segunda-feira, 13 de junho de 2016

Deputado estadual Durval Ângelo é réu por falsidade ideológica

Amália Goulart - Hoje em Dia
13/06/2013 - 07h07 - Atualizado 18h09
Ricardo Bastos/Hoje em Dia


Durval recorreu ao TSE para tentar impedir o Tribunal Regional Eleitoral de prosseguir com o caso

Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, o deputado estadual Durval Ângelo (PT) virou réu, perante o Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE), após ser indiciado pela Polícia Federal e denunciado pelo Ministério Público mineiro. Ele é acusado de falsidade ideológica para fins eleitorais.

O TRE ainda expediu ofício ao Grupo de Repressão a Crimes Financeiros, da Polícia Federal, para que o investigue por lavagem de dinheiro. E também encaminhou o processo à Comissão de Ética da Assembleia Legislativa, que pode abrir procedimento para a cassação.

Inferno astral

O inferno astral de Durval teve início no fim de 2012, quando o MP ofereceu a denúncia. O crime imputado ao deputado, que se apresenta como defensor dos direitos dos mais pobres, se originou na acusação de caixa 2. Relatório da Polícia Federal, a que o Hoje em Dia teve acesso, acusa Durval de ter recebido R$ 899,5 mil do deputado federal cassado Juvenil Alves e não tê-los declarado nas contas de campanha das eleições de 2006. Pela suposta fraude na documentação, foi instaurada uma ação penal. Se condenado, o parlamentar pode pegar de 1 a 5 anos de prisão.

Os desdobramentos podem ser ainda piores dada a investigação sobre a possível lavagem de dinheiro e a aventada perda do mandato. Para sustentar a acusação, a PF utilizou dados da Receita Federal, da operação “Castelhana”, e depoimentos de funcionários de Durval e do próprio Juvenil. Este admite que repassou dinheiro ao parlamentar, que não o declarou.

Do total de valores repassados e não declarados pelo petista, R$ 580,7 mil teriam sido depositados na conta bancária de Maria Aparecida de Jesus, chefe de gabinete de Durval, conhecida como Cida. Na prestação de contas entregue à Justiça Eleitoral, Durval sustenta ter gasto apenas R$ 180 mil.

O deputado entrou com recurso no TRE pedindo o não recebimento da denúncia. No entanto, o pedido foi negado pelo relator e, posteriormente, pelo presidente da Corte. Com as derrotas, o petista recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral. O recurso ainda não foi julgado pela ministra Luciana Lossio.

http://hojeemdia.com.br

MST radicaliza, invadindo fábrica de celulose e vários órgãos públicos na Bahia

Posted on junho 13, 2016 by Tribuna da Internet
Fábrica da Suzano na Bahia foi invadida de madrugada

João Pedro Pitombo
Folha

Um grupo de 1.400 integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) invadiram na madrugada desta segunda-feira (13) a fábrica da Suzano Papel e Celulose no município de Mucuri, extremo sul da Bahia. Com a ocupação, as atividades da indústria –uma das maiores de celulose do país– foram interrompidas por tempo indeterminado, informa o MST. A empresa, porém, afirma que a planta funciona normalmente.

Além de questionar o modelo de produção do agronegócio e defender a reforma agrária, a manifestação também tem como alvo o governo do presidente interino Michel Temer (PMDB), chamado de “ilegítimo e golpista”.

“Não aceitamos as ações deste governo ilegítimo e golpista que se configuram num ataque às conquistas sociais da classe trabalhadora”, disse Paulo César de Souza, membro da direção nacional do MST.

MINISTÉRIO – Os sem-terra ainda criticam a extinção, pelo presidente interino, do Ministério do Desenvolvimento Agrário.

A manifestação faz parte da Jornada Nacional de Lutas do MST. Na Bahia, também estão ocupadas as oito sedes regionais do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e três da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba).

A ocupação da Suzano acontece semanas depois de a empresa assinar com o governo da Bahia um protocolo de intenções para ampliação da fábrica, num investimento de R$ 700 milhões.

O projeto inclui a ampliação e modernização de setores já existentes e a implantação de uma nova linha de produção para papel tipo tissue, usado na produção do papel higiênico.

IMPACTOS AMBIENTAIS – Segundo Souza, do MST, a ampliação da fábrica vai agravar os impactos ambientais e sociais da cultura do eucalipto na região: “Será um ataque ao meio ambiente”, diz.

Em nota, a Suzano Papel e Celulose informou que a ocupação está restrita a área externa da fábrica, restringindo parcialmente o acesso e a circulação de veículos e de pessoas.

“A fábrica está operando normalmente e a empresa já está tomando todas as medidas jurídicas necessárias”.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – É claro que a produção teve de ser interrompida. A fábrica está completamente cercada, com se vê na foto, publicada pelo site SulBahia News. (C.N.)

História de superação – Alunos do Cesu lançam livro na próxima terça-feira

JUIZ DE FORA - 10/6/2016 - 16:39
Notícias de: SE

                     Foto:Divulgação SE

Relembrar a trajetória de vida nem sempre é uma tarefa fácil. Para muitos, trata-se de resgatar, na memória, situações de alegria, mas também, por muitas vezes, lembranças tristes, mas que nos fizeram chegar até o momento presente. O livro “Caminhos que se encontram: Memórias e Histórias de alunos da EJA”, que será lançado na noite dessa quarta-feira, 14, traz relatos de experiências de vida dos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA), do Centro de Estudos Supletivos (Cesu) Custódio Furtado de Souza, no Bairro Teixeiras.

Coordenado pela professora de Língua Portuguesa, Joseli Rezende Thomaz, e idealizado pelo vice-diretor do Cesu, Sérgio Cândido de Oscar, o projeto foi pensado para fazer com que os alunos contassem sua história de vida, trabalhando, em sala de aula, as normas da língua portuguesa. O trabalho acabou se transformando em livro, e questões como “o que levou os alunos a deixar a escola?” ou “por que retomaram os estudos?” estavam entre as indagações que nortearam o projeto. Era preciso buscar entender como o professor poderia ajudar neste processo.

No começo, Joseli lembra que foi difícil fazer com que os alunos comprassem a ideia e começassem a relatar suas trajetórias de vida, desde memórias de infância até o retorno aos bancos escolares. Depois de cerca de três meses tentando que isso acontecesse, a professora teve a ideia de, então, começar por ela mesma. “No início, eu não conseguia ter acesso aos assuntos mais profundos desses alunos, então resolvi começar por mim e levei minha própria história de vida para dentro das salas de aula”, relata. A partir daí, os alunos começaram a se envolver no projeto, levando suas histórias para serem compartilhadas.

“Foi um trabalho muito bacana. Conseguimos desenvolver a escrita dos alunos e motivá-los a querer escrever mais. Muitos têm um avesso muito grande à escrita. Tivemos a oportunidade de dar voz a esses alunos”, ressalta a professora.

Caminhos que se encontram: um pouco das histórias
Wânia Rocha Procópio, 32, é uma das autoras do livro, com a história intitulada “Vencendo obstáculos: fases de minha vida”. Estudando há três anos no Cesu, a aluna havia interrompido os estudos na quinta série. Agora, prestes a concluir o ensino médio, ela comemora o lançamento do livro: “A única experiência que tive de escrever histórias foi quando escrevia meu diário, ainda adolescente. Hoje, acredito que meus conhecimentos de português aumentaram e estou ainda mais interessada em ler, algo de que sempre gostei”, conta Wânia.

Jonas Moreira, 34, não esconde a felicidade de ter dado este importante passo, que foi poder ajudar a escrever um livro com a sua própria história. Aluno que havia terminado o ensino fundamental no Cesu há alguns anos, foi para o Rio de Janeiro e voltou para Juiz de Fora, reingressando nos estudos ano passado. Agora, Jonas, que é serralheiro, também vai concluir o ensino médio e pretende prestar concursos públicos e fazer uma faculdade de Educação Física. “Para mim, ter escrito sobre minha vida foi uma surpresa para mim mesmo, considero uma superação. Foi uma experiência marcante na minha vida e eu não imaginava que eu conseguiria. Estou muito feliz”.

Kátia Maximiano Teixeira, 26, confessa que não vê a hora para o lançamento da publicação: “Não vi o livro ainda, estou muito ansiosa”, destaca. A aluna, que está terminando o ensino médio, admite que ter escrito a história e ter se dedicado a fazer bem-feito foram fatores determinantes em seu melhor desenvolvimento nos estudos de português. “Minha escrita melhorou muito e hoje tenho muito mais facilidade para fazer redação”, exemplifica. Kátia havia parado de estudar na sétima série e, agora, vai fazer curso técnico de enfermagem.

O lançamento do livro será na próxima terça-feira, às 19h30, no Cesu: Rua Comendador Pantaleone Arcuri, 314, Bairro Teixeiras.

* Informações com a Assessoria de Comunicação da SE pelo telefone 3690-8497.
Portal PJF

domingo, 12 de junho de 2016

Homem é morto a facadas em Juiz de Fora

12/06/2016 09h38 - Atualizado em 12/06/2016 09h38

Graziela Oliveira
Do G1 da Zona da Mata
Um homem, que ainda não teve a idade confirmada, foi morto a facadas na manhã deste domingo (12), no Bairro Santos Anjos, em Juiz de Fora. Segundo as primeiras informações da Polícia Militar (PM), um taxista voltava do trabalho quando, ao chegar em casa, encontrou a mulher no quarto com a vítima.

Ainda de acordo com a PM, o taxista deu seis facadas no homem e fugiu O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência compareceu à residência para fazer o atendimento, mas a vítima não resistiu aos ferimentos e morreu no local. A perícia foi acionada para fazer os trabalhos de praxe e remover o corpo.

A Polícia Militar faz rastreamento na região para encontrar o autor que também não teve a idade divulgada.

Atirador mata cerca de 20 pessoas e fere mais de 40 em boate gay de Orlando

12/06/2016 09h12
Brasília
Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil

O atirador foi morto pela polícia
Divulgação/Polícia de Orlando

A polícia de Orlando, nos Estados Unidos, informou que aproximadamente 20 pessoas foram mortas e pelo menos 42 ficaram feridas por um atirador na boate Pulse no início da madrugada de hoje (12). O homem ainda fez reféns, mas foi morto durante uma troca de tiros com a polícia. A boate é voltada para o público LGBT.

Um policial chegou a ser atingido no capacete, segundo informações divulgadas no Twitter da polícia de Orlando. Os feridos foram levados para os hospitais da cidade.

Em dois dias, este é já o segundo caso de tiroteio em Orlando. Na sexta-feira, 10, um homem matou a tiros a cantora Cristina Grimmie após um show.

Edição: Juliana Andrade
agenciabrasil.ebc.com.br

Ex-prefeito de Juiz de Fora é preso após condenação no STJ

Ele foi detido após cumprimento de ordem judicial e levado para a penitenciária Ariosvaldo Campos Pires

PUBLICADO EM 11/06/16 - 14h11

DA REDAÇÃO

Foi preso na manhã deste sábado (11), em Juiz de Fora, o ex-prefeito da cidade da Zona da Mata, Carlos Alberto Bejani. Ele foi detido após cumprimento de ordem judicial e levado para a penitenciária Ariosvaldo Campos Pires. A prisão de Bejani foi autorizada após decisão do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Joel Ilan Paciornik. 

Na última quarta-feira, o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), já havia negado seguimento (julgou inviável) ao Habeas Corpus, em que a defesa do ex-prefeito questionava decisão que determinou a execução provisória da pena a ele imposta. Bejani foi condenado pela Justiça estadual à pena de 7 anos e 9 meses de reclusão, em regime inicial fechado, pela prática do crime de corrupção passiva.

O habeas corpus questionou decisão de relator de recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ) que, ao acolher pedido do Ministério Público Federal (MPF), determinou a remessa de cópia dos autos ao juízo de primeira instância, a fim de que proceda à execução provisória da pena. O requerimento do MPF teve como base o entendimento do Plenário do Supremo firmado no HC 126292. No julgamento, ocorrido em 17 de fevereiro último, a Corte entendeu, por maioria, que a pena pode ser cumprida após confirmação da sentença em segunda instância. No caso dos autos, a condenação do ex-prefeito foi mantida no julgamento de apelação pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais.

A defesa sustentava que a execução provisória da pena a partir da segunda instância poderia incorrer em reformatio in pejus, uma vez que ficou assegurado na sentença o direito de seu cliente recorrer em liberdade, não tenho o MP recorrido desta parte da decisão.

Defesa

De acordo com o advogado Marcelo Leonardo, representante da defesa de Bejani, o processo ainda não está concluído e há recursos pendentes. "O prefeito foi preso em decorrência de uma ordem do ministro relator do STJ. Contra a decisão do ministro, fizemos um agravo regimental que está pendente de julgamento na 5ª turma do STJ. Paralelamente a isso, o processo dele ainda não terminou. Há recursos pendentes. A decisão é provisória. A nova orientação do STF, de fevereiro, ordenou o inicio da execução. Apesar disso, ele poderia ter aguardado o julgamento em liberdade. Por isso fizemos o agravo", diz o jurista, afirmando, ainda, que não há previsão para a saída de Bejani da penitenciária. 

Histórico

No ano passado, Bejani já havia sido condenado em segunda instância pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) a sete anos e nove meses de prisão por corrupção passiva. O processo envolvendo o ex-chefe do executivo municipal se iniciou há 19 anos. Ele foi julgado por corrupção.

De acordo com o processo, durante seu primeiro mandato como prefeito (1989 – 1993), Bejani teria beneficiado a Construtora Paquiá Ltda por meio de licitações que somaram, na época, Cr$ 30 milhões, cerca de R$ 361 mil em valores atualizados.

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) apurou que Bejani vendeu um terreno seu por Cr$ 1 milhão (R$ 12 mil) para o proprietário da Paquiá, José Manoel Raposo. A quantia era 80% inferior ao valor venal do imóvel. Depois de ter recebido o dinheiro da venda, Bejani ainda teve depositado Cr$ 1,1 milhão (R$ 13,2 mil) em sua conta pela mesma empresa. Em seguida, a construtora ganhou várias licitações promovidas pela prefeitura de Juiz de Fora.

O acórdão do processo mostra que o Ministério Público denunciou três obras irregulares executadas pela Paquiá. A primeira é referente à execução de serviços de captação de águas que custou Cr$ 2,5 milhões (R$ 30 mil). As outras duas obras foram contratadas para a construção das escolas municipais Santa Cecília e São Geraldo a um custo de Cr$ 17,7 milhões (R$ 205 mil) e mais Cr$ 10,5 milhões (R$126,5 mil) por meio de aditivo contratual.

Em justificativa publicada no processo, a defesa alegou que o ex-prefeito vendeu o terreno mais barato por passar dificuldades financeiras. “O denunciado esclarece que passava por dificuldades financeiras na ocasião e o Sr. José Manoel Raposo era seu companheiro e por quem nutria uma perfeita amizade. Portanto, aceitou um empréstimo pelo mesmo à sua pessoa, que foi pago parceladamente.”

http://www.otempo.com.br/capa/politica/ex-prefeito-de-juiz-de-fora-preso-apos-condenação no -stj-1.1317724

Servidores do Rio receberão a partir de terça salários de maio em parcelas



11/06/2016 14h50
Rio de Janeiro
Cristina Indio do Brasil – Repórter da Agência Brasil

Os salários de maio dos servidores da ativa, dos aposentados e de pensionistas do estado do Rio de Janeiro serão pagos em parcelas.

De acordo com nota divulgada pelo governo estadual, o motivo é o agravamento da crise financeira no Rio de Janeiro. A primeira parcela será paga terça-feira (14), décimo dia útil deste mês. De acordo com o comunicado, o Executivo espera quitar o restante no fim do mês e deve anunciar a data na próxima semana.

O parcelamento não inclui os servidores ativos da Secretaria de Estado de Educação, que também receberão os salários no dia 14, mas de forma integral. A explicação é que os salários deles serão pagos com recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), que, de acordo com o governo estadual, só podem ser destinados aos servidores da ativa.

Para definir a parcela que será paga aos servidores ativos, inativos e pensionistas, o governo do Rio definiu que o cálculo seguirá a regra de R$ 1 mil + 50% da diferença entre o valor líquido do vencimento e a parcela de R$ 1 mil. Como exemplo, mostrou o caso de um servidor com vencimento líquido de R$ 4 mil: receberá R$ 1 mil + R$ 1,5 mil, ou seja, valor referente a 50% da diferença (R$ 3 mil) entre o valor líquido do vencimento e a parcela de R$ 1 mil.

O governo informou ainda que, com o pagamento, desembolsará R$ 1,1 bilhão, o que corresponde a 70% da folha salarial de maio (R$ 1.568 bilhão).

Edição: Nádia Franco
Agência Brasil

sábado, 11 de junho de 2016

O poeta Waly Salomão vendo a vida copiar a arte


O advogado, compositor e poeta baiano Waly Dias Salomão (1943-2003), uma das figuras mais fecundas e heterogêneas da vanguarda brasileira, explica em forma de poema por que “A Vida é Cópia da Arte”.

A VIDA É CÓPIA DA ARTE
Waly Salomão

Areia
Pedra
Ancinho
Jardins de Kioto

Alucinado pelo destemor
De morrer antes
De ver diagramado este poema
Ou eu trago Horácio pra cá
Pra Macaé-de-Cima
Ou é imperativo traí-lo
E ao preceito latino de coisa alguma admirar

Sapo
Vaga-lume
Urutau
Estrela

Nestes ermos cravar as tendas de Omar
Ler poesia como se mirasse uma flor de lótus
Em botão
Entreabrindo-se
Aberta

Anacreonte
Fragmentos de Safo
Hinos de Hörderlin
Odes de Reis
El jardín de senderos que se bifurcan
Jardim de Epicuro
Éden
Agulhas imantadas & frutas frescas para a vida diária

(Colaboração enviada por Paulo Peres – site Poemas & Canções)

Por que o procurador Janot pede a prisão de alguns políticos e de outros não?


O fato é que Janot dedica tratamento preferencial ao PMDB

Sérgio Pardellas
IstoÉ

Ao pedir a prisão por obstrução de Justiça de Renan Calheiros, Romero Jucá, José Sarney e Eduardo Cunha, todos do PMDB, e poupar pelo mesmo crime Dilma Rousseff, Lula, José Eduardo Cardozo e Aloizio Mercadante, do PT, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, chefe do Ministério Público, um órgão auxiliar da Justiça, mandou às favas o princípio da isonomia o qual deveria perseguir cegamente. Na régua elástica do procurador-geral, os rigores da lei válidos para os peemedebistas contrastam com a condescendência dispensada no tratamento a políticos do PT.

Estrelados integrantes do petismo, entre os quais a própria mandatária afastada do País, Lula e dois ex-ministros de Estado, Aloizio Mercadante e José Eduardo Cardozo, foram flagrados em áudios incontestáveis em inequívocas maquinações contra a Justiça e as investigações da Lava Jato. A despeito da ululante constatação, não são do PT e sim do PMDB os políticos mais encrencados até agora por Janot.

GRAVAÇÕES – O despacho do procurador-geral pela prisão do trio do PMDB e de Cunha, pronto havia 15 dias, veio à baila na última semana trazendo em seu bojo o mesmo objeto capaz de implicar os petistas: a tentativa de criar embaraços à Lava Jato. Renan, Jucá e o senador aposentado, José Sarney, em gravações feitas por Sérgio Machado, discutem maneiras de enfileirar pedras no meio do caminho das investigações.

Constituem-se ali meras intenções. Graves, decerto. Os três são habituês em escândalos e, comprovado o cometimento de crimes, são merecedores da punição adequada. Até de prisão, se assim prever a lei. Mas em nenhum momento das gravações há a menção a qualquer iniciativa que tenha obstruído de fato as investigações. O que se conhece, até o momento, ao menos no quesito obstrução de Justiça, não justifica mandá-los para trás das grades.

TRATAMENTOS DESIGUAIS – É inquestionável: os tratamentos, até agora, foram desiguais. Enquanto que de um lado há elucubrações sobre como criar empecilhos ao trabalho da força-tarefa de procuradores e policiais federais, do outro há ações concretas para liquidar a Lava Jato.

“A grande maioria da população não entende porque o caso das gravações de Sérgio Machado teve andamento tão rápido, enquanto áudios de Lula e Dilma, que comprovadamente mostram ação de obstrução de Justiça, permanecem na gaveta. Janot tem de explicar”, cobrou o ex-deputado Roberto Jefferson.

Obstruir a atuação da Justiça é crime tipificado no inciso 5 do Artigo 6º da Lei 1.079, que define os crimes de responsabilidade passíveis de perda de mandato.

DILMA E LULA – Dilma foi apanhada em interceptação telefônica, autorizada pelo juiz Sérgio Moro, numa conversa com o ex-presidente Lula para combinar os detalhes de sua nomeação para a Casa Civil. No diálogo, Dilma disse a Lula que enviaria a ele por intermédio de um emissário um “termo de posse” para ser utilizado “em caso de necessidade”.

A presidente começava a atuar ali para impedir que o destino de Lula ficasse nas mãos do juiz Sérgio Moro. A intenção de impedir a livre atuação do Judiciário já estava caracterizada. Na sequência, o que se encontrava no plano das ideias foi consumado.

O documento não apenas foi entregue por ela a Jorge Messias, como numa iniciativa nunca antes adotada na história republicana, a Presidência fez circular uma edição extra do Diário Oficial para dar publicidade legal ao ato de nomeação no mesmo dia em que foi assinado pela presidente.

ATO DE IMORALIDADE – Para Miguel Reale Jr., um dos juristas signatários do pedido de impeachment de Dilma, o episódio representou uma afronta aos princípios republicanos: “É um ato de imoralidade administrativa e política”, afirmou. Antes, a presidente afastada já havia tramado, com a contribuição do então ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, nomear Marcelo Navarro como ministro do STJ em troca da soltura do empreiteiro Marcelo Odebrecht.

A nomeação também se concretizou e, conforme o combinado, Navarro, ao relatar o habeas corpus do empresário, votou por sua liberdade. Como se sabe, Odebrecht só não foi solto naquela ocasião porque Navarro foi voto vencido no tribunal.

Lula, por sua vez, no mesmo lote de gravações, foi apanhado numa série de investidas para barrar as investigações da Lava Jato.

COMPRAR CERVERÓ – Antes, Lula já havia acertado com Delcídio do Amaral, ex-líder do governo Dilma, o pagamento a Nestor Cerveró, por intermédio do filho do pecuarista José Carlos Bumlai, num esforço descomunal para evitar a qualquer custo a delação do ex-diretor da Petrobras. Hoje se sabe o porquê.

Já Aloizio Mercadante, ex-ministro da Educação, foi gravado numa ação semelhante: a tentativa de compra do silêncio de Delcídio, cuja delação, se saberia a posteriori, enredaria Lula e Dilma.

Até agora, contra Dilma há um pedido de investigação, subscrito por Janot e ainda não julgado pelo STF. Lula, por sua vez, experimenta uma espécie de limbo jurídico. Na sexta-feira 10, será completado um mês que os procuradores da Lava Jato pediram ao STF a devolução dos inquéritos envolvendo o ex-presidente petista e nada foi feito. Na lista, aparecem os episódios do sítio em Atibaia, do tríplex no Guarujá e dos valores recebidos de empreiteiras por palestras.

REAÇÃO IMEDIATA – O desequilíbrio da balança do procurador-geral provocou a reação imediata das classes política e jurídica. Causou espécie a maneira como o véu que há pelo menos três semanas encobria os pedidos de prisões do quarteto do PMDB foi retirado. Embora o relator da Lava Jato, Teori Zavascki, já estivesse de posse da solicitação havia mais de 15 dias, os demais ministros da Supremo Corte só tomaram conhecimento do caso pela imprensa.

O vazamento, atribuído a Janot, despertou a ira dos ministros. Na sexta-feira 10, o procurador negou estar por trás da difusão dos áudios. “Não tenho transgressores preferidos”, acrescentou. O leite já estava derramado. Para os ministros tratou-se de uma estratégia destinada a pressioná-los. “É grave. Não se pode cometer esse tipo de coisa. É uma brincadeira com o Supremo”, sapecou o ministro Gilmar Mendes. Outro magistrado acusou Janot de fazer “política em favor do PT”. Fundamenta essa tese o timing escolhido pelo procurador para o pedido de prisões. Argumentou o mesmo ministro que Renan e Jucá sobreviviam incólumes, enquanto eram úteis ao PT.

Só viraram alvos depois de bandearem-se para a órbita do presidente Michel Temer. O raciocínio faz todo sentido. Renan responde a 11 inquéritos no Supremo, dos quais nove associados à Lava Jato. Nenhum destes recebeu denúncia de Janot, embora os casos em questão sejam ainda mais graves.

Ex-prefeito Alberto Bejani é preso em Juiz de Fora

11/06/2016 10h31 - Atualizado em 11/06/2016 11h54

Rafael Antunes
Do G1 Zona da Mata

Alberto Bejani foi levado para delegacia na manhã de sábabo (11) 
(Foto: Rafael Antunes/G1)

O ex-prefeito de Juiz de Fora, Alberto Bejani, foi preso na manhã deste sábado (11), em sua casa, no Bairro Aeroporto. Ele chegou à delegacia pouco antes das 10h, foi ouvido pelo delegado Rafael Gomes, passou por exames no Posto Médico Legal (PML) e foi conduzido à penitenciária Ariosvaldo Campos Pires por volta das 11h30.

O advogado de Bejani, Ricardo Fortuna, acompanhou o depoimento e explicou que a prisão aconteceu por um processo que ainda não foi definitivamente julgado. "A própria procuradoria do Estado disse que esse processo é nulo, visto que ele (Bejani) não tem direito de defesa. A gente espera que sejam acatadas as ponderações da defesa", afirmou.