segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Aplicativo vai monitorar mensagens de ódio e racismo nas redes sociais

02/11/2015 14h36
Rio de Janeiro
Isabela Vieira e Tâmara Freire - Repórteres da EBC

Um aplicativo na internet vai monitorar postagens nas redes sociais que reproduzam mensagens de ódio, racismo, intolerância e que promovam a violência. Criado pelo Laboratório de Estudos em Imagem e Cibercultura da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), o instrumento será lançado este mês e permitirá que usuários sejam identificados e denunciados.

De acordo com o professor responsável pelo projeto, Fábio Malini, os direitos humanos são vistos de maneira pejorativa na internet e discursos de ódio tem ganhado fôlego. “É preciso desmantelar esse processo”, defende. Por meio da disponibilização dos dados, ele acredita que é possível criar políticas públicas “que amparem e empoderem as vítimas”.

Encomendado pelo Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, o Monitor de Direitos Humanos, como foi batizado o aplicativo, buscará palavras-chaves em conversas que estimulem violência sexual contra mulheres, racismo e discriminação contra negros, índios, imigrantes, gays, lésbicas, travestis e transexuais. Os dados ficarão disponíveis online.

A blogueira e professora universitária Lola Aronovich relata ser vítima frequente de agressões e até ameaças de morte pela internet, por defender dos direitos das mulheres. Nos fóruns de discussão em que participa, várias mensagens de ódio são postadas.

Para a blogueira, o monitoramento dos ataques, a investigação e a punição dos autores são importantes para frear crimes, que chegam a extrapolar o mundo virtual. "Mensagens nas redes têm estimulado mortes e suicídios no mundo real", disse. “Não podemos mais fingir que não acontece”, acrescentou.

Quem não expõe ideias na rede, não está livre de violência. Para a jovem Maria das Dores Martins dos Reis bastou ser negra e postar uma foto no Facebook ao lado do namorado, que é branco, para ser alvo de discriminação. A foto recebeu dezenas de comentários racistas e foi compartilhada em grupos criados especialmente para agredi-la.

“É como se fosse uma diversão para ele. Só que para quem sofre não é legal. Isso dói e machuca”, revelou, que, mesmo após ter denunciado o caso, não viu agressores condenados.

No último sábado (31), a atriz Taís Araújo foi alvo de mensagens racistas nas redes sociais. A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, por meio de nota, informou hoje (2) que a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) vai instaurar inquérito para apurar o crime. A atriz será ouvida e os autores identificados serão intimados a depor. O racismo é crime no Brasil e, por lei, quem praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional pode ser condenado a reclusão de um a três anos e pagamento de multa.

Saiba onde denunciar crimes cibernéticos:

Site da Safernet: o site recolhe denúncias anôminas relacionadas a crimes de pornografia infantil, racismo, apologia e incitação a crimes contra a vida.
Canal do Cidadão do MPF: o Ministério Público Federal recebe denúncias de diferentes tipos. A pessoa pode optar por manter os seus dados sigilosos ou não. A Procuradoria-Geral da República recomenda aos cidadãos apresentarem o maior número de provas para que o processo possa ter mais agilidade.
Disque 100: o canal recebe denúncias de abuso ou violência sexual. O serviço é coordenado pelo Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos. O Disque 100 funciona 24 horas por dia. As ligações são gratuitas e podem ser feitas de qualquer local do Brasil. A denúncia é anônima e as demandas são encaminhadas para as autoridades competentes.

O que devo fazer quando me deparar com um crime cibernético?
1) Guarde todas as provas e indícios possíveis
2) Tire fotos das denúncias, "print screen" e imprima o material
3) Registre as denúncias com o maior número de detalhes
4) Não compartilhe ou replique comentários ofensivos ou que incitem ao crime
5) Crie uma rede de proteção às crianças vítimas. Não permita que ela fique exposta aos comentários ofensivos nas redes sociais

Edição: Carolina Pimentel
Agência Brasil

Tudo tem seu "Tempo". Eclesiastes 3

Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.

Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;

Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar;

Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;

Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar;

Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora;

Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;

Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.

Que proveito tem o trabalhador naquilo em que trabalha?

Tenho visto o trabalho que Deus deu aos filhos dos homens, para com ele os exercitar.

Tudo fez formoso em seu tempo; também pôs o mundo no coração do homem, sem que este possa descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até ao fim.

Já tenho entendido que não há coisa melhor para eles do que alegrar-se e fazer bem na sua vida;

E também que todo o homem coma e beba, e goze do bem de todo o seu trabalho; isto é um dom de Deus.

Eu sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe deve acrescentar, e nada se lhe deve tirar; e isto faz Deus para que haja temor diante dele.

O que é, já foi; e o que há de ser, também já foi; e Deus pede conta do que passou.

Vi mais debaixo do sol que no lugar do juízo havia impiedade, e no lugar da justiça havia iniqüidade.

Eu disse no meu coração: Deus julgará o justo e o ímpio; porque há um tempo para todo o propósito e para toda a obra.

Disse eu no meu coração, quanto a condição dos filhos dos homens, que Deus os provaria, para que assim pudessem ver que são em si mesmos como os animais.

Porque o que sucede aos filhos dos homens, isso mesmo também sucede aos animais, e lhes sucede a mesma coisa; como morre um, assim morre o outro; e todos têm o mesmo fôlego, e a vantagem dos homens sobre os animais não é nenhuma, porque todos são vaidade.

Todos vão para um lugar; todos foram feitos do pó, e todos voltarão ao pó.

Quem sabe que o fôlego do homem vai para cima, e que o fôlego dos animais vai para baixo da terra?

Assim que tenho visto que não há coisa melhor do que alegrar-se o homem nas suas obras, porque essa é a sua porção; pois quem o fará voltar para ver o que será depois dele?
Eclesiastes 3:1-22

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O livro de Eclesiastes faz parte dos livros poéticos e sapienciais do Antigo Testamento da Bíblia cristã e judaica, vem depois do Livro dos Provérbios e antes de Cântico dos Cânticos.

O Livro tem seu nome emprestado da Septuaginta, e na Bíblia hebraica é chamado Kohelet (קהלת). Embora tenha seu significado considerado como incerto, a palavra tem sido traduzida para o português como pregador ou preletor. Faz parte dos escritos atribuídos tradicionalmente ao Rei Salomão, por narrar fatos que coincidiriam com aqueles de sua vida.

Por outro lado, Bíblia de Jerusalém sustenta que a atribuição a Salomão não passa de mera ficção literária do autor, a linguagem do livro, e sua doutrina, permitem concluir que foi escrito após o Exílio na Babilônia .

Muitos questionam a unicidade do autor, e defendido que foi escrito por duas, três, quatro e até oito mãos distintas.

O principal tema do livro é a vaidade das coisas humanas, dando a lição de desapego dos bens terrestres, negando a felicidade dos ricos e preparando o povo para entender que "bem-aventurados são os pobres" (Lc 6, 20) .

Por sua vez, a Edição Pastoral da Bíblia sustenta que trata-se de um livro profundamente crítico, lúcido e realista sobre a condição do povo, por volta do século III AC, quando a Palestina era então colônia da dinastia macedônica dos Ptolomeus, ao qual devia pagar pesados tributos, que eram arrecadados pela família dos Tobíadas, que controlava o comércio, a economia e a política interna.

domingo, 1 de novembro de 2015

Guia para pagar INSS e FGTS de domésticos pode ser emitida a partir de hoje

01/11/2015 10h21
Brasília
Yara Aquino - Repórter da Agência Brasil

A partir de hoje (1°), está disponível para emissão o documento conhecido como Guia Única do Simples Doméstico, no portal eSocial, de acordo com a Receita Federal. Na guia, estão incluídos os tributos que os patrões de empregados domésticos devem pagar como a contribuição previdenciária e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

O documento tem código de barras e pode ser pago em qualquer agência ou canais eletrônicos disponíveis pela rede bancária, até o dia 6 de novembro. O cadastramento do trabalhador no eSocial e o pagamento, que é relativo à competência de outubro, podem ser feitos até esta data, sem multas. O Fisco espera a adesão de 1,2 milhão de trabalhadores ao sistema. 

Por meio do novo sistema, o patrão recolhe, em documento único, a contribuição previdenciária, que varia de 8% a 11% da remuneração do trabalhador e paga 8% de contribuição patronal para a Previdência. A guia também inclui 8% de FGTS, 0,8% de seguro contra acidentes de trabalho, 3,2% de indenização compensatória (multa do FGTS) e Imposto de Renda para quem recebe acima da faixa de isenção (R$ 1.903,98).

Para formalizar a situação do trabalhador doméstico, o empregador deve registrar seus dados e os do funcionário na página do programa. Para gerar o código de acesso ao eSocial, o patrão precisa do CPF, da data de nascimento e do número de recibo das duas últimas declarações do Imposto de Renda Pessoa Física. O empregador precisará cadastrar ainda o telefone e o e-mail dele e inserir os seguintes dados do trabalhador: CPF, data de nascimento, país de nascimento, Número de Identificação Social (NIS), dados da carteira de trabalho, raça, escolaridade, telefone, e-mail, dados do contrato e local de trabalho.

O recolhimento dos encargos está relacionado a chamada PEC das Domésticas, aprovada em abril de 2013, que garantiu uma série de direitos ao trabalhador doméstico.

Edição: Carolina Pimentel
Agência Brasil

Sada Cruzeiro derruba prepotência russa e é bicampeão do mundo

Sada Cruzeiro se consagra bicampeão mundial de vôlei

PUBLICADO EM 31/10/15 - 17h10
DANIEL OTTONI
@SUPER_FC

A soberba russa veio ao chão! Não teve favoritismo, milhões de euros investidos e atletas do mais alto nível, de algumas seleções do mundo, que impedissem o segundo título mundial do Sada Cruzeiro. O que era para ser do time do técnico Marcelo Mendez, estava guardado. E foi sobre o Zenit Kazan, da Rússia, considerada uma das equipes mais fortes do planeta, que o status de melhor time do mundo retornou para o CT do Barro Preto. A missão, que sempre se soube que seria complicada, foi cumprida e mostra a força de um grupo guerreiro e maduro, acostumado a chegar e vencer finais. O Cruzeiro mostra ser incansável na busca constante por fazer sempre o melhor, em buscar (e conseguir) cada vez mais. Superação é o que não falta quando este time entra em quadra, seja quem estiver do outro lado da rede.

A vitória de 3 a 1 (25/20, 21/25, 27/25 e 25/21) foi conquistada neste sábado, no ginásio Divino Braga, em Betim, palco do Mundial de clubes e de uma batalha final que não sairá tão cedo da memória de quem teve o privilégio de acompanhar de perto. A troca de pontos e a tensão foram constantes, como a cartilha de uma grande decisão rege.

Depois de ter caído para o mesmo Zenit na primeira fase, o Sada Cruzeiro mostrou ter assimilado muito bem as lições da derrota da última quarta-feira. O filme de 2013, quando venceu na hora certa e necessária, se repetiu, no mesmo poliesportivo, que parece dar sorte ao time estrelado.

O rendimento celeste foi outro, mais regular e consistente. A defesa esteve atuante e bem posicionada. A parte ofensiva foi bem, aproveitou bem grande parte das oportunidades no side out e nos contra-ataques para pressionar os russos o tempo todo. O saque, que havia tido altos e baixos no jogo da fase de classificação, encaixou e conseguiu dar trabalho para a linha de passe adversária, contribuindo para o bloqueio aparecer.

O Zenit não deixou de mostrar sua força, principalmente nos saques e ataques, mas teve pela frente um time inspirado, que não permitiu altos e baixos, como deve ser a postura em uma decisão de Mundial.

A torcida, que marcou presença novamente, jogou junto e fez sua parte, como era necessário. Das arquibancadas vieram gritos de apoio e de pressão sobre o adversário, que viu de perto o que é uma torcida de peso, que merecia também a medalha de ouro por ser o oitavo jogador.

http://www.otempo.com.br

Londrina supera o Tupi-MG nos pênaltis e vai à final da Série C

Publicado em 31/10/2015, 22:10 /Atualizado em 31/10/2015, 22:11ESPN.com.br com agência Gazeta Press

DIVULGAÇÃO/FACEBOOK LONDRINAEC
Torcida do Londrina faz a festa com a final da Série B do Campeonato Brasileiro

A Série C do Campeonato Brasileiro já tem seu primeiro finalista. Na noite deste sábado, o Londrina empatou por 0 a 0 com o Tupi-MG no Estádio do Café e avançou à decisão com triunfo por 5 a 3 na disputa de pênaltis, graças ao goleiro Vitor, que defendeu a primeira cobrança adversária, feita por Goiano.

Na primeira partida, realizada em Juiz de Fora (MG), as duas equipes também empataram por 0 a 0 em jogo de poucas emoções, no qual os mandantes ainda esboçaram pressão no fim, mas ninguém mexeu no placar.

O cenário foi parecido no duelo deste sábado, no qual ambas as equipes mostraram muita disposição e intensidade física, mas pouca criatividade, e ninguém conseguiu marcar.

Na decisão por pênaltis, Batata, Germano, Paulinho, Netinho e Sílvio balançaram as redes para garantir a classificação paranaense. Já pelo lado do Tupi, Goiano começou perdendo em defesa do goleiro Vitor, e então, diante da precisão adversária, de nada adiantaram os gols de Osmar, Bruno Aquino e Fabrício. Mesmo eliminada, a equipe mineira encerra a temporada com balanço positivo, uma vez que já garantiu seu acesso à Série B ao classificar-se para a semifinal.

Agora, o Londrina espera para conhecer seu adversário da decisão, que será definido nesta segunda-feira, quando o Vila Nova recebe o Brasil de Pelotas no Serra Dourada, em Goiânia, após empate sem gols na ida, em território gaúcho.
http://espn.uol.com.br/noticia/554502_londrina-supera-o-tupi-mg-nos-penaltis-e-vai-a-final-da-serie-c

Campanha Novembro Azul alerta para prevenção do câncer de próstata

01/11/2015 09h41
Rio de Janeiro
Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil

Por ano, são feitos no Brasil cerca de 69 mil diagnósticos de câncer de próstata. Para conscientizar homens sobre a importância da prevenção e diagnóstico desse tipo de câncer, entidades médicas em todo o mundo iniciam neste mês campanha chamada Novembro Azul. No Brasil, a campanha será lançada oficialmente hoje (1º), durante o 35º Congresso Brasileiro de Urologia, no Rio de Janeiro.

O movimento surgiu na Austrália, em 2003, durante o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata, em 17 de novembro.

De acordo com o médico Alfredo Canalini, membro da Comissão de Comunicação da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), o foco da campanha é conscientizar os homens para que façam o exame de próstata, principalmente aos 50 anos, “e mais ainda para aqueles que são do fator de risco, que envolve história familiar forte para câncer de próstata e homens afrodescendentes”.

“A gente lamenta que alguns desses casos [câncer de próstata] não são feitos no momento em que a doença é inicial. Por isso, a gente enfatiza muito o aspecto do exame rotineiro do homem”.

O urologista explicou que a doença não apresenta sintomas na fase inicial. Quando o câncer de próstata começa a dar sintomas, a doença já está avançada. O câncer de próstata é o mais frequente entre os homens.

Alfredo Canalini destacou que com o aumento da longevidade, a incidência da doença aumentou. “Mais da metade dos tumores malignos de próstata aparece nos homens acima de 65 anos de idade”.

Durante o mês de novembro, especialistas da SBU farão palestras em todo o país para informar e orientar a população masculina a respeito da próstata e também as mulheres. "Elas são as grandes agentes de saúde. São elas que conversam com os maridos e os levam para o médico”, ressaltou Canalini.

O aposentado Laurindo da Silva Carneiro, de 73 anos, morador no Rio de Janeiro, faz questão de seguir à risca as recomendações. Graças aos exames e às consultas periódicas ao urologista, ele detectou um tumor na próstata em etapa inicial e foi operado “Não precisei fazer quimioterapia, nem nada, porque vi a tempo [a doença]. Eu vinha sempre acompanhando, todo ano, também. Foi um sucesso total", disse.

Laurindo Carneiro contou que o filho, de 47 anos, segue seu exemplo. Ao ver que a taxa de PSA (Antígeno Prostático-Específico) no sangue estava alta, fez exames que constataram que a próstata estava inchada. O filho do aposentado passou por uma cirurgia há cerca de um mês e passa bem. “Não dá nenhum aviso, não dói [câncer de próstata]. Então, a pessoa tem que estar sempre de olho. Quanto mais cedo, melhor”, recomendou.

Edição: Carolina Pimentel
Agência Brasil

sábado, 31 de outubro de 2015

Regulamentação de atividade deve beneficiar cerca de 10 milhões de artesãos

31/10/2015 09h00
Brasília
Ana Lúcia Caldas - Repórter do Radiojornalismo
Rio de Janeiro - A legislação define como artesão toda pessoa que desempenha atividades profissionais de forma individual, associada ou cooperativada, com predomínio manual, podendo contar com o auxílio de ferramentas e outros equipamentos.
Fernando Frazão/Agência Brasil

Cerca de 10 milhões de artesãos brasileiros foram reconhecidos como trabalhadores profissionais com a sanção este mês da Lei nº 13.180/2015. O texto estabelece diretrizes para as políticas públicas de fomento à profissão, institui a carteira profissional para a categoria e autoriza o Poder Executivo a dar apoio profissional aos artesãos.

A legislação define como artesão toda pessoa que desempenha atividades profissionais de forma individual, associada ou cooperativada, com predomínio manual, podendo contar com o auxílio de ferramentas e outros equipamentos.

Entre as diretrizes estão a valorização da identidade e cultura nacionais, a destinação de linha de crédito especial para o financiamento da comercialização da produção artesanal e para a aquisição de matéria-prima e de equipamentos, além de qualificação permanente, apoio comercial e certificação da qualidade do artesanato.

A Carteira Nacional do Artesão, prevista na lei, será válida em todo o território nacional e só será renovada com a comprovação das contribuições sociais para a Previdência Social. A lei prevê também a criação da Escola Técnica Federal do Artesanato.

Crédito

Para Sônia Quintella, presidente da Artesol, a regulamentação no âmbito federal é fundamental. A Artesol é uma organização da sociedade civil de interesse público (Oscip) que beneficia artesãs e artesãos de baixa renda. Segundo ela, antes era necessário se formalizar como Microempreendedor Individual (MEI) para obter vantagens, como financiamentos, o que, para ela, facilita pouco a vida do artesão que, na maioria das situações, tem a atividade como complemento de renda. “Agora, ele vai ter acesso a uma linha de crédito específica que antes ele tirava como pescador ou produtor rural.”

Sônia Quintella diz que a preocupação é como a lei vai ser posta em prática. Ela acredita na criação de políticas públicas que ajudem o artesão a se manter na profissão, para que essa seja a sua principal fonte de renda. “Ele necessita desse apoio do governo federal. Alguns ministérios fazem algum trabalho voltado para o artesão, mas são medidas específicas”, acrescentou.

Visibilidade

Para Fani Pereira, que trabalha há 12 anos na Feira de Artesanato da Torre, em Brasília, a aprovação vai dar mais visibilidade à categoria em relação às reivindicações. “Antes só tinha voz quem era microempreendedor individual”, diz. José Souza, que trabalha há 45 na Torre, acredita na obtenção de benefícios como a aposentadoria, com a nova lei. Francisco Pereira, de quase 80 anos, espera que a lei seja realmente efetivada na prática. “Todos estamos esperando isso, vamos ver se vai acontecer”, disse.

Quem frequenta o local, como o assistente administrativo Manoel de Souza, também aprova a regulamentação. Morador de Brasília, ele acredita que agora vai haver mais empenho da parte dos artesãos, em contrapartida ao que governo está oferecendo. A turista Ângela Quintanilha, do Rio de Janeiro, concorda. “Eles não tem estabilidade, não tem segurança e é uma forma de valorizar uma profissão de criatividade.”

Segundo o Ministério do Trabalho, o artesanato é uma atividade muito importante para a economia e a cultura do país e a lei vai permitir a formulação de um conjunto de políticas públicas para esses trabalhadores, ao incentivar a qualificação e a gestão profissional das atividades dessa categoria.

Edição: Talita Cavalcante
Agência Brasil

Fiocruz amplia projeto com mosquitos da dengue modificados em laboratório

31/10/2015 09h06
Rio de Janeiro
Flávia Villela - Repórter da Agência Brasil

Com base na experiência na Ilha do Governador, os cientistas adotaram nova metodologia em Jurujuba, onde vivem cerca de 2 mil pessoas 
Arquivo/Agência Brasil

Após um ano de testes com mosquitos da dengue modificados em laboratório, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) ampliou a área de atuação do projeto no Rio de Janeiro. O bairro de Jurujuba, em Niterói, região metropolitana, tem recebido desde agosto milhares de ovos do Aedes aegypti infectados com a bactéria Wolbachia, encontrada no meio ambiente e capaz de impedir a transmissão da dengue pelo mosquito. A experiência faz parte do projeto 'Eliminar a Dengue: Desafio Brasil', que começou há cerca de um ano no bairro de Tubiacanga, na Ilha do Governador, zona norte da cidade. Neste bairro moram 3 mil pessoas. Conforme o projeto, foram liberados, durante quatro meses, aproximadamente 10 mil mosquitos modificados com a bactéria.

Com base na experiência na Ilha do Governador, os cientistas adotaram nova metodologia em Jurujuba, onde vivem cerca de 2 mil pessoas. Luciano Moreira, pesquisador da Fiocruz e coordenador do projeto no Brasil, explicou que, em Jurujuba, ovos do mosquito com a bactéria foram liberados em pequenos baldes. A experiência ocorreu em 80 residências que aceitaram colaborar com a iniciativa.

“É um método mais simples e mais barato e, em termos de logística, podemos facilitar bastante o processo de soltar o mosquito com Wolbachia. Esta metodologia pode ser utilizada no futuro em outras áreas do Brasil”, disse ele ao destacar que os resultados são promissores. Cerca de metade da população dos mosquitos em Jurujuba já está infectada com a bactéria. “Como a Wolbachia é transmitida pela mãe aos filhotes, não há necessidade de liberação permanente de Aedes aegypti com Wolbachia, então esperamos chegar a 100% dos mosquitos com a bactéria”.

Embora não haja prazo para aplicação desta metodologia, o pesquisador mencionou que, na Austrália, onde a experiência teve início em 2009, 100% dos mosquitos da dengue nas áreas de testes estão infectados com Wolbachia. Em Tubiacanga, após 20 semanas de liberação de mosquitos, 65% dos mosquitos Aedes Aegypti continham a bactéria Wolbachia.

Na fase de monitoramento, o percentual de mosquitos com a bactéria teve queda de 15% em agosto passado. O verão atípico, com altas temperaturas e pouquíssima chuva, é uma das explicações para a morte dos mosquitos de laboratório.

“Além disso, nossos mosquitos eram mais suscetíveis a inseticidas em comparação com os mosquitos locais”, comentou Moreira. “Isso trouxe uma informação nova e foi muito positiva para o projeto. Durante este ano, cruzamos os mosquitos infectados com a bactéria com os mosquitos de Tubiacanga, que agora estão mais resistentes aos inseticidas. A população comWolbachia já está em 50% após novas liberações de ovos e de mosquitos em agosto”.

O pesquisador ressaltou que, quando a população de Aedes Aegypti chegar a 100%, será possível passar para o próximo passo: avaliar se houve queda no número de casos de dengue.

Os testes de campo no Brasil foram aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), após avaliação sobre a segurança para a saúde e o meio ambiente.

Além do financiamento da Fiocruz, feito pelo Ministério da Saúde, o projeto brasileiro também recebe verbas do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq). As secretarias municipais de Saúde de Niterói e do Rio atuam como parceiras locais na implantação do projeto.

A Wolbachia está presente em cerca de 60% dos insetos no mundo, incluindo diversas espécies de mosquitos, como o pernilongo, e não apresenta risco para a saúde humana ou para o ambiente. É uma bactéria intracelular, transmitida de mãe para filho no processo de reprodução dos mosquitos e não durante a picada do Aedes em ser humano.

A pesquisa com a bactéria também está sendo desenvolvida no Vietnã e na Indonésia.

Edição: Valéria Aguiar
Agência Brasil

Abolicionista negro que libertou mais de 500 escravos será reconhecido pela OAB

31/10/2015 09h27
São Paulo
Camila Maciel - Repórter da Agência Brasil

Luiz Gonzaga Pinto da Gama, abolicionista negro que libertou mais de 500 escravos no Brasil pela via judicial – será reconhecido como advogado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) após 133 anos de sua morte. A cerimônia ocorrerá nesta terça-feira (3) na Universidade Presbiteriana Mackenzie, às 19h. Gama, que apesar de ter nascido livre foi vendido como escravo pelo pai aos 10 anos para pagamento de dívida de jogo, atuava como rábula, exercendo a advocacia ser ter o título, o que era permitido naquela época.

De acordo com o presidente nacional da OAB, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, é a primeira vez, no atual modelo da advocacia brasileira, que este tipo de homenagem é conferida. Logo após a fundação da entidade, em 1931, o regulamento permitiu a incorporação de rábulas – pessoas que já atuavam na advocacia – na instituição. “Embora não fosse advogado, Luiz Gama era um grande defensor da abolição e sua atuação como rábula livrou inúmeras pessoas dos grilhões escravistas”, destacou o presidente.

Além deste reconhecimento, a universidade promoverá debates nos dias 3 e 4 para discutir o legado de Luiz Gama e a escravidão no Brasil. A partir das 9h30 de terça-feira (3), o presidente do Instituto Luiz Gama, Sílvio Luiz de Almeida, fará conferência sobre o abolicionista e, em seguida, haverá um ato no Cemitério da Consolação, onde Gama foi sepultado. A biografia do negro liberto, disponibilizada pelo instituto, destaca que o sepultamento dele, em 1882, foi acompanhado por cerca de 3 mil pessoas, representando 10% da população da época (40 mil pessoas).

Na quarta-feira (4), das 9h30 às 11h, pesquisadores convidados discutirão o tema “Escravidão e formação econômica”. Em seguida, haverá o debate “Direitos sociais e estrutura”. Em uma perspectiva mais atual, a mesa redonda à noite irá discutir o tema “Segurança Pública e População Negra”.

História

O baiano Luiz Gama nasceu em 1830, filho de um português e Luiza Mahin, negra livre que integrou insurreições de escravos. Ele foi para o Rio de Janeiro aos 10 anos depois de ser vendido pelo pai para pagar uma dívida. Após conseguir a libertação, sete anos depois, tornou-se um dos maiores líderes abolicionistas. Em 1869, ao lado de Rui Barbosa, fundou o jornal Radical Paulistano.

Em 1850, Gama tentou frequentar o curso de Direito do Largo do São Francisco, hoje, Universidade de São Paulo (USP), mas foi impedido por ser negro. Ele frequentou ás aulas como ouvinte e o conhecimento adquirido permitiu que atuasse na defesa jurídica de negros escravos. Ele destacou-se também como jornalista e escritor.

Nos tribunais, o abolicionista defendeu, principalmente, negros que podiam pagar pela carta de alforria, mas eram impedidos pelos donos de escravos. As causas envolviam também os que entraram em território nacional após a proibição do tráfico negreiro de 1850. Ele ganhou notoriedade ao defender a tese de que o escravo, ao matar o senhor, agia em legítima defesa.

As informações biográficas estão disponíveis no site do Instituto Luiz Gama.
Edição: Valéria Aguiar
Agência Brasil

Museu promove palestra para discutir a mostra “Arte e Modernidade em Paris: Exposição Universal de 1900”

JUIZ DE FORA - 30/10/2015 - 17:37
Notícias de: MUSEU MARIANO PROCÓPIO

Em cartaz desde terça-feira, 27, no parque do Museu Mariano Procópio, a mostra “Arte e Modernidade em Paris: Exposição Universal de 1900” apresenta fotografias que integram um álbum composto por 50 imagens, do acervo da instituição. Para os interessados em conhecer mais sobre o tema, será realizada uma palestra, ministrada pela historiadora Rosane Carmanini Ferraz, mestre em Ciência da Religião e doutoranda em História, dia 11 de novembro, às 14 horas, no auditório da sede administrativa da Fundação Museu Mariano Procópio, localizada na Rua Dom Pedro II, 350.

No encontro, Rosane discorrerá sobre as imagens apresentadas na mostra, imortalizadas pelo olhar dos irmãos Neurdein, os fotógrafos franceses que atuaram na produção de retratos e “vistas”. Outros aspectos importantes serão apresentados, como a importância das Exposições Universais e a relação da Família Ferreira Lage.

As fotografias retratam Paris na virada do século 19 para o 20, e mostram o espírito festivo de união das nações em torno do progresso, da arte, da ciência e da modernidade, bem como os cenários da exposição e o público que circulava pelo evento. 

A inscrição é gratuita e deve ser efetuada antecipadamente, pelo telefone (32)3690-2027, de segunda a sexta-feira, das 8 às 12 horas e das 14 às 18 horas. A exposição fica em cartaz até 8 de janeiro de 2015. Entrada gratuita.

Parque do Museu Mariano Procópio
Rua Mariano Procópio, 1.100 – Bairro Mariano Procópio. CEP: 36035-780.Tel.: (32) 3690-2211
Funcionamento para o público em geral: de terça-feira a domingo, das 8 às 18 horas
Horário especial para integrantes do Clube da Caminhada: das 6 às 8 horas
Entrada gratuita
Sede administrativa da Fundação Museu Mariano Procópio
Rua Dom Pedro II, 350 – Bairro Mariano Procópio. CEP: 36035-090. Tel.: (32) 3690-2200
Segunda a sexta-feira: das 8 às 12 horas e das 14 às 18 horas.

TEXTO: Allison Ferrarezi

* Informações com a Secretaria Comunicação Social pelo telefone 3690-7246.
Portal PJF