sexta-feira, 29 de julho de 2016

Médico debocha de paciente na internet: 'Não existe peleumonia'

29/07/2016 12h56 - Atualizado em 29/07/2016 17h22

Do G1 Campinas e Região

Um médico plantonista no Hospital Santa Rosa de Lima, em Serra Negra (SP), foi afastado do trabalho após ter uma foto sua publicada numa rede social com o título “Uma imagem fala mais que mil palavras”. Na foto, Guilherme Capel Pasqua mostra o receituário médico com o seguinte dizer: “Não existe peleumonia e nem raôxis”.

Médico também comentou na foto (Foto: Reprodução/internet)

Vinte minutos antes da postagem, na quarta-feira (27), o médico havia atendido o mecânico José Mauro de Oliveira Lima, 42 anos, que estudou até o segundo ano do ensino fundamental e não sabe como falar corretamente algumas palavras.

Seu enteado, o eletricista Claudemir Thomaz Maciel da Silva, de 25 anos, o acompanhava na consulta e revela que, assim que souberam o diagnóstico, o mecânico perguntou sobre o tratamento para a "peleumonia". A reação do médico não foi muito profissional, afirma Claudemir.

"Quando meu padrasto falou pneumonia e raios X de forma errada, ele deu risada. Na hora, não desconfiamos que ele iria debochar depois na internet. O que ele fez foi absurdo. O procurei e escrevi para ele na rede social que, independente dele ser doutor, não existe faculdade para formar caráter. Assim que ele viu minha postagem, apagou a foto. Ele não quis conversar com a gente", diz Claudemir.

O eletricista conta que o padrasto ainda não sabe que virou assunto na internet e teme pela reação dele. Claudemir diz que o mecânico não pôde estudar por falta de dinheiro.

"Meu padrasto não sabe falar direito porque não teve estudo. Ele vai ficar muito triste quando souber o que aconteceu, estamos evitando contar, mas ele vai acabar descobrindo. Ele trabalhava como cozinheiro aqui em Serra Negra e depois se tornou mecânico. Lembro que ele estudava, mas precisou abandonar as aulas para cuidar de mim. Tive tuberculose aos dois anos e, nessa época, ou ele estudava ou pagava meus remédios", lembra.
Funcionárias do hospital também criticaram os pacientes 
(Foto: Reprodução/internet)

Indignação
Outros parentes e amigos da família ficaram indignados com a postagem do médico e começaram a reproduzir a foto.

"Não podemos aceitar esse tipo de pessoa se julgando melhor do que outras pessoas que estão convalescente e não teve a mesma escolaridade que um cidadão que se julga melhor que outros seres humanos por causa de seu diploma, volta pra sua faculdade e aprende um pouco mais sobre Ética e cidadania (sic)", reclamou um morador.

"Os pacientes têm que ser tratados com respeito, poderia ter sido com alguém da minha família. As pessoas não têm obrigação de saber falar direito, na maioria das vezes, são pessoa humildes, com dor e não estão preocupadas se estão falando certo ou errado", disse outra pessoa.

As críticas foram ainda direcionadas a outras duas funcionárias do hospital que, assim como o médico, debocharam da forma como os pacientes costumam falar na unidade. Uma das funcionárias postou: "Tira minha pressão? Porque eu tenho tiroide". Assim como o médico, elas também foram afastadas.
No receituário do hospital, o deboche com a forma de falar de um paciente (Foto: Reprodução/internet)

Sindicância
Formado pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), o médico disse à EPTV que não teve intenção de ofender e pediu desculpas aos que falam peleumonia ou raôxis. Ele acredita que é o contexto social que define as regras do português.

Disse também que não estava trabalhando no momento e que fazia uma brincadeira entre os médicos que tem um grupo em rede social e que vai processar quem postou a foto.

O Conselho Regional de Medicina de São Paulo(Cremesp) informou que vai instaurar uma sindicância para avaliar a conduta do médico.
Ficha médica apresentada em unidade de saúde de Sumaré 
(Foto: Reprodução EPTV)

Outro caso
Em 2014, uma paciente registrou um boletim de ocorrência contra um médico plantonistado Centro Integrado de Saúde do bairro Nova Veneza, em Sumaré (SP). Thaynara de Oliveira Cruz, de 19 anos, se queixava de dores na cabeça e variações na pressão arterial, mas o médico teria afirmado no prontuário que o problema da paciente era "falta de ocupação".

Na consulta, Thaynara se surpreendeu com o atendimento do clínico geral, que não a examinou. "'Você não conhece paracetamol? Dipirona? É isso que tem que tomar. Mais nada' e eu falei 'já faz alguns dias, nada mais vai resolver?' e ele falou que não", disse a paciente na época.

A jovem diz ter se sentido ofendida e humilhada quando o médico perguntou sobre a ocupação dela. "Perguntou se eu trabalhava, eu disse que cuidava do meu filho e ele disse que era falta de ocupação o que eu tinha", afirmou. Diante disso, o profissional teria escrito o diagnóstico na ficha médica e receitado um dos medicamentos.

Após o atendimento, a jovem foi com o marido até o 1º DP da cidade registrar um boletim de ocorrência contra o profissional da saúde, onde apontou que houve ofensa e humilhação por parte do médico.

O profissional não quis comentar o ocorrido. A Prefeitura de Sumaré abriu um processo administrativo para investigar a conduta do médico.

Superdelação da Odebrecht vai liquidar Lula, Alckmin, Cabral, Pezão, Pimentel etc.

Charge do Leo Villanova (www.leovillanova.net)

Jailton de Carvalho
O Globo

Nas negociações do acordo de delação premiada, executivos da construtora Odebrecht, entre eles o ex-presidente da empresa Marcelo Odebrecht, apontaram mais de cem deputados, senadores e ministros, entre outros políticos, como beneficiários diretos de desvios de dinheiro público, ou como recebedores de outras vantagens, como repasses de verba para suas campanhas, por exemplo. Entre os citados há pelo menos dez governadores e ex-governadores, segundo informou ao Globo uma fonte ligada às investigações.

Entre os citados nas negociações preliminares estão o governadores do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB); de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB); e de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT). Não estão claras ainda as circunstâncias em que cada um dos governadores aparece no roteiro das delações. Na lista também constam vários ex-governadores, entre eles Sérgio Cabral (PMDB-RJ). As informações sobre Cabral, que já foi citado por outros delatores, entre eles Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, são consideradas consistentes pelos investigadores.

Os depoimentos dos executivos da Odebrechet estão previstos para começar hoje, segundo o blog do jornalista Lauro Jardim, do Globo. Serão 15 os depoentes.

NO PAIS INTEIRO – Os acordos de delação de Marcelo e de outros diretores da empresa são os mais temidos desde o início da Operação Lava-Jato, há dois anos. Maior empreiteira do país, a Odebrecht tem obras e contratos com a administração pública dos três Poderes, e em praticamente todos os estados do país. Só no ano passado, a empresa faturou mais de R$ 130 bilhões com negócios no Brasil e no exterior.

Depois de uma primeira etapa complicada, com avanços e recuos, os acordos de delação da Odebrecht estão avançando de forma significativa. Após acertos prévios com advogados, os procuradores estavam até agora conversando com os investigados. Nessas conversas prévias, os réus apresentam as linhas gerais das denúncias a serem feitas, conforme as bases estabelecidas nos entendimentos iniciais entre advogados e o Ministério Público Federal.

— Foi superada a fase da conversa entre procuradores e advogados. Agora, a conversa é entre procuradores e réus. Nessas conversas eles indicam o que realmente vão dizer — disse uma fonte que acompanha o caso.

ARQUIVOS DA PROPINA – As negociações avançaram tanto que ontem era dado como certa a assinatura do acordo de Marcelo e outros executivos. As tratativas evoluíram, sobretudo, depois que advogados da empresa informaram ao Ministério Público Federal que estavam conseguindo recuperar os arquivos eletrônicos do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, destinado a pagar propina a pedido de outras áreas da empresa.

As provas constantes nesses arquivos são consideradas essenciais para o desfecho das negociações. Procuradores exigiram que os investigados apresentem um quadro claro sobre os repasses de dinheiro de origem ilegal a autoridades. Para eles, não bastava aos executivos simplesmente fazerem menções a pagamentos. Era necessário que as acusações estivessem amparadas em indícios. Procuradores não queriam correr o risco de ouvir relatos importantes, concordar com benefícios penais para os réus e, depois, não terem como denunciar e punir os parlamentares, ministros e governadores acusados.

DELAÇÃO DA OAS – Com a disposição de contar mais e apressar a busca de provas, a Odebrecht saiu na frente da construtora OAS, uma de suas principais rivais. É possível que a Odebrecht feche acordo antes da OAS, mas isso não significa que esta empreiteira vá ficar sem um entendimento com o Ministério Público Federal. Está marcada para hoje uma nova rodada de negociação entre advogados da OAS e procuradores, e é possível que o caso ganhe novos desdobramentos.

Até ontem, as conversas não vinham sendo nada fáceis para Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS. Os procuradores perguntaram a Pinheiro se ele tem conhecimento de alguma irregularidade em setores do Judiciário, especialmente em decisões judiciais que implodiram a Operação Castelo de Areia, da Polícia Federal, que investiga políticos financiados por caixa dois da Camargo Corrêa. Pinheiro respondeu que não teria fatos novos a revelar sobre o assunto. O problema seria de executivos da Camargo, alvo central da Castelo de Areia, e não da OAS.

Procuradores também fizeram perguntas a Pinheiro sobre viagens internacionais e palestras do ex-presidente Lula. Queriam saber se haveria vínculos entre as viagens, as palestras e negócios fechados entre a OAS e governos dos países visitados pelo petista. Pinheiro atribuiu ao ex-presidente um papel de relações públicas, mas negou que houvesse correlação direta entre os negócios da empresa e a atuação.

SÍTIO E TRÍPLEX – O executivo teria sido questionado sobre reformas no sítio em Atibaia e num apartamento no Guarujá destinado ao ex-presidente. As respostas do executivo não seriam diferentes do que já foi divulgado até o momento pela empresa em resposta ao noticiário sobre o assunto. Pinheiro reconheceu que fez benfeitorias no sítio e no apartamento, mas não associou os serviços a vantagem obtida pela empresa no governo federal antes ou depois do governo Lula.

O ex-governador Sérgio Cabral, por intermédio de sua assessoria, “manifestou sua indignação e seu repúdio ao envolvimento de seu nome com qualquer ilicitude”. Ele afirmou que manteve com a Odebrecht apenas relações institucionais. O governador licenciado Luiz Fernando Pezão não quis comentar, por não detalhes do que está sendo citado nos acordos de delação.

O governador Geraldo Alckmin informou que todas as suas prestações de contas das campanhas foram aprovadas pela Justiça Eleitoral. “À frente do governo de São Paulo, Geraldo Alckmin sempre pautou suas ações de forma estritamente profissional na defesa do interesse público com empresários. Geraldo Alckmin não mantém e jamais manteve relações pessoais com executivos da empresa Odebrecht”.

O governador Pimentel disse, por meio de sua assessoria: “Não vamos comentar uma suposta delação que, se de fato ocorreu, está resguardada pelo sigilo judicial”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Com as superdelações da Odebrecht e da OAS, será inevitável uma renovação da política brasileira. Como diz a Bíblia,muitos são chamados, mas poucos os escolhidos… (Mateus, 22,14). (C.N.)

Polícia abre inquérito para investigar morte de irmãos em Juiz de Fora

29/07/2016 11h36 - Atualizado em 29/07/2016 11h36

Do G1 Zona da Mata

A Polícia Civil abriu inquérito para investigar o caso dos irmãos, de 16 e 19 anos, que foram assassinados no Bairro Vila Ozanan, em Juiz de Fora, nessa quinta-feira (28). As vítimas morreram abraçadas após serem baleadas na cabeça. Um adolescente de 15 anos também foi baleado, mas sobreviveu.

O delegado responsável pelo caso, José Márcio de Almeida Lopes, disse em coletiva na manhã desta sexta-feira (29), que a perícia criminal já esteve no local e que um suspeito foi identificado. "Temos um suspeito e uma possível motivação do crime. Estamos trabalhando incessantemente neste caso e acreditamos que em breve vamos apresentar o autor do crime", afirmou.

O outro adolescente envolvido foi baleado nas nádegas e encaminhado ao Hospital de Pronto Socorro (HPS). A instituição de saúde informou ao G1 na manhã desta sexta que ele está na observação, estável e orientado.

Jovem é preso suspeito de extorquir ex-namorada em Juiz de Fora

29/07/2016 13h53 - Atualizado em 29/07/2016 13h53

Do G1 Zona da Mata

Um jovem de 28 anos foi preso suspeito de extorsão, tráfico e por instigar outra pessoa ao uso indevido de droga, em Juiz de Fora, nessa quinta-feira (28). A Polícia Civil chegou até ele após a ex-namorada, de 27 anos, denunciá-lo.

De acordo com a delegada responsável pelo caso, Angêla Fallet, a jovem procurou a polícia após ser ameaçada pelo suspeito. "Ele a extorquia sobre grave ameaça de divulgar fotos íntimas dela em redes sociais em troca de R$ 2.500", explicou. 

A delegada afirmou que eles tiveram um relacionamento amoroso por cerca de oito meses e, após o término, ele começou a extorqui-la. O suspeito pedia dinheiro e a obrigava a fazer uso de drogas e a ter relações sexuais com ele. Segundo a vítima, ele ameaçava ela e os familiares de morte e ficava enviando fotos com armas e drogas. A delegada infomou ainda que a jovem já havia solicitado medida protetiva contra ele, que ainda não foi concedida pela Justiça.

Nessa quinta, ela procurou a delegacia, mostrou a conversa em um aplicativo de celular e, sob orientação dos policiais, marcou um encontro com o ex-namorado, no Bairro Alto dos Passos, a fim de entregar a quantia exigida. No encontro, a Polícia Civil foi junto e prendeu o suspeito em flagrante.

Com ele, os policiais encontraram certa quantidade de cocaína, que ele exigia que a jovem ussasse antes de ter a relação sexual. Na casa dele, que fica no Bairro Jardim Glória, a polícia encontrou mais cocaína, o aparelho celular com as fotos da vítima e R$ 650 em dinheiro. Segundo a delegada, o jovem tem passagens por tráfico de droga.

TV Brasil vence Prêmio TAL na categoria Melhor Programa Jornalístico


29/07/2016 15h24
Brasília
Da Agência Brasil

O programa Caminhos da Reportagem, da TV Brasil, venceu o Prêmio TAL na categoria Melhor Programa Jornalístico. Uma guerra sem herói, programa vencedor, mostra o problema da segurança pública no Brasil ao percorrer os locais de grandes chacinas nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Pará.

As estatuetas La doncella de barro, do Prêmio TAL, foram entregues na noite de ontem (28) em cerimônia no Teatro Solis, em Montevidéu. O Prêmio TAL é promovido pela Televisión de América Latina (rede de Televisões Públicas e Culturais da América Latina) e DOCMontevideo (que é o Encontro de Documentários de Televisões Latino-americanas realizado em julho no Uruguai). O prêmio destaca as melhores produções de TVs públicas e culturais da América Latina.

Outros dois programas brasileiros contemplados foram: A Incrível Expedição ao Mundo Selvagem, de Arthur Pereira Ferreira, de 11 anos, como Melhor Unitário de Ficção; e Crescer sem Violência, na categoria Grande Destaque. Ambas as produções do Canal Futura.

Uma guerra sem herói

Em Uma guerra sem herói, a equipe do Caminhos da Reportagem visitou os locais das chacinas que ficaram conhecidas como Mães de Maio (São Paulo, 2006), a da Baixada Fluminense (Rio de Janeiro, 2005) e de Belém (2014). Foram ouvidas as versões de testemunhas, parentes das vítimas e forças de segurança.

"O prêmio vem num momento em que eleva a autoestima da tv pública brasileira, da equipe de São Paulo e de todos os integrantes do Núcleo de Programas Especiais da TV Brasil. Acho que o programa sensibilizou os jurados porque, mesmo se tratando de um assunto que já está sendo banalizado pela grande mídia e autoridades de segurança pública, conseguimos deixar que os personagens falassem de suas dores - tanto os parentes das vítimas quanto os policiais militares, expondo ao espectador os dois lados dessa guerra sem heróis", disse Bianca Vasconcellos, diretora do programa.

Esta é a 23ª premiação recebida pelo Caminhos da Reportagem, incluindo menções honrosas. Em maio, o programa venceu o Prêmio Petrobras de Jornalismo na categoria Nacional/Cultura – Reportagem de Televisão, com a produção As canções que você fez pra mim.

Edição: Carolina Pimentel
Agência Brasil

Lula, Delcídio e mais cinco se tornam réus por tentar obstruir a Lava Jato

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29/07/2016 15h56
Brasília
André Richter - Repórter da Agência Brasil

A Justiça Federal aceitou hoje (29) denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal no Distrito Federal (MPF-DF) contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-senador Delcídio do Amaral, e mais cinco acusados pelo crime de obstrução das investigações da Operação Lava Jato.

Com a decisão, Lula e Delcídio passam à condição de réus na ação penal, além do ex-controlador do Banco BTG André Esteves, Diogo Ferreira, ex-chefe de gabinete de Delcídio; o empresário José Carlos Bumlai e o filho dele, Maurício Bumlai, e o advogado Edson Ribeiro.

Todos os envolvidos são acusados de tentar impedir o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró de assinar acordo de delação premiada com a força-tarefa de investigadores da Operação Lava Jato.

Na semana passada, o MPF reiterou a denúncia contra os acusados, que já haviam sido denunciados ao Supremo Tribunal Federal (STF), pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

No entanto, no dia 24 de junho, o ministro Teori Zavascki remeteu o processo para a Justiça Federal em Brasília, por entender que a suposta tentativa de embaraçar as investigações ocorreu na capital federal. Além disso, com a cassação do mandato de Delcídio do Amaral, nenhum dos envolvidos permaneceu com foro privilegiado na Corte.

Edição: Carolina Pimentel
Agência Brasil

Em Auschwitz, papa pede perdão por “tanta crueldade”

29/07/2016 07h43
Roma
Da Agência Ansa
Papa durante visita ao campo de concentração de Auschwitz, na Polônia
EPA/Observatório Romano/Agência Lusa/Direitos Reservados

O papa Francisco realizou hoje (29) uma das visitas mais esperadas de sua viagem à Polônia: a ida aos campos de concentração nazista de Auschwitz e Birkenau, símbolos de horror da Segunda Guerra Mundial e palco da morte de milhões de judeus.

Em espanhol, o líder católico escreveu uma mensagem no "Livro de Honra" às vítimas. "Senhor, tende piedade do teu povo! Senhor, perdoa tanta crueldade", escreveu o Pontífice, de acordo com informações do Museu Memorial de Auschwitz.

A viagem, feita em grande parte a pé pelo sucessor de Bento XVI, foi realizada em silêncio. Francisco orou sozinho por diversas vezes e parou por alguns minutos perante ao Bloco 11 de Auschwitz, considerado o "Bloco da Morte" dos judeus presos pelos nazistas. No local, há também a cela do mártir franciscano Maximiliano Kolbe, que trocou sua vida para que os militares de Adolf Hitler poupassem uma família de judeus.

O Papa ainda encontrou um grupo de sobreviventes do Holocausto, em momento repleto de emoção, com troca de abraços e de algumas palavras. Um dos sobreviventes deu de presente para Jorge Mario Bergoglio uma pequena vela, que o argentino acendeu em frente ao chamado "muro do fuzilamento".

Assim que terminou a visita em Auschwitz, o papa foi ao campo de Birkenau, onde voltou a rezar em silêncio diante das lápides que lembram as vítimas do Holocausto de todas as nações.

Após a visita ao local, Bergoglio voltou para Cracóvia onde fará uma visita a um hospital pediátrico e depois celebrará a procissão da Via Crucis com os jovens da Jornada Mundial da Juventude. Francisco é o terceiro líder da Igreja Católica a visitar o local. Antes dele, o papa João Paulo II e Bento XVI fizeram viagens ao país como líderes da entidade.
http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2016-07/em-auschwitz-papa-pede-perdao-por-tanta-crueldade

Empresa rompe contrato e Força Nacional fará revistas nas arenas da Rio 2016

29/07/2016 13h57
Rio de Janeiro
Isabela Vieira – Repórter da Agência Brasil


A Força Nacional de Segurança assumirá mais uma responsabilidade durante os Jogos Olímpicos Rio 2016.

O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, informou que policiais que integram a Força Nacional assumirão também a revista nas entradas dos locais de competição e na Vila Olímpica.

A empresa Artel Recursos Humanos, contratada para prestar o serviço, desistiu do contrato, alegando estar sem dinheiro para convocar pessoal. Mais de 3 mil agentes privados eram necessários para o serviço.

Segundo o ministro, por abandonar o contrato com o governo, a companhia será multada. "Esse abandono contratual pela empresa, que será multada e responsabilizada, por essa, não só, incompetência, mas por essa irresponsabilidade, de cadastrar 3 mil pessoas, fizemos toda a verificação dos servidores e, na hora de chamá-las, chamou só 500 alegando dificuldade financeira", disse o ministro.

As revistas pessoais e o monitoramento de aparelhos de raio X serão feitos agora por policiais militares, entre eles, aposentados nos últimos cinco anos, que já estavam cadastrados. Uma medida provisória foi editada há três semanas convocando os agentes aposentados.

A expectativa é que os serviços sejam até mais bem executados, segundo o ministro.
"Os Jogos Olímpicos não sofrerão nenhum prejuízo porque será uma substituição melhor, por policiais militares que se incorporarão à Força Nacional e realizarão, em conjunto, 100% da segurança dos locais olímpicos", acrescentou.

Moraes recebeu, na Base Aérea do Galeão, cerca de 250 policiais militares que chegaram de São Paulo para compor a Força Nacional. Ao todo, eles somarão 1 mil pessoas.

O ministro também sugeriu ao Comitê Olímpico, para as próximas competições, rever a necessidade de contratação de uma empresa privada para segurança das arenas.

Moraes lembrou que, no início, a Força Nacional faria apenas a segurança em áreas externas. Depois, recebeu a atribuição de atuar dentro das areas olímpicas, fazendo a segurança interna. Agora, assume as revistas.

Em Londres, na última Olimpíada, o ministro comentou que ocorreu a mesma falha. Naquela ocasião, o problema nas contratações foi detectada com 30 dias de antecedência, quando forças militares inglesas também acabaram assumindo a função, de emergência.

"Isso é algo importante para que o COI passe a analisar, assim como a terceira empresa (aprovada em licitação) que ofereceu um valor de R$ 74 milhões, não conseguiu cumprir esse requisito em Londres. Então, é a segunda vez que este requisito estabelecido pelo COI não é cumprido. Talvez, seja melhor repensar". O valor do contrato com a Artel era de R$ 17,3 milhões.

Sobre as condições financeiras da Artel, o Ministério da Justiça frisou que não havia irregularidade no momento da assinatura do contrato.

A empresa era a segunda na ordem de aprovados em licitação. A terceira colocada, que foi a mesma de Londres, propôs um contrato de emergência de R$ 70 milhões, que foi recusado.

Edição: Carolina Pimentel
Agência Brasil

quinta-feira, 28 de julho de 2016

Lula recorre à ONU e diz ser perseguido pelo juiz Sérgio Moro

28/07/2016 17h28
Brasília
Luciano Nascimento - Repórter da Agência Brasil

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou hoje (28) uma petição ao Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) afirmando ser vítima de violação de direitos humanos em razão das ações da Operação Lava Jato.

Segundo a petição, Lula se diz perseguido pelo juiz Sergio Moro, responsável pela operação na primeira instância, a quem acusa de abuso de poder.

Para a defesa de Lula, a petição é uma resposta aos atos do juiz Sérgio Moro - Arquivo/Fernando Frazão/Agência Brasil

A defesa de Lula reclamou o que considera “atos ilegais” praticados por Moro, entre eles a gravação e divulgação de conversas privadas dele com advogados e também com a presidenta afastada Dilma Rouseff, além da condução coercitiva para um depoimento no dia 4 de março.

A peça foi protocolada na sede do Comitê, em Genebra, na Suíça. Segundo a defesa, o documento é uma resposta aos atos de Moro, que “não podem ser satisfatoriamente corrigidos na legislação brasileira".

Conforme a petição, Lula pode sofrer violações de direitos humanos e abuso de poder por parte de Moro e dos procuradores da força-tarefa da Lava Jato. Entre as possíveis violações, o documento lista “invasão de privacidade, prisão arbitrária, detenção antes do julgamento, presunção de culpa e incapacidade de afastar um juiz tendencioso”.

No documento, a defesa informou que Lula sempre se submeteu voluntariamente a pedidos de interrogatórios da polícia ou do Ministério Público e que não procura o Comitê Internacional com a pretensão de estar acima da Lei.

"Como um ex-presidente, ele não exerce qualquer função ou detém qualquer privilégio, e sempre auxiliou a polícia e os procuradores quando chamado a prestar esclarecimentos em inquéritos policiais ou outros procedimentos investigatórios", acrescentou o documento.

Parcialidade

Além da declaração de que os atos de Moro foram ilegais, os advogados também pedem a declaração de parcialidade do magistrado e que investigação seja conduzida por um “juiz imparcial”.

“Lula busca uma decisão nesse sentido pelo comitê, na esperança e expectativa de que seus pontos de vista sobre essas queixas não só irão fornecer alguma compensação pela violação de seus direitos, mas vão ajudar os futuros governos na elaboração de leis e procedimentos que possam aprimorar o combate à corrupção, enquanto protegem os direitos básicos dos suspeitos”, destacou a peça.

Na petição, a defesa informou que, em razão da conduta adotada por Moro, Lula teve violado seu direito de presunção de inocência, estando ainda suscetível a ser detido e preso a qualquer momento.

Na petição, a defesa informou que, em razão da conduta de Moro, Lula teve violado o direito da presunção de inocência
Arquivo/Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

“Esse juiz é conhecido por manter suspeitos da Operação Lava Jato presos por tempo indeterminado, em detenção, até que eles façam delação premiada. Eles não têm direito a habeas corpus ou acesso a um tribunal que decida pela sua soltura, a não ser um ‘tribunal’ composto pelo próprio juiz Moro. Embora o reclamante ainda não tenha sido preso, na qualidade de suspeito declarado ele está vulnerável.”

O documento citou as investigações em torno da suposta propriedade de Lula de um sítio em Atibaia, no interior de São Paulo, e de um apartamento em Guarujá, no litoral paulista.

O ex-presidente nega as acusações e disse que apoia as investigações desde que sejam feitas de “maneira justa e transparente”.

“Ele [Lula] tem, repetida e enfaticamente, negado que tenha conhecimento, tampouco que tenha aprovado tais crimes ou recebido qualquer dinheiro ou favores como "propina" por ações ou decisões que ele tenha tomado quando presidente do Brasil, ou em qualquer outro momento”, concluiu a petição.

Edição: Armando Cardoso
Agência Brasil

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Digo: A música diz tudo.

Cidades mineiras que recebem atletas olímpicos têm esquema especial de segurança

QUI 28 JULHO 2016 11:35 ATUALIZADO EM QUI 28 JULHO 2016 11:12

As ações mobilizam forças de segurança pública e defesa civil de mais de 40 órgãos entre federais, estaduais e municipais

Carlos Alberto/Imprensa MG
O CICC Móvel é uma carreta com alta tecnologia embarcada e vai ajudar nos trabalhos de segurança

Com o início dos Jogos Olímpicos Rio 2016 na próxima semana e a chegada de novas delegações de atletas para treinar e fazer aclimatação em Minas Gerais, o esquema de segurança foi reforçado não só em Belo Horizonte, mas também nas cidades sede de treinamentos no interior, como Juiz de Fora e Viçosa, na Zona da Mata, e Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Passarão por Minas Gerais aproximadamente 2 mil atletas estrangeiros de mais de 25 países.

As ações, planejadas pelo Núcleo Articulação Minas 2016 e pela Comissão Extraordinária de Grandes Eventos de Minas Gerais (Coesge-MG), mobilizam forças de segurança pública e defesa civil de mais de 40 órgãos entre federais, estaduais e municipais.

Segundo o capitão Flávio Jackson Santiago, chefe da Sala de Imprensa da Polícia Militar de Minas Gerais, o efetivo total da corporação, cerca de 40 mil homens, está mobilizado para a manutenção do policiamento ordinário, em todo estado, e no reforço das operações relacionadas aos jogos da Rio 2016.

“Neste momento estamos empenhados nos traslados e escolta das delegações e também reforçando a segurança da comunidade”, destaca o capitão Santiago.

O militar enfatiza que toda a corporação tem passado por treinamento e alinhamento de estratégia para a manutenção da ordem pública neste período, inclusive com a formação do Batalhão Olímpico.

“Está tudo dentro do planejado e é um trabalho integrado com outras instituições de segurança pública tanto em nível operacional quanto de inteligência”, ressalta.

Cidades sede de treinamentos
A segurança em Juiz de Fora foi intensificada desde a semana passada com a chegada dos primeiros atletas. São esperadas na cidade um total de 9 delegações.

Já Uberlândia, que conta com a presença de cinco delegações - cerca 200 atletas olímpicos e paralímpicos - mantém o sistema especial de segurança desde o mês de junho.

Para garantir a tranquilidade dos atletas e da população, os dois municípios realizam ações integradas com Exército, Policias Federal e Rodoviária, Policias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e outras instituições.

Em Juiz de Fora, as atividades da Polícia Militar estão sendo coordenadas pela 4ª Companhia de Missões Especiais, com foco no apoio às delegações e atividades de policiamento nos locais de hospedagem, centros de treinamento e escolta de atletas nos eventos oficiais.

O comandante Neir Adriano de Souza ressalta que, além do policiamento de rotina, também foi reforçada a segurança nos espaços de turismo da cidade. Nas operações especiais da Rio 2016, o efetivo da PM de Juiz de Fora recebe o apoio da 13ª Companhia de Missões Especiais de Barbacena.

Já o 9º Batalhão de Missões Especiais de Uberlândia ganhou reforço da unidade de Uberaba e, Viçosa, do Comando da PM de Ubá.

“Estamos desenvolvendo operações para segurança das delegações e trabalhando no monitoramento e troca de informações com os serviços de inteligência em Belo Horizonte, Brasília e Rio e Janeiro” afirma o major Julio Cesar Serizze Serazo, assessor de Comunicação Organizacional da 9ª Região de Polícia Militar.

De acordo com o major Julio Cesar, as operações especiais de segurança foram planejadas para serem executadas durante a presença dos atletas olímpicos e devem continuar até outubro para atender as demais delegações das Paralimpíadas.

Equipes táticas
Além das atividades prévias desenvolvidas para Rio 2016, há mais de um ano, com vistorias dos centros de treinamento, hotéis e outros estabelecimentos, o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) também está preparado para atuar durante as competições. Nas cidades do interior que estão recebendo delegações olímpicas estão mobilizados cerca de 200 homens.

Segundo o coronel Robespierre de Oliveira, assessor Extraordinário para os Jogos Olímpicos, equipes táticas estão prontas para atuar em qualquer ocorrência, inclusive naquelas envolvendo produtos químicos, radiológicos, biológicos e nucleares (QBRN).

“Todo o aparado do Corpo de Bombeiros tem sido treinado e aprimorado desde a Copa das Confederações, em 2013, depois na Copa do Mundo, em 2014. Agora, para a Olimpíada, intensificamos esse treinamento” afirma o coronel Robespierre.

Centro Integrado de Comando e Controle Móvel
Assim como Belo Horizonte, a segurança em Juiz de Fora e Uberlândia vai contar com unidades do Centro Integrado de Comando e Controle Móvel (CICC Móvel) para auxiliar na tomada de decisões rápidas de forma integrada e aumentar o monitoramento de pontos críticos com câmeras de grande alcance.

O CICC Móvel é uma carreta com alta tecnologia embarcada. Nas unidades trabalham de forma conjunta profissionais de diversas instituições, como Polícia Civil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Guarda Municipal, representantes da Defesa Civil, das secretarias estadual e municipal de saúde e outros parceiros.

O Centro Integrado de Comando e Controle Móvel funcionará como base de captação de imagens. O veículo tem dez câmeras acopladas – duas delas em grandes hastes que permitirão o monitoramento de um raio de até 3.000 metros quadrados.

Essas imagens serão acompanhadas pelos profissionais que estiverem na carreta e enviadas para o Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICCR), que fica na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte.

Além de ser um posto de comando local e ampliar a capacidade de monitoramento eletrônico do sistema de Defesa Social, o veículo marcará a ostensividade policial – fator determinante em grandes aglomerações.

Delegações em Minas Gerais
Fora as delegações que disputarão 10 partidas do Torneio Olímpico de Futebol Rio 2016 no Mineirão, em Belo Horizonte, Minas Gerais vai receber ao todo 18 países para treino e aclimatação.

Algumas delegações já chegaram e outras já treinam em Minas Gerais desde o ano passado, como as do Reino Unido e Irlanda. As delegações dos 18 países estão distribuídas em cinco cidades: Belo Horizonte, Lagoa Santa, Uberlândia, Juiz de Fora e Viçosa.

Agência Minas