sexta-feira, 22 de abril de 2016

Bombeiros e Defesa Civil retomam buscas a vítima de queda de ciclovia no Rio

22/04/2016 08h26
Rio de Janeiro
Douglas Corrêa e Nielmar de Oliveira - Repórteres da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Ondas estouram próximo à recém-inaugurada ciclovia Tim Maia, na Avenida Niemeyer, que desabou durante ressaca no mar de São Conrado, deixando mortos e feridos - Fernando Frazão/Agência Brasil

A Polícia Civil identificou a segunda vítima do desabamento de um trecho de 26 metros da Ciclovia Tim Maia, em São Conrado, na zona sul do Rio. Trata-se de Ronaldo Severino da Silva, 60 anos. O corpo da primeira vítima identificada, o do engenheiro Eduardo Marinho de Albuquerque, 54 anos, será velado hoje (22) à tarde no Crematório Memorial do Carmo, no bairro do Caju, zona portuária do Rio, onde será cremado. Os dois corpos ainda permanecem no Instituto Médico Legal (IML) e devem ser liberados agora pela manhã.

O engenheiro Eduardo Albuquerque era corredor e fazia sempre o trajeto da ciclovia. Ontem (21), antes de sair de casa, ele deixou um bilhete para o filho de 15 anos: “Vou correr. Volta já. Te amo”.

As buscas a uma terceira vítima, que seria uma mulher, de acordo com testemunhas, foram retomadas no início da manhã de hoje. Estão sendo utilizados na operação 130 homens do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil e os trabalhos ocorrem com o auxílio de helicópteros, com moto aquática e mergulhadores, além de homens que fazem a varredura da praia com o uso de binóculos. Os mergulhares estão sendo usados na ação porque há possibilidade de o corpo estar preso entre as fendas dos rochedos. A Marinha está dando apoio com um navio-patrulha para evitar que embarcações particulares se aproximem do local com o objetivo de acompanhar o trabalho de resgate.

A Fundação Instituto de Geotécnica (GEO-Rio), órgão de prevenção de encostas da prefeitura do Rio, em uma primeira inspeção técnica, informou que outros trechos da ciclovia não foram afetados. A Geo-Rio disse ainda que nova análise será feita na estrutura assim que o nível da água do mar [ressaca] permitir. O trecho que desabou tem 26 metros e, segundo especialistas, a força do mar teria feito a estrutura cair, provocada por um empuxo da onda, que pegou a estrutura de baixo para cima.

O subsecretário municipal de Defesa Civil, Márcio Motta, disse que a Avenida Niemeyer, que liga São Conrado ao Leblon, permanecerá fechada para que os técnicos da prefeitura e homens do Corpo de Bombeiros possam trabalhar com mais tranquilidade. A prefeitura vai colocar tapumes no local onde a estrutura da ciclovia desabou, a fim de evitar que curiosos cheguem perto do trecho para tirar fotos.

Edição: Graça Adjuto
Agência Brasil

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Bombeiros do Rio resgatam 3 lançados ao mar por desabamento de ciclovia


XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

21/04/2016 13h01
Rio de Janeiro
Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil

Três pessoas que caíram ao mar por causa do desabamento de um trecho da ciclovia na Avenida Niemeyer, em São Conrado, na zona sul do Rio, foram resgatadas pelo Corpo de Bombeiros e levadas para um hospital.

Segundo informou a assessoria do Corpo de Bombeiros, as vítimas não foram identificadas e, até agora, não há notícias sobre o estado de saúde delas. 

A avenida foi interditada nos dois sentidos, informou o Centro de Operações da Prefeitura do Rio. Os motoristas estão sendo orientados a seguir pela Autoestrada Lagoa-Barra.

A ciclovia de quase 4 quilômetros foi inaugurada em janeiro e custou cerca de R$ 45 milhões.

Edição: Beto Coura
Agência Brasil

Supremo aceita que Lula, Dilma e Temer sejam investigados

Teori manda apurar as denúncias de Delcídio Amaral

Márcio Falcão e Aguirre Talento
Folha

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki autorizou a inclusão, no inquérito que apura a existência de uma organização criminosa na Petrobras, de citações feitas à presidente Dilma Rousseff, ao ex-presidente Lula e ao vice-presidente Michel Temer pelo senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) em sua delação premiada.

Esse inquérito é o principal da Lava Jato que tramita no Supremo, pois investiga a relação de 39 políticos na formação de uma organização criminosa que teria atuado no esquema de corrupção da Petrobras.

A decisão de Teori, assinada nesta terça-feira (19) em resposta a um pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não significa que os três se tornam formalmente investigados no inquérito, o que dependerá do andamento da apuração.

Mas é uma etapa inicial que pode acarretar na investigação da relação deles com o esquema.

NÚCLEO POLÍTICO

Para a Procuradoria, as citações feitas por Delcídio complementam a narrativa da atuação do núcleo político que teria ligações com os desvios na estatal.

O senador fez revelações sobre o envolvimento do PT e do PMDB nas irregularidades e implicações a mais de 70 pessoas.

“No que tange ao desvio de verbas em favor do PMDB o possível esquema de financiamento ilícito desse e de outro partido constitui objeto do inquérito 3989 [que investiga organização criminosa]”, disse.

O procurador cita que três núcleos atuaram na Lava Jato: um econômico, formado por empresários, um administrativo, formado por servidores da Petrobras, e um financeiro, composto pelo doleiro Alberto Youssef e assessores.

PROTEÇÃO NAS CPIS

As investigações buscavam a atuação do núcleo político especialmente para proteção e evitar convocações em CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito), comissões de fiscalização do Congresso e ainda tentativa de blindagem do TCU (Tribunal de Contas da União).

Em um dos despachos, Janot afirmou que “o entendimento acerca das condutas criminais eventualmente praticadas [serão analisadas] no contexto e à vista da linha investigatória traçada naquele inquérito”, disse.

Janot pediu a inclusão nesse inquérito do segundo depoimento prestado pelo senador Delcídio, que assinou acordo de delação premiada com a Procuradoria.

Nesse depoimento, Delcídio explica fatos relacionados à nomeação de Nestor Cerveró para a diretoria Internacional da Petrobras e, depois, para uma diretoria da BR Distribuidora.

LULA E TEMER

Segundo Delcídio, Lula deu o aval para a nomeação de Cerveró para a diretoria Internacional e, no outro momento, Dilma também autorizou que Cerveró assumisse o cargo na BR Distribuidora –o que, dizem delatores, foi uma recompensa a uma atuação do ex-diretor em favor do grupo Schahin para quitar uma dívida do PT.

No mesmo depoimento, o senador conta que Michel Temer chancelou as nomeações de João Henriques e Jorge Zelada para a diretoria Internacional da Petrobras, ambos atualmente acusados de corrupção na Lava Jato.

Teori também autorizou a inclusão nesse inquérito de um outro depoimento de Delcídio que novamente cita Temer, dando mais detalhes sobre o envolvimento de João Henriques com irregularidades. O senador afirma que Henriques foi apadrinhado pelo atual vice-presidente da República.

NA GESTÃO DE FHC

Teori também autorizou que seja juntado neste mesmo inquérito um depoimento de Delcídio sobre um caso de corrupção durante a gestão do tucano Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) na Petrobras, com prejuízo em contratos de sondas e plataformas.

O pedido sinaliza que o inquérito pode ultrapassar o período da gestão petista e também abarcar investigação sobre a formação de organização criminosa na Petrobras durante a gestão FHC.

AS RESPOSTAS

A assessoria de Lula informou que ele já prestou “dois extensos depoimentos para a Lava Jato”. Em depoimento à Polícia Federal em 4 de março, Lula negou influência na escolha de Cerveró e disse que as indicações eram feitas pelos partidos à Casa Civil. Dilma também já negou relação com a indicação do ex-diretor.

A assessoria do Planalto não respondeu até a publicação desta reportagem, mas Dilma já negou relação com a indicação de Cerveró.

A assessoria de Temer informa que ele não foi responsável pelas indicações de Henriques e Zelada. Segundo a assessoria, elas partiram da bancada do PMDB de Minas Gerais, foram apresentadas à Casa Civil da Presidência e não tiveram a participação de Temer.

http://www.tribunadainternet.com.br/supremo-aceita-que-lula-dilma-e-temer-sejam-investigados/

Se denunciar “golpe” na ONU, Dilma estará incursa em falta de decoro

Dilma não tem direito de envergonhar a nação

Jorge Béja

Nesta sexta-feira a presidente Dilma Rousseff terá apenas cinco minutos para falar na Organização das Nações Unidas (ONU). O motivo da reunião é a questão do clima no planeta. Dizem que Dilma vai abordar o tema do encontro com poucas palavras e apenas de passagem. Um minuto, talvez. O resto do tempo, vai insistir na lengalenga de que está sendo vítima de um “golpe” no Brasil, assunto que os demais participantes do encontro não têm o menor interesse em saber, porque ninguém foi lá para ouvir isso, nem tratar disso e nem para ouvir o discurso de Dilma.

Cuidado, Dilma. A senhora está procurando mais sarna para se coçar, como se dizia antigamente. Se concretizar mesmo esse propósito, poderá sofrer outro pedido de impeachment quando voltar ao Brasil. Desta vez por faltar ao decoro que a lei e a ética exigem de um presidente da República, por proceder de modo incompatível com a dignidade do cargo. E com a agravante de ter sido o despudor cometido perante o concerto das nações.

RECUE, POR FAVOR

Diante da pública e veemente indignação de todos os setores da sociedade brasileira que a senhora ainda preside, espera-se que essa nefasta e ridícula determinação não vá adiante e até chegar o momento do discurso a senhora volte atrás. Recue, por favor. Ñão piore o que já se tornou insuportável. E se limite a dizer na ONU o que seu governo fez para ajudar a solucionar o problema climático do mundo. Se é que fez mesmo.

O desastre lá em Minas Gerais, por exemplo, obrigava que o governo federal imediatamente cassasse a concessão dada à Samarco, conforme exigem a lei e a moralidade administrativa, e até hoje nada foi feito.

Mas se a senhora persistir no propósito de fugir do tema e abordar a lengalenga da defesa de que seu mandato que corre perigo de perdê-lo por causa de um “golpe” da oposição, então aqui vai um modelo, um rascunho, um ensaio para o seu discurso. É rápido, abrangente e verdadeiro. De certa forma não fugirá ao tema que é o “clima”. Não, do planeta. Mas o clima que o Lula, a senhora e seus desastrados governos levaram o Brasil a viver.

UM MODELO, UM RASCUNHO

“Excelentíssimo Senhor Ban Ki-Moon, Secretário-Geral da ONU. Excelentíssimos Senhores Presidentes, Chefes de Estado, Chefes de Governos e Diplomatas aqui hoje presentes. Lá, no Brasil, de onde venho e onde ainda sou a presidente da República, democraticamente reeleita, com mais de 54 milhões de votos, lá, o clima não anda nada bom para mim. Nem para o meu partido político que é o PT, o partido dos trabalhadores. E sabem por que o clima lá no Brasil não anda nada bom para mim, nem para o meu partido político que é o PT, o Partidos dos Trabalhadores? É porque a Polícia Federal e o Ministério Público Federal descobriram que minha campanha eleitoral foi sujíssima e financiada com o dinheiro da propina da corrupção. E a corrupção se intensificou desde o ano de 2003, com o governo do presidente Lula, meu antecessor e meu criador. E no meu governo a corrupção ficou maior ainda, e hoje o Brasil está desmoralizado perante todas as nações. E sabem por quê? Porque no meu governo e no governo do ex-presidente Lula, nós roubamos os cofres da Petrobrás, uma das maiores empresas de petróleo do mundo. Roubamos também os cofres de outras empresas estatais. Lá no Brasil tem um juiz federal de nome Sérgio Moro. Tem também um promotor público federal, o Deltan Dallagnol e um outro de nome Carlos Fernando Lima que descobriram tudo. E sabem porque descobriram tudo? Porque eles são dedicados, não são corruptos e colocaram toda a minha gente na cadeia. E ainda tem muita gente minha que vai para a cadeia. Ainda não foram porque a Operação Lava Jato, que é o nome dado à descoberta do esquema da corrupção, ainda não chegou ao fim e apenas 28 fases dela foram desencadeadas. E ainda faltam outras tantas.

CONTINUAÇÃO…

Nossos governos, o do ex-presidente Lula e o meu, corromperam e foram corrompidos. E sabem por que nossos governos corromperam e foram corrompidos? Foi porque, para ganhar apoio do parlamento, compramos os votos dos parlamentares com dinheiro vivo. E o dinheiro saiu dos cofres das empresas estatais. Senhoras e senhores, na minha última campanha eleitoral eu menti muito para o povo. Garanti que tudo no Brasil ia indo bem, que a economia estava ótima e sólida, mas na verdade tudo ia indo de mal a pior e já estávamos caídos e quebrados. Eu escamoteava, eu mentia. E a maioria do eleitorado, gente humilde e de bem, acreditava em mim. E depois que fui reeleita, a verdade veio à tona: desemprego, fundos de pensão falidos, famílias e gente idosa ao desamparo, sem educação, sem atendimento hospitalar, sem segurança pública. A violência urbana se tornou gigantesca. As principais e conceituadas agências internacionais de classificação de risco, todas rebaixaram a nota do Brasil. E por causa disso, os estrangeiros que faziam aplicações no Brasil estão indo embora. E sabem por que tudo isso aconteceu e está acontecendo no Brasil? Tudo isso aconteceu e está acontecendo no Brasil porque não tratamos a coisa pública como pública, mas como se fosse privada e nos pertencesse.

ENCERRAMENTO

Senhoras e Senhores, já estou encerrando, o discurso e o meu mandato. Tinha e tenho muito mais coisa para confessar e delatar. Mas o tempo é curto. Daqui a pouco o senhor secretário-Geral Ban Ki-Moon corta o som do meu microfone. E eu não quero pagar mais esse mico. Afinal, seja como for, eu sou uma “mulher sapiens”. Explico: tem o “homo sapiens” e tem também a “mulher sapiens”, por que não? Encerro por aqui porque já estou ficando comprida demais. E porque, também, lá no Brasil já puxaram o meu tapete e eu já me considero carta fora do baralho. Muito obrigada.

http://www.tribunadainternet.com.br/se-denunciar-golpe-na-onu-dilma-estara-incursa-em-falta-de-decoro/

MG - Entrega da medalha da Inconfidência vira palco para protestos


PUBLICADO EM 21/04/16 - 11h22

ANGÉLICA DINIZ

A entrega da medalha da Inconfidência, na manhã desta quinta-feira (21) em Ouro Preto, virou palco para vários tipos de protestos. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, é o alvo preferido dos manifestantes, que a todo momento gritam frases como "Cunha, ladrão, seu lugar é na prisão" e "Fora Cunha". 

O rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, também foi lembrado. Estudantes de artes cênicas de Ouro Preto sujaram o corpo com lama para lembrar as vítimas da tragédia da Samarco. 

Integrantes de movimentos sociais protestam contra o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff com gritos de "não vai ter golpe" e "liberdade ainda que tardia, nós vamos lutar para acabar com a burguesia. 

De acordo com a PM, cerca de 3.000 pessoas acompanham a cerimônia de entrega da medalha da Inconfidência. Neste ano, a praça Tiradentes voltou a ser cercada por grade e pela polícia, para restringir o acesso do público. Em 2015, depois de 12 anos com a praça fechada, o governador Fernando Pimentel autorizou livre acesso ao local. 

A cerimônia vai homenagear 148 pessoas e instituições com a medalha da Inconfidência, entre elas, o ex-presidente do Uruguai, Jose Mujica.

http://www.otempo.com.br/capa/entrega-da-medalha-da-inconfidencia-vira-palco-para-protestos

PM cumpre 'mandado de busca e apreensão' e conduz quarteto envolvido no tráfico de drogas

Rua Gilson Silveira - Santa Cândida - Juiz de Fora 
Imagem / PM

Nesta quarta-feira (20), por volta de 16h20min, policiais militares registraram a ocorrência de tráfico de drogas.

Os PMs em cumprimento ao Mandado de Busca e Apreensão, expedido pela MM Juíza da 1ª Vara Criminal desta Comarca, adentraram a residência.

Durante as buscas foram localizadas embalagens contendo cocaína, barras/pedras de crack, barra de maconha, três frascos de lidocaína, caixas de sulfato de magnésio, um colete e duas placas de proteção balística, munições, fitas adesivas, potes contendo ácidos, inclusive bórico, sacolés, balança de precisão e uma garrucha de calibre 22 que estava emoldurada em um quadro de madeira.

O quarteto, Vladimir,45, Francisco R,43, Francisco A,58, e Renata,36, recebeu voz de prisão em flagrante delito e foi encaminhado à delegacia de Polícia Civil, onde o flagrante foi ratificado.

Resultados: Federal, Lotomania, Lotofácil, MegaSena e Quina de 20/04/2016

Resultado - Sorteio Realizado em Umuarama, PR.

1º - 9 3714   R$ -  300.000,00
2º - 2 0725               17.000,00
3º - 4 0245               16.000,00
4º - 9 5047               15.000,00
5º - 7 9078               14.087,00
Concurso 05068 (20/04/2016) Loteria Federal

*169   ** 889

0204172649
5055596265
6768697076
8184868995
Lotomania, Concurso 1651 (20/04/16)


0204060710
1113171920
2122232425
Lotofácil, Concurso 1351 (20/04/16)

    011025435056
    Mega-Sena, Concurso 1810 (20/04/16)
    1217273878
    Quina, Concurso 4064 (20/04/16)
    http://loterias.caixa.gov.br/wps/portal/loterias/landing/federal/

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Se Dilma recorrer ao STF, estará desprezando as lições de Montesquieu


Desconhecer Montesquieu significa desprezar a democracia

José Carlos Werneck

A advogada Janaína Paschoal, uma das signatárias do pedido de impeachment de Dilma Rousseff, declarou que, caso recorra ao Supremo Tribunal Federal para evitar o afastamento da presidente, o Governo estará desrespeitando a separação dos poderes. “Com base na Constituição, a competência para julgar crimes comuns é do STF, a competência para julgar crimes de responsabilidade é do Congresso”.

Após a Câmara aceitar a admissão do pedido de impeachment com mais de dois terços de aprovação dos parlamentares, Janaina deu uma coletiva de imprensa para discorrer sobre o processo, ao lado do jurista Hélio Bicudo, também autor do pedido. Eles disseram que estão confiantes na aprovação do impedimento no Senado e contaram que não pretendem acrescentar nada à denúncia que será avaliada pelos senadores.

“A minha posição pessoal é que, uma vez apresentada a denúncia, havendo novas provas dos mesmos fatos, teríamos liberdade para anexar. Porém, eu já percebi que eles (o Congresso) estão encaminhando o processo de uma maneira que não possa. Então, eu vou respeitar, até porque a nossa denúncia já está muito completa”, disse a advogada.

LEGITIMIDADE

Janaína Paschoal afirmou também que, embora o presidente da Câmara, Eduardo Cunha ,seja investigado por corrupção, ele tem legitimidade para conduzir o processo de impeachment. “Nós não recorremos ao Cunha, nós recorremos ao Congresso”, ressaltou. Hélio Bicudo enfatizou: “O Eduardo Cunha exerce uma função. Qual a outra pessoa que deveria receber (o pedido) se não ele? Não estou entregando a Fulano ou Beltrano, mas para quem tem competência para prosseguir”.

Janaína sugeriu ainda que, se o governo estiver articulando a convocação de novas eleições, isto, sim, seria um golpe. “A presidente não tem autoridade constitucional para dizer ‘vamos ter novas eleições em outubro’. Tem de ter algum artigo na lei que diga isso, e não tem. Tem de haver uma emenda constitucional para permitir a chamada dessa eleição. E se já estão dizendo que é golpe fazer impeachment com o que está previsto na lei, como pode fazer emenda às pressas?”

REPENSAR A POLÍTICA

Quanto à sensação da opinião pública de que o País estaria a salvo após a saída de Dilma, a advogada procurou esclarecer que não se trata apenas de afastar a presidente, “mas de repensar o método e a estratégia de manutenção do poder por meios corruptos”.

“Não queremos tirar a Dilma para ficar como está, o fato de o pedido ter vindo da cidadania e não dos partidos é sinal para os políticos de que não queremos mais que as coisas funcionem assim”, disse, depois de negar que esteja representando qualquer grupo político.

Janaína tentou novamente mostrar alguma solidariedade à presidente Dilma Rousseff. “Estou preocupada com Dilma. Ela está isolada, e o apoio que ela tem é um apoio falso”.

Por tudo que disse, vemos que a jovem e brilhante jurista conhece a fundo a Ciência do Direito e não se esqueceu das lições de Montesquieu,ao contrário dos advogados de Dilma, que, caso tenham ouvido falar dele, acham que deve ser algum atacante do Paris Saint German.

http://www.tribunadainternet.com.br/se-dilma-recorrer-ao-stf-estara-desprezando-as-licoes-de-montesquieu/

terça-feira, 19 de abril de 2016

Pagamento a Lula foi lançado na lista da propina da Andrade Gutierrez


Charge do Alpino, reprodução do Yahoo

Ricardo Brandt, Fausto Macedo e Mateus Coutinho
Estadão

Um laudo da Polícia Federal feito com base na quebra do sigilo fiscal da empreiteira Andrade Gutierrez destaca o pagamento de R$ 3,6 milhões para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entre 2011 e 2014. São valores que “transitaram” por uma conta chamada “overhead” trilhando mesmo percurso do dinheiro que abasteceu empresas investigadas por lavagem de dinheiro de propina alvo da Operação Lava Jato, como firmas ligadas aos operadores financeiros Adir Assad, Fernando “Baiano” Soares, Mário Goes e Julio Gerin Camargo.

“Foram identificados lançamentos contábeis indicativos de pagamentos e doações a empresas e instituições vinculadas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no montante de R$ 3.607.347, entre os anos de 2011 e 2014”, registra o laudo 10/2016, da PF.

“Cumpre destacar que, conforme subseção III.3.5, recursos destinados à LILS transitaram pela conta contábil ‘overhead’ e realizaram percurso similar ao de empresas que estão sendo investigadas no âmbito da Operação Lava Jato pela prática de lavagem de capitais e/ou pelo recebimento dissimulado de recursos.”

PERÍCIA CRIMINAL

O laudo é de 25 de fevereiro e foi elaborado pelos peritos criminais federais Daniel Paiva Scarparo, Audrey Jones de Souza e Ivan Roberto Ferreira Pinto. Anexado nesta segunda-feira, 18, ao inquérito aberto para apurar envolvido da Andrade Gutierrez no esquema de cartel e corrupção na Petrobrás, o documento servirá para a Lava Jato cruzar dados documentais com as declarações dadas pelos executivos da empreiteira, no acordo de delação premiada.

Os repasses a Lula foram incluídos no item “Pagamentos a ex-agentes públicos”. Em depoimento prestado nesta semana, na Justiça Federal, no Rio, o ex-presidente da Andrade Gutierrez Otávio Marques Azevedo citou o nome do ex-presidente num pedido de apoio em contrato firmado na Venezuela. O executivo negou ter feito pagamento de propinas ao petista. Segundo ele, um percentual de 1% de contratos foi cobrado por outros interlocutores do PT, entre eles o ex-tesoureiro João Vaccari Neto. Por meio de sua defesa, Vaccari nega.

CONTA OVERHEAD

A análise do SPED (Sistema Público de Escrituração Digital) da Construtora Andrade Gutierrez revelou a existência de uma conta contábil intitulada Overhead”, informam os peritos. O que chama atenção dos investigadores da Lava Jato é que os pagamentos feitos para Lula integram esta conta contábil Overhead, alvo de um capítulo específico do laudo.

“O Overhead contempla gastos comuns não alocados diretamente a um produto, ou seja, possui natureza preponderantemente indireta”, informa o laudo. “Por possuir natureza de gasto comum e preponderantemente indireto, o Overhead é controlado pela unidade central da entidade contábil analisada, ou seja, contempla gastos comuns feitos pela administração central (sede ou matriz, home office Overhead) e não vinculados diretamente a um produto específico (contrato de obra), porém atribuíveis indiretamente por meio de rateio em um conjunto de produtos (contrato de obra).”

Os peritos explicam que esse tipo de conta contábil é utilizado na formação de orçamentos de obras “onde se calcula a taxa de administração central a ser embutida nos orçamentos das construtoras”.

“A partir dos gastos da sede para manter as atividades de direção geral da empresa (área técnica, administrativa, financeira, contábil etc), busca-se inserir nos orçamentos das obras (geradores de receitas) as parcelas relativas a estes gastos de administração central sob a forma de rateio proporcional ao porte de cada obra/contrato, seja proporcional ao faturamento, seja proporcional ao custo estimado de cada item”.

MESMO CONTROLE

A partir da explicação, os peritos da PF informam que constataram nas análises que “a Andrade Gutierrez registrou e controlou na conta “Overhead”, parte dos pagamentos realizados às empresas investigadas por terem realizado operações de lavagem de dinheiro e/ou transferência dissimulada de capitais, bem como doações eleitorais.”

São cinco pagamentos para a LILS e quatro doações para o Instituto Lula entre 2011 e 2014. “Da mesma forma, oportuno esclarecer que os pagamentos realizados à empresa LILS Palestras, Eventos e Publicações Ltda, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também transitaram pela conta contábil ‘Overhead’, indicando que a Andrade Gutierrez tratou tais despesas como gastos indiretos a serem apropriados aos custos das obras.”

Os peritos da PF relacionam nesse trecho os pagamentos a Lula aos custos de contratos da Petrobrás. “Todos estes gastos compuseram parcela dos custos de administração central nos contratos de obras realizadas pela empresa revelando, em parte, a forma como tais pagamentos encareceram os custos de construção e, por consequência, os custos de aquisição por parte dos contratantes de obras como as da Petrobrás.”

“ALTA ADMINISTRAÇÃO”

O documento aponta ainda que o controle sobre tais despesas seriam feitos pela “alta administração”. “Sistemática revela ainda que os pagamentos realizados às empresas investigadas foram autorizados pela alta administração da entidade, uma vez que vinculados ao centro de controle de custo ‘overhead’, e não a um contrato/obra específico, onde tais pagamentos seriam autorizados e realizados pelos gestores de cada contrato/obra.”

Ao todo, a PF analisou contratos em que a Andrade Gutierrez participou na Petrobrás que totalizaram R$ 7,2 bilhões – R$ 1,54 bilhão em contratações diretas e R$ 5,6 bilhões por meio de consórcios. São contratos de obras em refinarias como a Replan, em Paulínia (SP), e no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).

Os inquéritos que apuram suposto envolvimento de Lula no esquema de corrupção na Petrobrás foram enviados ao Supremo Tribunal Federal (STF) para decisão de a quem compete as investigações, a primeira instância, em Curitiba, ou à Procuradoria Geral da República, em Brasília.

http://www.tribunadainternet.com.br/pagamento-a-lula-foi-lancado-na-lista-da-propina-da-andrade-gutierrez/

Celso de Mello mantém indiciamento de governador de MG pela PF

PUBLICADO EM 19/04/16 - 10h36

FOLHAPRESS

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Celso de Mello decidiu manter o indiciamento do governador Fernando Pimentel (Minas Gerais) pela Polícia Federal sob suspeita de corrupção passiva, tráfico de influência, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

O ministro negou um habeas corpus da defesa do governador contra decisão da PF, que tinha aval do ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Herman Bernjamin, que autorizou a PF a colher depoimento do petista e indiciá-lo, caso já tivesse provas de que ele cometeu crimes.

Como o governador não comparecer ao depoimento, a PF pediu o indiciamento, que é um ato formal em que a autoridade declara que existem indícios suficientes de ocorrência de crime.

Pimentel é um dos principais alvos da Operação Acrônimo, que apura suspeita de um esquema de desvio de dinheiro público para campanhas políticas do PT, inclusive para a campanha do petista ao Palácio da Liberdade, em 2014.

Mais adiante, a mesma operação identificou indícios de compra de medidas provisórias e de favorecimento a empresas em empréstimos no BNDES no período em que Pimentel era ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, pasta à qual o banco de fomento é vinculado.

Para Celso, o pedido da PF, desde que autorizado por relator do inquérito, não configura constrangimento ilegal.

"A realização do ato de indiciamento, quando este for promovido com observância dos pressupostos essenciais à sua legitimação, notadamente com respeito às formalidades previstas em nosso ordenamento positivo, não constitui, por si só, situação configuradora de constrangimento ilegal impugnável mediante Habeas Corpus nem reveladora de comportamento policial abusivo", disse.

Ministro mais antigo do Supremo, Celso afirmou que o fato de Pimentel possuir prerrogativa de foro não a torna imune ao indiciamento, desde que respeitadas as normas.

Celso apontou ainda que como não foram esgotadas as possibilidades de recurso interno no STJ, ou seja, a interposição de recurso de agravo no próprio tribunal, não seria cabível a ação no STF. Segundo o decano, ainda que fosse possível superar essa questão processual, a pretensão de Pimentel não demonstra densidade jurídica.

Ao STF, a defesa do governador sustentou que, pelo fato de dispor de prerrogativa de foro perante o STJ, não poderia o chefe do Poder Executivo estadual expor-se ao indiciamento pela PF.

Agora, caberá à PGR (Procuradoria-Geral da República) decidir se apresentará denuncia contra o governador. Caso isso ocorra, e o Judiciário acate, Pimentel se tornará réu em uma ação penal. O governado tem negado participação em atos de corrupção e ligação com o esquema investigado pela PF.

Outro lado

Em nota, a defesa de Pimentel afirmou que o pedido de indiciamento fere o sistema acusatório brasileiro. Os advogados do governador afirmam que estão alinhados com entendimento da Procuradoria-Geral da República que defende que não cabe à Polícia Federal pedir indiciamentos de políticos com foro privilegiado, ou seja, aqueles que dependem de aval do STF para ser investigados.

"A defesa respeita o entendimento do douto ministro, mas, por razões óbvias, prefere acompanhar o entendimento da PGR, que vê ilegalidade no indiciamento. Mas o fato é que o indiciamento significa apenas o convencimento da autoridade policial. E para isso a necessidade de autorização judicial não se justificaria. Ao contrário, implica violação ao sistema acusatório brasileiro", diz a defesa.

"Seguimos na certeza de que o governador não tem responsabilidade penal nos fatos. E seguimos confiando plenamente no Judiciário", completou. 

Leia a nota na íntegra

A defesa respeita o entendimento do douto ministro relator, mas, por razões óbvias, prefere acompanhar o entendimento da Procuradoria Geral da República (PGR), que vê ilegalidade no indiciamento.

O fato é que o indiciamento significa apenas o convencimento da autoridade policial. E, para isso, a necessidade de autorização judicial não se justificaria. Ao contrário, implica violação ao sistema acusatório brasileiro.

Seguimos na certeza de que o Governador não tem responsabilidade penal nos fatos e mantemos plena confiança no Poder Judiciário.

http://www.otempo.com.br/capa