sábado, 5 de março de 2016

CONFABULAÇÕES - CONVERSA EM GLOSA, RIMA EM PROSA - Jesus de Rita de Miúdo

05/04/2016

CONFABULAÇÕES

Quanto discurso retrógrado!

Os defensores da esquerda usam termos arcaicos e expressões quase centenárias, criadas a partir do movimento eleito no Outubro Vermelho e seus ideais quiméricos, que alimentavam uma utopia social cujo único marco na história terá sido: onde foi colocada em prática, se mostrou um tremendo fiasco.

Viva o começo do século XXI permitindo que no Brasil a Casa Grande fosse ocupada pelo proletariado.

Uma pena que os representantes mais tônicos do proletariado tupiniquim estivessem preparados apenas para as ciências sociais em suas teorias.

Na condução da vida na Casa Grande, se mostraram inaptos quando foram bem para o centro da sala – bem para o centro! – e se deram aos chás servidos em xícaras de cara porcelana inglesa, escorados em almofadas de delicado veludo, franjadas com fios de puro linho belga.

E enquanto faziam péssimos e envilecidos acordos, jogavam o lixo para o chão, na esperança de varrê-lo depois para baixo do tapete fechado em legítima seda javanesa e adornado por belas pérolas, como faziam os antigos ocupantes da Casa Grande.

Uma pena que a história tenha se repetido.

Uma lástima que os representantes do proletariado e seus defensores, digo, defensores dos que adentraram na Casa Grande, hoje não queiram sequer levantar um pouquinho o tapete e varrer para fora dessa cobiçada moradia a imundície do lixo criada por eles mesmos, quando se preocupavam – apenas! – em permanecer na sala com todas as mordomias outrora criticadas nos antigos ocupantes.

Percebo que muitos, ainda, são os costumes e anseios da senzala. Senzala coletiva. Vivem como se de lá não tivessem saído. Entretanto, no fundo, sabem que saíram.

Aliás, muitos desses querem que vivamos em uma quase prisão cognitiva. Um tronco de açoite medonho!

Mas, eu já sei. Há de aparecer alguém para dizer “nunca ocupamos de fato a Casa Grande”.

Nós, os trabalhadores assalariados com certeza não. Não!

Porém, eles, os líderes certamente sim. Sim!

Ocuparam. Ocuparam. No fundo todos nós sabemos disso. E eles também sabem.

PS. O que chamam de “golpe”, eu prefiro chamar de Amadurecimento Social e Democrático. Trata-se de um enredo para o fortalecimento da Democracia.

Ademais, não podemos continuar vivendo entre o paradoxo dos discursos dizendo “temos instituições sérias” num dia e, no outro, à guisa da conveniência espúria, se dizer “uma trama de perseguição para um golpe orquestrado”, quando são as mesmíssimas instituições requerendo explicações e cobrando por fatos questionáveis do ponto de vista ético e moral.

A charanga desafinada não pertence às tais instituições ditas sérias. É patrimônio capcioso daqueles tantos discursando contraditoriamente.

Mas… eu nada sou e nada tenho. E tudo isso acima não passa de confabulações de um doido leitor e observador, vendedor de biscoitos pelo simples hobby desafiador de bater metas.

E só.

Fui!

http://www.luizberto.com/coluna/conversando-em-boa-glosa-rimando-em-boa-prosa-jesus-de-rita-de-miudo

EX-PRESIDENTE DO PP FAZ DELAÇÃO QUE ENVOLVE LULA DIRETAMENTE

Pedro Corrêa já contou que Lula tinha conhecimento de tudo

Thiago Bronzatto e Talita Fernandes
Época

Em seu pedido de busca e apreensão para a 24ª fase da Operação Lava Jato, os procuradores da força-tarefa expuseram a anatomia do petrolão: “A estrutura criminosa perdurou por, pelo menos, uma década. Nesse arranjo, os partidos e as pessoas que estavam no governo federal, dentre elas Lula, ocuparam posição central em relação a entidades e indivíduos que diretamente se beneficiaram do esquema”. Os investigadores ainda reforçam que a corrupção só se alastrou devido a “vinculação de legendas políticas que compunham a base aliada do governo federal”. Um exemplo disso, destacado pelo próprio Ministério Público Federal, é o ex-deputado Pedro Corrêa, ex-presidente do Partido Progressista (PP) e preso na Lava Jato há quase um ano.

Ele era o responsável por garantir a sustentação de seu partido ao governo. Em troca, recebia as propinas geradas a partir dos contratos fechados na diretoria de abastecimento da Petrobras, comandada pelo delator Paulo Roberto Costa. Aos 68 anos de idade, Pedro Corrêa, que teve seis mandatos no Congresso desde a década de 1970 e foi condenado no mensalão, sabe de muita coisa. Testemunhou episódios marcantes da história da República, do general João Figueiredo a Dilma Rousseff.

E com base em suas próprias experiências, relatadas em primeira pessoa, ele avança em sua negociação de delação premiada, que está prestes a ser assinada. De acordo com o ex-parlamentar, Lula sabia da existência do petrolão e sabia da função exercida no esquema pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.

DELAÇÃO ACEITA

Dos 73 capítulos e dos mais de 130 agentes políticos citados na proposta de delação premiada de Pedro Corrêa, o personagem principal é o ex-­presidente, segundo investigadores ouvidos por Época. A princípio, Pedro Corrêa ofereceu aos investigadores contar cinco episódios comprometedores envolvendo Lula – que, no final das contas, tornaram-se um único tópico. Foi graças a esse tópico que os procuradores da Lava Jato decidiram aceitar a colaboração de Corrêa.

Há diversos relatos de encontros realizados entre Corrêa e Lula. Num deles, o PP cobra mais espaço no esquema de propina da Petrobras. Lula, segundo Corrêa, teria dito que “Paulinho”, apelido de Paulo Roberto, indicado pelo ex-presidente para a diretoria de abastecimento da estatal, feudo dividido entre PP e PT, estava atendendo bem o partido da base aliada.

Em outra passagem, Corrêa relata o que seria uma interferência direta de Lula na Petrobras. Segundo o ex-deputado, entre 2010 e 2011, ele e seu colega de partido João Pizzolatti foram ao escritório do advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, petista histórico e próximo a Lula. Quando chegaram lá, numa tarde durante a semana, encontraram Marcos Valério e um empresário, do qual o delator não se recorda o nome. Greenhalgh, Valério e o empresário queriam que Pedro Corrêa e Pizzolatti os ajudassem a fechar uma operação de compra e venda de petróleo com a área da Petrobras comandada por Paulo Roberto Costa. De acordo com Corrêa, o negócio geraria um lucro alto – e, portanto, o PP resolveu abocanhar uma fatia do dinheiro.

Após a conversa, Corrêa e Pizzolatti foram falar com Paulo Roberto Costa, que recusou fechar contrato, porque o empresário não tinha uma boa fama dentro da Petrobras. Alguns meses depois, a operação foi feita. De acordo com o ex-presidente do PP, Lula interferiu para que a transação saísse. A partir da delação, o Ministério Público investigará para onde foram os pixulecos do negócio.

COMEÇOU NO MENSALÃO

O embrião do esquema do petrolão, segundo Corrêa, era o mensalão. No anexo 2, Pedro Corrêa conta que, em meados de 2004, a Dinamo Distribuidora de Petróleo depositou R$ 1,7 milhão na conta bancária da 2S Participações, do operador Marcos Valério. Quando o repasse veio à tona, a explicação dada pela Dinamo era que a empresa tinha comprado 25 títulos da Eletrobras para quitar dívidas tributárias com o governo federal, operação intermediada por Valério.

No entanto, Corrêa afirma em sua proposta de delação que o valor de R$ 1,7 milhão era a devolução a Marcos Valério de um adiantamento – adiantamento de propina paga no mensalão. Em troca, a Dinamo faturava com um contrato com a Petrobras para distribuir 45 milhões de litros de álcool anidro que estariam infectados e seriam redestilados para voltar ao mercado.

“O petrolão e o mensalão são a mesma coisa”, afirma o ex-presidente do PP em sua proposta de delação. “Desde 2004, o petrolão financiava o mensalão.” A pessoa responsável para pedir à Dinamo que fizesse o depósito na conta da empresa de Marcos Valério foi o ex-assessor do PP João Cláudio Genu – ao lado José Janene, morto em 2010.

VALÉRIO EM CENA

Essa não é a primeira vez que a empresa 2S, de Marcos Valério, famoso operador do mensalão, aparece ligada ao Petrolão. No ano passado, foi encontrado no escritório de Meire Poza, ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, um contrato de uma operação de empréstimo no valor de R$ 6 milhões, firmado entre a 2S Participações e a Expresso Nova Santo André, de Ronan Maria Pinto – empresário que ficou famoso no escândalo de corrupção desvendado à época da morte do prefeito Celso Daniel, de Santo André.

De acordo com depoimento de Valério ao Ministério Público, em 2012, Ronan Maria Pinto ameaçou relacionar Lula e os ex-ministros Gilberto Carvalho e José Dirceu com a morte do ex-­prefeito de Santo André – e recebeu R$ 6 milhões para ficar calado. Investigadores da Lava Jato apuram se esse dinheiro teve origem num contrato de empréstimo tomado pelo pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente e preso na Lava Jato, com o Banco Schahin. Bumlai assume apenas que tomou o financiamento da instituição financeira a mando do PT. A história já é bem conhecida – e é mais um indício de que o petrolão e o mensalão podem estar umbilicalmente ligados.

De acordo com investigadores que tiveram acesso à proposta de delação de Pedro Corrêa, os relatos são bastante detalhados – e impressionam pela capacidade de memória do ex-parlamentar.

OUTROS PARTIDOS

Diferentemente de outras colaborações, o ex-presidente do PP não apresenta provas robustas, extratos bancários, mas faz uma verdadeira crônica da política brasileira, apontando irregularidades e falcatruas em diversos períodos da história e em distintos partidos. Há desde líderes de partidos no Congresso a ex-presidentes. Pelo volume de informações, o grupo de trabalho dos procuradores da Lava Jato, em Brasília, gastou quase seis meses para chegar a uma resolução de acordo final. Ficou combinado que nos próximos dias a delação deverá ser, enfim, assinada.

Ficou combinado, a princípio, que Corrêa pagaria uma multa de quase R$ 5 milhões – e blindaria seus filhos, entre eles a deputada Aline Corrêa, de qualquer acusação. Nesse acordo, ainda foi negociada a redução de sua pena nas duas condenações – a do Petrolão e a do mensalão. Em 2012, Pedro Corrêa foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal no mensalão a sete anos e dois meses de prisão, além de multa de R$ 1,1 milhão, por lavagem de dinheiro e corrupção.

No ano passado, o ex-deputado foi sentenciado na Lava Jato a cumprir 20 anos e sete meses atrás das grades, novamente por corrupção e lavagem de dinheiro. Conhecedor da história do mensalão, Pedro Corrêa não quis acabar tendo o mesmo desfecho que Marcos Valério. Resolveu contar tudo o que sabe. E o que sabe pode ser uma nova dinamite a explodir a República – e, em particular, o ex-presidente Lula.

http://www.tribunadainternet.com.br/ex-presidente-do-pp-faz-delacao-que-envolve-lula-diretamente/

SENADO CONFIRMA VIAGEM DE DELCÍDIO RELATADA NA DELAÇÃO

Lula mandou Delcídio comprar o silêncio de Cerveró

Andreza Matais
Estadão

O registro de gastos com passagem aérea do Senado revela que o senador Delcídio Amaral (PT-MS) esteve em São Paulo no dia 22 de maio de 2015, mesma data em que ele afirmou no depoimento de delação premiada ter se reunido com Maurício Bumlai, filho do pecuarista José Carlos Bumlai, preso pela Operação Lava Jato acusado de corrupção e lavagem de dinheiro no esquema na Petrobrás. O documento localizado pelo Estado é um primeiro indicativo de que procede a informação do petista de que esteve em São Paulo nesta data.

Aos procuradores da República que atuam na Lava Jato, Delcídio afirmou que se encontrou com Maurício Bumlai na churrascaria Rodeio do Iguatemi, localizada no shopping Iguatemi de São Paulo. O local é próximo ao aeroporto de Congonhas, onde Delcídio desembarcou no vôo Gol 1407, e costuma ser um ponto de encontro na capital paulista pela localização. O vôo custou aos cofres públicos R$ 710,82.

No restaurante, o filho de Bumlai repassou a Delcídio R$ 50 mil para que ele entregasse ao advogado Edson Ribeiro, na época responsável pela defesa do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró. O destino final do dinheiro era a família de Cerveró. O executivo está preso acusado de receber propina de empresas contratadas pela petroleira. A informação sobre o almoço consta da delação premiada de Delcídio revelada pela revista IstoÉ ontem e que ainda não foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

SILÊNCIO DE CERVERÓ…

O dinheiro serviria para comprar o silêncio de Cerveró que ameaçava fazer delação premiada e poderia implicar Bumlai. No depoimento aos procuradores da Lava Jato, Delcídio afirmou que a ordem para esse pagamento partiu do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que queria preservar Bumlai, seu amigo pessoal, das investigações. Delcídio foi preso em novembro do ano passado acusado de tentar justamente comprar do silêncio de Cerveró. O filho do ex-executivo gravou o senador oferecendo ajuda financeira e lobby no Supremo Tribunal Federal (STF), além de um plano de fuga.

Sob o signo da Liberdade

Lula declara guerra à Justiça, à imprensa, à democracia e ao bom senso

Por: Reinaldo Azevedo 05/03/2016 às 8:15

Lula chora durante discurso no Sindicato dos Bancários. Seus seguidores perseguiam jornalistas nas ruas (Foto: Fábio Braga/FolhaPress)

A irresponsabilidade de Lula nada teme, muito especialmente o sangue alheio, já que não há possibilidade de o dele próprio correr nas ruas. Nem o de seus rebentos, sempre cercados de seguranças. Os dois discursos que fez nesta sexta-feira, convocando as ruas a reagir contra a Justiça — pois é precisamente disso que se trata —, anunciam o vale-tudo. Podem apostar que eles tentarão produzir coisa feia.

Na entrevista-pronunciamento que concedeu à tarde, Lula pintou e bordou. Ora falava como o oprimido que busca piedade e solidariedade, ora como o líder capaz de ombrear como os poderosos do mundo; ora se manifestava a vítima de uma grande conspiração, ora o chefe ameaçador que deixou claro: só bateram no rabo da jararaca, não na cabeça.

À noite, na quadra do Sindicato dos Bancários, falando a militantes petistas — os organizadores afirmaram que havia lá 5 mil pessoas; convém apostar em um terço disso —, carregou nas tintas da dramaticidade. Ofereceu-se, como um Aquiles indignado prestes a entrar na luta contra Troia, para liderar os seus soldados: “Se vocês estão precisando de alguém para comandar a tropa, está aqui”. Lula quer liderar tropas. Lula quer guerra.

Mas o guerreiro também chorou. Ora sangue, ora lágrimas.

E não economizou: “Quero comunicar aos dirigentes que estão aqui que, a partir de segunda-feira, estou disposto a viajar esse país do Oiapoque ao Chuí. Se alguém pensa que vai me calar com perseguição e denúncia, vou falar que sobrevivi à fome. Não sou vingativo e não carregou ódio na minha alma, mas quero dizer que tenho consciência do que posso fazer por esse povo e tenho consciência do que eles querem comigo”.

Erro
Um dia depois da devastadora delação do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) ter vindo a público, com o petismo ainda aturdido, com a presidente Dilma silenciada pela perplexidade, com o chorume do petismo correndo a céu aberto, o juiz Sergio Moro fez o que não deveria ter feito: deu a Lula um palanque; aos petistas, uma causa; à Operação Lava Jato, a suspeita do excesso e da truculência gratuita.

Comece-se do óbvio: se há um mandado de condução coercitiva até Curitiba, que se chegue, então a Curitiba, que não fica no Aeroporto de Congonhas. Não tendo havido negativa anterior de Lula para depor à Justiça Federal — ele se recusara a falar ao Ministério Público de São Paulo —, a coerção, que prisão não é, tornou-se uma provocação desnecessária.

Analise-se a coisa pelo resultado: o país poderia muito bem ter passado esta sexta sem os dois discursos de Lula, os confrontos de rua, o início precoce da nova gesta petista. Citando o próprio Apedeuta: se não dá para esmagar a cabeça da jararaca, que não se lhe fira o rabo…

A ação desta sexta conferiu verossimilhança a uma mentira descarada: a de que a Operação Lava Jato é uma grande conspiração que busca atingir o PT, a figura de Lula e as conquistas dos oprimidos nos últimos 14 anos.

É preciso tomar cuidado com a soberba!

Injustificável
É evidente que o excesso do juiz Sergio Moro não justifica as duas falas de Lula. A reação do ex-presidente e de seus militantes é absolutamente desproporcional. O aparelho logo mobilizado indica que eles estavam preparados para algo, vamos dizer assim, sensacional. Faltava o pretexto. E agora eles têm um.

A reação, note-se, é muito própria do aparelho mental de fascistas dos mais variados matizes. O fascismo se traduz na cultura política do ressentimento. Ele manipula o rancor dos que se sentem perseguidos, injustiçados, humilhados e incompreendidos por uma suposta elite insensível e alheia ao sofrimento dos humildes.

E quem pode levar adiante a causa desses excluídos? Ora, o líder, o condutor, o redentor, o demiurgo! E Lula se oferece para comandar, então, o que chamou de a sua “tropa”.

É pouco provável que obtenha o efeito desejado. Duvido que vá conseguir mobilizar pessoas fora das hostes militantes. O Lula candidato a 2018 já está morto faz tempo. “Ah, mas o povo já acha que todo político é mesmo ladrão…” Pode ser. Mas Lula só se tornou Lula porque ele convenceu milhões de pessoas que era diferente. Não fica bem aparecer na fita como uma espécie de chefe de organização criminosa.

Não creio que o PT será bem-sucedido no esforço de criar um movimento de massa que volte a carregar Lula nos braços. Mas é evidente que a reação desencadeada nesta sexta vai buscar, podem escrever aí (até porque já começou), o confronto de rua, a violência e a intimidação. Se o PT não consegue pôr freio à investigação pelos meios legais, vai apelar aos ilegais.

E é óbvio que o país não precisa disso.

Atenção!
Aliás, as forças responsáveis pela segurança pública fiquem mais atentas do que nunca. É raro o movimento político, por mais pacífico e correto que seja, que não abrigue, nas suas franjas, alguns delinquentes — quando menos, delinquentes intelectuais.

Quando o próprio “comandante da tropa” anuncia que vai “para as ruas”, isso pode soar a alguns como uma “senha” para o “faça você mesmo!”

Ao longo de sua história, o petismo nunca aderiu completamente ao discurso da ordem — no caso, da ordem democrática. Agora que seu líder está politicamente morto, querem usar deu cadáver político para ameaçar as instituições.

Não é o caso de ceder à provocação dos zumbis.

Texto publicado originalmente às 6h42

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/lula-declara-guerra-a-justica-a-imprensa-a-democracia-e-ao-bom-senso/

sexta-feira, 4 de março de 2016

Ministra do STF nega pedido de Lula para suspender investigações da Lava Jato

04/03/2016 19h19
Brasília
André Richter – Repórter da Agência Brasil

A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou hoje (4) pedido da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para suspender as investigações da 24ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada na manhã desta sexta-feira.

Na decisão, a ministra entendeu que não há "ilegalidade irrefutável nas investigações" para concessão de uma liminar que interfira nas autonomias dos trabalhos do Ministério Público.

No entanto, Rosa Weber destacou que as investigações, de modo geral, devem seguir as regras constitucionais de observância das garantias individuais. Segundo a ministra, "toda lesão ou ameaça de lesão a direito é passível de apreciação pelo Poder Judiciário".

No recurso, os advogados de Lula pediram que as diligências fossem suspensas até que o STF decida sobre o conflito de competência sobre as investigações. Os advogados reiteraram hoje (4) ao STF recurso enviado à Corte na semana passada, no qual afirmam que as investigações não podem prosseguir porque o Ministério Público de São Paulo (MPSP) e o Ministério Público Federal (MPF) no Paraná, no âmbito da Lava Jato, investigam os mesmos fatos.

O ex-presidente é investigado sobre supostas irregularidades na compra da cota de um apartamento tríplex, no Guarujá, e em benfeitorias feitas em um sítio frequentado por Lula em Atibaia (SP).

Para a defesa, a condução coercitiva do ex-presidente na manhã de hoje foi desnecessária porque Lula prestou depoimento à PF em janeiro. "O desafio à autoridade da Corte Suprema é tão evidente que dispensa qualquer consideração", argumentam os advogados.

Edição: Fábio Massalli
Agência Brasil

Juíza suspende decreto de nomeação do novo ministro da Justiça

04/03/2016 18h29
Brasília
André Richter e Paulo Vitor - Repórteres da Agência Brasil

A Justiça de Federal do Distrito Federal aceitou hoje (4) ação protocolada pelo DEM e suspendeu a nomeação do ministro da Justiça, Wellington César Lima e Silva. A juíza Solange Salgado, da 1ª Vara Federal, entendeu que o ministro, que é membro do Ministério Público da Bahia, não pode exercer o cargo.

De acordo com a decisão, o ministro da Justiça poderá tomar posse novamente, mas somente se pedir exoneração do cargo vitalício no MP ou aposentar-se. Para a juíza, decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) confirmam entendimento de que integrantes do Ministério Público só podem exercer outros cargos no âmbito do próprio órgão.

"Isso não impede, contudo, que o Sr. Wellington César Lima e Silva seja novamente nomeado no cargo de ministro de Estado da Justiça, desde que haja o necessário desligamento (por exoneração ou, se for o caso, aposentadoria) do cargo que ocupa, desde 1991, no Ministério Público do Estado da Bahia, à exemplo do que fora formulado no pedido principal", decidiu a juiza.

O Supremo Tribunal Federal também recebeu ação um partido de oposição, o PPS, contra a normação do ministro da Justiça e vai julgá-lo na quarta-feira que vem.

No recurso apresentado ontem (3) ao Supremo, a legenda alega que é inconstitucional o entendimento do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) de que um membro do MP pode pedir licença para assumir cargo no Poder Executivo.

Nesta semana, o CNMP negou outro pedido do PPS para suspender a licença concedida para que o ministro fosse nomeado. Na decisão, o conselheiro Otávio Brito Lopes afirmou que uma resolução do conselho permite que um membro do órgão se afaste temporariamente para ocupar cargo no Poder Executivo.

“Esclareço que nenhuma das citadas decisões adotadas pelo Conselho Nacional do Ministério Público foi questionada no âmbito do Supremo Tribunal Federal. Sob esse prisma e com arrimo na posição majoritariamente encampada por este colegiado, não é possível vislumbrar, em juízo de cognição sumária, ilegalidade no ato impugnado que justifique a concessão liminar da tutela vindicada, o que já bastaria para obstar sua concessão”, argumentou o conselheiro.

Recurso

O novo Advogado-Geral da União e ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse confiar na cassação da liminar. “A Advocacia-geral da União está providenciando recurso contra essa medida, a busca de cassação dessa liminar.

Na nossa avaliação, isso é perfeitamente possível, e é a tese que inclusive o Conselho Nacional do Ministério Público [CNMP] defende. Portanto, acho que estamos bem agasalhados, com o entendimento do próprio CNMP”, disse.

Ao conversar com jornalistas, depois de se reunir com o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, Cardozo lembrou que a liminar expedida em primeira instância, e disse que a AGU trabalha para que o recurso seja encaminhado à Justiça Federal em Brasília nas próximas horas.

Edição: Maria Claudia
Agência Brasil

Juízes federais rebatem qualquer alegação de ofensa à democracia e à Constituição na Operação Lava Jato

04/03/2016

A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) vem a público repelir os diversos ataques proferidos contra a 24ª fase da Operação Lava Jato. A Justiça Federal brasileira e os integrantes do Ministério Público, da Receita Federal e da Policia Federal agiram nos estritos limites legais e constitucionais, sempre respeitando os direitos de ampla defesa e do devido processo legal, sem nenhuma espécie de abuso ou excesso.

Logo, não se trata de espetáculo midiático, nem há enfoque político por parte dos agentes estatais incumbidos desta tarefa, mas o absoluto cumprimento das funções públicas.

Os fatos apurados na investigação estão alinhados e são coerentes com todos os desdobramentos já ocorridos na Operação Lava Jato, cuja lisura tem sido continuamente reafirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, Superior Tribunal de Justiça e pelo próprio Supremo Tribunal Federal.

O Estado Democrático de Direito pressupõe respeito a instituições e autoridades constituídas, que são alicerces fundamentais para a vida justa e harmônica em qualquer sociedade contemporânea. As incitações para retaliações e violências, inclusive pelas redes sociais, não são compatíveis com os valores democráticos e constitucionais.

Nos regimes republicanos todos detêm o mesmo valor e ninguém está imune à investigação penal e ao processo criminal se, eventualmente, tiver cometido alguma infração penal ou integrar organização criminosa.

A Ajufe e as associações regionais e seccionais que legitimamente representam os magistrados federais do Brasil não se intimidarão com qualquer tipo de ameaça e reforçam a confiança e o apoio aos agentes públicos, em especial aos juízes e servidores da Justiça Federal, para continuarem a agir nos termos legais e constitucionais, sem se afastar do seu destino maior de servir à sociedade e distribuir justiça.

Antônio César Bochenek
Presidente da AJUFE

Newton Pereira Ramos Neto
Presidente da AJUFER

Ricardo Machado Rabelo
Presidente da AJUFEMG

Fabio Moreira Ramiro
Presidente da AJUFBA

Daniel Santos Rocha Sobral
Presidente da AJUFEPI

Fernando Marcelo Mendes
Presidente da AJUFESP

João Felipe Menezes Lopes
Presidente da AJUFEMS

Patrícia Daher Lopes Panasolo
Presidente da APAJUFE

Fábio Vitório Mattiello
Presidente da AJUFERGS

Marcelo Adriano Micheloti
Presidente da AJUFESC

Wilson José Witzel
Presidente da AJUFERJES

Antônio José de Carvalho Araújo
Presidente da REJUFE

http://www.ajufe.org/imprensa/noticias/juizes-federais-rebatem-qualquer-alegacao-de-ofensa-a-democracia-e-a-constituicao-na-operacao-lava-jato/

Discurso de Lula segue organizado e perigoso. Atenção para a metáfora da serpente

Por: Reinaldo Azevedo 04/03/2016 às 16:06

Lula fez há pouco um pronunciamento em que anunciou a sua candidatura à Presidência da República em 2018. Fez mais do que isso: convocou seus milicianos e anunciou literalmente o que chamou de “recomeço”.

Como discurso, é uma peça, em si, organizada, com começo, meio e fim, como costumam ser as falas de Lula — por mais absurdas que possam se mostrar quando confrontadas com a realidade. À diferença de Dilma, ele tem uma cabeça que obedece a uma hierarquia.

O que se viu ali foi a postura passivo-agressiva que marca a sua história. Fala sempre a partir de um lugar: o do oprimido. Como oprimido não é e como é o dono da fala, então pretende se colocar como o porta-voz dos oprimidos. Sendo, como é, um orador muito competente no gênero, seu discurso mantém o poder encantatório.

Começou pedindo desculpas à mulher, aos filhos, aos companheiros, lembrando, numa oração intercalada, que Marisa era empregada doméstica aos 11 anos. A mesma Marisa que apareceria mais adiante, em sua fala, pondo flores num decanter, porque, afinal, tal peça é coisa de ricos instruídos. E ela é apenas a ex-empregada que pisa nos palácios.

Nunca antes na história deste país, com absoluta certeza, houve um brasileiro tão, vamos dizer assim, paparicado por empreiteiras. Esses mimos, vimos todos, eram praticados pelas mesmas empresas que participaram de uma organização criminosa como nunca se viu. Ainda assim, Lula busca a legitimidade do oprimido.

Mas não de um oprimido qualquer. Ele é o homem do povo, ao qual ele se dirige, que conseguiu superar as barreiras. É a vertente messiânica do seu discurso. Todo Messias tem de convencer o seu público de que “esteve lá” — seja esse “lá” onde for — em nome de todos. Ou, se quiserem recuar mais no tempo, Moisés teve de convencer seu povo que Deus o havia escolhido para passar as leis eternas, gravadas na pedra.

É claro que o messianismo de Lula conta uma história mundana do futuro. Ele quer que seu povo vibre por ele ter tomado vinho por eles, comido caviar por eles, pisado nos palácios por eles. Na cabeça de Lula, se ele chegou lá, então todos chegaram. Fez a cabeça de milhões assim. Conseguirá reunir seu exército de crentes?

Já vimos esse Lula em ação. Quando as agências de classificação de risco promoveram o Brasil a grau de investimento, disse o então presidente: “E quis Deus que fosse exatamente nesse momento que um presidente de sorte assumisse a presidência da República. E Deus queira que o Brasil nunca mais eleja um presidente que não tenha sorte”.

Sim, havia certa ironia na fala, dirigida àqueles que afirmavam que ele era sortudo, não competente. Lula absorveu a crítica e transformou a “sorte” que lhe atribuíam numa boa sina.

Imprensa
Lula está indignado com a Justiça e com o Ministério Público, sim; acusou a suposta desnecessidade da operação; ele se disse magoado; ferido na sua dignidade, mas, num dado momento, observou que tais entes são vítimas de uma força maligna: a imprensa. Citou nominalmente a Globo, a VEJA e a Época, deixando, claro, adicionalmente, que nada tinha contra os jornalistas.

No seu discurso, só está sendo investigado porque os donos de sempre do Brasil — e nem parecia que ele estava ali por causa de sua relação promíscua com empreiteiras — estavam reagindo aos milagres, ele usou essa palavra, que ele promoveu no país. Citou ao menos cinco. E o primeiro, notou, foi ter sobrevivido.

Lula deixou claro, e isso é mesmo verdade, que estava preparado para essa ação. Decidiu jogar no tudo ou nada. Via o seu partido um tanto letárgico. Precisava de um elemento forte o bastante que reacendesse a militância. E agora ele tem.

Vai funcionar? Vamos ver. No encerramento, disse uma frase emblemática: se querem matar a jararaca, tem de bater é na cabeça, não no rabo. Por isso só a deixa mais brava.

Notem que ele não respondeu a uma única das acusações ou suspeitas que há contra ele. Ao contrário até. Ele as tratou como caricatura.

A sorte está lançada.

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/discurso-de-lula-segue-organizado-e-perigoso-atencao-para-a-metafora-da-serpente/

Justiça Eleitoral oferece atendimento aos sábados em Juiz de Fora

04/03/2016 12h08 - Atualizado em 04/03/2016 12h08

Do G1 Zona da Mata

A Justiça Eleitoral em Juiz de Fora vai funcionar em regime de plantão a partir deste sábado (5) para oferecer serviços como novos títulos, transferência de bairro ou município e cadastramento biométrico. O prazo para os eleitores fazerem esses procedimentos termina no dia 4 de maio. O atendimento aos sábados segue até o dia 30 de abril.

A Justiça Eleitoral atende na Avenida Itamar Franco, 1.418, no Centro, e na Rua Halfeld, 781, no Centro, das 8h às 12h. É possível realizar o agendamento pelo site do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) ou pelo disque-eleitor por meio do número 148.

Instituto Lula e Partido dos Trabalhadores abusam dos clichês e não respondem o que interessa

Por: Reinaldo Azevedo 04/03/2016 às 13:37

Rui Falcão, presidente do PT, publicou no site do partido um vídeo em que repete velhos clichês e convoca a militância e aliados a defender nas ruas a “inocência do ex-presidente”. E claro, culpa a imprensa e acusa perseguição da justiça e da Polícia Federal:

“Setores do aparato policial e judicial do Estado, mancomunados com grupos de comunicação e a oposição de direita, são o centro dirigente de uma operação destinada a subverter o resultado das urnas.

O festival de investigações seletivas, vazamentos ilegais e atropelos de garantias individuais evidencia que a nação está sendo sangrada pela construção de um regime de exceção e arbítrio, sob o comando de forças conservadoras cujo único objetivo é voltar ao governo a qualquer custo.

Estes mesmos grupos reacionários, no passado, recorriam aos quartéis. Agora aliciam inimigos da democracia nos tribunais, no Ministério Público e na Polícia Federal, estimulados e protegidos pela imprensa monopolista.”.

A nota do Instituto Lula, que hoje sofreu busca e apreensão em suas instalações e é diretamente investigado na fase Aletheia da Operação Lava Jato, não responde a nenhum dos pontos investigados pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal – todas investigando possível triangulação de operações entre o Instituto Lula, que goza de benefícios fiscais, a LILS (empresa de palestras de Lula), uma empresa do filho do ex-presidente e grandes construtoras; limita-se afirmar que todas as informações foram prestadas à Receita Federal.

O Instituto ainda chama de “violência” a condução coercitiva de Lula a depor, alegando que o ex-presidente sempre colaborou com a justiça, espontaneamente e quando convidado, apesar de seu ausência por duas vezes à convocação para depor ao Ministério Público de São Paulo que investiga a propriedade e as reformas do sítio de Atibaia e do tríplex no Guarujá.

Blog do Jornalista Reinaldo Azevedo