domingo, 31 de julho de 2016

Panamá vai sediar em 2019 a próxima Jornada Mundial da Juventude

31/07/2016 09h28
Brasília
Da Agência Brasil*

Papa Francisco chega para celebrar missa no último dia da Jornada Mundial da Juventude    Agência Lusa/EPA/Daniel Dal Zennaro/Direitos Reservados

O Panamá vai sediar a próxima Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que ocorrerá em 2019. O anúncio foi feito pelo papa Francisco, no último dia da viagem do pontífice à Polônia.

“A providência divina, que sempre nos precede. Ela já decidiu onde será a próxima etapa desta grande peregrinação iniciada, em 1985, por São João Paulo II. Por isso, é com alegria que lhes anuncio que a próxima JMJ, depois das duas a nível diocesano, será realizada no Panamá, em 2019”, disse Francisco, ao término da celebração eucarística de encerramento da edição atual da jornada, em Cracóvia.

Depois, antes da oração do Angelus, o papa disse: “No final desta celebração, quero unir-me a todos vocês, em ação de graças a Deus, Pai de misericórdia infinita, porque nos permitiu viver esta JMJ. Agradeço pelo trabalho e a oração para preparar este evento e a todos os que contribuíram para seu bom êxito”.

Francisco quis dirigir um “obrigado especial” aos jovens, que encheram Cracóvia “com o entusiasmo contagiante da sua fé”. Segundo ele, os dias da Jornada Mundial da Juventude na Polônia foram uma “verdadeira oxigenação espiritual”.

O papa expressou seu desejo de que “que cada um, com suas limitações e fragilidades, possa ser testemunha de Cristo no lugar onde vive, em suas famílias, paróquias, associações e grupos, nos ambientes de estudo, trabalho, diversão”.

Na parte da tarde, o pontífice terá um encontro com os cerca de 20 mil voluntários da JMJ e com o Comitê Organizador. Depois, no aeroporto de Cracóvia, o papa se despedirá da Polônia.

*Com informações da Rádio Vaticano
Edição: Juliana Andrade
Agência Brasil

É preciso que todos conheçam a mensagem do Papa sobre família e perdão

Estilo das mensagens do Papa é direto, autêntico e verdadeiro

João Amaury Belem

É preciso que se divulgue a homilia “Família, Lugar de Perdão” do Papa Francisco, que desde 2015 circula na internet. Independente de sua religião ou credo, vejam que linda mensagem o Papa Francisco escreveu sobre a família, hoje lamentavelmente esquecida, espoliada, jogada na sarjeta. 
Induvidosamente, trata-se de uma impressionante mensagem de evangelização!

###

FAMÍLIA, LUGAR DE PERDÃO

Papa Francisco

Não existe família perfeita. Não temos pais perfeitos, não somos perfeitos, não nos casamos com uma pessoa perfeita nem temos filhos perfeitos. Temos queixas uns dos outros. Decepcionamos uns aos outros. Por isso, não há casamento saudável nem família saudável sem o exercício do perdão. O perdão é vital para nossa saúde emocional e sobrevivência espiritual. Sem perdão a família se torna uma arena de conflitos e um reduto de mágoas.

Sem perdão a família adoece. O perdão é a assepsia da alma, a faxina da mente e a alforria do coração. Quem não perdoa não tem paz na alma nem comunhão com Deus. A mágoa é um veneno que intoxica e mata. Guardar mágoa no coração é um gesto autodestrutivo. É autofagia. Quem não perdoa adoece física, emocional e espiritualmente.

É por isso que a família precisa ser lugar de vida e não de morte; território de cura e não de adoecimento; palco de perdão e não de culpa. O perdão traz alegria onde a mágoa produziu tristeza; cura, onde a mágoa causou doença.

A falta de vergonha e a ausência de culpa na corrupção brasileira


Ilustração do Duke, reprodução de O Tempo

Leonardo Boff
O Tempo

Depois que surgiram a psicanálise e o estruturalismo, não podemos mais nos restringir ao consciente e aos ditames da razão na análise dos fenômenos humanos, pessoais e coletivos. Há universos pré-consciente, subconsciente e inconsciente (pessoal e coletivo), subjacentes a nossas práticas, a serem considerados. Quero me ater apenas a duas vertentes que influenciam nossos comportamentos. São legados das duas principais culturas ancestrais que subjazem em nosso inconsciente coletivo e nos ajudam a entender fenômenos atuais, como a corrupção que atravessa o corpo social brasileiro: as culturas grega e judaico-cristã.

Da cultura grega herdamos o sentimento de vergonha. O conceito correlato é o de herói. Ter vergonha, para os gregos, consistia em se frustrar em qualquer empreendimento, como na guerra e na convivência social. Triunfar e ser bem-sucedido preenchia os requisitos do herói.

Hoje, essa categoria está presente em nossa sociedade. É um herói o jogador que conseguiu o gol da vitória do time de nossa predileção. Vergonha coletiva é o Brasil perder de 7 a 1 na Copa do Mundo. A vergonha tem a ver com a imagem que projetamos socialmente. Ela tem que causar admiração e respeito. Caso contrário, faz as pessoas se envergonharem.

A outra vertente é constituída pela tradição judaico-cristã. A categoria central é a culpa. Geralmente, colocamos a culpa nos outros. Se fracassamos num negócio, é por culpa da crise econômica. Se o matrimônio se desfez, é por culpa de um dos parceiros. A culpa atinge a interioridade e afeta a consciência. A repercussão não é tanto diante dos outros, que talvez nem saibam de nosso malfeito, mas diante do tribunal da consciência, que nos remete logo a Deus.

JUSTO E RETO – O oposto à culpa é o sentimento de ser justo e reto, dois conceitos definidores de uma pessoa “justa” (santa) no sentido bíblico. Sentir vergonha e dar-se conta da culpa constitui as bases de uma consciência ética. Não precisar se envergonhar diante dos outros e não se sentir culpado diante da consciência e de Deus são sinais de retidão de vida e de uma atitude ética correta.

Qual é nosso problema concernente à escandalosa corrupção ativa e passiva no Brasil? É a acabada falta de vergonha e a completa ausência de culpa dos corruptos e corruptores diante de seus malfeitos. Mesmo surpreendidos no ato de corrupção, ouvimos sempre: “Não sou culpado de nada”. E trata-se de pessoas notória e comprovadamente corruptas. Perderam a noção total de culpa e não dão nenhuma importância à vergonha pública de seus atos.

Raramente, ouve-se a indignação ética da sociedade: os corruptos nem se incomodam e continuam em seu desfrute.

VERGONHA E RUBOR – Aristóteles estabelecia a vergonha e o rubor do rosto como um indicativo da presença de uma consciência ética. Sem essa vergonha, a pessoa era realmente sem-vergonha, mau-caráter, sem sentido dos valores. Essa falta de vergonha e de sentimento de culpa se transformou, entre nós, no Brasil, numa espécie de segunda natureza, tornada uma prática usual. Por isso, quase todo o tecido social é contaminado pelo vírus da corrupção. Ela chegou nos dias atuais a níveis tão escandalosos que não podem mais ser tolerados.

A corrupção como prática pessoal e social, sem sermos moralistas e utópicos, tem que ser banida e reduzida a níveis compatíveis com a condição humana decaída e corruptível. Há que se resgatar o sentimento de vergonha e de culpa, sem o que nossos esforços serão inócuos.

Posted in L. Boff
Tribuna da Internet

sábado, 30 de julho de 2016

Adolescente é detido após realizar assalto com faca em Benfica

Helena Lage Talmann 30 Julho 2016 12:00

Um jovem de 20 anos foi vítima de um assalto na Rua Paulo Garcia, bairro Benfica, zona Norte. Ela contou aos policiais que o autor, um adolescente de 16 anos, anunciou o assalto, encostando uma faca nas costas da vítima, e roubou o celular dela, fugindo a pé em direção ao centro de Benfica. Uma testemunha e uma equipe da Polícia Militar (PM) abordaram o adolescente e recuperaram o celular e a faca com lâmina de 20 cm, usada na ação. O menor infrator foi levado à delegacia junto com sua mãe.
Diário Regional JF

Adolescente é assassinado com tiros na cabeça em Juiz de Fora

30/07/2016 09h58 - Atualizado em 30/07/2016 09h58

Do G1 Zona da Mata

Um adolescente de 16 anos foi assassinado com cinco tiros na cabeça, na madrugada deste sábado (30), no Bairro Jardim Natal em Juiz de Fora. A Polícia Militar (PM) compareceu ao local após denúncia pelo número 190. De acordo com as primeiras informações, o adolescente tinha cinco perfurações de armas de fogo na cabeça.

O crime foi por volta das 3h. O Serviço de Atendimento Móvel (Samu) compareceu ao local e confirmou a morte da vítima. A perícia foi acionada para realizar os trabalhos de praxes e, segundo a PM, não tinha testemunhas no local. Nenhum suspeito foi identificado.

Haddad sanciona lei que autoriza moradores de rua a levar animais para abrigos

29/07/2016 18h52
São Paulo
Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, sancionou, na semana passada, a lei que permite que os abrigos da cidade aceitem moradores de rua acompanhados por seus animais de estimação. A sanção foi publicada no Diário Oficial do Município de São Paulo no dia 23 de julho e a prefeitura terá o prazo de 90 dias para regulamentar a lei. O projeto de lei foi proposto pelos vereadores Toninho Vespoli (PSOL), Alessandro Guedes (PT) e Jonas Camisa Nova (DEM).

A lei prevê que os “abrigos emergenciais, albergues, centros de serviços, restaurantes comunitários e casas de convivência” disponibilizem espaços apropriados para o acolhimento de animais de pequeno e médio porte que acompanhem os abrigados. Ela também prevê que a disponibilidade desses espaços dependerá da viabilidade econômica da prefeitura, mas que poderão ser firmados convênios e parcerias com associações e organizações sociais para que esse objetivo possa ser atingido.

A prefeitura informou que a lei ainda está em fase de regulamentação e que ainda não tem mais detalhes sobre como ela será aplicada ou como será o funcionamento desse projeto nos abrigos.

Edição: Fábio Massalli
Agência Brasil

Rio Grande do Norte registra 34 ataques a ônibus em dez cidades

30/07/2016 14h51
Brasília
André Richter - Repórter da Agência Brasil

A Secretaria de Segurança do Rio Grande do Norte informou que subiu para 25 número de presos por envolvimento em atos de vandalismo contra o transporte público na região metropolitana de Natal e no interior do estado. De acordo com o último balanço divulgado pelo governo do estado, em dez cidades, 34 ataques a ônibus e a prédios públicos foram registrados desde a tarde de ontem, quando as primeiras ocorrências foram registradas.

De acordo com o governo, os atos são uma retaliação de criminosos contra a instalação de bloqueadores de celulares no presídio de Parnamirim. Em entrevista coletiva, o governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, afirmou que o efetivo policial está mobilizado para coibir novos atos de vandalismo. Faria também afirmou que ainda não é necessário solicitar ao Ministério da Justiça envio de tropas da Força Nacional ao estado.

"O governo está decidido a enfrentar qualquer ato violento que acontecer no estado. Não vamos recuar na instalação dos bloqueadores celulares nos presídios e não há possibilidade de negociação com líderes de movimentos criminosos. Os policiais estão liberados a agir com autonomia e conforme a lei para prender todos os responsáveis por essas ações de vandalismo", disse o governador.

No início da manhã de hoje, os ônibus saíram da garagem sob escolta da Polícia Militar (PM), e o serviço de transporte público foi restabelecido em Natal. Na sexta-feira, após os primeiros ataques, as empresas recolheram os veículos e deixaram os usuários sem transporte na volta para casa.

Em nota, a Secretaria de Segurança pede que população denuncie atos suspeitos, por meio do número telefônico 181. A identidade do colaborador será mantida em sigilo.

* Com informações da Secretaria de Segurança do Rio Grande do Norte

Edição: Carolina Pimentel
Agência Brasil

Decisão do juiz de Brasília desarma a trama do PT contra a República de Curitiba

Juiz Ricardo Leite desarmou a estratégia do PT

José Carlos Werneck

A decisão do juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília, esvaziou por completo o mambembe discurso da defesa de Lula de perseguição política do juiz Sérgio Moro. Destruiu até mesmo a pueril pantomima, usada para obter uma reação internacional, foi arquitetada para criar um constrangimento na Lava Jato. A defesa de Lula chegou a contratar um advogado no exterior para recorrer ao Comitê de Direitos Humanos da ONU contra o juiz Sergio Moro, na tentativa de acusar o magistrado de violar direitos, mas agora a estratégia deu em nada.

Quando o relator no Supremo Tribunal Federal, ministro Teori Zavascki, decidiu desmembrar a denúncia, transferindo-a para a Justiça Federal em Brasília, os petistas exultaram. O que mais assustava os afoitos membros do PT era o fato de não terem saído das mãos de Sérgio Moro, em Curitiba, todos os inquéritos contra Lula. E a farsa engendrada pelos petistas na ONU era fazer um enfrentamento direto como juiz Sergio Moro para tentar politizar a questão, com a surrada tese de perseguição política.

TUDO ERRADO – Os membros do PT não esperavam que a decisão de aceitar a denúncia contra Lula e transformá-lo em réu hoje fosse dada por outro magistrado. Eles queriam atingir Moro, mas foi o juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília, quem recebeu denúncia e transformou em réus o ex-presidente Lula ,o banqueiro André Esteves, o ex-senador Delcidio do Amaral, seu ex-chefe de gabinete Diogo Ferreira, o pecuarista José Carlos Bumlai e o filho dele, Maurício Bumlai, além do advogado Edson Ribeiro, todos incriminados por tentativa de obstrução da Lava Jato.

“Com a velocidade que a decisão foi dada pelo juiz de Brasília, criou-se um clima de insegurança geral”, queixou-se um membro do partido.

Decididamente o tiro saiu pela culatra!

Agora, Lula precisa processar na ONU também o juiz de Brasília


Petição de Lula contra Moro não seguiu as regras da própria ONU

Jorge Béja

Subscrevo, integralmente, as considerações do jornalista e advogado José Carlos Werneck, publicadas aqui na Tribuna da Internet, a respeito do esvaziamento do “mambembe discurso de Lula contra o juiz Sérgio Moro”. A ida de Lula ao Conselho de Defesa dos Direitos Humano da ONU já foi um gesto insensato, o que não significa dizer que de Lula se possa esperar sensatez e lucidez. Mas depois que o juiz federal de Brasília recebeu denúncia contra o ex-presidente e o colocou no banco dos réus, ou Lula retira a petição que entregou ao Conselho em Genebra ou lhe cumpre aditá-la para nela incluir também este outro juiz, dr. Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal Criminal de Brasília. É uma providência que o ex-presidente precisa tomar de imediato.

O peticionamento-queixa (mais que isso, Lula ingressou no Conselho de Defesa dos Direitos Humano da ONU com uma ação contra o Estado Brasileiro) de Lula não preenche nenhuma das exigências que a própria instituição estabelece. A principal delas diz que cumpre à parte queixosa demonstrar que todas as instâncias judiciárias recursais do país do queixoso foram percorridas e esgotadas. E isso não aconteceu. É bem possível que o Conselho devolva a petição a Lula, após recusá-la liminarmente. Que vexame! Que fiasco!

Posted in J. Béja

Investigações mostram que Dilma institucionalizou a corrupção no governo

Dilma teve mais de 20 ministros envolvidos na corrupção

Ary Filgueira
IstoÉ

Há exatamente um ano, em despacho redigido em um dos processos que tem como réu o ex-ministro José Dirceu, o juiz Sérgio Moro escreveu que o País passou a vivenciar um quadro de corrupção sistêmica sob o comando do PT. Na ocasião, muitos analistas políticos e observadores das entranhas do Judiciário trataram o alerta do magistrado responsável pela Lava Jato como alarmista. Hoje, não há quem discorde de Moro. Depois de dois anos de investigações em diversas operações da Polícia Federal e de mais de 70 delações premiadas, fica evidente que as gestões petistas transformaram o governo federal em uma verdadeira e organizada estrutura de corrupção.

Praticamente todos os ministros de Dilma Rousseff estão envolvidos em desvios de dinheiro público. Desde aqueles que ocuparam gabinetes no Palácio do Planalto até os mais distantes. “A corrupção que o PT promoveu foi uma corrupção institucional, não foi dispersa nem com indivíduos participando isoladamente”, afirma o professor Álvaro Guedes, especialista em administração pública da Unesp. “Pessoas foram escolhidas a dedo para estar em posições estratégicas e promover o desvio de dinheiro”, conclui o professor.

Um dos expoentes desses “escolhidos a dedo” é Paulo Bernardo, ex-ministro das gestões de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Na semana passada, ele foi indiciado pela Polícia Federal na Operação Custo Brasil.

CRIMES DE BERNARDO – A PF diz ter provas suficientes para assegurar que Bernardo, enquanto esteve no governo, participou de organização criminosa e praticou crime de corrupção passiva. No mês passado, ele foi preso após a polícia constatar que havia recebido R$ 7,1 milhões desviados de uma fraude no crédito consignado que cobrava uma taxa superfaturada dos servidores federais que se encontravam endividados.

Paulo Bernardo é casado com Gleisi Hoffmann, uma das líderes da tropa de choque de Dilma no Senado, ex-ministra da Casa Civil e também acusada de receber propinas do Petrolão. Gleisi só não foi presa junto com o marido graças ao foro privilegiado. O casal sempre teve livre trânsito no gabinete e na residência oficial da presidente afastada.

No mesmo esquema que lesou milhares de funcionários públicos, está o ex-ministro da Previdência Carlos Gabas, aquele que costumava levar Dilma para passeios de moto aos domingos. Ainda na semana passada, Edinho Silva, outro ex-ministro íntimo da presidente afastada, viu-se diante de novas provas que o envolvem em corrupção e achaque contra empresários que tinham contratos com o governo. Ele, que já era investigado por intermediar, a pedido de Dilma, R$ 12 milhões da Odebrecht para o caixa dois da campanha da petista em 2014, desta vez foi alvejado por investigação promovida pelo TSE. Peritos descobriram que uma empresa pertencente a um ex-assessor de Edinho recebeu R$ 4,8 milhões da campanha de Dilma para serviços que não consegue comprovar.

TROCA-TROCA – Em um de seus despachos, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que prometer facilidades na liberação de obras às grandes empreiteiras em troca de recursos para o PT era uma medida habitual de Edinho, que antes de ocupar o ministério foi tesoureiro da campanha da reeleição.

Outros ex-ministros próximos à presidente afastada também agiam dentro da organização criminosa. São os casos de Fernando Pimentel, Jaques Wagner, Giles Azevedo, Ricardo Berzoini, entre outros. O Ministério Público investiga ainda amigos da presidente afastada que não ocuparam cargos no primeiro escalão de sua gestão, mas comandaram setores estratégicos do governo, como Valter Cardeal e Erenice Guerra. O primeiro foi diretor da Eletrobrás e é acusado de ter se beneficiado com propinas nas obras de Angra 3. Erenice, uma das principais auxiliares de Dilma e ex-ministra de Lula, é investigada por ter recebido R$ 45 milhões desviados das obras de Belo Monte.

QUADRILHAS UNIFICADAS – Como quadrilha organizada, expressão que costuma ser usada pelo ministro do STF, Gilmar Mendes, ao se referir às gestões petistas, a estrutura criminosa instalada no governo Dilma também locupletou os ministros que chegaram à esplanada por indicação dos partidos aliados. “O PT unificou diversas quadrilhas que agiam em setores diferentes”, diz Paulo Kramer, analista e professor da Universidade de Brasília. “O partido deu um comando central à corrupção, decidia quem entraria para o esquema de poder”, complementa.

Com o avanço da Lava Jato, o governo passou a usar ministros para tentar barrar as investigações. A presidente afastada e o ex-chefe da pasta de Justiça, José Eduardo Cardozo, procuraram nomear ministros comprometidos para os tribunais superiores. Sem êxito, Dilma escalou o ex-ministro Aloizio Mercadante para tentar comprar o silêncio de testemunhas.

MERCADANTE EM CENA – Ex-ministro da Educação e da Casa Civil, Mercadante foi um dos principais conselheiros dela. Acusado de receber dinheiro de propina da UTC em sua campanha de 2010, ele foi flagrado, em março deste ano, em uma gravação oferecendo dinheiro e ajuda para tentar melar a Lava Jato. A armadilha foi criada pelo assessor do ex-senador Delcídio do Amaral a quem o ex-ministro fez a proposta indecente para tentar impedir que Delcídio fechasse um acordo de delação.

Na ocasião, o processo do impeachment de Dilma parecia caminhar para um encerramento favorável ao governo. Mercadante não conseguiu comprar o silêncio de Delcidio e a delação feita pelo ex-senador, publicada com exclusividade por IstoÉ, permitiu a retomada do processo que a cada dia desvenda novas falcatruas protagonizadas pelo grupo que se instalou no poder a partir de 2003. “Nos últimos anos foi instalada a cleptocracia em Brasília”, diz o ministro Gilmar Mendes.