domingo, 6 de março de 2016

Villa Nova derrota Tupi fora de casa e chega à vice-liderança do Campeonato Mineiro

postado em 05/03/2016 20:44 / atualizado em 05/03/2016 21:00


Fábio Júnior deu passe decisivo para o gol

O Villa Nova venceu o Tupi, por 1 a 0, em Juiz de Fora, e chegou a 12 pontos, mesmo número do líder Uberlândia, porém ocupa a segunda colocação por causa do saldo de gols. Desfalcado de Mancini, um dos destaques da equipe no Campeonato Mineiro, o Leão do Bonfim não se intimidou e partiu para cima do Galo Carijó.

Aos 32 minutos do primeiro tempo, Fábio Júnior fez a assistência para Roger Guerreiro, que bateu no ângulo direito do goleiro Glayson e abriu o placar: 0 a 1.

Cinco minutos depois, o Tupi tentou a reação em cruzamento de Thiaguinho, mas Osmar bateu mal na bola e desperdiçou a oportunidade. Aos 44 minutos, foi a vez de Romário cabecear e o goleiro Thiago Leal salvar a equipe da Zona da Mata.

No intervalo, o técnico Ricardo Drubsky trocou Willian Kozlowski por Ygor, mas o Villa Nova seguiu no comando do jogo e conseguiu garantir a vitória. 

Com a derrota, o Tupi aumentou o risco de entrar na zona de rebaixamento. A equipe soma seis pontos, na nona posição, e pode ser ultrapassada pelo Tombense, que, neste domingo, enfrenta o Atlético, no Independência.

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sábado, 5 de março de 2016

Polícia Militar encontra corpo de homem em Juiz de Fora

05/03/2016 18h40 - Atualizado em 05/03/2016 18h40

Do G1 Zona da Mata

O corpo de um homem, que ainda não teve a identidade revelada, foi encontrado em uma estrada vicinal, próxima à BR-040, em Juiz de Fora, na tarde deste sábado (5). De acordo com as primeiras informações da Polícia Militar (PM), ele apresentava duas marcas de tiros na cabeça e estava com uma arma de fogo na cintura, com cinco munições intactas.

A perícia da Polícia Civil esteve no local e liberou o corpo para o Instituto Médico Legal (IML). O Registro de Evento de Defesa Social (Reds) da PM está sendo confeccionado na Delegacia de Plantão neste momento e a ocorrência continua em andamento.

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Aletheia. Erga omnes. Verdade e realidade. Vale para todos.


SEMANA PASSADA

Aletheia. Erga omnes. Verdade e realidade. Vale para todos.

Ex presidente Lula

A expedição do mandado de condução coercitiva dirigida ao ex presidente Lula foi uma coincidência. Não é reação da Polícia Federal à substituição do ministro da Justiça.

Outra fortuita coincidência: as cinco maiores empresas envolvidas na corrupção na Petrobras, investigadas pela Lava Jato, são as empresas que financiaram o Instituto Lula, pagaram as palestras do ex presidente e fizeram obras no apartamento de Guarujá e no sítio em Atibaia.

Simples coincidência: o conjunto daquelas empresas destinou R$ 20 milhões em doações ao grupo PT/Instituto Lula e R$ 10 milhões para palestras do ex presidente.

Mera coincidência: a guarda de dez contêineres, contendo objetos de propriedade do ex presidente, foi paga por uma daquelas empreiteiras durante mais de quatro anos.

Não é coincidência a politização que PT e governo tentam, a partir de agora, impingir à investigação.


A semana

Semana shakespeariana. Cheia de ambiguidades e temor. E cheiro de ódio queimado. Semana que trouxe fatos históricos: na economia, a queda de 3,8% do PIB brasileiro. Recorde negativo desde que, a partir de 1994, o IBGE apura esse número. Alto preço paga a sociedade brasileira por má gestão econômica.

Na política, o STF autorizou, pela unanimidade dos dez votos dos ministros da Corte, abertura de inquérito penal contra o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha. É a primeira vez que o dirigente maior da Câmara sofre tal arguição.

Outro fato, a ser confirmado, é a delação premiada do senador Delcídio Amaral. Que atribui à atual presidente da República, Dilma Rousseff, e ao ex presidente, Lula, tentativas de obstrução de Justiça, no âmbito da operação Lava Jato. Entre outras acusações.

O terceiro fato, policial, foi a condução coercitiva do ex presidente Lula para prestar declarações ao Ministério Público Federal.

A volta por cima

Tudo isso ocorreu quando o ex presidente Lula obteve breve vitória. Ele conseguiu que a presidente Dilma substituísse o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Seria o primeiro passo para frear a ação da Polícia Federal que constrange a família Lula da Silva. E enfraquecer a operação Lava Jato.

Após a delação do senador Delcídio, será muito mais difícil mexer na Polícia Federal. A PF dá a volta por cima ?

O novo ministro da Justiça

Confesso que não sei seu nome. Obscuro procurador baiano da confiança do Chefe da Casa Civil, Jacques Wagner. Colocado no governo para sustar a operação Lava Jato?

Imagino como terá sido seu primeiro café da manhã, no cargo, ontem.

Usina de ilegalidades

A delação do senador Delcídio confirma que o petismo tornou-se escola de transgressores: Dirceu, Delúbio, Vaccari. Crescendo a cada descoberta.

Improvável central de delitos, o petismo dispensou ideias e ideias, abandonou o estatuto da ética. Transformou-se em gerência de projetos patrimonialistas.


* * *

Figura da semana – Jorge Luís Borges


Fechemos a semana em verde e amarelo. Com trecho de poema de Jorge Luís Borges, intitulado Xadrez.

“Em seu grave rincão, os jogadores
as peças vão movendo. O tabuleiro
retarda-os até a aurora em seu severo
âmbito, em que se odeiam duas cores.
Dentro irradiam mágicos rigores
as formas: torre homérica, ligeiro
cavalo, armada rainha, rei postreiro,
oblíquo bispo e peões agressores.
Quando esses jogadores tenham ido,
quando o amplo tempo os haja consumido,
por certo não terá cessado o rito.
Foi no Oriente que se armou tal guerra,
cujo anfiteatro é hoje toda a terra.
Como aquele outro, este jogo é infinito.”

Até a próxima.

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CONFABULAÇÕES - CONVERSA EM GLOSA, RIMA EM PROSA - Jesus de Rita de Miúdo

05/04/2016

CONFABULAÇÕES

Quanto discurso retrógrado!

Os defensores da esquerda usam termos arcaicos e expressões quase centenárias, criadas a partir do movimento eleito no Outubro Vermelho e seus ideais quiméricos, que alimentavam uma utopia social cujo único marco na história terá sido: onde foi colocada em prática, se mostrou um tremendo fiasco.

Viva o começo do século XXI permitindo que no Brasil a Casa Grande fosse ocupada pelo proletariado.

Uma pena que os representantes mais tônicos do proletariado tupiniquim estivessem preparados apenas para as ciências sociais em suas teorias.

Na condução da vida na Casa Grande, se mostraram inaptos quando foram bem para o centro da sala – bem para o centro! – e se deram aos chás servidos em xícaras de cara porcelana inglesa, escorados em almofadas de delicado veludo, franjadas com fios de puro linho belga.

E enquanto faziam péssimos e envilecidos acordos, jogavam o lixo para o chão, na esperança de varrê-lo depois para baixo do tapete fechado em legítima seda javanesa e adornado por belas pérolas, como faziam os antigos ocupantes da Casa Grande.

Uma pena que a história tenha se repetido.

Uma lástima que os representantes do proletariado e seus defensores, digo, defensores dos que adentraram na Casa Grande, hoje não queiram sequer levantar um pouquinho o tapete e varrer para fora dessa cobiçada moradia a imundície do lixo criada por eles mesmos, quando se preocupavam – apenas! – em permanecer na sala com todas as mordomias outrora criticadas nos antigos ocupantes.

Percebo que muitos, ainda, são os costumes e anseios da senzala. Senzala coletiva. Vivem como se de lá não tivessem saído. Entretanto, no fundo, sabem que saíram.

Aliás, muitos desses querem que vivamos em uma quase prisão cognitiva. Um tronco de açoite medonho!

Mas, eu já sei. Há de aparecer alguém para dizer “nunca ocupamos de fato a Casa Grande”.

Nós, os trabalhadores assalariados com certeza não. Não!

Porém, eles, os líderes certamente sim. Sim!

Ocuparam. Ocuparam. No fundo todos nós sabemos disso. E eles também sabem.

PS. O que chamam de “golpe”, eu prefiro chamar de Amadurecimento Social e Democrático. Trata-se de um enredo para o fortalecimento da Democracia.

Ademais, não podemos continuar vivendo entre o paradoxo dos discursos dizendo “temos instituições sérias” num dia e, no outro, à guisa da conveniência espúria, se dizer “uma trama de perseguição para um golpe orquestrado”, quando são as mesmíssimas instituições requerendo explicações e cobrando por fatos questionáveis do ponto de vista ético e moral.

A charanga desafinada não pertence às tais instituições ditas sérias. É patrimônio capcioso daqueles tantos discursando contraditoriamente.

Mas… eu nada sou e nada tenho. E tudo isso acima não passa de confabulações de um doido leitor e observador, vendedor de biscoitos pelo simples hobby desafiador de bater metas.

E só.

Fui!

http://www.luizberto.com/coluna/conversando-em-boa-glosa-rimando-em-boa-prosa-jesus-de-rita-de-miudo

EX-PRESIDENTE DO PP FAZ DELAÇÃO QUE ENVOLVE LULA DIRETAMENTE

Pedro Corrêa já contou que Lula tinha conhecimento de tudo

Thiago Bronzatto e Talita Fernandes
Época

Em seu pedido de busca e apreensão para a 24ª fase da Operação Lava Jato, os procuradores da força-tarefa expuseram a anatomia do petrolão: “A estrutura criminosa perdurou por, pelo menos, uma década. Nesse arranjo, os partidos e as pessoas que estavam no governo federal, dentre elas Lula, ocuparam posição central em relação a entidades e indivíduos que diretamente se beneficiaram do esquema”. Os investigadores ainda reforçam que a corrupção só se alastrou devido a “vinculação de legendas políticas que compunham a base aliada do governo federal”. Um exemplo disso, destacado pelo próprio Ministério Público Federal, é o ex-deputado Pedro Corrêa, ex-presidente do Partido Progressista (PP) e preso na Lava Jato há quase um ano.

Ele era o responsável por garantir a sustentação de seu partido ao governo. Em troca, recebia as propinas geradas a partir dos contratos fechados na diretoria de abastecimento da Petrobras, comandada pelo delator Paulo Roberto Costa. Aos 68 anos de idade, Pedro Corrêa, que teve seis mandatos no Congresso desde a década de 1970 e foi condenado no mensalão, sabe de muita coisa. Testemunhou episódios marcantes da história da República, do general João Figueiredo a Dilma Rousseff.

E com base em suas próprias experiências, relatadas em primeira pessoa, ele avança em sua negociação de delação premiada, que está prestes a ser assinada. De acordo com o ex-parlamentar, Lula sabia da existência do petrolão e sabia da função exercida no esquema pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.

DELAÇÃO ACEITA

Dos 73 capítulos e dos mais de 130 agentes políticos citados na proposta de delação premiada de Pedro Corrêa, o personagem principal é o ex-­presidente, segundo investigadores ouvidos por Época. A princípio, Pedro Corrêa ofereceu aos investigadores contar cinco episódios comprometedores envolvendo Lula – que, no final das contas, tornaram-se um único tópico. Foi graças a esse tópico que os procuradores da Lava Jato decidiram aceitar a colaboração de Corrêa.

Há diversos relatos de encontros realizados entre Corrêa e Lula. Num deles, o PP cobra mais espaço no esquema de propina da Petrobras. Lula, segundo Corrêa, teria dito que “Paulinho”, apelido de Paulo Roberto, indicado pelo ex-presidente para a diretoria de abastecimento da estatal, feudo dividido entre PP e PT, estava atendendo bem o partido da base aliada.

Em outra passagem, Corrêa relata o que seria uma interferência direta de Lula na Petrobras. Segundo o ex-deputado, entre 2010 e 2011, ele e seu colega de partido João Pizzolatti foram ao escritório do advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, petista histórico e próximo a Lula. Quando chegaram lá, numa tarde durante a semana, encontraram Marcos Valério e um empresário, do qual o delator não se recorda o nome. Greenhalgh, Valério e o empresário queriam que Pedro Corrêa e Pizzolatti os ajudassem a fechar uma operação de compra e venda de petróleo com a área da Petrobras comandada por Paulo Roberto Costa. De acordo com Corrêa, o negócio geraria um lucro alto – e, portanto, o PP resolveu abocanhar uma fatia do dinheiro.

Após a conversa, Corrêa e Pizzolatti foram falar com Paulo Roberto Costa, que recusou fechar contrato, porque o empresário não tinha uma boa fama dentro da Petrobras. Alguns meses depois, a operação foi feita. De acordo com o ex-presidente do PP, Lula interferiu para que a transação saísse. A partir da delação, o Ministério Público investigará para onde foram os pixulecos do negócio.

COMEÇOU NO MENSALÃO

O embrião do esquema do petrolão, segundo Corrêa, era o mensalão. No anexo 2, Pedro Corrêa conta que, em meados de 2004, a Dinamo Distribuidora de Petróleo depositou R$ 1,7 milhão na conta bancária da 2S Participações, do operador Marcos Valério. Quando o repasse veio à tona, a explicação dada pela Dinamo era que a empresa tinha comprado 25 títulos da Eletrobras para quitar dívidas tributárias com o governo federal, operação intermediada por Valério.

No entanto, Corrêa afirma em sua proposta de delação que o valor de R$ 1,7 milhão era a devolução a Marcos Valério de um adiantamento – adiantamento de propina paga no mensalão. Em troca, a Dinamo faturava com um contrato com a Petrobras para distribuir 45 milhões de litros de álcool anidro que estariam infectados e seriam redestilados para voltar ao mercado.

“O petrolão e o mensalão são a mesma coisa”, afirma o ex-presidente do PP em sua proposta de delação. “Desde 2004, o petrolão financiava o mensalão.” A pessoa responsável para pedir à Dinamo que fizesse o depósito na conta da empresa de Marcos Valério foi o ex-assessor do PP João Cláudio Genu – ao lado José Janene, morto em 2010.

VALÉRIO EM CENA

Essa não é a primeira vez que a empresa 2S, de Marcos Valério, famoso operador do mensalão, aparece ligada ao Petrolão. No ano passado, foi encontrado no escritório de Meire Poza, ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, um contrato de uma operação de empréstimo no valor de R$ 6 milhões, firmado entre a 2S Participações e a Expresso Nova Santo André, de Ronan Maria Pinto – empresário que ficou famoso no escândalo de corrupção desvendado à época da morte do prefeito Celso Daniel, de Santo André.

De acordo com depoimento de Valério ao Ministério Público, em 2012, Ronan Maria Pinto ameaçou relacionar Lula e os ex-ministros Gilberto Carvalho e José Dirceu com a morte do ex-­prefeito de Santo André – e recebeu R$ 6 milhões para ficar calado. Investigadores da Lava Jato apuram se esse dinheiro teve origem num contrato de empréstimo tomado pelo pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente e preso na Lava Jato, com o Banco Schahin. Bumlai assume apenas que tomou o financiamento da instituição financeira a mando do PT. A história já é bem conhecida – e é mais um indício de que o petrolão e o mensalão podem estar umbilicalmente ligados.

De acordo com investigadores que tiveram acesso à proposta de delação de Pedro Corrêa, os relatos são bastante detalhados – e impressionam pela capacidade de memória do ex-parlamentar.

OUTROS PARTIDOS

Diferentemente de outras colaborações, o ex-presidente do PP não apresenta provas robustas, extratos bancários, mas faz uma verdadeira crônica da política brasileira, apontando irregularidades e falcatruas em diversos períodos da história e em distintos partidos. Há desde líderes de partidos no Congresso a ex-presidentes. Pelo volume de informações, o grupo de trabalho dos procuradores da Lava Jato, em Brasília, gastou quase seis meses para chegar a uma resolução de acordo final. Ficou combinado que nos próximos dias a delação deverá ser, enfim, assinada.

Ficou combinado, a princípio, que Corrêa pagaria uma multa de quase R$ 5 milhões – e blindaria seus filhos, entre eles a deputada Aline Corrêa, de qualquer acusação. Nesse acordo, ainda foi negociada a redução de sua pena nas duas condenações – a do Petrolão e a do mensalão. Em 2012, Pedro Corrêa foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal no mensalão a sete anos e dois meses de prisão, além de multa de R$ 1,1 milhão, por lavagem de dinheiro e corrupção.

No ano passado, o ex-deputado foi sentenciado na Lava Jato a cumprir 20 anos e sete meses atrás das grades, novamente por corrupção e lavagem de dinheiro. Conhecedor da história do mensalão, Pedro Corrêa não quis acabar tendo o mesmo desfecho que Marcos Valério. Resolveu contar tudo o que sabe. E o que sabe pode ser uma nova dinamite a explodir a República – e, em particular, o ex-presidente Lula.

http://www.tribunadainternet.com.br/ex-presidente-do-pp-faz-delacao-que-envolve-lula-diretamente/

SENADO CONFIRMA VIAGEM DE DELCÍDIO RELATADA NA DELAÇÃO

Lula mandou Delcídio comprar o silêncio de Cerveró

Andreza Matais
Estadão

O registro de gastos com passagem aérea do Senado revela que o senador Delcídio Amaral (PT-MS) esteve em São Paulo no dia 22 de maio de 2015, mesma data em que ele afirmou no depoimento de delação premiada ter se reunido com Maurício Bumlai, filho do pecuarista José Carlos Bumlai, preso pela Operação Lava Jato acusado de corrupção e lavagem de dinheiro no esquema na Petrobrás. O documento localizado pelo Estado é um primeiro indicativo de que procede a informação do petista de que esteve em São Paulo nesta data.

Aos procuradores da República que atuam na Lava Jato, Delcídio afirmou que se encontrou com Maurício Bumlai na churrascaria Rodeio do Iguatemi, localizada no shopping Iguatemi de São Paulo. O local é próximo ao aeroporto de Congonhas, onde Delcídio desembarcou no vôo Gol 1407, e costuma ser um ponto de encontro na capital paulista pela localização. O vôo custou aos cofres públicos R$ 710,82.

No restaurante, o filho de Bumlai repassou a Delcídio R$ 50 mil para que ele entregasse ao advogado Edson Ribeiro, na época responsável pela defesa do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró. O destino final do dinheiro era a família de Cerveró. O executivo está preso acusado de receber propina de empresas contratadas pela petroleira. A informação sobre o almoço consta da delação premiada de Delcídio revelada pela revista IstoÉ ontem e que ainda não foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

SILÊNCIO DE CERVERÓ…

O dinheiro serviria para comprar o silêncio de Cerveró que ameaçava fazer delação premiada e poderia implicar Bumlai. No depoimento aos procuradores da Lava Jato, Delcídio afirmou que a ordem para esse pagamento partiu do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que queria preservar Bumlai, seu amigo pessoal, das investigações. Delcídio foi preso em novembro do ano passado acusado de tentar justamente comprar do silêncio de Cerveró. O filho do ex-executivo gravou o senador oferecendo ajuda financeira e lobby no Supremo Tribunal Federal (STF), além de um plano de fuga.

Sob o signo da Liberdade

Lula declara guerra à Justiça, à imprensa, à democracia e ao bom senso

Por: Reinaldo Azevedo 05/03/2016 às 8:15

Lula chora durante discurso no Sindicato dos Bancários. Seus seguidores perseguiam jornalistas nas ruas (Foto: Fábio Braga/FolhaPress)

A irresponsabilidade de Lula nada teme, muito especialmente o sangue alheio, já que não há possibilidade de o dele próprio correr nas ruas. Nem o de seus rebentos, sempre cercados de seguranças. Os dois discursos que fez nesta sexta-feira, convocando as ruas a reagir contra a Justiça — pois é precisamente disso que se trata —, anunciam o vale-tudo. Podem apostar que eles tentarão produzir coisa feia.

Na entrevista-pronunciamento que concedeu à tarde, Lula pintou e bordou. Ora falava como o oprimido que busca piedade e solidariedade, ora como o líder capaz de ombrear como os poderosos do mundo; ora se manifestava a vítima de uma grande conspiração, ora o chefe ameaçador que deixou claro: só bateram no rabo da jararaca, não na cabeça.

À noite, na quadra do Sindicato dos Bancários, falando a militantes petistas — os organizadores afirmaram que havia lá 5 mil pessoas; convém apostar em um terço disso —, carregou nas tintas da dramaticidade. Ofereceu-se, como um Aquiles indignado prestes a entrar na luta contra Troia, para liderar os seus soldados: “Se vocês estão precisando de alguém para comandar a tropa, está aqui”. Lula quer liderar tropas. Lula quer guerra.

Mas o guerreiro também chorou. Ora sangue, ora lágrimas.

E não economizou: “Quero comunicar aos dirigentes que estão aqui que, a partir de segunda-feira, estou disposto a viajar esse país do Oiapoque ao Chuí. Se alguém pensa que vai me calar com perseguição e denúncia, vou falar que sobrevivi à fome. Não sou vingativo e não carregou ódio na minha alma, mas quero dizer que tenho consciência do que posso fazer por esse povo e tenho consciência do que eles querem comigo”.

Erro
Um dia depois da devastadora delação do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) ter vindo a público, com o petismo ainda aturdido, com a presidente Dilma silenciada pela perplexidade, com o chorume do petismo correndo a céu aberto, o juiz Sergio Moro fez o que não deveria ter feito: deu a Lula um palanque; aos petistas, uma causa; à Operação Lava Jato, a suspeita do excesso e da truculência gratuita.

Comece-se do óbvio: se há um mandado de condução coercitiva até Curitiba, que se chegue, então a Curitiba, que não fica no Aeroporto de Congonhas. Não tendo havido negativa anterior de Lula para depor à Justiça Federal — ele se recusara a falar ao Ministério Público de São Paulo —, a coerção, que prisão não é, tornou-se uma provocação desnecessária.

Analise-se a coisa pelo resultado: o país poderia muito bem ter passado esta sexta sem os dois discursos de Lula, os confrontos de rua, o início precoce da nova gesta petista. Citando o próprio Apedeuta: se não dá para esmagar a cabeça da jararaca, que não se lhe fira o rabo…

A ação desta sexta conferiu verossimilhança a uma mentira descarada: a de que a Operação Lava Jato é uma grande conspiração que busca atingir o PT, a figura de Lula e as conquistas dos oprimidos nos últimos 14 anos.

É preciso tomar cuidado com a soberba!

Injustificável
É evidente que o excesso do juiz Sergio Moro não justifica as duas falas de Lula. A reação do ex-presidente e de seus militantes é absolutamente desproporcional. O aparelho logo mobilizado indica que eles estavam preparados para algo, vamos dizer assim, sensacional. Faltava o pretexto. E agora eles têm um.

A reação, note-se, é muito própria do aparelho mental de fascistas dos mais variados matizes. O fascismo se traduz na cultura política do ressentimento. Ele manipula o rancor dos que se sentem perseguidos, injustiçados, humilhados e incompreendidos por uma suposta elite insensível e alheia ao sofrimento dos humildes.

E quem pode levar adiante a causa desses excluídos? Ora, o líder, o condutor, o redentor, o demiurgo! E Lula se oferece para comandar, então, o que chamou de a sua “tropa”.

É pouco provável que obtenha o efeito desejado. Duvido que vá conseguir mobilizar pessoas fora das hostes militantes. O Lula candidato a 2018 já está morto faz tempo. “Ah, mas o povo já acha que todo político é mesmo ladrão…” Pode ser. Mas Lula só se tornou Lula porque ele convenceu milhões de pessoas que era diferente. Não fica bem aparecer na fita como uma espécie de chefe de organização criminosa.

Não creio que o PT será bem-sucedido no esforço de criar um movimento de massa que volte a carregar Lula nos braços. Mas é evidente que a reação desencadeada nesta sexta vai buscar, podem escrever aí (até porque já começou), o confronto de rua, a violência e a intimidação. Se o PT não consegue pôr freio à investigação pelos meios legais, vai apelar aos ilegais.

E é óbvio que o país não precisa disso.

Atenção!
Aliás, as forças responsáveis pela segurança pública fiquem mais atentas do que nunca. É raro o movimento político, por mais pacífico e correto que seja, que não abrigue, nas suas franjas, alguns delinquentes — quando menos, delinquentes intelectuais.

Quando o próprio “comandante da tropa” anuncia que vai “para as ruas”, isso pode soar a alguns como uma “senha” para o “faça você mesmo!”

Ao longo de sua história, o petismo nunca aderiu completamente ao discurso da ordem — no caso, da ordem democrática. Agora que seu líder está politicamente morto, querem usar deu cadáver político para ameaçar as instituições.

Não é o caso de ceder à provocação dos zumbis.

Texto publicado originalmente às 6h42

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/lula-declara-guerra-a-justica-a-imprensa-a-democracia-e-ao-bom-senso/

sexta-feira, 4 de março de 2016

Ministra do STF nega pedido de Lula para suspender investigações da Lava Jato

04/03/2016 19h19
Brasília
André Richter – Repórter da Agência Brasil

A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou hoje (4) pedido da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para suspender as investigações da 24ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada na manhã desta sexta-feira.

Na decisão, a ministra entendeu que não há "ilegalidade irrefutável nas investigações" para concessão de uma liminar que interfira nas autonomias dos trabalhos do Ministério Público.

No entanto, Rosa Weber destacou que as investigações, de modo geral, devem seguir as regras constitucionais de observância das garantias individuais. Segundo a ministra, "toda lesão ou ameaça de lesão a direito é passível de apreciação pelo Poder Judiciário".

No recurso, os advogados de Lula pediram que as diligências fossem suspensas até que o STF decida sobre o conflito de competência sobre as investigações. Os advogados reiteraram hoje (4) ao STF recurso enviado à Corte na semana passada, no qual afirmam que as investigações não podem prosseguir porque o Ministério Público de São Paulo (MPSP) e o Ministério Público Federal (MPF) no Paraná, no âmbito da Lava Jato, investigam os mesmos fatos.

O ex-presidente é investigado sobre supostas irregularidades na compra da cota de um apartamento tríplex, no Guarujá, e em benfeitorias feitas em um sítio frequentado por Lula em Atibaia (SP).

Para a defesa, a condução coercitiva do ex-presidente na manhã de hoje foi desnecessária porque Lula prestou depoimento à PF em janeiro. "O desafio à autoridade da Corte Suprema é tão evidente que dispensa qualquer consideração", argumentam os advogados.

Edição: Fábio Massalli
Agência Brasil

Juíza suspende decreto de nomeação do novo ministro da Justiça

04/03/2016 18h29
Brasília
André Richter e Paulo Vitor - Repórteres da Agência Brasil

A Justiça de Federal do Distrito Federal aceitou hoje (4) ação protocolada pelo DEM e suspendeu a nomeação do ministro da Justiça, Wellington César Lima e Silva. A juíza Solange Salgado, da 1ª Vara Federal, entendeu que o ministro, que é membro do Ministério Público da Bahia, não pode exercer o cargo.

De acordo com a decisão, o ministro da Justiça poderá tomar posse novamente, mas somente se pedir exoneração do cargo vitalício no MP ou aposentar-se. Para a juíza, decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) confirmam entendimento de que integrantes do Ministério Público só podem exercer outros cargos no âmbito do próprio órgão.

"Isso não impede, contudo, que o Sr. Wellington César Lima e Silva seja novamente nomeado no cargo de ministro de Estado da Justiça, desde que haja o necessário desligamento (por exoneração ou, se for o caso, aposentadoria) do cargo que ocupa, desde 1991, no Ministério Público do Estado da Bahia, à exemplo do que fora formulado no pedido principal", decidiu a juiza.

O Supremo Tribunal Federal também recebeu ação um partido de oposição, o PPS, contra a normação do ministro da Justiça e vai julgá-lo na quarta-feira que vem.

No recurso apresentado ontem (3) ao Supremo, a legenda alega que é inconstitucional o entendimento do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) de que um membro do MP pode pedir licença para assumir cargo no Poder Executivo.

Nesta semana, o CNMP negou outro pedido do PPS para suspender a licença concedida para que o ministro fosse nomeado. Na decisão, o conselheiro Otávio Brito Lopes afirmou que uma resolução do conselho permite que um membro do órgão se afaste temporariamente para ocupar cargo no Poder Executivo.

“Esclareço que nenhuma das citadas decisões adotadas pelo Conselho Nacional do Ministério Público foi questionada no âmbito do Supremo Tribunal Federal. Sob esse prisma e com arrimo na posição majoritariamente encampada por este colegiado, não é possível vislumbrar, em juízo de cognição sumária, ilegalidade no ato impugnado que justifique a concessão liminar da tutela vindicada, o que já bastaria para obstar sua concessão”, argumentou o conselheiro.

Recurso

O novo Advogado-Geral da União e ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse confiar na cassação da liminar. “A Advocacia-geral da União está providenciando recurso contra essa medida, a busca de cassação dessa liminar.

Na nossa avaliação, isso é perfeitamente possível, e é a tese que inclusive o Conselho Nacional do Ministério Público [CNMP] defende. Portanto, acho que estamos bem agasalhados, com o entendimento do próprio CNMP”, disse.

Ao conversar com jornalistas, depois de se reunir com o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, Cardozo lembrou que a liminar expedida em primeira instância, e disse que a AGU trabalha para que o recurso seja encaminhado à Justiça Federal em Brasília nas próximas horas.

Edição: Maria Claudia
Agência Brasil