quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Briga por espaço no varal pode ser motivo de morte em Juiz de Fora

17/09/2015 14h52 - Atualizado em 17/09/2015 14h58

Marina Proton
Do G1 Zona da Mata

Segundo PM, suspeita esfaqueou vítima após briga por espaço no varal. 
(Foto: Augusto Medeiros/G1)

Uma briga por espaço no varal pode ter sido o motivo do assassinato de uma adolescente de 17 anos no início da tarde desta quinta-feira (17), em Juiz de Fora. Segundo informações da Polícia Militar (PM), a vítima foi morta a facadas durante um desentendimento com outra adolescente, de 16 anos. O namorado da suspeita também é apontado como co-autor do crime.

Segundo informações da PM, a vítima foi atingida por uma facada no peito, que pode ter acertado o coração, e faleceu no local. O corpo ainda está no lugar do crime aguardando a perícia. Os suspeitos ainda não foram localizados.

Lei Murilo Mendes: festival de música eletrônica acontece sábado na Praça Antônio Carlos

JUIZ DE FORA - 16/9/2015 - 17:49
Notícias de: FUNALFA

Criar e reinventar músicas com tecnologia é a proposta da 7ª edição do “Conexão Eletrônica – Festival Beneficente de Música Eletrônica”, que acontece no sábado, 19, a partir das 15 horas, na Praça Antônio Carlos (Avenida Getúlio Vargas, Centro). O projeto é financiado pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura Murilo Mendes, mantida pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), por meio da Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funalfa).

Estão previstas as apresentações de cinco DJs de Juiz de Fora: Drop, Ward, Michel Hyounarkovic (projeto “Minimal Monkey”), Sandro Kelmer, Felipe Cabide, além de Ravi Fornari (Rio de Janeiro/RJ) e Beattronic (São Paulo/SP). Serão apresentados os estilos: Deep, Techno, Prog Trance, Electro House, Minimal, Techno e Deep House.

Além da parte musical, o projeto promoverá campanhas de prevenção e conscientização contra as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), nos dias 17, 24, 31 de outubro e 7 de novembro, na Praça da Estação, sempre das 9 às 14 horas. Desse modo, estão programadas as seguintes atividades: teste de hepatite C, glicose, aferição de pressão e distribuição de preservativos e folders informativos. A ação é o resultado da parceria da organização do festival com a Secretaria de Saúde da PJF, através do Programa Municipal DST/Aids.

O diretor-geral do projeto, Marcelo Telles Gusmão, conta que o festival surgiu em 2008 com a proposta de ressaltar a pluralidade de estilos da música eletrônica e promover campanhas de conscientização. “Já passaram pelos palcos do ‘Conexão Eletrônica’ cerca de 70 artistas de Juiz de Fora (MG), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Curitiba (PR) e Barbacena (MG). Em todas as edições houve campanhas preventivas”.

* Informações com a Assessoria de Comunicação da Funalfa pelo telefone 3690-7044 // Contato: Marcelo Telles Gusmão: 8805-2451

Portal PJF

Copa Prefeitura Bahamas de Futebol Amador: 23 partidas remarcadas para o final de semana

JUIZ DE FORA - 16/9/2015 - 18:49
Notícias de: SECRETARIA DE ESPORTE E LAZER

O final de semana terá 64 partidas pela Copa Prefeitura Bahamas de Futebol Amador. Nesta quarta-feira, 16, a coordenação da competição divulgou o “Boletim 5”, que conta com a remarcação de 23 partidas que foram canceladas em razão das fortes chuvas durante o último final de semana na cidade. No sábado, 19, 24 jogos agitam as disputas nas categorias de base (dente de leite, mirim e infantil) em três campos da zona norte: Cerâmica, Lacet e Milho Branco.

No domingo, 20, são 36 partidas pela zona urbana nos campos do Cerâmica, Linhares, Milho Branco, Polivalente/Teixeiras, São Benedito e Guaporé, que recebe, às 10h10, o jogo da rodada entre Guaporé e América do Progresso. As outras quatro partidas do final de semana são pela zona rural e estão marcadas para o Esporte Clube Benfica, a partir das 11 horas. De acordo com a organização da competição, 48 equipes serão eliminadas no final de semana, sendo 23 na base e 25 nas demais categorias.

Remarcações

Segundo as informações do “Boletim 5”, a rodada do último final de semana pela zona rural foi remarcada para 25 de outubro, sendo mantidos para o próximo domingo os jogos divulgados no início da competição. Remarcadas também as seguintes partidas: UFJF x ABC Botafogo (juvenil); Alegria Somotor x São Tarcísio (supermaster); e Oba Oba x La Coruña (adulta). Por outro lado, foram homologados os resultados de jogos realizados no último domingo pela categoria adulta em comum acordo entre as equipes, a saber: Tô Maluco 12 x 0 Camarões; Baeta Juventude 6 x 0 Chelsea do Retiro; Roma 5 x 0 Mancha Azul.

Clique aqui para conferir o “Boletim 5”.

* Informações com a Assessoria de Comunicação da SEL pelos telefones 3690-7829.

Portal PJF

Settra disponibiliza horários extras da linha 525 (UFJF) durante 3º Simpósio Mineiro de Educação Química

JUIZ DE FORA - 17/9/2015 - 11:31
Notícias de: SECRETARIA DE TRANSPORTE

Neste sábado, 19, e no domingo, 20, a Secretaria de Transporte e Trânsito (Settra) disponibiliza horários extras para a linha 525 (Universidade), para atender os participantes do 3º Simpósio Mineiro de Educação Química, que acontecerá no Campus da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Além dos horários já regulares, serão mais três horários especiais com saída do Centro e três partindo do Campus. Os veículos estarão devidamente identificados, e a tarifa será cobrada normalmente, no valor de R$ 2,50.

Confira os horários extras da linha 525 (Universidade):

Sentido Centro/Bairro: 7h15, 12h40, 17h15

Sentido Bairro/Centro: 12h10, 18h15, 20h30

*Informações com a Assessoria de Comunicação da Secretaria de Transporte e Trânsito pelo telefone 3690-7767.

Portal PJF

Papa inicia sábado primeira visita a Cuba e aos Estados Unidos

17/09/2015 08h38
Cidade do Vaticano
Da Agência Lusa

O papa Francisco inicia sábado (19) uma das viagens mais longas do pontificado, que o levará à Praça da Revolução, em Havana, ao Congresso dos Estados Unidos, em Washington, e à Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York. A viagem vai até terça-feira (22).

Depois de terem recebido João Paulo II e Bento XVI, os cubanos vão ouvir Francisco falar de reconciliação, nas etapas de Havana, Holguin e Santiago.

O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, disse nessa quarta-feira "ser provável" um encontro entre o papa e o ex-presidente Fidel Castro, mesmo que não esteja previsto no programa, de sábado à próxima terça-feira (22).

"Não temos preocupações especiais com a segurança. O papa pretende deslocar-se livremente e faz questão de manter o contato com as pessoas", afirmou Lombardi.

Com agenda muito cheia, o papa, de 78 anos, vai pronunciar 26 discursos.

Francisco vai ser o primeiro papa a falar no Congresso norte-americano, onde poderá destacar a responsabilidade do país na redução da poluição no mundo.

Na ONU - na quinta visita de um papa à sede da organização - o foco será o programa social e ecológico de Francisco contra a cultura do desperdício e a universalização da indiferença.

O papa argentino deverá pedir compromissos concretos na Conferência do Clima (COP21) em Paris, em dezembro. Ele vai defender uma solução negociada no Oriente Médio, a reciprocidade no diálogo com o Islã e a defesa dos cristãos perseguidos em todo o mundo.

Francisco deverá também recomendar ações coordenadas contra o tráfico de seres humanos e o acolhimento dos migrantes. O tema é muito sensível nos Estados Unidos, onde os políticos conservadores querem limitar a imigração.

O programa do papa nos Estados Unidos prevê vários encontros com representantes de sem-teto, famílias de imigrantes, presos e membros da comunidade hispânica.

Francisco visitará ainda o Marco Zero, local dos atentados de 11 de setembro de 2001, em Nova York, e vai canonizar um missionário franciscano espanhol, Junipero Serra, que participou da evangelização dos índios na Califórnia (Costa Oeste) no século XVIII.

Em Filadélfia (Pensilvânia), o papa vai encerrar o oitavo Encontro Mundial das Famílias Católicas.

Edição: Graça Adjuto
Agência Brasil

Rio é a primeira cidade da América Latina a ter extensão de domínio na internet

17/09/2015 07h35
Rio de Janeiro
Akemi Nitahara - Repórter da Agência Brasil
O domínio .rio vai ajudar o Rio de Janeiro a divulgar ainda mais os pontos turísticos da cidade, como o Bondinho do Pão de Açúcar 
(Foto) Tomaz Silva/Agência Brasil

A cidade do Rio de Janeiro se torna a partir de hoje (17) a primeira da América do Sul a ter uma extensão de domínio na internet com seu nome. O .rio já conta com cerca de 4,2 mil domínios pré-reservados pelo site www.meudominio.rio e os responsáveis têm 60 dias para confirmar a aquisição do endereço, no valor de R$130 por ano.

O processo foi aprovado este ano pela Divisão de Domínios Globais da Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (Icann) e o contrato, assinado nessa quarta-feira (16) com a Empresa Municipal de Informática (IplanRio), em cerimônia de lançamento no Palácio da Cidade, em Botafogo, zona sul do Rio.

De acordo com o secretário de Administração, Marcelo Queiroz, a nova extensão de domínio significa ter a marca da cidade na internet. “O .rio significa um jeito de ser carioca, uma cultura carioca, significa uma transformação de uma cidade que as pessoas acreditam. E o .rio é positivo porque vai gerar uma economia cada vez maior no Rio de Janeiro para o turismo, para todas as áreas dessa cidade.”

O presidente da divisão da Icann, Akram Atalla, lembra que cidades como Nova York, Londres, Paris, Roma, Berlim, Viena, Barcelona e Tóquio já têm seus domínios registrados e conta que essas extensões geram muitas oportunidades. “Espero que isso sirva de exemplo para muitas cidades do mundo no futuro. Foi um programa criado para encorajar a concorrência, escolha e inovação. O Rio tem muitas empresas com esses elementos. Esse programa é sem precedente na internet, antes nós tínhamos 21 domínios comerciais e gerais, agora temos milhares.”

Reforço da marca

O prefeito Eduardo Paes destaca que a prefeitura já bloqueou cerca de 130 domínios, como nomes de praias, bairros e pontos turísticos da cidade, para não haver disputa jurídica futura. Para ele, o .rio reforça a marca da cidade e mostra o amor de seus habitantes. “O Rio tem uma vocação econômica que tem muito a ver com a sua marca", disse. "É impressionante como o Rio gera uma espécie de atração quase fatal em todas as pessoas”, completou.

Para o presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro, Paulo Protasio, o .rio marca o vínculo da empresa com a cidade em qualquer lugar do mundo, fundamental no mundo globalizado. “Quando você deixa de ter o .br e passa para .rio, você está fazendo com que a sua atividade tenha o reconhecimento geográfico centralizado. Georreferência hoje no mundo é muito importante, assim como os produtos têm suas características, como o queijo de Minas, isso vai fazer com que a gente tenha maior capacidade de diferenciação no mercado mundial.”

Edição: Talita Cavalcante
Agência Brasil

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

PM apreendeu pés de maconha, DVDs, tabletes de maconha e papelote de cocaína

Rua Cecília Meireles - Bom Jardim - Juiz de Fora 

Nesta terça-feira (15), por volta de 21:40 h, policiais militares registraram a ocorrência de cultivo de plantas utilizadas para a preparação de drogas.

No interior do apartamento foram apreendidas diversas mídias de procedência duvidosa, um papelote de cocaína, cinco pés de maconha e dois tabletes da mesma droga.

Um indivíduo, 40, conseguiu empreender fuga, mas seus dados pessoais foram inseridos na ocorrência.

A mulher,C.P, 40, recebeu voz de prisão em flagrante delito, sendo conduzida à Delegacia de Polícia Civil, onde teve o flagrante ratificado.

A autuada foi encaminhada ao CERESP.

PM conduziu o homem que atirou para o alto após ingerir bebida alcoólica

16/09/2015
Imagem meramente ilustrativa 
Rua Dr Eurico Viana - Vila Alpina - Juiz de Fora 

Nesta terça-feira (15), por volta de 19:30 h, policiais militares registraram a ocorrência de disparo de arma de fogo.

No interior da residência, um homem,48, teria ingerido bebida alcoólica, se apoderado de uma arma de fogo e efetuado um disparo para o alto, na via pública.

A arma não foi localizada, mas três munições intactas e uma deflagrada, calibre 32, foram apreendidas.

O homem apresentava sintomas de embriaguez, recebeu voz de prisão em flagrante delito e foi encaminhado, primeiramente ao HPS e posteriormente à Delegacia de Polícia Civil, onde as demais providências foram adotadas.

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Dilma volta a confundir ditadura com democracia e mistifica de novo o seu passado. Não! Ela não sabe o que é construir a democracia

15/09/2015 às 16:37

Não sou uma besta sanguinolenta. E quem me conhece bem sabe disso. Não cultivo ódios e, se querem saber, convivo mal com quem os cultiva. Não são pessoas da minha predileção. O ódio devora quem odeia e o transforma numa pessoa amarga, desagradável, inferior. O ódio emburrece, envenena a alma, apequena as inteligências. Alguém com a capacidade de odiar será sempre menor do que poderia ser.

Por que isso? Compadeço-me, em certo sentido, da situação de Dilma Rousseff. Não deve ser fácil. Esforço-me para compreender a dimensão humana da personagem, sua solidão, o ambiente em vive, cercada de traições, de mesquinharias. Sim, sei que ela escolheu esse mundo e que tem de arcar com o peso de suas opções. Nem por isso deixo de reconhecer nela a humana condição que nos une a todos.

Mas é claro que Dilma não ajuda. Ao contrário: ela atrapalha a própria Dilma com suas tacanhices ideológicas e sua soberba intelectual sem lastro. Nesta terça, concedeu uma entrevista e, certamente, referindo-se aos movimentos em favor do impeachment, afirmou: “Nós faremos tudo para impedir que processos não democráticos cresçam e se fortaleçam”.

Eu não gosto quando alguém fala, assim, dessas coisas conspiratórios, que vêm sei lá de onde. A que processos “não democráticos” ela se refere? Quem está empenhado neles? Quem os articula? O que quer dizer “fazer de tudo”? Lembro que, em campanha eleitoral, a própria Dilma admitiu que, quando se disputa uma eleição, pode-se fazer “o diabo” para vencer, mas que, depois, é preciso governar.

Sim, ela disse “fazer o diabo”. E não tenho dúvida de que ela fez, não é mesmo? Em 2010 e em 2014. Aliás, foi por ter se associado em demasia ao capeta que está nessa situação difícil, ora essa! Não fosse tanto diabo — das pedaladas às mentiras —, talvez até tivesse sido reeleita sem ter agora de proceder a tantas correções que minam o apoio da população e fazem dois terços dos brasileiros cobrarem o impeachment. Será que temos dois terços de golpistas no país, presidente?

Mais uma vez, referindo-se de forma oblíqua e imprópria a seu passado, afirmou:
“O Brasil conquistou uma democracia a duras penas, eu sei o que estou dizendo, quantas penas duras foi para conquistar a democracia!”. E aí, então, veio o tal fazer de tudo: “Nós não vamos, em momento algum, concordar, ou, faremos tudo para impedir que processos não democráticos cresçam e se fortaleçam”.

Aí não dá! Não vou condescender com farsas, especialmente quando ditas por alguém em proveito próprio. Não! A Dilma pode saber o quando custou ter lutado contra uma ditadura em nome de outra ditadura. Foi presa e torturada. Não deveriam ter tocado num fio de cabelo dela, é claro! Os bandidos que a torturaram achavam que esse era um meio eficaz de combater o banditismo do grupo terrorista ao qual ela pertencia.

Ninguém ali queria democracia: nem torturados nem torturadores. Mas, claro!, há diferenças objetivas entre uns e outros. E a sociedade as reconheceu. Tanto é assim que os torturadores foram para a lata do lixo, e Dilma, para a Presidência.

Para quem pertenceu a dois grupos terroristas, a historia não foi justa com a agora presidente. Foi é generosa, não é mesmo? Até porque ela jamais abjurou as ideias malévolas que a animavam.

Os torturadores de Dilma eram e são lixo. Mas não venha ela querer dizer que sabe o quanto custou a construção da democracia porque ela não sabe. O que ela conhece é o peso de combater um totalitarismo com outro. Isso é coisa diferente. Quem conheceu o peso de construir a democracia foram Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, Paulo Brossard, Fernando Henrique Cardoso. Até Lula conheceu um pouco. Dilma não!

E como faz, então, confusão entre ditadura e democracia no passado, Dilma confunde no presente a legitimidade democrática dos que cobram o seu impeachment com golpe.

E eu continuo curioso, presidente. Que diabo quer dizer “fazer tudo”. É sinônimo de “fazer o diabo”? Cuidado! O PT sabe muito bem o que é fazer pacto com o chifrudo. Essas coisas já levaram pessoas do Palácio do Planalto para o Palácio da Papuda.

Por Reinaldo Azevedo

A CRISE DOS REFUGIADOS E O GENOCÍDIO CAUSADO POR EUA E OTAN



Kieran Kelly
Global Research

Há hoje mais refugiados que em qualquer outro momento da história desde a 2ª Guerra Mundial. É preciso repetir e repetir. Depois do 11/9 e do lançamento do que está rotulado como “Guerra Global ao Terror” e “Longa Guerra”, os números triplicaram.

A situação já é a mesma de depois da 2ª Guerra Mundial, mas nos parece mais confortável fingir que ninguém estaria vendo aí uma resposta a fenômeno único e bem claro. Na 2ª Guerra Mundial foi autoevidente que as pessoas fugiam da guerra e do genocídio. Mas, hoje, aparentemente, todos aceitamos que o crescimento dos números de refugiados, que já triplicaram, seria efeito de todo e qualquer tipo de causa, menos as guerras motivadas pelos EUA e pela OTAN.

O único fator que somos ‘autorizados’ a perceber, como elo que costuraria entre elas todas essas crises seria o ‘terrorismo islâmico’. E ninguém sequer parece estar vendo que nos principais casos, o terrorismo só aparece depois da intervenção ocidental e dos conflitos que ela gera. Já não é mais racional ou admissível a perversão que manda tratar cada vítima de alguma intervenção de EUA/OTAN como se fosse vítima de conflito por motivos locais, endógenos, só seus.

Ah, sim, há fissuras étnicas e religiosas em alguns países, assim como há crises econômicas e ambientais que criam instabilidade. Mas quando surge a oportunidade, chovem armas nesses locais. Essa, sim, é a constante eterna, que jamais está ausente. E muitas outras coisas podem também acontecer, especialmente a desestabilização econômica e a famigerada “promoção da democracia”.

TODO TIPO DE INTERVENÇÃO

Não existe manual único para que os EUA e seus parceiros sigam os movimentos. Há grandes intervenções diretas, como no Iraque e do Afeganistão, o bombardeamento da Líbia e a ‘invenção’ do Sudão Sul. Há também intervenções por procuração, como o bombardeamento do Iêmen, incursões na República Democrática do Congo e incansável fomento à guerra civil na Síria.

Somem-se a isso as sempre continuadas ações clandestinas – através de intervenções econômicas,desestabilizações, sanções, golpes e crises aprofundadas da dívida – e logo se vê um complexo diferenciado de práticas genocidas em tudo equivalente ao genocídio sistemático, como o humanista Raphael Lemkin o descreveu em 1944.

O ritmo da violência que hoje se vê não se aproxima do bombardeamento durante a Guerra da Coreia, nem tem a escala gigante da 2ª Guerra Mundial, que um dia chegou ao fim; a violência, hoje, nunca termina. É como se devesse perdurar por toda a eternidade, e a escalada da morte nunca parasse. Não consigo tirar da cabeça a sensação de que, se a Alemanha não estivesse partido para a guerra, as políticas nazistas de genocídio teriam sido aplicadas ao ritmo das políticas de genocídio de EUA/OTAN: mais lentamente, porém infindavelmente.

DEPENDENTES DOS EUA

A destruição e a violência norte-americanas não raras vezes são iguais às dos inimigos dos EUA, mas acho que as pessoas estão começando a dar-se contra de que, em medida muito significativa, os EUA são, em quase todos os casos, criadores e patrocinadores desses mesmos inimigos. E todos esses inimigos são, muito frequentemente, materialmente dependentes dos EUA, seja diretamente seja com a intermediação de regimes aliados aos norte-americanos.

Cumulativamente, essa também já se converteu em era histórica dos morticínios em massa, que em vários sentidos assemelha-se à “hiperexploração” e à destruição socioeconômica da disputa pela África e em outros sentidos assemelha-se às políticas de genocídio alemãs na Europa ocupada. No futuro, quando as pessoas se aperceberem do custo humano desse neo-holocausto, ninguém arriscará a própria credibilidade apresentando números conservadores. Ser conservador nesses assuntos nada é além de viciosa imprecisão e viés a favor da mentira.

Quando se calcular o número de mortos resultantes das intervenções militares, diretas, por procuração, clandestinas e econômicas conduzidas por EUA/OTAN na era pós-11/9, será preciso falar em dezenas de milhões de mortos. É a mesma ordem de grandeza do holocausto de judeus e outros povos, pelos nazistas; e está longe de acabar.

A CRIANÇA NA PRAIA

Vê-se uma criança afogada numa praia, e o sofrimento ataca também dentro de casa. É uma tragédia. Mas a obscenidade não está na morte de mais uma criança. A obscenidade está no fato de que as crianças estão sendo assassinadas por estados ocidentais pressupostos democráticos. Para avaliar a extensão da obscenidade é preciso multiplicar, multiplicar, multiplicar as crianças mortas, até que o cadáver de Aylan Kurdi seja um grão de areia num oceano de crianças supliciadas.

Somos adestrados para não ter o que se chama “simpatia estatística” e essa falta nos rouba a racionalidade. Cada vez que nos puserem diante de estatísticas de dor e sofrimento humano – e de imagens espetacularizadas – temos de combater o automatismo de sofrer por um morto e esquecer todos os demais mortos.

A chave para compreender o holocausto de judeus não é pôr-se a maldizer o ódio racista e a cruel maquinaria de morte dos nazistas. A chave é justapor, na nossa consciência, cada criança morta e a indiferença de seus respectivos carrascos alemães, franceses, ingleses, espanhóis, italianos, tantos outros, naquele momento.

Depois do fato, todos se comovem muito. Mas quando houve o holocausto de judeus, praticamente todos os países da Europa mandaram refugiados europeus para a morte certa. E as populações reagiram sem nenhuma solidariedade, manifestaram o mais escandaloso desprezo pelos judeus europeus expulsos de seus países natais – quase exatamente como turistas britânicos, hoje, a desejar pena de morte em massa para “as marés de imundície” que estão estragando o playground de ricos na ilha grega de Kos.

(artigo enviado por Valter Xéu, do site Irã News)

http://www.tribunadainternet.com.br/a-crise-dos-refugiados-e-o-genocidio-causado-por-eua-e-otan/