sexta-feira, 25 de março de 2016

O QUE ESPERO QUE ACONTEÇA NO BRASIL



Charge do Newton Silva, reprodução do blog

Sandra Starling
O Tempo

Há uma passagem na peça grega “Os Persas”, de Ésquilo, que visita meu pensamento diante de tudo que o país vive nestes dias. Atossa, mãe de Xerxes e viúva de Dario, recebe a notícia da derrota do grande e poderoso exército persa diante dos gregos na batalha de Salamina. Atordoada com a derrota, a rainha pergunta quem é o rei daquele povo vencedor. E recebe a resposta: “Os gregos não são escravos nem súditos de ninguém”.

Quisera eu, neste instante, que isso também fosse verdade para nós, brasileiros, diante de Dilma Rousseff, Lula, Fernando Henrique Cardoso ou Sérgio Moro. Que também nós pudéssemos ser dignos da democracia – não essa que camufla a existência de mandantes e mandados, de donos do poder e de miseráveis que lutam pelo dia a dia.

Quisera eu que todos pudéssemos obedecer apenas a nossa consciência e que, humildemente, reconhecêssemos que algo precisa ser feito para recuperar nossa dignidade, nossa honra, nosso desejo (justíssimo) de viver nossas vidas e de podermos ser todos felizes.

BRASILEIROS DIVIDIDOS

É a segunda vez que vivo um momento de divisão irreconciliável entre brasileiros. Vivi o fatídico 1964. Como tantos de minha idade, passei talvez o melhor tempo de minha vida sob uma ditadura civil e militar. A ditadura, insisto, não era só militar! Não quero isso mais.

Mas também não quero o ódio entre os que se julgam donos da verdade e os que querem impor “sua verdade” a todos os demais.

Assistindo à sessão do Senado na última sexta-feira, ouvi a senadora Vanessa Graziotin dizer que os derrotados na eleição em 2014 impedem que a presidente Dilma governe o Brasil. Isso não corresponde aos fatos. Na campanha presidencial, a candidata do PT apresentou um programa e passou a implementar outro depois de eleita. Ela desqualificava os adversários. Agora, num gesto que considero provocador, nomeia seu antecessor como ministro da Casa Civil e ainda propõe que o chefe de seu gabinete pessoal tenha status de ministro de Estado.

O que ela quer com isso?! Talvez pensar que no Supremo os mais altos magistrados do Poder Judiciário vão esquecer falcatruas que tantos cometeram? Quer governar como senhora e dona do destino de todos os brasileiros? Querem também atirar o juiz Sérgio Moro na vala comum de delinquente? Querem torná-lo herói de metade do país, dividido de cima a baixo, onde ninguém reconhece o direito do outro em “pensar de maneira diferente”? Por que o ministro Gilmar Mendes age de forma a humilhar o ex-presidente da República? Seria Lula pior que qualquer um?

SOMOS LIVRES

Não quero que ninguém seja súdito de outrem nem quero que pessoa alguma seja dono de alguém. Não temos rei nem reconhecemos a existência de quem se quer ver acima do comum dos mortais, mesmo sabendo – como sei e escrevo sempre – que não há lei igual para todos no nosso país, porque não somos iguais.

Temos de nos perguntar: qual sistema constitucional mais justo pode ser aplicado efetivamente a todos? Querem atirar a primeira pedra em alguém. Mas quem conseguiu se ver livre dos erros que cometeu?!

http://www.tribunadainternet.com.br/o-que-espero-que-aconteca-no-brasil/

Os Doze Trabalhos de Hércules. Sempre a vencer a morte

25/03/2016

"Hércules e a Hidra de Lerna", de Antonio Pollaiuolo.

A ordem tradicionalmente aceita, encontrada em Pseudo-Apolodoro é:

1. No Peloponeso, estrangulou o Leão da Nemeia - filho dos monstros Ortros e Equidna - que devastava a região e que os habitantes do local não conseguiam matar. Na segunda tentativa de matá-lo, tendo a primeira sido infrutífera, estrangulou-o, após com ele lutar. Acabada a luta arrancou a pele do animal com as suas próprias mãos e passou a utilizá-la como peça do vestuário. A criatura converteu-se na constelação de leão.

2. Matou a Hidra de Lerna, filha monstruosa de duas criaturas grotescas, a Equidna e Tifão. Era uma serpente com corpo de dragão, que possuía nove cabeças (uma delas parcialmente de ouro e imortal, que se regeneravam), mal eram cortadas, e exalavam um vapor que matava quem estivesse por perto. Hércules matou-a cortando suas cabeças enquanto seu sobrinho Iolau impedia sua reprodução queimando suas feridas com tições em brasa. A deusa Hera enviou ajuda à serpente – um enorme caranguejo, mas Hércules pisou-o e o animal converteu-se na constelação de Câncer(do latim cancer, "caranguejo"). Por fim, o herói banhou suas flechas com o sangue da serpente para que ficassem envenenadas.

3. Alcançou correndo a Corça de Cerineia, um animal lendário, com chifres de ouro e pés de bronze. A corça, que corria com assombrosa rapidez e nunca se cansava, era Taígeteninfa que, para fugir a perseguição de Zeus foi transformada por Ártemis no animal. Como ela tinha uma velocidade insuperável, Hércules a perseguiu incansavelmente durante um ano até que, exausta, foi atingida por uma flecha disparada pelo herói. Ferida levemente, foi levada nos ombros do herói até o reino de Euristeu

Em outra versão do mito, Héracles tinha de capturar a corça, mas sem machucá-la; ele a perseguiu durante um ano, até conseguir pegá-la com uma rede, porém ela acabou se ferindo. O herói pôs então a culpa em Euristeu, para que Ártemis se zangasse com ele. 

Em uma terceira versão, Hércules levou um ano para realizar o trabalho a seguir, que era capturar a corça que habitava o monte Cerineu. Este animal parecia ser mais tímido do que perigoso, e sagrado para Ártemis; Hércules finalmente aprisionou-a e estava levando-a para Euristeu quando se encontrou com Ártemis, que estava muito zangada e ameaçou matá-lo pelo atrevimento em capturar seu animal; mas quando ficou sabendo sobre os trabalhos, concordou em deixar Hércules levar o animal, com a condição que Euristeu o libertasse logo que o tivesse visto.
Ânfora ática mostrando Hércules e as aves do lago Estínfalo, c. 540 a.C.Museu Britânico.

4. Capturou vivo o Javali de Erimanto, que devastava os arredores, ao fatigá-lo após persegui-lo durante horas. Euristeu, ao ver o animal no ombro do herói, teve tamanho medo que foi se esconder dentro de um caldeirão de bronze. As presas do animal foram mostradas no templo de Apolo, em Cumas.

5. Limpou em um dia os currais do rei Aúgias, que continham três mil bois e que há trinta anos não eram limpos. Estavam tão fedorentos que exalavam um gás mortal. Para isso, Hércules desviou dois rios.

6. Matou no lago Estínfalo, com suas flechas envenenadas, monstros cujas asas, cabeça e bico eram de ferro, e que, pelo seu gigantesco tamanho, interceptavam no vôo os raios do Sol. Com seu arco, conseguiu matar alguns e os outros, expulsou a outros países.

7. A sétima tarefa de Hércules era levar o Touro de Creta vivo atéEuristeu, que por sua vez entregaria-o a Hera. O touro era enraivecido e aterrorizava o povo da ilha grega de Creta, poisPoseidon, o deus dos mares, o havia oferecido a Minos, rei local, cini sacrifício, e o rei não teve coragem de sacrificar um animal tão bonito e tão forte. Hércules não só capturou-o como, montado no animal, levou-o até Euristeu.
Héracles, empunhando seu tacape, arrasta Cérbero para fora do Hades. À direita, Perséfone, e à esquerda, Hermes e Atena.

8. Castigou Diómedes (rei da Trácia), filho de Ares, possuidor de cavalos que vomitavam fumo e fogo, e a que ele dava a comer os estrangeiros que as tempestades arrolavam à sua costa. O herói entregou-o à voracidade de seus próprios animais.

9. Venceu as amazonas, tirou-lhes a rainha Hipólita, apossando-se do cinturão mágico que ela vestia.

10. Matou o gigante Gerião, monstro de três corpos, seis braços e seis asas, e tomou-lhe os bois que se achavam guardados por um cão de duas cabeças, e um dragão de sete.

11. O seu décimo primeiro trabalho foi colher os pomos de ouro doJardim das Hespérides, após matar o dragão de cem cabeças que os guardava. O dragão foi morto por Atlas, a seu pedido, e durante o trabalho, ele sustentou o céu nos ombros no lugar do gigante.

12. O último trabalho consistiu em trazer do mundo dos mortos o seu guardião, o cão CérberoHades autorizou-o a levar Cérbero para o cimo da Terra sob a condição de conseguir dominá-lo sem usar as suas armas. Hércules lutou com ele só com a força dos seus braços, quase o sufocou, dominando-o. Depois levou-o a Euristeu, que, com medo, ordenou-lhe que o devolvesse.

Significados
O acadêmico alemão Walter Burkert chamou os trabalhos, juntamente com os outros mitos sobre Hércules, de "um conglomerado de contos populares que foram explorados apenas de maneira secundária pela grande arte da poesia", e afirmou que não foi até o fim do século V que os poetas da era clássica puderam trazer o mito para "uma atmosfera mais trágica, heróica e humana, afastando-o de seu impulso natural rumo a um reino descompromissado, além do humano". 

À medida que os feitos sobre-humanos de Hércules, sempre a vencer a morte, passaram a adquirir simbolismos [filosóficos, morais e, eventualmente, alegóricos, por trás de seus significados literais], a figura do herói passou a representar uma tradição mística interior, e os trabalhos foram interpretados em termos de uma jornada espiritual. 

Os últimos três trabalhos, em particular, seriam considerados metáforas sobre a morte. Hércules foi único entre os heróis gregos, na medida em que não se conhecia a localização de sua sepultura, e portanto os sacrifícios e libações eram-lhe oferecidas em todos os lugares.

Fonte Wikipédia

quinta-feira, 24 de março de 2016

CRISE É ECONÔMICA, POLÍTICA E ÉTICA, DIZ COMANDANTE DO EXÉRCITO

General Villas Bôas diz que o Exército vai cumprir a Constituição

Deu na Folha

Em vídeo divulgado nas redes sociais, o comandante-geral do Exército, Eduardo Villas Bôas, declarou que o Brasil atravessa uma crise econômica, ética e política. Sem citar palavras como impeachment ou golpe, ele adiantou apenas que o Exército vai obedecer à Constituição. As declarações ocorrem no momento em que crescem os protestos nas ruas, com grupos pedindo a deposição da presidente Dilma Rousseff, outros saindo em defesa da manutenção da petista no cargo e alguns defendendo a volta dos militares ao poder.

“Estamos participando, vivendo e sofrendo as consequências dessa crise, que tem três componentes importantes: o componente político, o componente econômico e um componente ético-moral, e os três estão interligados”, afirmou Villas Bôas.

Ele elencou a manutenção da estabilidade, a legalidade e a legitimidade como os três pilares que norteiam o papel do Exército, como “instituição do Estado”.

“Toda e qualquer atitude nossa será absolutamente respaldada no que os dispositivos legais estabelecem, desde a Constituição até as leis complementares[…], e sempre condicionado ao acionamento de um dos poderes da República”, afirmou o comandante.

O general pregou, no vídeo em que esclarece qual a percepção do Exército” diante das manifestações, que o país deve “reencontrar o sentido de projeto e restabelecer a sua ideologia de desenvolvimento”. Ele finaliza a entrevista institucional com discurso otimista.

“Temos certeza de que é uma questão de tempo, e o Brasil terá condições, sim, de reverter essa situação e reencontrar o seu caminho do desenvolvimento, porque o Brasil é um país que tem grandes responsabilidades internacionais”, declarou Villas Bôas.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Conforme já informamos aqui na Tribuna da Internet, a tradução simultânea dessa manifestação do general Villas Bôas é a seguinte: se o exército do Stédile e do Boulos realmente saírem às ruas, os carros de combate e as tropas de choque vão dar um passeio por aí, como prevê a Constituição, porque os militares são pagos para isso – manter a ordem e defender o país, interna e externamente. (C.N.)

http://www.tribunadainternet.com.br/crise-e-economica-politica-e-etica-diz-comandante-do-exercito/

Desarticulado e em situação ilegal, Aragão deve em breve deixar o Ministério da Justiça

Postado dia: 23/03/2016 às 11:14

O sujeito assumiu o cargo batendo de frente com a Polícia Federal, uma das mais respeitadas instituições do Brasil na atualidade.

Além disso, a Constituição proíbe que promotores e procuradores ocupem cargos em outros poderes, mesmo estando licenciados. Isto já é ponto pacífico e por este motivo Wellington Cesar teve que deixar o cargo.

Porém, no caso de Eugênio Aragão, existiria uma pequena dúvida, pois uma lei de 1993 permitia àqueles que já pertenciam aos quadros do Ministério Público antes de 1988, fazer a opção pelo regime anterior à promulgação da Carta Magna.

Todavia, Eugênio Aragão declinou desse direito, ou seja, não fez a opção pelo regime antigo. Não o tendo feito, está exatamente na mesma condição do ministro anterior.

Ademais, mesmo que tivesse feito, ainda assim estaria irregular, vez que tal opção se restringia apenas quanto aos benefícios e vantagens da carreira.

De qualquer forma, a OAB já enviou ofício à PGR solicitando informações sobre a situação funcional do ministro. Tão logo receba essas informações deverá imediatamente arguir a inconstitucionalidade da permanência de Aragão no cargo.

Vamos aguardar.

da Redação

Homem é detido por tráfico de drogas em Juiz de Fora nesta quinta-feira

24/03/2016 17h04 - Atualizado em 24/03/2016 17h04

Do G1 Zona da Mata
Materiais foram encontrados na casa do suspeito no Bairro Santa Rita
 (Foto: PM/Divulgação)

Um homem, de 40 anos, foi detido na tarde desta quinta-feira (24) por tráfico de drogas no Bairro Santa Rita, em Juiz de Fora. De acordo com as informações iniciais da Polícia Militar (PM), ele foi abordado após denúncia. 

Na casa dele, foram encontrados 61 pedras de crack, três buchas de maconha, uma arma de fogo calibre 38, dez munições intactas, um colete a prova de balas, duas balanças de precisão, uma faca e R$ 314 em dinheiro.

O suspeito, que já é conhecido no meio policial, foi encaminhado à Delegacia de Plantão da cidade e será ouvido nas próximas horas. Todo o material apreendido também foi entregue à Polícia Civil.

DIAS TOFFOLI DEFENDE A LEGALIDADE DO PROCESSO DE IMPEACHMENT

Estamos vivendo numa democracia, diz Toffoli

Deu no Correio Braziliense

O ministro do STF Dias Toffoli afirmou, nesta quarta-feira (23/3), que o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff é previsto na constituição e nas leis brasileiras. “Não se trata de um golpe. Todas as democracias têm mecanismos de controle e o processo de impeachment é um tipo de controle”, explicou. A entrevista foi concedida ao Jornal Nacional, da TV Globo.

O esclarecimento do ministro ocorreu após Dilma questionar, novamente, a legalidade do processo contra ela: “Eu não vou opinar sobre o caso concreto, porque o juiz do caso concreto é a Câmara dos Deputados, inicialmente, e, posteriormente, o Senado da República. Qualquer andamento do processo que esteja fora das regras legais pode o Supremo Tribunal Federal, então, colocar dentro dos parâmetros da constituição”.

Toffoli disse ainda que o momento atual é a democracia e “aqueles que se sentirem atingidos podem recorrer à justiça brasileira”. “É muito melhor vivermos desta forma, do que sob uma ditadura”, declarou.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Bem, o placar do impeachment no Supremo mudou para 4 a 1. A favor estão Gilmar Mendes, Rosa Weber, Cármen Lúcia e Dias Toffoli. Apenas Marco Aurélio Mello está claramente contra. O ministro Teori Zavascki atacou o juiz Moro, mas ainda não se pronunciou sobre o “golpe” do impeachment, que a ridícula e desconexa presidente Dilma Rousseff está denunciando numa série de entrevistas à imprensa estrangeira. (C.N.)
Sob o signo da Liberdade

REVISTA FORTUNE DIZ QUE MORO JÁ É UM DOS MAIORES LÍDERES MUNDIAIS


O juiz Sérgio Moro é cada vez mais respeitado no exterior

Deu no Estadão

O juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Operação Lava Jato, é considerado pela revista norte-americana Fortune como o 13º principal líder mundial em lista de 50 nomes que inclui também o papa Francisco (4º), a premiê alemã Angela Merkel (2ª) e o fundador da Amazon, Jeff Bezos (1º).

O juiz paranaense aparece logo à frente do vocalista do U2, Bono Vox (14º), e dos astros da NBA Stephen Curry e Steve Kerr (15º). Além disso, Moro está melhor do que o presidente da Argentina, Mauricio Macri (26º), e o apresentador americano John Oliver (30º).

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Enquanto isso, na mesma semana a revista britânica The Economist dedica sua capa à presidente Dilma Rousseff, propondo que ela renuncie ao cargo. (C.N.)

http://www.tribunadainternet.com.br/revista-fortune-diz-que-moro-ja-e-um-dos-maiores-lideres-mundiais/

CRIME DE RESPONSABILIDADE É UMA EXPRESSÃO INADEQUADA



Charge do Nani (nanihumor.com)

Jorge Béja

Quando Dilma diz “eu não cometi crime algum”, desta vez ela não está falando mentira. Nem bobagem. Até aqui, ao menos comprovadamente, Dilma não cometeu crime algum. Logo, não pode ser chamada de uma presidente criminosa. Ainda que tivesse cometido crime (crime mesmo), somente após o trânsito em julgado de sua condenação é que poderia ser chamada de criminosa. Ela e qualquer outra pessoa.

Essa última decisão do STF, mandando para a cadeia quem tenha sido condenado em 2º instância, é decisão perigosa mas necessária, diz respeito ao cumprimento da pena, de prisão ou reclusão. Nada mais do que isso. E que até pode ser revertida numa terceira instância. Não feriu a Constituição. Nem a presunção de inocência. Ao contrário, mostraram os ministros pulso firme no combate à criminalidade.

Mas Dilma não cometeu crime de responsabilidade e isso não justifica o impeachment, segundo a Constituição Federal e a lei?

DENOMINAÇÃO EQUIVOCADA

Crime, Dilma não cometeu. Crime é o resultado de uma prática contra a lei penal, por ação ou omissão, com pena de prisão, detenção ou reclusão, isolada, alternativa ou cumuladamente com a pena de multa. Portanto, crime é conduta que precisa ser tipificada pela lei penal como ilícita e com punição prevista, conforme dispõe o Decreto-Lei nº 3914 de 1941, chamado de Lei de Introdução ao Código Penal e vigente até hoje.

A acusação feita contra Dilma e que a Câmara dos Deputados acolheu e abriu processo, diz respeito às chamadas “pedaladas fiscais” cometidas já no exercício da presidência, ao longo de 2015. Essas tais “pedaladas” e outras condutas é que a Lei nº 1079 de 1950, conceitua como “crime” contra a lei orçamentária, contra a probidade na administração, contra a guarda e legal emprego dos dinheiros públicos…, e mais uma série de outras situações e circunstâncias. Mas a denominação (“crime”) é absolutamente indevida e imprópria, por não impor nenhuma das penas que a Lei de Introdução ao Código Penal Brasileiro prevê.

A pena, para o caso do “crime” das pedaladas fiscais é o impeachment, o afastamento do exercício da presidência da República. E só.

CRIME DE RESPONSABILIDADE

O mais adequado seria dar o nome de “infração” às normas orçamentárias e a todos os demais tipos de conduta reprováveis atribuídas e cometidas pelas autoridades que a Lei nº 1079/50 indica e menciona, dentre elas o presidente da República. No entanto, há quase setenta anos é a lei que “define os crimes de responsabilidade e regula o respectivo processo e julgamento”. Como até hoje, mais ainda após a Constituição de 1988, não trataram de elaborar outra lei, é aquela mesmo que continua valendo. Valendo com denominação imprópria e erradíssima.

http://www.tribunadainternet.com.br/crime-de-responsabilidade-e-uma-expressao-inadequada/

NÃO HAVERÁ MILAGRE PARA SALVAR OS RÉUS DA LAVA JATO

Charge do Sinovaldo, reprodução do jornal Novo Hamburgo

Vittorio Medioli
O Tempo

O momento enfrentado pelo governo ficou traduzido com propriedade por Lula numa das tantas conversas telefônicas reveladas pela operação Lava Jato. Desabafou: “E fica todo mundo num compasso que vai acontecer um milagre e vai todo mundo se salvar”. Lula, entre muros partidários, se queixa da paralisia e das trapalhadas da presidente Dilma, atordoada, revelando limitações pessoais que não estavam entre as mais sombrias previsões. Sem rumo, sem metas que não sejam a de propor mais impostos sobre um contribuinte revoltado.

A “criatura” que Lula colocou no Planalto escapou do controle. Falta-lhe traquejo político, isolou-se, intoxicou-se pela bajulação dos incompetentes e medíocres dos quais se cercou. Dilma, depois de reeleita, em 2014, largou as rédeas.

O Lula que “acertava quase tudo”, o ícone, passou a ser uma figura investigada pela polícia judiciária que apura o maior caso de corrupção da história. Seria fácil se sair de vítima não fosse a polícia que o devassou, dependente do ex-ministro da Justiça Eduardo Cardozo, do PT de São Paulo. Isso aniquila a reação. Cardozo não é de outro partido, não é do PSDB.

NO CHARLIE HEBDO…

Os jornais europeus que o cantavam em verso e prosa passaram a pintá-lo de marrom. Uma charge do “Charlie Hebdo” o retrata estuprando a imagem feminina da Justiça. O Brasil subiu rapidamente no cume do ranking da corrupção, e Lula, inevitavelmente, aparece como quem a possibilitou.

Logo ele, que, com uma criatura seguindo suas orientações e ensinamentos, lhe possibilitaria descanso num sítio rodeado de florestas? Nada de especial ele queria, apenas uma aposentaria tranquila no fim de uma escalada ao vértice do sucesso.

Porém, Lula pecou. Quis realizar o sonho de uma normal aposentadoria usando, no escuro, empreiteiras para tarefas triviais e mais que razoáveis, para quem tem renda de palestras regiamente pagas. Escolheu um caminho torto que entortou sua biografia espetacular.

CONSTRANGIMENTO

Máximo é o constrangimento de quem é conduzido por uma polícia judiciária que responde constitucionalmente ao comando de sua “criatura”. Dilma não conspirou como um Brutus, apenas perdeu o controle político, perdeu a autoridade, perdeu o rumo, e se depara, como Dante, “No meio da senda da minha vida / me perdi numa selva obscura”, que dava acesso ao Inferno.

Para Lula, que entregou a Dilma quatro anos de poder sem limite, e ainda dobrou a dose, deve ser difícil perdoá-la e até de perdoar-se pela escolha. Não há conspiração da oposição, que nunca foi tão ausente e retraída. O problema está dentro de casa, na corrupção fora de controle e na incompetência geral. Sérgio Moro apenas cumpre, como raramente acontece no Brasil, seu dever.

Demonstra a voz de Dilma, em ligação ao seu criador, que quer pessoalmente reparar um erro. Poderia ter escalado um assessor para comunicar o envio de um documento. Fez questão, imprudentemente, de ligar para um telefone sob escuta autorizada: “Seguinte, eu tô mandando o ‘Bessias’ junto com o papel pra gente ter ele, e só usa em caso de necessidade, que é o termo de posse, tá?!”, nisso Lula responde: “Uhum. Tá bom, tá bom”. E ela: “Só isso, você espera aí, que ele tá indo aí… “Tá bom, eu tô aqui, fico aguardando”.

CONSTATAÇÃO

Mmais que interpretação, há apenas uma constatação a se fazer. O tom de voz é de quem quer reparar a quebra de uma louça que lhe caiu das mãos. Doutro lado a resposta é seca, de quem teria preferido manter a louça intacta e aceitar uma forma de evitar uma maior fragmentação de sua biografia.

O ex-ministro da Justiça Eduardo Cardozo, que passará à história como o guardião da independência da Polícia Federal (se é que não lhe escapou de controle), deixou que o deus “Brahma” (como o chamavam os empreiteiros ao se referirem a Lula) passasse por uma busca em seu apartamento e por uma condução coercitiva na delegacia, quando poderia ser realizada por hora marcada.

Dilma derrete. Poucas figuras humanas foram mais achincalhadas nas ruas do que ela. Muitos que nunca pensaram no impeachment, e o imaginavam um instrumento descabido, passaram a vê-lo como “legítima defesa” para um Brasil que ameaça explodir.

E O PIB DESABA…

Isso se deu agora. Não só pelas revelações dos grampos, mas pelo PIB, que caiu 4,4%, produzindo uma média de 220 mil desempregados por mês. Um volume que já seria doloroso de se absorver em um ano.

A queda de arrecadação federal é de 11,5%. Arrebenta os Orçamentos de Estados e municípios. Setores produtivos como a siderurgia, o automotivo e o de bens de consumo duráveis estão se desfazendo. A Bolsa paradoxalmente se valoriza proporcionalmente ao crescimento das possibilidades de impeachment.

Dilma, assim, é vista nitidamente como o cerne do problema, e seu mandato, previsto para durar até 31 de dezembro de 2018, passou a pairar como pesadelo. Mais que uma razão ideológica e política, ou uma conspiração de uma oposição, que é ausente como nunca, são os erros do governo dela, da falta de um dever de casa não feito, que alimentam a crise.

http://www.tribunadainternet.com.br/nao-havera-milagre-para-salvar-os-reus-da-lava-jato/

AGU entra com novo recurso no Supremo para garantir posse de Lula na Casa Civil

24/03/2016 14h38
Brasília
André Richter - Repórter da Agência Brasil

A Advocacia-Geral da União (AGU) apresentou novo recurso contra a decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que barrou a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no cargo de ministro da Casa Civil. No recurso, a AGU pede que Mendes reveja sua decisão ou remeta o caso ao plenário do Supremo.

Na petição, protocolada ontem (23) à noite, a AGU rebate as afirmações de Gilmar Mendes sobre suposta intenção do governo de nomear Lula para beneficiá-lo com o foro privilegiado em função das investigações da Operação Lava Jato. Para a Advocacia-Geral da União, o entendimento do ministro é equivocado e parte da premissa de que o Supremo é um lugar para proteção contra impunidade, o que não é verdade, segundo o órgão.

A AGU também ressaltou que não há nenhum impedimento legal para que Lula assuma o ministério. "A jurisprudência dessa Suprema Corte vem sendo alicerçada no sentido de que a mera existência de investigação ou ação penal em curso não configura causa a obstar o ingresso. Isto, firme no princípio constitucional da presunção de inocência", sustenta o órgão.

Na sexta-feira (18), Gilmar Mendes suspendeu a posse de Lula no cargo de ministro-chefe da Casa Civil. O ministro do STF atendeu a um pedido liminar do PPS e do PSDB. Em seu despacho, Mendes disse que a nomeação de Lula para o cargo de ministro teve o objetivo de retirar a competência do juiz federal Sérgio Moro (responsável pelas investigações da Lava Jato em primeira instância) para investigá-lo.

"É muito claro o tumulto causado ao progresso das investigações, pela mudança de foro. E autoevidente que o deslocamento da competência é forma de obstrução ao progresso das medidas judiciais. Só por esses dados objetivos, seria possível concluir que a posse em cargo público, nas narradas circunstâncias, poderia configurar fraude à Constituição", argumentou o ministro.

Edição: Juliana Andrade
Agência Brasil