corinthians), Filipe Luis (Atlético de Madrid) e Marcelo (Real Madrid). No meio-campo, Tite contará com Casemiro (Real Madrid), Fernandinho (Manchester City), Giuliano (Zenit, da Rússia), Lucas Lima (Santos), Paulinho (Guanghzou, da China), Philippe Coutinho (Liverpool), Renato Augusto (Beijing, da China) e Willian (Chelsea).

No ataque, estarão disponíveis Douglas Costa (Bayern de Munique), Roberto Firmino (Liverpool), Gabriel Jesus (Palmeiras) e Neymar (Barcelona).

Edição: Maria Claudia
Agência Brasil

Estado divulga resultado final do concurso para agente socioeducativo

SEX 21 OUTUBRO 2016 10:27 ATUALIZADO EM SEX 21 OUTUBRO 2016 10:16

A homologação do concurso público Seds/Seplag nº. 09/2013, para o cargo de Agente de Segurança Socioeducativo da Secretaria de Estado de Segurança (Sesp), foi divulgada nesta sexta-feira (21/10) no Diário Oficial de Minas Gerais, no site da secretaria (www.seds.mg.gov.br) e do Instituto Brasileiro de Formação e Capacitação (IBFC).

O resultado apresenta a classificação final dos 439 aprovados do primeiro grupamento do certame. Ou seja, aqueles que já finalizaram o Curso de Formação, ocorrido entre os meses de junho e agosto deste ano.

Outros cerca de 450 candidatos, do segundo grupamento, finalizaram o curso de formação na quinta-feira (20/10) e aguardam o resultado preliminar dos aprovados. 

As nomeações devem acontecer a partir da primeira semana de novembro, segundo informações da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag).

A homologação do concurso nesta sexta-feira é uma grande conquista para o sistema socioeducativo, como destaca o superintendente de Gestão das Medidas de Privação de Liberdade da Subsecretaria de Atendimento às Medidas Socioeducativas da Sesp, Bernardino Soares.

“A entrada de servidores efetivos é um caminho necessário para a profissionalização das atividades socioeducativas do Estado. É um avanço para Minas Gerais a ampliação do número de profissionais concursados no sistema”, ressalta Soares.

Agência Minas

Jovem é agarrada na rua, reage e evita estupro em Juiz de Fora

21/10/2016 09h29 - Atualizado em 21/10/2016 09h30

Do G1 Zona da Mata

A Polícia Militar (PM) registrou uma tentativa de estupro em Juiz de Fora na noite de quinta-feira (20) em Juiz de Fora. De acordo com o Boletim de Ocorrência (BO), a vítima de 18 anos passava pela Rua Roberto Stiegert, no São Pedro, por volta de 19h41, quando foi agarrada por um homem branco que estava com o rosto coberto por um capacete escuro e usava bermudas de cor azul.

O homem a segurou pelos braços e a levou a um terreno baldio em frente. Quando ele tentou levantar o vestido dela, a jovem o golpeou com uma caixa que estava segurando, começou a gritar, chutou as pernas dele e fugiu do agressor.

O BO não cita informações sobre paradeiro do agressor.

De acordo com a assessoria da Polícia Civil, é necessário que a jovem faça uma representação à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher para a sequência da apuração do caso.

Na 1ª semana do horário de verão, Zona da Mata registra dia mais quente

21/10/2016 12h00 - Atualizado em 21/10/2016 12h00

Do G1 Zona da Mata
Quinta-feira (20) registrou dia mais quente da primavera em Juiz de Fora (Foto: Roberta Oliveira/G1)

O horário de verão mal começou e as temperaturas já chegaram com a cara da estação, que só chega oficialmente daqui a dois meses na Zona da Mata. De acordo com a 5º Distrito do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), ao longo desta semana em Juiz de Fora, os termômetros registraram em pelo menos três dias temperaturas acima de 30ºC e marca histórica na quinta-feira (20), com 34ºC, representando o dia mais quente da primavera até agora.

Nesta sexta-feira (21), em Viçosa e Muriaé os termômetros chegam aos 36ºC, no entanto, de acordo com o instituto, para o fim de semana a tendência é de céu parcialmente nublado, com possibilidades de chuva isoladas durante o período da tarde. As temperaturas variam entre mínima de 17ºC e 34ºC, com umidade do ar entre 95% a 40%.

Confira a previsão das temperaturas nesta sexta-feira (21):
Juiz de Fora: mínimo de 18ºC e máximo de 36ºC
Barbacena: mínimo de 18ºC e máximo de 33ºC. 
São João del Rei: mínimo de 18ºC e máximo de 33ºC.
Cataguases: mínimo de 18ºC e máximo de 36º.
Ubá: mínimo de 18ºC e máximo de 36ºC.

Idosa atravessa linha férrea e morre atropelada por trem em Juiz de Fora

21/10/2016 11h08 - Atualizado em 21/10/2016 11h52

Do G1 Zona da Mata
Idosa morre após ser atropelada na linha férrea em Juiz de Fora 
(Foto: Daniel Torres/G1)

Uma idosa de 87 anos morreu após ser atropelada na linha férrea, na manhã desta sexta-feira (21), no Bairro Barbosa Lage, em Juiz de Fora. De acordo com as primeiras informações de testemunhas, ela estava atravessando sozinha mesmo após a cancela ter sido abaixada. Ela não conseguiu concluir a travessia e foi atingida pela composição.

Equipes do Corpo de Bombeiros e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram chamadas, mas a idosa não resistiu aos ferimentos e morreu na hora. O Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) já foi notificado do caso. A PM é aguardada no local para registro da ocorrência.

De acordo com a MRS Logística, empresa responsável pelo trecho, o maquinista avistou a idosa tentando atravessar a ferrovia, mesmo com a cancela abaixada. Ele acionou a buzina e o freio de emergência, mas o impacto não pode ser evitado.

A empresa informou que foi o sexto acidente na linha férrea, em Juiz de Fora, neste ano. No mesmo período em 2015, foram registradas 14 ocorrências.

Juiz de SP demoniza PM e emite sentença absurda, certamente aplaudida por black blocs

Por: Reinaldo Azevedo 21/10/2016 às 6:25

A pior coisa que pode acontecer ao Poder Judiciário de qualquer país é ceder à ideologia. Um dos maiores riscos que corre a democracia — e vou falar daqui a pouco de Sergio Moro — é o juiz achar que pode fazer Justiça com a própria toga, ao arrepio do que está escrito. Isso nunca termina bem.

Já disse, inclusive, qual é, para a mim, a distinção básica que existe entre um “conservador”, que chamarei aqui de “liberal”, e um esquerdista. O segundo acredita que se pode transgredir as leis, recepcionadas pela democracia, para fazer Justiça. O outro tem a certeza de que ignorar a lei para ser justo só abre caminho para injustiças novas.

Por que essa introdução? Como vocês já viram abaixo, o juiz Valentino Aparecido Andrade condenou a PM de São Paulo por supostos atos violentos nas manifestações de 2013. Ele quer que o Estado pague uma indenização de R$ 8 milhões.

A sentença determina ainda a elaboração de um plano para a atuação da PM em protestos — como se não houvesse um — e a proibição do uso de armas de fogo, balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo. Ah, sim: ele abre exceção para os casos em que o protesto deixa de ser pacífico. Parece brincadeira. Quando foi que a PM reprimiu protestos civilizados?

Trecho
Há trechos na sentença do juiz que, a meu ver, ultrapassam o limite do aceitável por aquilo que afirmam e por aquilo que sugerem. Vamos a um deles:
“Cabe aqui chamar a atenção para um especial fato, de que durante os protestos em favor do impeachment, a mesma Polícia Militar de São Paulo, se antes atuara com desmedida violência, ali atuou de forma adequada, buscando proteger o exercício do direito de reunião, o que permitiu que aqueles protestos transcorressem tranquilamente. Isso nos conduz a uma pergunta: teria a Polícia Militar aplicado o mesmo plano de atuação de que se utilizara em 2013, ou conforme a finalidade do protesto aplicou um diferente plano de atuação?”

O juiz certamente é sério, mas esse trecho da sentença não é. Há a clara sugestão de que a corporação atuou com viés ideológico e aplicou violência seletiva.

Pergunto: o doutor teve ao menos a curiosidade de ir a algum protesto em favor do impeachment? Tivesse ido, veria que lá não havia black blocs, baderneiros, mascarados de todo tipo. Desocupados profissionais não atiravam pedras ou rojões contra os policiais. A única vítima fatal de protestos, diga-se, é o cinegrafista Santiago Andrade — morto, no caso, no Rio, por black blocs. Foi atingido por um morteiro que, soube-se depois, era destinado a atingir os policiais.

O doutor é insaciável na sua, digamos, teoria. Ele já havia tomado essa decisão em caráter liminar em outubro de 2014. Foi cassada pelo Tribunal de Justiça em novembro daquele ano. Agora, ele julga o mérito.

É certo que o governo de São Paulo vai recorrer novamente. Até que sua sentença não seja revista, e espero que seja, a Polícia de São Paulo terá de enfrentar pedras, coquetéis Molotov, incendiários irresponsáveis e toda sorte de bandoleiros sem armas de fogo, sem balas de borracha, sem bombas de gás lacrimogêneo.

É uma pena que o doutor não tenha como proibir os black blocs de usar coquetéis Molotov. É uma pena que os manifestantes de extrema esquerda, em vez de tirar selfies com os policiais, como faziam aqueles favoráveis ao impeachment, preferissem tentar matá-los.

Mas quem é que liga, com o diria o neoesquerdista Caetano Veloso, para pobres de tão pretos e pretos de tão pobres, todos fardados, obrigados a manter a ordem no Estado e na cidade em que o juiz Valentino Aparecido Andrade emite sentenças?

Penso, ademais, na dimensão prática de sua decisão. A tropa vai para a rua sem aqueles apetrechos. Mas, diz o doutor, se a coisa fugir do controle, então eles poderão ser usados. É mesmo? E de quem será essa avaliação? Do doutor Valentino? E de onde cairão os instrumentos necessários para conter a turba? Do céu?

De resto, o doutor precisa saber o que é uma bomba de gás lacrimogêneo: trata-se de um instrumento de dissuasão, não de ataque. Se ninguém decidir tocar nela, não fere ninguém. É uma alternativa ao confronto físico, que pode ferir tanto policiais como manifestantes.

De resto, com todas as vênias, quem o juiz pensa ser para determinar que pais de família, maridos de família, filhos de família — quase todos eles pretos de tão pobres ou pobres de tão pretos — saiam às ruas sem qualquer instrumento de defesa ou de dissuasão para enfrentar criminosos organizados, mascaradas, dispostos a tudo?

É evidente que o doutor foi além de suas sandálias e que só o comandante de uma tropa tem condições de saber, no campo de ação, o que é e o que não é necessário para preservar a ordem pública e a integridade dos que são e dos que não são manifestantes.

O doutor pode ser isento. Mas a sua sentença é pautada pela ideologia.

Ou, então, o governador Geraldo Alckmin que seja ainda ousado: Valentino para secretário de Segurança Pública! Ele certamente saberá o que fazer!

Encerro
Valentino Aparecido Andrade, na prática, exige que os policiais corram ainda mais risco de vida do que já correm normalmente. A decisão só não é inédita porque, antes, houve outra, tomada por Valentino Aparecido Andrade.

Texto publicado originalmente às 20h43 desta quinta

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/juiz-de-sp-demoniza-pm-e-emite-sentenca-absurda-certamente-aplaudida-por-black-blocs/