05/04/2016
CONFABULAÇÕES
Quanto discurso retrógrado!
Os defensores da esquerda usam termos arcaicos e expressões quase centenárias, criadas a partir do movimento eleito no Outubro Vermelho e seus ideais quiméricos, que alimentavam uma utopia social cujo único marco na história terá sido: onde foi colocada em prática, se mostrou um tremendo fiasco.
Viva o começo do século XXI permitindo que no Brasil a Casa Grande fosse ocupada pelo proletariado.
Uma pena que os representantes mais tônicos do proletariado tupiniquim estivessem preparados apenas para as ciências sociais em suas teorias.
Na condução da vida na Casa Grande, se mostraram inaptos quando foram bem para o centro da sala – bem para o centro! – e se deram aos chás servidos em xícaras de cara porcelana inglesa, escorados em almofadas de delicado veludo, franjadas com fios de puro linho belga.
E enquanto faziam péssimos e envilecidos acordos, jogavam o lixo para o chão, na esperança de varrê-lo depois para baixo do tapete fechado em legítima seda javanesa e adornado por belas pérolas, como faziam os antigos ocupantes da Casa Grande.
Uma pena que a história tenha se repetido.
Uma lástima que os representantes do proletariado e seus defensores, digo, defensores dos que adentraram na Casa Grande, hoje não queiram sequer levantar um pouquinho o tapete e varrer para fora dessa cobiçada moradia a imundície do lixo criada por eles mesmos, quando se preocupavam – apenas! – em permanecer na sala com todas as mordomias outrora criticadas nos antigos ocupantes.
Percebo que muitos, ainda, são os costumes e anseios da senzala. Senzala coletiva. Vivem como se de lá não tivessem saído. Entretanto, no fundo, sabem que saíram.
Aliás, muitos desses querem que vivamos em uma quase prisão cognitiva. Um tronco de açoite medonho!
Mas, eu já sei. Há de aparecer alguém para dizer “nunca ocupamos de fato a Casa Grande”.
Nós, os trabalhadores assalariados com certeza não. Não!
Porém, eles, os líderes certamente sim. Sim!
Ocuparam. Ocuparam. No fundo todos nós sabemos disso. E eles também sabem.
PS. O que chamam de “golpe”, eu prefiro chamar de Amadurecimento Social e Democrático. Trata-se de um enredo para o fortalecimento da Democracia.
Ademais, não podemos continuar vivendo entre o paradoxo dos discursos dizendo “temos instituições sérias” num dia e, no outro, à guisa da conveniência espúria, se dizer “uma trama de perseguição para um golpe orquestrado”, quando são as mesmíssimas instituições requerendo explicações e cobrando por fatos questionáveis do ponto de vista ético e moral.
A charanga desafinada não pertence às tais instituições ditas sérias. É patrimônio capcioso daqueles tantos discursando contraditoriamente.
Mas… eu nada sou e nada tenho. E tudo isso acima não passa de confabulações de um doido leitor e observador, vendedor de biscoitos pelo simples hobby desafiador de bater metas.
E só.
Fui!
http://www.luizberto.com/coluna/conversando-em-boa-glosa-rimando-em-boa-prosa-jesus-de-rita-de-miudo
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