Helena Lage Tallmann 03 Agosto 2016 06:03
Foto: Divulgação
Julia engravida para dar um filho a Reinaldo, seu amor de infância. Mas Reinaldo vai se casar com Jean, seu companheiro. Jean é presenteado com um tênis novo e caro depois de ir para a cama com Bernardo, um deputado às vésperas das eleições. Mas o filho de Bernardo é acusado de estupro pela filha do Pastor Daniel ao sair de uma boate. O pastor visita o lugar e conhece Leila, uma garota de programa. Leila sonha em ir para Miami fazer um filme com Carlos. Mas Carlos prefere Brenda, uma travesti que namora Junior, um viciado ciumento e apaixonado. Junior viu seu pai cometer suicídio e a mãe se envolver com três caras ao mesmo tempo. Um deles, um jovem bombeiro casado precocemente com a adolescente Gisele. Ao se separar do bombeiro, Gisele vai morar com a irmã e conhece a namorada dela: Flaví, uma francesa que interpreta canções de amor na boate da Floriano às madrugadas.
Floriano Parte Baixa é, antes de tudo, uma peça sobre contradições, uma escada para o subterrâneo. Num pequeno galpão da Rua Floriano Peixoto, cinco histórias são intercaladas numa trama que envolve amores, perdas, sonhos, crimes e sexo.
Carregado de drama e poesia, o espetáculo estreia dia 5 de agosto no OANDARDEBAIXO, novo espaço cultural de Juiz de Fora, e segue em temporada até 14 de agosto,com duas sessões nas sextas e sábados (19h e 21h) e uma única sessão aos domingos (20h).
Neste trabalho, fruto de um curso que Portella desenvolve na Casa de Cultura, o diretor investe ainda mais na proximidade entre público e atores. "Floriano Parte Baixa é uma peça para se ver de perto", afirma o diretor. "A plateia não é convidada a participar, mas o espectador pode se aproximar o quanto quiser da cena e do ator, sentir sua respiração, limpar suas lágrimas ou sentar-se com ele à mesa". Por isso, o espetáculo contará com apenas 45 espectadores por sessão.
Nada novo quando se pensa em trabalhos anteriores como "Quase Nada é Verdade" e "As Bruxas de Salém", ambos dirigidos por Portella com atores de Juiz de Fora. Porém, nesse espetáculo, o diretor de "O Cego e o Louco" e "Uma História Oficial" tem um audacioso desafio: conduzir 23 atores nas cinco histórias que compõem a trama: relações para lá de delicadas, contraditórias, obsessivas e até impossíveis.
"Queríamos, desde o início, mergulhar no universo quase mítico da Rua Floriano Peixoto - parte baixa, em sua má fama em relação à prostituição e marginalidade", explica Portella, que também assina a dramaturgia, com colaboração de Rafael Coutinho. "Quando disse para o elenco que íamos fazer a peça num prédio da Floriano, alguns atores reagiram logo: 'Será que o público vai lá à noite?'. Isso me chamou a atenção e me estimulou a aproveitar o tal estigma para impulsionar a criação do espetáculo", conclui.
Os ingressos estão sendo vendidos na sede do OANDARDEBAIXO (Floriano Peixoto, 37), pela internet (www.sympla.com.br) ou pelo telefone: (32)98861-4167. A classificação indicativa é de 18 anos.
Rodrigo Portella
Natural de Três Rios, município do Rio de Janeiro, o autor e diretor Rodrigo Portella dirigiu 23 espetáculos, recebeu mais de 150 prêmios em festivais de teatro nacionais e internacionais, teve duas indicações ao Prêmio Shell (RJ) 2013, Melhor Direção por “Uma história Oficial” e Melhor Texto por “Antes da Chuva”, além de ser indicado ao Prêmio APTR 2010 pelo espetáculo “Na solidão dos campos de algodão”.
Entre 1996 e 2008, morou na Cidade do Rio de Janeiro, período em que cursou Direção Teatral na UNIRIO, publicou o livro “Trilogia do Cárcere” e dirigiu boa parte de seus espetáculos. Em 2010, decide retornar para a sua cidade natal, onde fundou a Cia Cortejo. Paradoxalmente, é esse retorno que impulsiona com mais força sua carreira. Com a Cia Cortejo, percorreu 84 cidades brasileiras pelo projeto Palco Giratório em 2015, além quatro países.
Atualmente trabalha na produção do seu mais novo espetáculo "Alice Mandou Um Beijo" que tem re-estréia marcada para o dia 22 de Setembro no Teatro Gláucio Gil em Copacabana.
Fonte: Assessoria
Diário Regional JF